Presa dos maus espíritos

Não se assuste o leitor. Maus espíritos são aqueles ainda iludidos ou seduzidos por paixões variadas, onde se incluem a vulgaridade, o orgulho, o egoísmo e a vaidade em seus inúmeros e lamentáveis desdobramentos. Estão entre os que habitam o mundo espiritual e também entre nós, encarnados, nos aprendizados próprios. É uma estação temporária porque a Lei de Progresso fará com que todos alcancem sublimidade e plena integração com a Lei de Amor que rege a vida.

Allan Kardec faz uma extraordinária e atualíssima apreciação no capítulo 19 – A fé transporta montanhas, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item 10, incluído no subtítulo Parábola da Figueira Seca, que está transcrita e comentada pelo Codificador no referido capítulo.

Antes, no item 9, ele já inicia e forma direta: “A figueira seca é o símbolo das pessoas que não tem senão as aparências do bem, mas em realidade não produzem nada de bom (…)” e, a partir do citado item 10, refere-se aos médiuns. Pela importância e atualidade do texto, transcrevo na íntegra, negritando (de minha iniciativa) alguns trechos parciais:

“10. Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de renovação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número, para que abunde o alimento; há-os por toda a parte, em todos os países, em todas as classes da sociedade, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demonstrado aos homens que todos são chamados. Se, porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos, se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará um dom que se tornou inútil neles: a semente que não sabem fazer que frutifique, e consentirá que se tornem presas dos Espíritos maus.” (transcrito do portal www.kardecpedia.com)

O comentário é muito claro, não deixa qualquer dúvida. Há uma tarefa a executar e se negligenciada ou desviada em seus objetivos – igualmente claros –, sujeita seu portador tornar-se presa dos Espíritos maus. Como uma figueira seca (da parábola de Jesus) que nada produz.

E Emmanuel, o sábio instrutor, no capítulo 64 – Médiuns de toda parte – de seu Livro da Esperança, afirma quase no final do texto:“(…)todos são convocados a servir com sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no burilamento de si próprios. (…)”.

Inspirado por essas belas lições, o amigo Marcus Amaral (de Porto Velho- RO) produziu o vídeo Parábola da figueira que secou – A fé mãe da esperança e da caridade, em palestra on line que proferiu para o Centro Espírita Fé e Caridade, de Juiz de Fora (MG), ampliando as considerações, inclusive com exemplo de atuação de médiuns distraídos que se perdem em vaidades e vazias discussões. Precioso material. O leitor poderá ver o vídeo na íntegra pelo link https://www.youtube.com/watch?v=Z_eLZ6qKLf8

O que mais impressiona é a atualidade de Kardec, aliada à oportuna advertência de Emmanuel e o estudo de Marcus. Sugiro ao leitor não perder a oportunidade de, pelo menos, reler o item 10 acima citado, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que poderá ser ampliado com o capítulo no livro de Emmanuel, também referido, e as considerações do amigo Marcus.

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