GeaE – 12 anos – Mensagens dos Editores

Ademir Xavier Junior

A história do Espiritismo sempre foi marcada por eventos de comunicação. O fluxo de informação que atingiu a Terra no último quarto do Séc. XIX foi uma revolução de comunicação nunca vista na história da humanidade.

O Espiritismo foi concebido como uma doutrina científica totalmente baseada nos novos ensinamentos do mundo invisível, ensinamentos que são totalmente consistentes com os aspectos morais e éticos da filosofia cristã uma vez despida dos aspectos externos da religião convencional.

Uma segunda revolução iria ocorrer no último quarto do século seguinte, o vigésimo. Cem anos após a invasão organizada, o advento da Internet marcou uma nova era para a humanidade. O GEAE foi então o resultado de duas revoluções nunca vistas anteriormente. Sou particularmente orgulhoso de ter vivido nessa época quando máquinas de cálculo encontraram uma nova aplicação como ferramentas de comunicação. De fato, meu interesse pelo GEAE (que apareceu em outubro de 1992) existiu a partir do momento em que me conectei a net em 1996. Baseado no princípio da afinidade, fui atraído ao trabalho do GEAE logo após minhas primeiras experimentações como webmaster da página “Spiritism to the World”, uma dos primeiros sites em inglês na época. O GEAE já era então um grupo amadurecido que publicava eletronicamente seu periódico em português. Esses boletins forneciam notícias e informação à comunidade de língua portuguesa, notavelmente formada por brasileiros que viviam tanto no Brasil como no exterior, e eram de interesse prático. A velocidade e formatação com que eram enviados faziam os “boletins eletrônicos” bastante notórios e, até hoje, constituem o trabalho central do grupo. Entretanto, todos sabiam que o trabalho em português era limitado por causa das restrições linguísticas. A ideia do GEAE-EN (uma versão do GEAE em inglês) era assim natural. Para motivar um fluxo constante de informação em inglês semelhante ao fluxo em português, uma versão inglesa dos boletins GEAE foi concebida. Participei desse trabalho no final de 1997 depois de um convite via e-mail do Carlos Aberto. O primeiro boletim GEAE-EN foi lançado em dezembro de 1997. Desde então o número de amigos espíritas (e grupos) que recebem e lêem esses boletins cresce anualmente.

De uma certa forma, o objetivo inicial do GEAE-EN era bastante audacioso. Logo ficou claro que as diferenças linguísticas estavam longe de ser os únicos obstáculos a um crescente fluxo de informação relacionada a temas espíritas na web. Diferenças culturais são também importantes. Novos membros ligaram-se ao GEAE-EN para complementar os trabalhos: Antônio Leite (em NY nos EUA), Renato Costa (no Brasil) e Yvonne Limoges (na Flórida, nos EUA). A participação deles afetou fundamentalmente os trabalhos do GEAE-EN que passaram a ter uma dinâmica nunca vista antes.

Gostaria de agradecer ao GEAE nesse 12 aniversário pela oportunidade de trabalho. Acredito que o GEAE é uma ferramenta importante de comunicação que transcende as fronteiras físicas entre os países e culturas. O Espiritismo precisa da cooperação dos indivíduos para que sua mensagem superior tenha alcance global. Antes da internet, ninguém era capaz de dizer como isso poderia ser possível se não fosse por meio dos Espíritos. Hoje sabemos que as notícias locais e comunicações espirituais (por meio de médiuns excepcionais) podem se tornar amplamente conhecidas através de trabalhos de grupos como o GEAE.

Sou igualmente orgulhoso de ser um de seus membros.

 Muita paz,

           Ademir Xavier Jr.

Campinas – São Paulo – Brasil

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Alexandre Fontes da Fonseca

Em 1995 me inscrevi para o recebimento dos Boletins do GEAE. Em julho de 1996, eu enviei para os editores um comentário sobre um texto do Raul Franzolin Neto sobre evolução.

O meu comentário foi publicado no Boletim n. 196 (vide arquivo no site http://www.geae.net.br) seguido da resposta do Raul ao meu comentário. A resposta gentil do Raul me fez sentir que o GEAE era um grupo sincero disposto ao estudo sério do Espiritismo e, o que é muito importante, respeitava os leitores e assinantes em seus questionamentos.

