40 - Serão os cometas,
como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de
formação?
Isso
está certo; absurdo,
porém, é acreditar-se na influência deles.
Refiro-me à influência que vulgarmente lhes atribuem,
porquanto todos os corpos celestes influem de
algum modo em certos fenômenos físicos.
De
acordo com o site
www.cometas.xpg.com.br,
a partir de
informações colhidas da Agência Espacial
Norte-Americana (NASA – National Aeronautics and Space
Administration):
“Essencialmente,
cometas são ‘pedras de gelo sujo’. O
gelo dessas pedras é formado principalmente por material volátil (passa diretamente
do estado sólido para o estado gasoso) e a ‘sujeira’ é constituída
principalmente por poeira e pedras (dos tamanhos mais variados).
Cometas
são objetos do Sistema Solar (estão presos
gravitacionalmente ao Sol). Ao contrário dos planetas, cujas
órbitas
são quase circulares (a distância de um planeta ao Sol
varia pouco), os cometas têm órbitas muito
elípticas,
o que realça o seu aproximar-afastar do
Sol. Quanto mais distante for o afélio de um cometa (ponto de
sua
órbita mais distante do Sol) mais tempo o cometa levará
para dar uma volta
completa em torno do Sol.”
De
acordo com as informações contidas no referido site, os cometas dividem-se em 3 (três) partes, a saber:
a) NÚCLEO:
É a parte central [sólida] de um cometa, formada por gases congelados, gelo e
restos rochosos. O núcleo é, aproximadamente, do tamanho de uma montanha
da Terra. Estando bastante afastado do Sol, o cometa apresenta-se apenas com o
seu núcleo.
b) COMA:
É uma nuvem de gás, conhecida vulgarmente como “cabeleira”, mais ou menos
esférica, que circunda o núcleo de um cometa, nuvem essa que
se origina da vaporização do material congelado, graças à aproximação do Sol. O
NÚCLEO e a COMA formam, juntos, a “cabeça” do cometa. As comas dos cometas podem atingir a
extensão de até meio
milhão de quilômetros a partir do núcleo.
c) CAUDA:
A cauda
de um cometa, que pode se estender por milhões de quilômetros, é constituída
pelos materiais desintegrados da superfície do NÚCLEO, formando uma trilha. O
cometa possui duas
caudas: uma de poeira,
situada ao longo da sua trajetória orbital, que é arrancada e deixada para
trás, à medida que se desloca no espaço, e outra de íons ou gás,
sempre apontada na direção contrária ao Sol.
Segundo
consta em “A Gênese” (cap. VI, Uranografia
Geral, itens 28 a 31), os cometas são denominados “astros
errantes”, cuja natureza
intrínseca é diversa da dos corpos planetários,
não tendo por
destinação, como estes, servir de habitação
a humanidades. O papel
dos cometas, embora modesto, é muito útil, pois estes
servem de “exploradores” dos impérios solares.
Como
se vê, tudo tem uma utilidade na Natureza. Sendo assim, Deus não criaria os
cometas ou qualquer outra coisa inutilmente. É o que se infere do item 30, cap.
VI, de “A Gênese”:
“[Os cometas] vão
sucessivamente de sóis em sóis, enriquecendo-se, às vezes, pelo caminho, de
fragmentos planetários reduzidos ao estado de vapor, haurir, nos focos solares,
os princípios vivificantes e renovadores que derramam sobre os mundos
terrestres. (Cap. IX, nº 12.)”
Não
se atribua, porém, a estes astros qualquer papel místico
ou catastrófico, como se acreditava
antigamente. No cap. IX, item 12, de “A Gênese”
(Revoluções do Globo), colhemos a seguinte
informação:
“Quanto
aos cometas, estamos hoje
perfeitamente tranqüilizados com relação à
influência
que exercem, mais salutar do que nociva, por parecerem eles destinados
a
reabastecer os
mundos, se assim nos podemos exprimir, trazendo-lhes os
princípios vitais
que eles armazenam em sua corrida pelo espaço e com o se
aproximarem dos sóis. Assim, pois, seriam antes fontes de
prosperidades, do que mensageiros de desgraças.”
Entretanto,
não cabe aos Espíritos revelar aos homens aquilo que eles podem descobrir por
si mesmos.
No
mês de janeiro de 2005, a NASA lançou uma sonda (Deep Impact) conduzida
por um foguete (Delta 2), que decolou
da Base Aérea do Cabo Canaveral, destinada a colidir com o cometa “Tempel 1”,
há mais de 132 milhões de quilômetros da Terra, a fim de estudar o interior do
astro. A
missão tinha por objetivo ajudar os cientistas a descobrir mais informações
sobre a formação do Sistema Solar e
o papel dos cometas no desenvolvimento da Terra.
