Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 13 -
Número 484 - 2004
9 de novembro
de 2004
IV Congresso
Espírita Internacional
No início de outubro
passado ocorreu em Paris o IV Congresso Espírita Internacional
em comemoração aos 200 anos do nascimento de Allan
Kardec. Foi um evento extraordinário por reunir em Paris - a
cidade que viu surgir o Espiritismo no século XIX - mais de
1.000 espíritas de vários países. A
presença majoritária era de brasileiros, mas não
faltaram representantes de todos os países que participam do
Conselho Espírita Internacional.
Assisti ao Congresso junto a um grupo organizado pela RW Turismo, um
agência de Turismo aqui de São Paulo que tem a
característica de seus donos serem espíritas e devido a
isso acabou incluindo em seus programas pacotes de interesse
espíritas. Só este grupo tinha cerca de 100 pessoas.
Chegamos um pouco antes do início do Congresso e ficamos
até depois do seu final, o que permitiu aliar o evento com a
oportunidade de conhecer a "Cidade Luz". Tenho que confessar
também que foi impossivel deixar de cabular algumas palestras
para ir um pouco mais além nas visitas.
Paris é uma cidade magnifíca e - observando-se seus
monumentos históricos e urbanismo extraordinário -
é fácil de entender o que ela representava na
época de Napoleão III, quando o Livro dos
Espíritos foi colocado a venda na Galeria d´Orleans, no
Palais Royal. E mais profunda ainda é admiração
que se sente por Allan Kardec ao entender-se o quão arrojada foi
sua posição, pois apesar da liberdade de pensamento que
caracterizava a sociedade francesa não se pode esquecer que o
Espiritismo trazia idéias revolucionárias. A doutrina
lançava uma nova visão sobre a humanidade, mostrando o
quão mesquinhas e transitórias eram as
ambições humanas, estabelecendo as bases da verdadeira
fraternidade entre os povos, isto justamente no centro mais prestigiado
do poder e do orgulho europeus. Era primeiramente para os
cidadãos desta cidade, que comprariam o Livro dos
Espíritos nas suas livrarias, que os espíritos lembravam
que a verdadeira civilização ainda não existia na
terra, pois entre nós ainda reinavam a injustiça e o
desamor (vide questão 793).
Palais Royal - Jardins e ao fundo a Galeria D´Orleans
O transcurso do Congresso foi muito bom, falou-se extensamente dos
aspectos históricos que levaram o prof. Rivail ao estudo dos
fenômenos espíritas e destes a Codificação.
Em paralelo foi realizada uma exposição, onde foi
lançado um CD especial sobre o bicentenário em varias
linguas. Congresso e exposição permaneceram todos
os dias lotados, mesmo considerando que muitos fizeram o mesmo que eu e
aproveitaram todas as chances para passear por Paris. No metro e nos
principais pontos turisticos era fácilimo encontrar pessoas as
pastas do congresso ...
Era tanta gente reunida que ficava até dificil
encontrar as
pessoas que só conhecemos por e-mail e mais ainda conversar mais
longamente. De certa forma o sucesso foi tão grande que alguns
pequenos desafios para o futuro ficaram patentes. A escala dos eventos
espíritas está mudando e a organização
precisa prever melhores condições para reunir
confortavelmente tanta gente de locais tão distantes. Precisa-se
também começar a pensar em horários mais
flexíveis para as palestras, deixando intervalos livres maiores
para eventos paralelos e reuniões entre amigos que se encontram
apenas nestes eventos. O horário da manhã seria melhor
aproveitado nestes casos que em palestras sucessivas, pois com a
questão do fuso horário, estas se tornavam bastante
pesadas.
Outra questão fundamental para o futuro do Espiritismo é
a questão da lingua oficial destes eventos. A
tradução simultânea, talvez pela dificuldade dos
interpretes de entenderem termos técnicos espíritas,
deixou algo a desejar. Amigos de lingua inglesa sofreram um pouco para
acompanhar as palestras e, mesmo os brasileiros, tiveram alguma
dificuldade quando outros idiomas eram falados. Precisamos pensar em
resolver este problema com a adoção de uma ou duas
linguas que sejam oficiais nestes eventos e a capacitação
de interpretes profissionais para o dominio do vocabulário
espírita. E para que isto seja realidade precisamos incentivar o
uso destas linguas na comunicação entre espíritas
de países diferentes, enquanto que em cada país deve-se
investir o máximo possivel na divulgação nas
linguas nacionais. Não somente reencarnação e
espírito devem ser palavras de uso corrente em outros idiomas,
mas todo o vocabulário espírita precisa ser de
fácil acesso para quem se disponha a traduzi-lo.