Enfim, me senti fazendo parte do grupo e não apenas um expectador distante. Senti que podia colaborar enviando questões ou comentários e, na medida do possível, isso foi o que fiz de forma mais ou menos frequente. Caro leitor, a sensação de ter um comentário publicado, discutido e comentadoé muito positivo que nos faz sentir participantes do processo e não apenas “expectadores passivos”. É por isso que sempre, sempre, serão bem vindos toda e qualquer contribuição seja na forma de comentário, seja na forma de questão.
Eu sempre lia os tópicos de cada boletim e, na medida da disponibilidade, eu procurei ler os textos que mais me atraiam a atenção. Em 2001, eu enviei alguns comentários sobre algo que havia sido publicado e tive a feliz oportunidade de trocar uma série de e-mails com um dos editores, o Antonio Leite.

Em 2003 resolvi colaborar um pouquinho mais com os Boletins, particularmente, sobre questões ligadas à Ciência e Espiritismo. Minhas contribuições sempre foram comentadas e discutidas de forma muito fraterna e construtiva com o Ademir Xavier.

Em outubro de 2003, por ocasião de uma viagem que fiz aos EUA, pude conhecer pessoalmente o Antonio Leite, com quem criei um grande laço de amizade. Tivemos a oportunidade de conversar muito sobre Espiritismo e Movimento Espírita no Brasil e nos EUA.

Em março de 2004, por indicação tanto do Antonio quanto do Ademir, recebi o convite para colaborar como membro do conselho editorial. Aceitei com um sentimento de gratidão ao grupo e a Deus pela oportunidade de poder servir, mesmo sabendo de minhas limitações.

Nesta ocasião em que comemoramos o bicentenário do nascimento de Allan Kardec, nós gostaríamos de dividir com todos os leitores e assinantes dos Boletins do GEAE, nosso sentimento mais puro de gratidão e amor ao Criador pela Vida, a Jesus pelo exemplo vivo de Amor e a Kardec por abrir mão de sua vida pessoal para nos mostrar e demonstrar que é o Criador quem devemos adorar (em espírito e verdade) e é Jesus quem devemos tomar por guia e modelo. E, acima de tudo, que a Vida continua e sempre progrediremos.

Que possamos honrar a todos eles dando a nossa cota de esforço pessoal pela nossa reforma íntima e pela divulgação da Doutrina dos Espíritos. Ela, sim, é que merece todo os créditos; ela é que tem o poder de ajudar o Homem; ela é que nos instrui. Nós… nós somos apenas seus beneficiários; somos apenas os seus intermediários; nós somos os seus “braços”, “pernas”, “bocas” e “dedos” (no computador) para que ela, a Doutrina, brilhe diante de cada internauta, de cada novo visitante, em todo o mundo.

Que Jesus nos fortaleça e ilumine, agora e sempre.”

Um abraço,

Alexandre Fontes da Fonseca
   Brotas – Sao Paulo – Brasil

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Antonio Cunha Lacerda Leite

Considero o meu encontro com o GEAE como um daqueles salutares incidentes que acontecem em nossas vidas, os quais na maioria das vezes encaramos como “acidentais”. O fato ocorreu no início do ano de 1995, quando já me encontrava aqui na América há quase um ano.

Um certo dia digitei a palavra Spiritism em um dos navegadores da internet, e qual não foi a minha surpresa ao me deparar com a homepage do grupo. Digo surpresa porque àquela época a WWW ainda engatinhava e eu não esperava encontrar nenhum grupo espírita com página na Web.

 A minha primeira impressão sobre a página foi a melhor possível e imediatamente comecei a surfar avidamente pela mesma. Após a leitura do FAQ comecei a ler os boletins em português, que àquela época já se aproximava do número 150. Fiquei muito impressionado com a qualidade e o volume do material lá disponível e mais ainda com a forma simples, fraterna e dinâmica em que os temas mais variados eram abordados pelos membros do grupo, sempre embasando tudo na Codificação. A minha primeira mensagem foi enviada por ocasião da comemoração do 4o aniversário do grupo (boletim 210), oportunidade em que fiz uma pequena contribuição ao enviar o artigo de autoria do meu amigo/irmão Christiano Torchi, intitulado Iniciação ao Conhecimento da Doutrina Espirita, o qual foi disponibilizado na página. Com a continuidade dos contactos e uma participação mais ativa como colaborador, fui convidado pelo Ademir Xavier para fazer parte do Conselho Editorial, o que ocorreu em Dezembro de 2000, oportunidade em que passei a contribuir com a elaboração dos boletins em portugues (boletim 404).

