Nubor Orlando Facure.
Hoje em dia o termo mais adequado para definir doença mental seria transtornos neurocomportamentais.
Os atuais conhecimentos sobre o cérebro, principalmente, após a ressonância funcional, o EEG quantitativo, os exames genéticos e neuropsicológicos, revolucionaram nossa abordagem nos diversos transtornos mentais.
Os neurocientistas estão trabalhando em diversas linhas de avaliação dando aos diagnósticos uma abordagem mais abrangente.
Hoje podemos avançar nessa análise dentro dos seguintes domínios:
- O estudo por imagem para indicar as áreas cerebrais afetadas.
- Critérios clínicos mais precisos para diagnóstico das síndromes conhecidas.
- A avaliação neuropsicológica para reconhecimento de disfunções neurocomportamentais.
- O perfil genético familiar.
- Os testes de DNA para uso de medicação específica.
1- Estudo das regiões cerebrais comprometidas
A RNM funcional permitiu identificarmos as áreas cerebrais afetadas, lesionadas ou em mal funcionamento nas diversas situações clínicas dos transtornos mentais.
Hoje sabemos quais grupos de circuitos neurais estão comprometidos nos transtornos mentais.
Conexões e redes podem estar lesadas ou em mal funcionamento.
Esse paradigma tem se revelado mais abrangente que a hipótese química que atribui ao aumento ou diminuição dos neurotransmissores a origem dos transtornos da mente.
As regiões afetadas mais importantes são:
Córtex pré-frontal dorso lateral
Essa região nos permite o planejamento consciente, idealizar metas, flexibilizar nossas ações, optar por rotas paralelas ou esquemas heurísticos para solução de problemas, refletir sobre nossos atos e usar a memória de trabalho.
Córtex pré-frontal ventromedial
Relaciona-se com o comportamento afetivo, com a correção de erros como, por exemplo, corrigir o Email que escrevi errado, com a percepção e expressão das nossas emoções e com o esforço de focalizar a atenção.
Córtex Órbitobasal
Comportamento social, tomada de decisões, avaliar os riscos de uma ação, inibir respostas inapropriadas, principalmente, num contexto social para não desagradar o chefe ou a cunhada.
Ínsula de Reil
Faz parte do sistema límbico; o nosso cérebro emocional.
Ela nos dá o significado emocional para os sons, o sabor e os cheiros.
Daí sua ligação com desejos, nojo, medo, vingança e culpa.
Giro Cíngulo
Sua porção anterior monitora nossos erros.
Substância negra
Atua no controle da marcha e outros movimentos automáticos.
Núcleo Accunbens
Tem relação direta com nosso sistema de prazer e recompensa.
Hipocampo
Porta de entrada para a memória de curto prazo e sua transferência para a memória de longo prazo.
Mesencéfalo
Possui núcleos relacionados com o estado de alerta e os ritmos de sono. Porta de entrada da consciência.
Cada uma dessas regiões descritas acima, se forem afetadas física ou funcionalmente, produzirá um tipo específico de transtorno neurocomportamental que o paciente passa a manifestar.
2- As síndromes clínicas
Os manuais clínicos da psiquiatria estão sempre se atualizando para nos fornecer protocolos e questionários que apontam os critérios para o diagnóstico clínico, por exemplo, para:
Esquizofrenia;
Depressão;
TOC;
TDAH;
Comportamentos opositor e antissocial;
Ansiedade generalizada;
Crises de pânico;
Demências;
Transtorno bipolar.
3 – A avaliação neuropsicológica a partir de um protocolo de testes nos permite confirmar os seguintes quadros clínicos:
Desatenção;
Hiperatividade;
Perda de memória;
Impulsividade;
Distúrbios do pensamento;
Delírio;
Alucinações;
Dislexia;
Agressividade;
Apatia;
Perda da libido;
Prejuízo motor.
4 – Testes genéticos
Nos esclarece sobre a ocorrências de um padrão genético específico, geralmente com múltiplos genes afetados.
5 – A identificação do perfil genético nos permite testes químicos para a melhor decisão na escolha de medicamentos indicados na terapia.
Tratamentos alternativos:
A reeducação do Espírito.
Já aprendemos que não basta corrigirmos os sintomas mediados por desvios químicos.
Nos foi ensinado que a medicação seda o corpo, mas não aquieta o Espírito.
Para reprogramar o Espírito é preciso atuar em vários domínios cognitivos:
Nas funções executivas.
Nos comportamentos afetivos, sociais e motivacionais.
Na disciplina e equilíbrio do pensamento.
O conhecimento atual nos sugere acrescentarmos essas outras formas de terapia como coadjuvantes ao uso corriqueiro da medicação fartamente popularizada.
Como, por exemplo, recompor as conexões neurais afetadas usando:
Atividade física prazerosa.
Reeducar a mente, sugerindo um novo padrão de pensamentos.
Estímulos magnéticos trans cranianos.
Terapia cognitiva comportamental.
Neuro feedback.
Terapia ocupacional em tempo integral.
Meditação.
Desenvolvimento espiritual, com apoio e prática de normas de conduta.
Lição de casa
O Espírito perturbado.
O corpo adoece.
Corpo doente.
Necessidade de resgate.
Provas e dificuldades.
Oportunidade de redenção.