Me parece que este Congresso marca o início de uma nova etapa do
movimento espírita, aquela em que - tendo atingido a maturidade
em terras brasileiras - ele começa a retornar ao velho mundo. Os
países europeus, duramente atingidos pelas turbulências do
séc. XX, vivem atualmente um estado de espírito
caracterizado pela descrença nos valores religiosos e pelo
imediatismo material. Parece que se vive das glórias passadas
sem esperanças de novos brilhos no futuro. Há uma
carência enorme de fé e de valores morais
sólidos. Somente o Espiritismo pode trazer aos velhos
países da Europa a renascença da Fé raciocinada e
do Cristianismo Redivivo, não aquele das catedrais imponentes,
mas o do "amar ao próximo como a sí mesmo".
Muita Paz,
Carlos Iglesia
Editor GEAE
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Um
Diálogo Fraterno sobre a Ciência & Espiritismo IX
(Continuação do Artigo
iniciado no
Boletim
476)
Conclusão
Pelas idéias debatidas podemos concluir que o conceito de
ciência está mais ligado aos métodos de trabalho, a
forma como as novas idéias são propostas e testadas, do
que propriamente a um campo específico de estudo. As
ciências ordinárias desenvolveram inicialmente estes
métodos para o estudo da matéria e, com o surgimento do
Espiritismo, surgiram também os desenvolvimentos
metodológicos que permitem lidar com os fenômenos que
escapam aos estreitos limites destas ciências.
Estes métodos, como quaisquer outros métodos cientificos,
devem ser avaliados por seus resultados, pela capacidade que tem de
fornecer uma descrição da realidade sob estudo,
descrição naturalmente aproximada e que evolui conforme
novos conhecimentos surgem e novas teorias são construidas e
validadas. Dentro desse enfoque, os resultados dos estudos
espíritas, tem permitido elaborar de forma bem sucedida uma
teoria dos fenômenos mediúnicos e - indo além do
que é costumeiro nas ciencias ordinárias - deles derivar
uma filosofia de vida espiritualista bastante completa. Dos
fenômenos descritos e previstos até o "porquê" da
vida formam na Doutrina Espírita um conjunto coerente e
sustentável de conhecimentos.
As ciências ordinárias, por motivos históricos,
preferem abster-se dos "porquês", e rejeitam qualquer
explicação que extrapole os limites auto-estabelecidos da
presente existência material, isto é uma escolha
filosófica, mesmo que não se goste de admití-lo.
Esta escolha filosófica - que pode ser chamada de materialista,
por negar o lado espiritual da realidade - independe dos métodos
e dos resultados, até pelo contrário, os determina. Uma
vez que toda questão espiritualista é rejeitada
a priori
não há como encontrar evidências dela. Prova disto
foram a metapsíquica e a parapsicologia que vêm tentando
há mais de um século desenvolver teorias alternativas a
hipótese espírita da sobrevivência da alma e de sua
possibilidade de comunicação com os espíritos. O
resultado destas duas escolas - que inclusive sempre lutaram por seu
reconhecimento como ciência - foram teorias fragmentárias
e muitas vezes mirabolantes para evitar a explicação bem
mais simples e abrangente de que somos seres espirituais
transitoriamente em estágio no corpo de carne e que
consequentemente temos possibilidades que extrapolam as
condições da matéria.
A escolha filosófica das ciências ordinárias
não impede que outras escolhas existam e nem que escolas de
pensamento que as adotem sejam tão científicas quanto
elas. O
estudo científico do espírito é possivel e da
mesma
forma é possível e é isto que realiza o
Espiritismo. As posições individuais de cientistas devem
ser julgadas dentro de seus campos de conhecimento e conforme os
métodos reconhecidos de validação do conhecimento
cientifico nestes mesmos campos. Fora de seus campos de conhecimento e
fora de seus métodos suas posições são
basicamente opinões que podem ser válidas ou não.
A visão do grande publico de uma "Ciência"
homogênea, composta de pessoas que possam dar um veredito
do que é ciência ou do que não é, que de
suas academias julgam e validam as descobertas, é em
grande parte uma grande simplificação da realidade social
do "fazer-se ciência". Existem cientistas, universidades,
institutos de pesquisa, revistas de divulgação,
congressos, etc... onde a ciência é feita e discutida de
forma descentralizada e autonoma. A divulgação do
trabalho destas entidades sociais pela midia é que gera a
visão de uma "Ciência" enquanto ente independente.