Desnecessário é enfatizar aqui o quanto tenho sido beneficiado com a participação neste grupo fraterno de estudos e trocas de idéias sobre a Doutrina dos Espíritos. A medida que estudamos mais dedicadamente esta doutrina grandiosa, percebemos a nossa pequenez e sentimos a necessidade de ajuda, o que vamos buscar no convívio fraterno com pessoas que vibram na mesma harmonia e são animadas pelo mesmo propósito, o da busca da Verdade. O GEAE tem sido ao longo desses 12 anos de existência um palco maravilhoso onde essa busca é conduzida pela bússola segura da Codificação, onde os seus membros estão bem conscientes da advertência do Mestre:

“Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.”

Agradeçamos a Deus e a Kardec por esta maravilhosa oportunidade e procuremos nos instruir e acima de tudo servir ao nosso próximo de forma simples e desinteressada. Procuremos agir como verdadeiros Trabalhadores de Deus, como nos recomenda este modesto trabalhador da causa espírita, Hermínio Miranda:

“Trabalhadores de Deus desejamos ser e o seremos toda vez que apagarmos o nosso nome na glória suprema do anonimato, para que o nosso trabalho seja de Deus, que faz germinar a semente e crescer a árvore, e não nosso, que apenas confiamos a semente ao solo. Somos portadores da mensagem, não seus criadores, porque nem homens nem espíritos criam; apenas descobrem aquilo que o Pai criou.

Que os bons amigos espirituais continuem nos assistindo.
Muita Paz,

Antonio Cunha Lacerda Leite
Nova Iorque – USA

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Carlos Alberto Iglesia Bernardo

Por volta de 1994 eu trabalhava com o desenvolvimento de sistemas de comunicação de dados e tive os primeiros contatos com a Internet, que começava a se estender para usuários fora da área acadêmica.

As tecnologias de acesso eram limitadas, bem distantes dos recursos atuais, mas já permitiam a troca de e-mails com relativa facilidade.

Os textos eram em ASCII puro – os caracteres alfabéticos sem acentuação – e necessitava-se improvisar a acentuação e usar alguns artifícios – como os “emoticons” (sinais gráficos para representação de emoções) para dar um pouco mais de vida aos textos. Era a época também em que se seguia ainda a “netiqueta”, uma série de regras consensuais de comportamento na rede, dentre elas a de não enviar propagandas não solicitadas.

Foi por essa época que lendo os e-mails de um “newsgroup” – o antepassado dos sistemas modernos de listas e de grupos de interesse – chamado BRASNET encontrei uma cópia do Boletim GEAE n° 1 que havia sido postada novamente pelo José Cid. O José estava na coordenação do grupo desde que Raul Franzolin, que iniciou o grupo em 1992 nos EUA, retornou ao Brasil.

Me inscrevi no grupo e durante algum tempo apenas acompanhei as trocas de idéias. Me impressionou vivamente a forma como o José conduzia as discussões, ele levava o debate de tal forma que o GEAE parecia o equivalente virtual daquelas rodas de amigos que se formam nas universidades para aprofundar os estudos de algum tema mais dificil. E via-se claramente que participando dos debates estava um grupo de pessoas sérias e empenhadas no aprendizado. As idéias eram apresentadas e debatidas em réplicas e tréplicas que convergiam para um entendimento maior da questão inicial, sem personalismos ou vaidades.

