por Nubor Orlando Facure
Falamos em “dependência química” quando alguém usa constantemente, e em doses crescentes, uma determinada substância química.
Essa denominação pode estar errada. Não diz a verdade por inteiro, nem tudo o que ela pode envolver em seu significado.
Um simples mecanismo químico não explicaria toda a fenomenologia que abrange essa dependência.
Há outros fatores comprometedores.
Vamos aos fatos:
1 – Quanto à DROGA em si
Uma única dose não vicia.
Não é nem mesmo o tempo de uso, nem a mesma dose que provocará a dependência.
O vício varia de um indivíduo para outro.
Certas pessoas dizem que, por vontade própria, podem parar de usar uma droga — que usam quando querem usar.
O ser humano se ilude por conta própria.
Essa afirmação de autocontrole é controversa.
2 – A GENÉTICA
O risco de dependência ao álcool, por exemplo, aumenta muito quando um dos pais tem histórico de dependência.
É provável que o mesmo ocorra com as substâncias psicoativas.
Nós trazemos os genes como herança biológica.
Mas, por diversos mecanismos físicos e espirituais, trazemos do passado as tendências, os comportamentos e os talentos.
Os artistas mirins são uma prova viva disso.
3 – O AMBIENTE
O “ponto” na favela onde se compra a droga.
O local de uso.
A presença dos mesmos “amigos”.
Os objetos — as seringas ou instrumentos de aplicação das drogas — têm todos um fortíssimo potencial viciante.
O contexto ambiental vicia tanto quanto a droga.
O ritual de acender um cigarro ou tomar uma cerveja é altamente condicionante na hora do almoço e após o cafezinho.
Na verdade, somos “rede” dependentes:
O contexto,
Os rituais,
O ambiente,
O passado espiritual
— são tão ou mais viciantes que as drogas.
Lição de casa:
É melhor escolher bem:
- Onde ir;
- Com quem andar;
- No que acreditar;
E aprender a resistir à tentação de fazer o primeiro teste, afrontando nossas fraquezas.