Da mesma forma, a divulgação das opiniões mais
correntes nestas entidades é que leva a acreditar que a
ciência "aprova" ou "desaprova" isto ou aquilo. E em um mundo
extremamente materialista - no sentido de valorização das
coisas imediatas e materiais em detrimento das coisas espirituais - a
maioria desta opinião é materialista, o que não
significa que a "ciência" - no sentido de um corpo organizado de
conhecimento adquirido através das gerações - o
seja necessariamente.
Isto posto, definido que a Ciência - por si só -
não tem como ser materialista ou espiritualista - tudo
dependendo da escolha filosófica dos cientistas na
definição e aplicação dos métodos -
resta agora sumarizar a questão da relação entre
as descobertas das ciências ordinárias e as descobertas da
ciência espírita.
As Ciências Ordinárias - como foi amplamente explicado no
debate - utilizando-se de seus métodos de trabalho, chegam a
conhecimentos sobre o mundo material, mundo este que compreende
tudo o que chamamos de "energia" e suas derivações, como
a própria matéria. As ciências ordinárias
não buscam conhecimentos sobre o mundo espíritual, pois o
negam a priori. Qualquer descobertas "espiritualista" nestas
ciências será completamente casual e sempre
receberá uma interpretação materialista ou nenhuma
interpretação. Exceções, como a
insistência do cientista William Crookes no século passado
de constatar a realidade espiritual com o uso de seus métodos
cientificos, serão tratadas pelas entidades sociais acima
mencionadas
como excentricidades e até serão combatidas por abalar as
premissas filosóficas não-declaradas.
As teorias são sempre descrições aproximadas da
realidade, sempre abstraindo algumas variáveis e utilizando
outras para
a descrição, estes modelos e os conhecimentos derivados
deles são utilizados dentro dos métodos cientificos para
previsões que serão observadas experimentalmente. A
comprovação experimental destas previsões
determina o maior ou menor sucesso da teoria.
A Doutrina Espírita, com seus métodos de trabalho, estuda
o mundo espiritual e suas relações com o mundo material.
Sendo o espírito e o mundo espiritual realidades
"físicas" e não abstrações é
razoavel raciocinar que em algum ponto suas interações
com o mundo material gerarão fenômenos observáveis
pelas
ciências ordinárias. Mesmo sua presença na tecitura
da realidade, de algum modo, deverá se encaixar nas futuras
fórmulas matemáticas que descreverão o Universo.
Agora o grande problema é que o distanciamento dos campos de
observação - e a própria filosofia diferente -
torna muito dificil a extrapolação dos resultados de uma
para outra. Por exemplo, no século XIX os espíritos
preferiram utilizar a palavra "fluído" para indicar um estado da
matéria não tangível e imperceptível aos
nossos sentidos.
Era uma palavra corrente na ciência da época. Pois bem, em
sua evolução a ciência modernizou seu
vocabulário e hoje não fala mais de fluídos, sendo
"energia" e "campo" as palavras que melhor se aproximariam do conceito
espírita. Mas uma modernização da palavra
"fluído"
cairia em um erro conceitual razoável - do mesmo modo que o
"fluído" das ciências ordinárias do século
XIX
não era o "fluído" dos espíritos, a "energia" e o
"campo"
atuais não tem as mesmas propriedades deste, sendo mais
provavelmente derivações do "fluído material"
descrito
pelos espíritos. "Energia" e "Campo" são conceitos
associados a teorias - aproximações da realidade - que
descrevem eventos no "mundo material". Segundo os espíritos, o
mundo real e primitivo, do qual deriva o mundo material, é o
mundo espiritual, assim, possivelmente, em futuro distante as
equações matemáticas dos modelos cientificos
descreverão ambos e o mundo material será um caso
particular de aplicação destas.
Talvez o campo mais promissor de aproximação com as
ciências ordinárias, seja a Cosmologia, onde a
observação em grande escala, força modelos de
descrição da realidade que chegam muito próximos
aos das doutrinas espiritualistas. A tecitura do Universo, por
trás dos eventos físicos observados no cosmo, é
mais aparente que nos eventos de pequena escala do dia-a-dia. Mas mesmo
assim não se pode esquecer que consiguimos, com nossos
aparelhos, observar apenas uma das faces da realidade, a material.
