Dois estudos sobre o Corpo e a Alma

por Nubor Orlando Facure.

 

O Computador

A inteligência artificial vem se expandindo e nos surpreendendo cada dia mais.

Não sabemos ainda o quanto seremos dependentes dela e até mesmo dirigidos por ela ou de um sistema de inteligência geral mais aperfeiçoado (AGI).

O homem transfere seus conhecimentos para o computador que passa a aprender.

A dar respostas inteligentes.

A compor textos jurídicos, médicos e literatura de bom gosto.

A resolver equações complexas.

A organizar rotinas de empresas e hospitais.

Hoje estamos vendo que esse programa pode ser chamado de “secundariamente inteligente”.

Em qualquer fase do programa IA, o seu administrador poderá perceber falhas, omissões, respostas desconexas ou inconvenientes.

A partir daí ele intervém e faz as correções necessárias.

 

O cérebro

As vezes vejo afirmações dizendo que o cérebro não pensa e é o Espírito que pensa.

Ora, o cérebro é uma construção decorrente de experiências e ajustes que a evolução selecionou em milhões de anos.

Nos seus trilhões de botões sinápticos (sinapses são os pontos de contato químico entre os neurônios. as sinapses funcionariam como o chip dos celulares ou dos computadores.

As informações não percorrem aleatoriamente entre os neurônios. Nas sinapses elas passam por filtros, ampliações, adições e bloqueios, ou seja, sofrem transformações ao passar de um neurônio para o outro.

Esse é o mecanismo que nos permite dizer verdadeiramente que o cérebro pensa.

Nessa trajetória a par e passo com o Espírito o cérebro foi acumulando conhecimentos (informações) que se sedimentaram numa organização neural extremamente complexa.

Entre o cérebro esquerdo e o direito passam 200 milhões de informações por segundo.

Nos dias de hoje podemos dizer que o cérebro pensa a partir do que o Espírito lhe fornece.

Em alguns domínios, como ao nível subconsciente, o Espírito lhe propicia a vitalidade, mas o “modus operandis” pode ser totalmente físico.

Como exemplos de processos autônomos de funcionamento podemos citar o coração, a respiração, o metabolismo celular e aqueles desejos e escolhas instintivas.

Fome, sede, sexo, raiva, medo são decorrentes de uma ordenação puramente fisiológica.

Embora, em todos esses domínios, o Espírito por decisão própria pode atuar e modificar o roteiro desses procedimentos, assim como o administrador atua no computador.

O computador com todos os seus avanços está limitado pela quantidade de memória que nele for instalado.

Assim também, podemos compreender os recursos cérebro.

O quanto de memória será instalado nele numa determinada encarnação.

As vivências de múltiplas vidas percorridas pelo Espírito lhe permitem acumular uma quantidade de memórias, experiências e talentos excepcionais.

Porém, os circuitos do cérebro em que ele está por receber numa determinada encarnação só lhe permitirá “implantar” um certo número de programas que corresponderão principalmente a facilidades com que na atual encarnação ele desenvolverá talentos, tendências e crenças.

 

O Perispírito

A literatura básica sobre o Perispírito o identifica como um corpo semimaterial, intermediário entre o corpo e a alma.

Ele é o agente que possibilita ao Espírito atuar sobre a matéria.

O Perispírito é sensível ao influxo do pensamento.

Nesse sentido, ao refletir o que pensamos, é de se esperar que ele tenha a aparência, bem como os órgãos que nossa mente constrói ao configurar nosso corpo.

Nos causaria surpresa ver o Perispírito de figuras famosas de grande beleza carnal, mas que no seu Perispírito, não conseguem disfarçar um grande contraste expressando seus conflitos e desejos impuros.

Ou, pelo contrário, pessoas abnegadas, missionárias do bem, podem ser totalmente despojadas da beleza física exibindo uma luminosidade surpreendente no Perispírito.

 

Lição de casa

O dualismo de René Descartes teve grande valor na sua época rompendo amarras que aprisionavam a ciência por longo período.

Hoje, reconhecemos claramente os dois domínios: o Corpo e a Alma. No entanto, essa diferenciação não pode condenar a interação contínua que existe entre ambos, intermediadas pelo Períspirito.

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