Incentivado pelo ambiente simples e fraterno me aventurei a mandar alguns comentários sobre história do espiritualismo, um tema que sempre me interessou bastante, e aos poucos fui participando mais ativamente dos debates. Devido a um pequeno incidente – um e-mail enviado diretamente para os participantes do grupo por uma pessoa interessada em fazer propaganda de idéias políticas – foram necessárias algumas adaptações ao modo de trabalho do GEAE e o José passou a utilizar uma lista de distribuição, criada e administrada pelo Sérgio Freitas. Também surgiu a idéia de montar um FAQ (repostas a perguntas frequentes), que descrevesse o modo de operação do grupo e suas regras, tarefa na qual me envolvi mais diretamente.

Em 1995 foi montada pelo Sérgio a primeira página WEB do GEAE e neste mesmo ano conseguimos autorização da FEESP para colocar o Livro dos Espíritos no site. A digitalização do livro levou quase um ano, escaneávamos as páginas, passávamos pelo OCR (o programa que transforma imagens em texto) e revisávamos os textos para eliminar os erros do processo. A equipe que participou deste trabalho foi o núcleo do Conselho Editorial que se formou em 1996. A volta do José ao Brasil, ao término de seus estudos nos Estados Unidos, foi um grande desafio para a continuidade do GEAE e assim ele – em contato com o Raul – teve a ideia de criar este grupo de trabalho com o papel de editor e moderador. O Conselho Editorial possibilitou que o trabalho se tornasse menos pessoal e portanto mais independente das eventuais trocas. Hoje o conselho é formado pelo Ademir Xavier, Alexandre Fonseca, Antonio Leite, Edgar Crespo, José Cid, Raul Franzolin, Renato Costa, Yvonne Limoges e eu.

O José e o Raul me convidaram – e me convenceram – a participar do Conselho Editorial, o que inicialmente relutei pois não me via capacitado para a tarefa. Não tinha experiência com a atividade editorial e minha atuação no movimento espírita era bastante limitada. Esta experiência no GEAE acabou sendo para mim uma escola extraordinária, ainda não me considero um editor experiente ou um escritor, mas aos poucos fui aprendendo, com os amigos que participam do GEAE, a articular as idéias e a exprimí-las de maneira franca e fraterna. Também me levaram a conhecer um pouco melhor o Espiritismo, na maior parte das vezes me mostrando onde eu estava equivocado e apresentando diferentes pontos de vista. Isto sem falar nos estudos que foram necessários para responder a questionamentos mais dificeis ou para entender argumentos que estavam além dos meus conhecimentos.

E o mais importante de tudo, nestes anos o GEAE foi se extendendo aos poucos, e por isso tivemos oportunidade de conhecer pessoas de um grande número de localidades diferentes, de vários paises. Cada uma destas pessoas – que formam o grupo de estudos propriamente dito – trouxe sua visão particular do mundo e da Doutrina. Foram contatos enriquecedores.

Chegamos agora às comemorações do 12° aniversário do grupo, passando para o 13° ano seguido de publicação do Boletim, e não posso deixar de observar que este trabalho – esta experiência de comunicação fraterna pela Internet, que justifica o “avançado” do nome GEAE – não seria possivel sem a base solidamente construida por Kardec. O impulso por detrás desta busca de uma melhor compreensão do mundo vem da forma como o Codificador enfatizou o estudo e o aperfeiçoamento pessoal. Não é por outro motivo que os espíritas buscam incessantemente se instruirem, examinando cuidadosamente cada idéia antes de aceitá-la ou rejeitá-la.

É esta visão de mundo – a Doutrina Espírita – que nos reune a todos (o Boletim 481 foi distribuido para 3.499 assinantes e o Spiritist Messenger 54 para 651) e torna viável a publicação de um Boletim quinzenal. De nada serviriam os “facilitadores” da comunicação – nosso verdadeiro papel como Conselho Editorial – se não existisse este extraordinário laço de união.

Parabéns GEAE!
Muito Obrigado Kardec!
Feliz Aniversário a Kardec e a todos os participantes do GEAE!

Muita Paz,

Carlos Alberto Iglesia Bernardo

São Paulo – Brasil

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Yvonne Limoges

O convite que nos foi feito para participarmos do Conselho Editorial do GEAE foi e continua sendo para nós motivo de honra e muita alegria. Nós acreditamos que os membros do Conselho Editorial do GEAE trabalham arduamente para apresentarem a mensagem e as idéias espíritas de uma forma aberta e racional, mantendo-se fiéis aos princípios doutrinários.