A Física Moderna, por outro lado, observando o muito pequeno,
também poderia chegar a trazer pistas importantes das
interações entre espírito e matéria,
porém suas teorias matemáticas são ainda muito
complexas e é um campo ainda em rápida
evolução. Talvez seja necessário aguardar seu
amadurecimento para dai extrair de suas descobertas as pistas que
possam levar aos aspectos transcedentes da vida.
O cientista espírita deve portanto focar em seus métodos
e campo de estudo, buscando desvendar os segredos da natureza que
estão além das descobertas das ciências
ordinárias, usando-as quando possível, mas sempre tomando
o cuidado de reconhecer que lidam com objetivos diferentes. O grande
publico espírita, por outro lado, deve se acautelar contra
simplificações exageradas das descobertas das
ciências ordinárias e principalmente das
extrapolações indevidas de suas descobertas para o campo
espírita. Extrapolações simplistas que muitas
vezes mais contribuem para o descrédito da doutrina que para o
convencimento dos céticos.
Não será utilizando "linguajar" científico
"moderno" nem
usando simplificações erradas que se convencerão
os
cientistas da realidade do espírito, somente métodos
rigorosos e bem estabelecidos, com resultados controlados e
verificaveis, que se mostrará de forma irrefutável que a
realidade não está limitada ao que chamamos de vida
material. E mais que isso, que se tenha em mente, que enquanto a
opção geral do mundo for por uma sociedade apegada aos
valores materiais, a entidade social a que chamamos de "Ciência"
não mudará radicalmente sua opinião.
Indivíduos
corajosos poderão fazê-lo, mas dificilmente veremos
modificações de grande escala em universidades,
academias, institutos e assim por diante. Eles são reflexos do
meio social e somente quando este meio mudar, eles mudarão.
A Doutrina Espírita postula em sua filosofia - embasada em seu
corpo de conhecimentos adquiridos através de seus métodos
de estudo - que somente a transformação individual
modificará a sociedade, e isto é válido para a
Ciência também, e assim, até lá, sejamos
conscientes de que a relação entre Ciência &
Espiritismo deve ser cooperativa - sendo que este último tem a
obrigação de se manter sempre a par com a primeira,
abandonando qualquer teoria que esta prove errada (considerando todos
os aspectos da questão discutidos neste debate) - mas nunca
vista de forma simplista.
Notas
[1] - “Epistemologia é o ramo da Filosofia que estuda a
investigação científica e seu produto, o
conhecimento científico.” (BUNGRE, 1987)
Bibliografia
BUNGRE, M.
Epistemologia. 2.a
ed. São Paulo: T. A. Queiroz
Editor. 1987.
KARDEC, A.
Iniciação
Espírita. 13.a ed.
Brasília: EDICEL, 1995. (O livro é o primeiro volume das
obras completas de Allan Kardec reunindo os textos - O Espiritismo em
sua mais simples expressão; O que é o Espiritismo;
Instruções práticas sobre as
manifestações espíritas)
Wilber, K.
Quantum Questions,
Shambhala Publications, Boston 2001.
Retorno ao
Índice
Fim
Curso
Ciência
& Espiritismo II, Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil
(Continuação do Artigo
iniciado no
Boletim
483)
Aula
2: O Método Científico e um pouco mais sobre Ciência
1. MÉTODO
CIENTÍFICO
Todas
as atividades na vida requerem métodos para a sua
execução.
Desde o simples ato de respirar aos mais complexos mecanismos de
produção em uma indústria, utilizam métodos
de
execução. Como não poderia deixar de ser, a
prática científica requer a definição de
métodos específicos tanto para o estudo básico
de uma disciplina científica (métodos pedagógicos)
quanto para o desenvolvimento, propriamente dito, do conhecimento
científico. É sobre este último tipo de
método
que vamos discutir nesta aula.
A
expressão “método científico” se refere,
portanto, ao conjunto de orientações e passos pelos
quais uma pesquisa científica deve passar para que seus
resultados sejam válidos. O método científico
envolve o uso de ferramentas especiais que, muitas vezes, só
servem para as pesquisas em uma única disciplina
científica
ou em uma única área específica dentro dela.
Essas ferramentas que compõem o método científico
de cada ciência são definidas pelo paradigma ou
núcleo
teórico central (ver aula anterior) da mesma. Por exemplo, em
Física, os desenvolvimentos teóricos devem seguir com
muita fidelidade as propriedades e leis matemáticas. Em
Biologia, eles devem seguir os conceitos e funções
biológicas já estudados anteriormente. As
experiências
devem ser criadas e preparadas de modo a garantir que os efeitos
observados só dependam das causas mais relevantes que
estão
sendo estudadas. Enfatizamos que são os paradigmas que
determinarão as causas mais relevantes para cada fenômeno.
