por Nubor Orlando Facure.
Fazendo longas caminhada pelas estradas, Jesus não se negava a atender os aflitos que queriam alívio para suas dores ou absorver um pouco mais de suas lições.
As palavras ditas a Nicodemus sobre a reencarnação afetaram aquelas mentes presas ao imediatismo terreno e não faltaram os interrogatórios para mais esclarecimentos.
A jornada de Jesus, numa peregrinação de três anos foi intensa, mas muito curta considerando as nossas necessidades.
Suas lições afetaram profundamente os seus discípulos que tiveram a missão de as divulgar.
Logo após a crucificação, os apóstolos se reuniam para relatarem seus momentos com Jesus e divulgarem entre todos a mensagem edificante do Mestre Divino.
Certa ocasião, Jonas, vai a esse encontro trazendo dúvidas e perguntando aos discípulos:
Por que tanto sofrimento em todos os lares?
Como relacionar tantas provações com o passado que ignoramos?
O filho de Saad nada fez por merecer as convulsões que o atormentam.
Meu irmão Azis está em um leito paralisado há 15 anos tendo sido trabalhador exemplar.
A mulher de Noel tem o corpo retorcido em meio a dores que a impedem de caminhar.
O pobre Tadeu é um mendigo que caminha esmolando sem enxergar desde criança.
Eli tem a mente perturbada percorre nossas ruas maltrapilho chegando às vezes a fazer ameaças a quem se aproxima dele.
Abel era trabalhador sem descanso nas plantações e hoje tem o corpo todo tomado por feridas.
Pedro, paciencioso, pede que Jonas se aproxime e dirigindo-lhe o olhar esclarece:
Jonas, meu querido amigo,
Dentro de casa nossos pais nos corrigem com o propósito de nos educar para não agravarmos os nossos erros.
A Justiça Divina nos corrigirá tanto nas palavras ofensivas como nos crimes mais graves com o mesmo zelo.
Nada escapa aos olhos de Deus.
Mas o propósito do nosso Pai será o mesmo: nos educar para sermos hoje melhor que ontem.
Entretanto, pondera o apóstolo:
Por merecimento de cada um de nós, a Misericórdia Divina está propensa a nos oferecer sempre a oportunidade da redenção.
Não convém apontarmos esse ou aquele para não alimentarmos sentimentos de culpa ou acusações que não estamos autorizados.
Não nos compete fazer julgamentos ou determinar punições.
A cada encarnação trazemos a benção do esquecimento em nosso próprio benefício.
O Propósito das Leis é corrigir ensinando.
Aquele que a epilepsia o ataca atirando ao chão, pode ser o mesmo que no passado conquistou inimigos que hoje o perturbam ou, em muitas ocasiões, abusava das bebidas que o projetavam ao solo.
Os paralíticos de hoje exigiram no passado que seus serviçais trabalhassem sem descanso.
As grandes dores retratam as torturas que impusemos nos que escravizávamos.
A cegueira de agora esconde a luz que usamos para divulgar a calúnia.
A mente perturbada pertence a todos aqueles que desequilibraram os pensamentos dos outros e afetaram a tranquilidade emocional de muitos, exercendo o domínio e a submissão dos que se aproximavam dele.
As feridas que corroem a pele hoje, expõem a vaidade que a beleza de autora nos permitia exibir para humilhar.
Lição de Casa
A medicina humana tem alcançado sucesso no esclarecimento das causas físicas e psicológicas de um grande número de doenças.
Esse gigantesco trabalho tem resultado em frutos de valor inquestionável.
Entretanto, ainda nos falta aprofundar nas motivações do sofrimento.
Numa visão materialista e imediatista alguém poderia dizer:
Isso é da vida.
A vida transcorre com esses percalços.
Engano grosseiro.
Jamais Deus distribuirá injustiças.
Segue-se a Lei de Ação e Reação.
Colhe-se o que plantamos.
A medicina terá que abrir-se para o estudo do Espírito como entidade imaterial que preside todos os fenômenos orgânicos.
E debruçar-se sobre o significado e a importância da reencarnação.
Partindo de um princípio da misericórdia Divina que nos facilita trocar perversidades e ilusões por resgate com sublimação e oportunidades de redenção.