Nós sentimos ter encontrado companheiros espíritas que trabalham com determinação para preservar um bom equilíbrio entre os três aspectos do Espiritismo: científico, filosófico e religioso/moral. Esta homepage fornece informações referentes ao aspecto analítico e científico do Espiritismo, ao mesmo tempo que proporciona material que toca os nossos corações e a nossa alma, uma vez que o Espiritismo deve satisfazer a nossa razão e estar em harmonia com os nossos sentimentos.

Edgar Crespo and Yvonne Limoges
Spiritist Society of Florida – St. Petersburg, Flórida – USA

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José Cid

Os participantes mais antigos do GEAE podem já ter lido como conheci o GEAE, mas creio ser valido, diante dos doze anos de trabalho deste grupo de divulgação da Doutrina Espírita, tecer alguns comentários.

Em 1991 eu havia decidido que gostaria de fazer doutorado no exterior. Um grande amigo, que na época trabalhava na mesma empresa que eu e estava também decidido a fazer doutorado no exterior, me estimulou muito. Minha esposa também apoiou a idéia e também se inscreveu para fazer doutorado.

Depois de  pesquisarmos vimos que a Universidade americana mais conceituada no que queríamos estudar era a UMASS – University of Massachussets, sendo a segunda melhor a Case Western Reserve Universisty. Claro, decidi enviar o pedido de inscrição para as duas, mas torcendo para ser admitido na primeira. Nosso amigo foi aceito, para iniciar os estudos em setembro de 1991. No entanto, eu não consegui aprovar meu curso pela empresa… Haveria a possibilidade de solicitar bolsa ao CNPq, mas não havia tempo hábil para inicio das aulas em setembro. Entretanto, seria possível obter a aprovação de bolsa no CNPq até janeiro, e a CWRU aceitava alunos nesta época. Ou seja, o “destino” me “empurrava” para a CWRU… Assim, em janeiro de 1992 fui morar em Cleveland, no Estados Unidos, onde fica a CWRU.
        Até hoje me lembro da angústia que sentia, pois estava largando o trabalho que fazia no Centro Espírita João Batista, no Rio de Janeiro. Não era muito, mas me proporcionava um aprendizado imenso. Me lembro das conversas com a D. Zely, presidente do Centro naquela época. Estava querendo continuar a estudar, já que não haviam Centros Espíritas nas proximidades, e havia decidido incluir na bagagem a coleção da Revista Espírita, que ainda não havia tido a oportunidade de ler. Lembro que D. Zely dizia que certamente surgiriam oportunidades de trabalho, e que talvez eu pudesse participar de algum grupo.
        Algum tempo se passou, e, depois de me instalar com a família, encomendei um computador e comecei a descobrir o correio eletrônico e a BBS local, a Cleveland Freenet. A BBS era gratuita e administrada pela Universidade onde estudava. Apesar de minha área profissional não ser informática, sempre me interessei pelo assunto e comecei a me aprofundar. Descobri então a Bras-net, através daquele amigo meu que estava morando em Massachussets. Era muito bom poder trocar correspondência com brasileiros em diversos lugares do mundo. Tinha de tudo na Bras-net, resumo dos principais jornais brasileiros, notícias, piadas, a RUI (Rádio Uirapuru de Itapipoca), discussões diversas. Um pouco do Brasil andando pelos fios da Internet…
        Um belo dia abri minha caixa de correio eletrônico e tinha a mensagem do Raul Franzolim, convidando pessoas interessadas em trocar informações sobre diversos assuntos. Lembro que o texto não deixava claro que se tratava de um espírita escrevendo. Imediatamente respondi, e me tornei um dos membros daquela lista.
        Eu esperava ansiosamente pelas mensagens, e lembro de ter participado logo no início das discussões. Pouco tempo depois eu e Raul descobrimos que morávamos no mesmo Estado, e, por uma destas “coincidências” da vida, a cerca de duas horas de carro. Nos visitamos diversas vezes, e a amizade cresceu muito. Isso não teria sido possível se estivesse estudando na UMASS…
        Quando o Raul voltou para o Brasil havia a preocupação de como tornar viável a continuação do GEAE. Me comprometi a segurar o bastão até que ele estivesse estabelecido, conectado e com tempo para reassumir os trabalhos. Mas, o que acabou acontecendo foi a criação do Conselho Editorial, formato que persiste até hoje, em 1996, quando retornei ao Brasil.
         Eu vejo o Boletim do GEAE como uma forma de Revista Espírita da era da Internet. A participação de seus assinantes é que faz com que as discussões sejam enriquecidas. São os leitores que trazem os assuntos que serão abordados. Não é o Conselho Editorial que faz o Boletim, são vocês, leitores.
        E, o mais importante de tudo, na minha opinião, é que é possível ver a mão de nossos amigos espirituais, orientando, dirigindo e nos estimulando a continuar e trazer sempre coisas novas para que este trabalho de divulgação da Doutrina Espírita encontre continuidade.
        Agora completamos doze anos ininterruptos de Boletim do GEAE. Aquela proposta humilde, surgida da necessidade de trocar idéias, cresceu e atinge lugares antes inimagináveis do planeta. Mas, melhor do que isso, atinge o coração e as mentes de seus leitores, trazendo um canal de comunicação sempre aberto à troca de idéias saudáveis em torno da Doutrina Espírita. Na minha opinião, uma Doutrina que se aplica a cada aspecto de nossa existência.

