por Sérgio Machado.
Se utilizarmos um telescópio, veremos na nossa galáxia, que é subdesenvolvida, 100 bilhões de estrelas. Ficaremos entediados de contar as estrelas de 10 bilhões de galáxias.
Se utilizarmos um veículo com a pequena velocidade de 360 mil km/s e partirmos da Terra para alcançar a extremidade da galáxia, gastaremos a bagatela de 50 mil anos-luz.
Numa cabeça de alfinete, encontram-se 8 sextiliões de átomos, separados uns dos outros por distâncias maiores do que suas dimensões. Se pudéssemos contá-los com a velocidade de um milhão a cada segundo, contaríamos o último 2530 séculos depois. Quem duvidar, faça a conta.
Muito daquilo que vemos não é mais do que aparência. A realidade é outra. O sol parece girar em torno de nós e a Terra parece imóvel, mas a realidade é outra. Deslumbramo-nos com Mozart, num dos seus harmoniosos concertos, encanta-nos os ouvidos, mas o som não existe! Não passa de uma impressão dos nossos sentidos, vibrações do ar de certa amplitude e velocidade, silenciosas por si mesmas. Sem o nervo auditivo não haveria sons, só movimento. O mesmo podemos pensar sobre a luz que põe em vibração o nervo óptico.
Quem ou o que decidiu sobre nossa existência, sobre o seu valor? Por mais que procuremos, abrem-se apenas três caminhos: da religião, da filosofia e da ciência.
A existência da ordem no seio do caos é outra emergência dessa estranheza lógica. Como explicar a existência de uma tal ordem no âmago do caos? Num universo submetido a entropia, irreversivelmente arrastado para uma desordem crescente, por que e como aparece a ordem? O homem comum lembraria de uma Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas e a chamaria de DEUS!
As galáxias, o som, a luz, manifestam a glória de Deus e anunciam a obra de suas mãos.
Cientistas e filósofos concordam que hoje, a Física Quântica toca de modo surpreendente a Transcendência, acreditando que estamos diante do primeiro encontro explícito entre Deus e a ciência.
Qual o sentido último do Universo e da existência humana? Kant, lançando as bases da moderna Antropologia Filosófica, resume estas indagações numa só: “Que é o Homem?”
A consciência adormecida é preenchida pelo Ter em detrimento do Ser. Muito mais do que a mera forma exterior, é o teor de nossos actos e palavras que nos distinguem. Um pesquisador japonês, Dr. Masaru Emoto, afirma ter provado que pensamentos e sentimentos, interferem no processo de cristalização da água. Ele afirma que a estrutura cristalina da água é afectada pela “energia de vibração” de pensamentos, actos, e até mesmo de palavras e músicas. A água absorve, armazena e conduz energia. O que não farão os pensamentos (bons ou maus) ao nosso corpo, constituído por 70% de água…!
Dr. Dean Hamer, um grande estudioso da genética do comportamento e autor do livro O Gene de Deus, constatou que o nosso DNA possui cerca de trinta e cinco mil genes – quando se pensava que eram cem mil – e um desses genes, ele definiu-o como sendo o gene de Deus: o VMAT2. O Dr. Hamer e a sua equipa pesquisaram mais de dez mil gémeos idênticos e constataram que gémeos nascidos nas Filipinas – um sendo mandado para a Austrália, o outro para a Nova Zelândia, ou outro lugar qualquer – acreditavam em Deus. As experiências foram longas e eles constataram que crer em Deus é um fenómeno genético. Ter uma religião é um fenómeno sociológico. Temos a religião dos nossos pais, da família, do meio social, da educação. Jesus referiu-se a essa questão de forma interrogativa: Não está escrito que vós sois deuses? Portanto, podeis fazer tudo que eu faço e muito mais, se quiserdes. Então, é necessário que desenvolvamos esse Deus interno.
Mas a nossa atenção deve virar-se para a Fé baseada na razão, como fonte segura para encontrarmos as respostas necessárias a tudo o que actualmente nos rodeia.
Somos nós que nos enredamos nos infernos das nossas más acções e baixos sentimentos. Somos nós, também, que construímos o nosso “céu”, mercê do esforço no Bem, no cumprimento das leis eternas. Mesmo os mais recalcitrantes acabarão por se redimir, e evoluir para estados mais felizes, pelo seu esforço, porque Deus é infinitamente justo e bom!
Paulo de Tarso afirmou: «estamos cercados por uma nuvem de testemunhas»!
Como de forma tão brilhante escreveu em poema o Humanista Chico Xavier, candidato ao prémio Nobel da paz:
“A gente pode
Morar numa casa mais ou menos
Numa rua mais ou menos,
Numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode
Dormir numa cama mais ou menos,
Comer um feijão mais ou menos,
Ter um transporte mais ou menos,
E até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode
Olhar em volta e sentir que tudo está
mais ou menos.
O que a gente não pode
Mesmo, nunca, de jeito nenhum, é amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar
uma pessoa mais ou menos.”
Fonte: Boletim GeaE, Ano 17, Número 538, 18/08/2009