O
encontro da sonda com o cometa, que estava previsto para ocorrer no prazo de 6
(seis) meses, a partir do lançamento, já aconteceu, estando sendo examinados os
dados colhidos.
41 - Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de
novo no Espaço a matéria que o compõe?
Sim,
Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.
No cap. VI de
“A Gênese”, no item 48 e seguintes, sob o
título “A Eterna Sucessão dos Mundos”,
verificamos que a destruição dos
astros, tanto quanto a formação destes, é
presidida por “uma única lei, primordial e geral”,
que foi “outorgada ao Universo, para lhe assegurar eternamente a
estabilidade,
e que essa lei geral nos é perceptível aos sentidos por
muitas ações
particulares” designadas como “forças diretrizes
da Natureza”, cuja harmonia, “considerada sob o duplo
aspecto da eternidade e do espaço, é garantida por essa
lei
suprema” (ob. cit., p. 131).
O
desaparecimento dos mundos, tal como acontece com os seres vivos,
é “uma transformação da matéria
inanimada” e “não menos exato é dizer-se que
para a
substância é de toda necessidade sofrer as
transformações inerentes à sua
constituição”
(ob. cit., p. 132).
Essas mesmas
leis e forças “vão também presidir à
desagregação de seus elementos constitutivos, a fim de os
restituir ao laboratório onde a potência criadora haure
incessantemente as condições de estabilidade
geral. Esses elementos vão retornar à massa comum do
éter, para se
assimilarem a outros corpos, ou para regenerarem outros sóis. E
a morte não será
um acontecimento inútil, nem para a Terra que consideramos, nem
para suas
irmãs. Noutras regiões, ela renovará outras
criações de natureza
diferente e, lá onde os sistemas de mundos se desvaneceram, em
breve renascerá outro
jardim de flores mais brilhantes e mais perfumadas.” (ob. cit, p.
133).
Por isso,
“a eternidade
real e efetiva do Universo se acha
garantida pelas mesmas leis que dirigem as operações do tempo.
Desse modo, mundos sucedem a mundos, sóis a sóis, sem que o imenso mecanismo
dos vastos céus jamais seja atingido nas suas gigantescas molas.” (ob. cit., p. 134).
Estes
ensinamentos, bem compreendidos, constituem grande estímulo para nós outros,
encarcerados, temporariamente, no escafandro do corpo físico.
Eles são
um convite permanente de renovação e de esperança, estimulando-nos sempre a
meditar na sabedoria do Criador, cujos desígnios, profundamente sábios, foram
concebidos para a nossa ventura, que repousa nas forças do Amor indelével
que nos irmanará num mundo ditoso ou
feliz, mundo esse que começa em nosso interior, em cada pensamento, em cada
ato que praticamos diariamente.
Não
estamos à deriva nesta imensa nave espacial chamada Terra. Temos um rumo, cujo
norte aponta para as luminosas lições deixadas por Jesus. Por isso, devemos prosseguir,
lutando e perseverando sempre pelo bem de tudo e de todos, porque vale a pena
viver, apesar das dificuldades.
Agora abordaremos a última questão do item Formação
dos Mundos, que trata da idade dos mundos. Como se sabe, “as dimensões tempo e espaço
constituem limites para demarcar estágios e situações para a mente, nas faixas
experimentais da evolução” (In Sublime
Expiação. Pelo Espírito VICTOR HUGO. Apud O Espiritismo de A a Z, FEB, p. 475).
Para Deus,
que tem o atributo da Eternidade, poderíamos dizer que o tempo não existe.
Espíritos em evolução que somos, estamos mergulhados na vida eterna, sendo que,
para nós o tempo seria “uma dimensão física
que nasce do movimento, mas quando este supera a velocidade da luz, o tempo não
consegue acompanhá-lo, anula-se, extingue-se”. (In SANTANNA, Hernani
T. Notações de Um Aprendiz. Apud O Espiritismo de A a Z, FEB, p. 475).
42 - Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação
dos mundos: da Terra, por exemplo?
“Nada
te posso dizer a respeito, porque só o
Criador o sabe e bem louco será
quem pretenda sabê-lo, ou conhecer que número de séculos dura essa formação.”
Qual é a idade do Planeta Terra? Esta é uma
questão que atormenta o homem desde tempos remotos. A idade da
Terra e do
Universo é de grande importância para as teorias
cosmológicas. (Cosmologia: “Ciência afim da
astronomia, que trata da estrutura do Universo.”
Dicionário Aurélio).
No decorrer do
tempo, os homens idealizaram várias maneiras de “contar” o tempo geológico.
(Geologia: “Ciência cujo objeto é o conjunto da origem, da formação e
das sucessivas transformações do globo
terrestre, e da evolução do seu MUNDO ORGÂNICO.” (Dicionário Aurélio).
