Mediunidade e a visão das cores

por Nubor Facure

Visão das cores

 Estão diante de mim três objetos. Uma maçã vermelha, uma caneta preta e um beija flor azul. Como posso ver a cor de cada um deles?

 Primeiro a luz que eles refletem atingem minha retina onde estimulam pequenos terminais nervosos que conhecemos como cones. Ali ocorrem reações químicas que produzem uma corrente elétrica que atinge os nervos ópticos. Essa corrente entra pelo cérebro a dentro em busca das área occipitais onde existem regiões específicas para registrar os estímulos que vieram de cada um dos meus objetos.

Como os três objetos serão “vistos” pelo cérebro?

Eles são apresentados juntos na minha frente, mas, no cérebro não estarão enfiados numa mesma gaveta. A palavra chave no cérebro é distribuição. Cada objeto irá para um lugar. E, descobertas surpreendentes, mostraram que, as propriedades de cada objeto serão fragmentadas e arquivadas em locais específicos.

Assim, como objetos têm formas diferentes, cores próprias, dimensões particulares, movimentos e finalidades, possibilidades de já serem conhecidos, cada uma dessas características irá marcar grupos de neurônios diferentes.

Mais surpreendente ainda é que a imagem da minha maçã vermelha está arquivada também na forma branco e preto num determinado local diferente de onde ela me aparece colorida.

Teoricamente, eu posso ter acesso independente a cada um desses registros e faço associações independentes com cada maçã parecida com a minha. Em pacientes com epilepsia, no momento de uma crise, eles podem registrar a maçã sem cor, a suas dimensões, se ela está longe ou perto de mim.

Para a caneta, tenho até uma área para registrar o dia em que ganhei de presente do meu neto e, o beija flor, além das suas propriedades físicas, que também serão fragmentadas e repartidas pelo cérebro, tenho imagens dos seus voos no meu quintal.

A vidência e a clarividência

Esses são dois modelos ótimos para compreendemos o que se passa no cérebro dos médiuns quando relatam suas visões da espiritualidade.

Esse fenômeno mediúnico não é o mesmo fenômeno visual que relatamos para as vias nervosas e para o cérebro físico que todos nós nos servimos nesse mundo por onde circulamos.

Diz-se, popularmente, que os médiuns “enxergam com os olhos da mente”. Cientificamente sabemos que é o corpo espiritual (perispírito) que está captando as imagens. Allan Kardec ensina que o Espirito se apropria das propriedade dos objetos – mais ou menos como anotamos acima sobre a fragmentação dos objetos que atingem nossa visão. Entretanto, após o registro anotado pelo cérebro espiritual, precisamos tomar conhecimento do que foi visto. E, do períspirito para nós, é o nosso cérebro que terá de ser acionado para que nossa percepção se processe.

E como o períspirito transfere as informações para o cérebro físico?

Só há uma maneira: distribuindo as características dos objetos para que o cérebro possa compreender o que foi visto do outro lado da vida.

Como então o médium vê?

Está do outro lado, na dimensão espiritual uma maçã, uma caneta e um beija flor – os mesmos objetos que nos serviu de exemplo no campo físico.

Os videntes e os clarividentes verão os vários aspectos em separado. Por isso os relatos mediúnicos podem divergir quanto a ocorrência ou não de cores, localização, movimento, dimensões, utilidade, a quem pertenceria e as experiências prévias – cada médium pode ver apenas um ou mais dos fragmentos da informação.

Isso revela a complexidade do fenômeno da vidência e da clarividência e principalmente do grau de dificuldade de se aceitar a fidelidade dos seu relatos.

Lição de casa

Allan Kardec ensina que a mediunidade é um fenômeno que se processa através do cérebro do médium.

(As interpretações que aqui coloco são apenas minhas sugestões para estudo – não constam do corpo doutrinário da Doutrina Espírita)

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