José Cid
Rio de Janeiro – Brasil

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Raul Franzolin Neto

Amigo(a) leitor(a) dos Boletins do GEAE:

Permita-nos repassar a nossa alegria nesse momento e juntos comemorarmos o dia 15 de outubro de 2004 que representa 12 anos de trabalho do Grupo de Estudos Avançados Espíritas, utilizando a via eletrônica internet, como meio para o estudo da vida com base na doutrina espírita, codificada por Allan Kardec que também neste mês, comemoramos os 200 anos da data de sua reencarnação ocorrida na Europa.

São 12 anos de um trabalho contínuo, sério, humilde e dedicado de muita gente unida no mesmo objetivo comum, encarnados e desencarnados, que dessa forma contribuíram para o sucesso do grupo. Enfrentamos dificuldades, principalmente em decorrência da necessidade que temos todos nós, editores, colaboradores e leitores, de associarmos nossa vida particular e profissional com o tempo disponível para as atividades do grupo. Além disso, o negativismo e o fanatismo de alguns, atuaram como forças restritivas a esse trabalho. Conseguimos passar por isso com muito apoio, principalmente no início do grupo e, gradativamente ele foi se solidificando e agregando novos valores, com trabalhadores na seara do bem, devidamente requisitados pelo plano espiritual e que prontamente atenderam ao chamado para essa missão. Sabíamos da falta de tempo disponível para uma dedicação maior de todos desde o seu início e o grupo foi assim criado, pois nossa vida deve mesmo prosseguir em total harmonia. Devemos cumprir os nossos deveres. E cumprir bem. Para isso, o grupo tem o objetivo de apoiar. Não se trata, de maneira alguma, de servir de imposição a ninguém. Tudo o que é imposto, é no fundo, uma violação do livre direito do pensamento. Mas a necessidade do discernimento do bem e do mau, do bom e do ruim se encontra dentro da Lei de Divina. E isso é o que buscamos. Nosso desejo é o de melhor contribuir para o progresso da humanidade, da natureza, ou seja, contribuir com a Lei de Deus.

Amigo leitor, ou amiga leitora, referimos principalmente a você que no silêncio da leitura isolada, ou na ausência de manifestação estando em qualquer lugar do planeta sente a necessidade de se evoluir e entende o sentido de avançar sempre. Sabemos o quanto gostaria de se manifestar após a leitura de um texto ou comentário de seu interesse e o quanto de bom teria a contribuir. Entretanto, isso pode não ocorrer no momento. Não se preocupe!. A melhoria na sua conduta pessoal é o que nos interessa, seja você assumidamente espírita ou não. Não importa o meio e sim a forma como evoluímos espiritualmente.

Como ocorre a melhoria em nossa vida? Isso temos que aprender muito, com muito trabalho.