De acordo com
o site [
www.ceticismoaberto.com/ciencia/universeage.htm],
“o estudioso hebreu Dr. John Lightfoot (1602-1675),
vice-chanceler da Universidade de Cambridge, construiu uma cronologia da
história de genealogias bíblicas.
Ele calculou que o mundo foi criado ao equinócio em setembro de 3.298 AC, à
terceira hora do dia (9 da manhã).”
Segundo o site [
www.seara.ufc.br/especiais/fisica/lordekelvin/kelvin2.htm],
outro homem se aventurou a contar a idade da Terra, com base no
critério bíblico.
Teria sido o Arcebispo Usher, da Irlanda, que “fez uma
árvore genealógica dos personagens da Bíblia e
concluiu que a
Terra foi criada às 9 horas da manhã de 26 de outubro do
ano 4004 AC. Teria,
hoje, portanto, 6000 anos”.
Com o
progresso humano, a ciência passou a adotar métodos mais objetivos de contagem
da idade do Planeta, a exemplo da observação da espessura das camadas de areia
e perda de calor da Terra (Lord Kelvin ou William Thompson), os quais foram,
com o passar do tempo, sendo substituídos por outros de maior precisão. Com
isso, o homem foi descobrindo, gradualmente, que a idade do planeta era bem
maior do que inferia, a princípio.
Departamentalizando
suas descobertas, os cientistas denominaram geocronologia como a
ciência que estuda os métodos de
determinação do tempo geológico, registrado nas
rochas.
O Instituto de
Geociências da USP informa que atualmente existem dois modos de
saber a idade
de uma rocha: o método
relativo, “que observa a
relação temporal entre camadas geológicas” e
o método absoluto, que “utiliza princípios
físicos da
radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. Esse
método está baseado nos princípios da
desintegração
(ou decaimento) radioativa.
Desta maneira, o uso desse método [também conhecido como
‘datação radioativa]
só foi possível depois da descoberta da
radioatividade (1896), no final do século XIX”. (...) Cada
grão mineral é um cronômetro do tempo
geológico. Assim que ele
se forma, tem início o decaimento radioativo” [
www.igc.usp.br/geologia/geocronologia.php].
Explica o
mencionado site que, apurando a
quantidade de determinado elemento presente em um mineral (chamado
“elemento-pai”) e a quantidade de outro (identificado como “elemento-filho”), é
possível saber há quanto tempo está acontecendo o decaimento radioativo, e, portanto,
quando o mineral se formou.
E conclui a
referida página:
“A
idade da Terra foi calculada pelo método
absoluto e indica que o nosso planeta tem 4,56 BILHÕES DE ANOS,
portanto bem mais velho do que os estudiosos antigos imaginavam.
Porém, o
registro mais antigo do planeta, determinado em cristais contidos em
rocha, tem 4,4 bilhões (Austrália). A Terra está
em
constante mudança. Sua crosta está continuamente sendo
criada,
modificada e destruída (saiba mais sobre o ciclo das rochas).
Como resultado,
rochas que registram a história embrionária do planeta
não foram encontradas e
provavelmente não existem mais. Portanto, a idade da Terra
não pode ser obtida diretamente de
material terrestre.
Então
como saber que a Terra tem essa idade? Os cientistas presumem que todos os corpos do Sistema Solar se
formaram na mesma época, inclusive os meteoritos
(provenientes do cinturão de asteróides). Sendo assim, como os meteoritos são corpos
extraterrestres que caem na superfície da Terra, eles podem ser datados e sua idade é a
mesma da formação do planeta, ou seja, 4,56 bilhões de anos. Esta idade foi determinada,
pela primeira vez, por Claire Patterson em 1956, usando os isótopos de chumbo (Pb).
Nos Estados
Unidos existem correntes religiosas
que ainda defendem a idade de 6000 anos
para a Terra e lutam para que isso seja ensinado nas escolas, juntamente
com a TEORIA CRIACIONISTA (Deus é criador do Homem e do Planeta, como está
escrito na Bíblia), em detrimento à teoria
da evolução de Darwin, que com o método absoluto de datação e uma Terra com
bilhões de anos, se torna incontestável.”
Por estas considerações
emanadas dos cientistas humanos, parece-nos razoável deduzir que os Espíritos
foram humildes, ao reconhecerem que somente o Criador sabe o número de séculos
que dura a formação dos mundos, aí incluída a Terra, sobretudo se levarmos em
consideração que o FCU – Fluido Cósmico Universal,
de onde se origina a matéria densa, é imponderável aos aparelhos humanos,
conforme ensinam os Espíritos Superiores.
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Notas
do GEAE