Pensar que melhoria significa, melhores condições materiais como financeiras, um emprego ou ocupação, aquisição de algo que gostaria, etc. Não simplesmente! Evidentemente que qualquer melhoria na vida é bem-vinda. Muitos nem precisam de bens materiais, pois têm muito. Mas com certeza, precisam de muita melhoria! Falamos, porém, do apoio moral para enfrentar tempestades. Aquele apoio que estimula e nos empurra para cima em busca da paz interior. Que estende a mão quando é preciso se levantar, pois somos vulneráveis a cair a qualquer momento. Uma muralha bem construída com materiais resistentes, planejada com alta tecnologia e levantada em terreno firme pode durar muito tempo, fazendo-se as devidas manutenções. Mas a mesma muralha construída em solo arenoso e inadequado, será rapidamente destruída, a menos que seja reestruturada e devidamente construída para esse tipo de solo. Tudo depende de tempo. A muralha é um conglomerado de átomos e, portanto, sofrerá desgaste lentamente com o tempo, devido às forças restritivas da natureza.

Nossa estrutura espiritual, ou psicológica depende muito do ambiente em que estivermos vivendo. Se estivermos vivendo em meio adequado, seremos fortes e resistentes. Mas é preciso estarmos preparados, com manutenção adequada do espírito para que vivendo em meio impróprio com forças restritivas fortes, possamos viver bem e sairmos vitoriosos em nosso trabalho com a ajuda das forças poderosas propulsoras do bem, aliviando nossos sofrimentos em busca da felicidade eterna. E assim, impelir ao progresso e ao equilíbrio universal.

O Espiritismo nos apóia sempre como nosso consolador eterno, pois está bem fundamentado como filosofia, religião e ciência, garantindo um futuro melhor e mais feliz a todos aqueles que o desejam, segundo seus méritos próprios. É preciso tirar proveito disso o quanto antes, encurtando o caminho do sofrimento desnecessário.

Agradecemos sempre aos mentores espirituais do GEAE que colocaram a oportunidade nas NOSSAS mãos e que somos meros instrumentos; certamente estamos referindo a você também.

Parabéns a todos por procurarem o caminho da verdade e da vida e continuemos sempre em frente, em busca do amor e da paz infinita.

Vida longa ao GEAE!!

Raul Franzolin Neto
Pirassununga – São Paulo – Brasil

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Renato Costa

Minha primeira interação com o GEAE ocorreu em janeiro de 1998 quando, após algum tempo em que eu vinha visitando o site do GEAE, eu visitei a página de links e vi que estava listada a URL de uma certa editora e livraria internacional.

Sabendo que a dita livraria e editora publicava artigos a favor do ateísmo e atacando o Cristianismo, escrevi ao GEAE explicando o fato e sugerindo que o link fosse deletado.

O Sérgio Freitas, que havia criado o website do GEAE, respondeu a meu email agradecendo pela informação, dizendo que o link seria deletado e explicando que o GEAE não tinha condição de examinar em detalhe toda informação que chegava de todos os cantos do mundo.

        A partir dali passei a visitar o site do GEAE esporadicamente, lendo artigos e baixando trabalhos disponíveis.

        Em junho de 2003, estava eu ocupado procurando artigos para alimentar a seção de artigos do site da IEJA (www.ieja.org), quando li no site do Portal do Espírito (www.espirito.com.br) um artigo muito bom escrito pelo Carlos Iglesia. Escrevi imediatamente a ele pedindo permissão para reproduzir o artigo no site da IEJA. O Ademir, que vinha cuidando da seção em inglês do site do GEAE e da edição do Spiritist Messenger, estava muito ocupado na ocasião e sem tempo para se dedicar à tarefa como gostaria. Então, após visita o site da IEJA e constatar que ele tinha uma seção em inglês, o Carlos me escreveu autorizando a reprodução do seu artigo e me perguntando se eu gostaria de ajudar a cuidar da seção em inglês do site do GEAE. Sentindo-me muito feliz e honrado com o convite, aceitei de imediato.

        Desde então tenho feito o melhor que posso para ser útil, enquanto que, indubitavelmente, os Bons Espíritos que cuidam do GEAE têm feito muito mais me ajudando. Como diz o ditado, para cada boa ação que fazemos, Deus sempre nos dá em dobro.

Renato Costa
Rio de Janeiro – Brasil

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