Desta forma, percebemos que não existe uma receita de bolo
para o método científico. Não existe um
único
método que seja válido e aplicável a todo
e qualquer fenômeno ou todo e qualquer problema teórico
de qualquer ciência. Mas o que é comum a todos os casos
é a necessidade de seguir-se um método que garanta,
qualifique e/ou quantifique a validade do resultado do trabalho de
pesquisa. Atribui-se ao método científico a
função
de fornecer o nível de exatidão ou de imprecisão
(dependendo do caso) dos resultados das pesquisas. É essa
informação que torna o resultado da pesquisa válido,
aplicável ou útil dentro de determinados
limites (também em acordo com o paradigma da ciência).
A
diferença
entre a mera especulação intelectual e um resultado
verdadeiramente científico é que o segundo foi obtido
aplicando-se um método científico na sua análise
e desenvolvimento. Como dito na aula anterior, a criatividade gera
idéias que são, então, especulações
intelectuais. Quando se usam as ferramentas do método
científico da respectiva área do conhecimento para
estudar e desenvolver essas especulações, os resultados
da pesquisa se tornam científicos. O que não pode
acontecer é considerar idéias iniciais como verdades
científicas mesmo que elas se refiram a temas
científicos.
Allan
Kardec definiu um método que claramente merece o adjetivo
científico, para análise das mensagens
provindas do plano superior. Elas visam garantir que o conteúdo
das mesmas tenha validade e utilidade. Primeiramente, devemos aplicar
o bom senso para ver se o conteúdo fere
princípios
básicos conhecidos sobre a moral, os costumes, a ciência
e a natureza. Em seguida, nos casos onde o conteúdo não
pode ser avaliado por nossos conhecimentos, deve-se aplicar o
consenso universal dos espíritos que diz que “Uma
só garantia séria existe para o ensino dos
Espíritos: a concordância que haja entre as
revelações
que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande
número
de médiuns estranhos uns aos outros e em vários
lugares.” (Ítem II da
Introdução
do Evangelho Segundo o Espiritismo [1]. Fonte em
itálico
original). Toda a codificação espírita teve base
na aplicação destes dois métodos.
Já
dissemos que uma função do método
científico
é atribuir valores aos resultados. Existe um consenso de que
toda teoria deve ser verificada através dos fatos, mesmo que
essa verificação se dê em acordo com os
princípios do núcleo teórico central ou
paradigma da disciplina científica. Nesse aspecto, Kardec foi
claro (ítem VII da Introdução de O Livro dos
Espíritos [2]): “Desde
que a Ciência sai da observação material dos
fatos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo
está
aberto às conjeturas. Cada um arquiteta o seu
sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para
fazê-lo
prevalecer. Não vemos todos os dias as mais opostas
opiniões
serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como
erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades
incontestáveis? Os fatos, eis o verdadeiro critério
dos nossos juízos, o argumento sem réplica. Na
ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem
ponderado.” (grifos nossos).
Portanto,
a
verificação das teorias através dos fatos, sejam
eles provocados através de experimentos controlados ou,
simplesmente, observados na natureza, faz parte daquilo que chamamos
de método científico.
Abaixo
discutiremos alguns outros aspectos sobre ciência e sobre como
se define o método científico no caso de uma pesquisa
dita interdisciplinar, isto é, que envolve objetos de
estudo que pertencem, ao mesmo tempo, a mais de uma disciplina
científica.
2. UM
POUCO MAIS SOBRE CIÊNCIA
A
estrutura de uma disciplina científica, apresentada na aula
passada, composta por um núcleo teórico central, um
conjunto de hipóteses auxiliares que fazem a ponte entre o
núcleo central e os fatos e um conjunto de regras negativas
e positivas que mantém o processo em desenvolvimento,
constitui aquilo que Imre Lakatos (filósofo da ciência)
designou como sendo um programa científico de pesquisa
[3]. Segundo Chibeni a exigência fundamental de
um programa
científico de pesquisa é que a sua estrutura
teórica
forneça previsões corretas para novos e diferentes
fatos. Que diríamos de um serviço de meteorologia que
não acertasse uma de suas previsões ou se as pontes
caíssem na passagem do primeiro automóvel? No
mínimo
diríamos que a Meteorologia e a Engenharia não são
ciências! Ainda bem que ambas são, de fato, nobres
ciências cujo desenvolvimento tem oferecido mais conforto em
nossas vidas.
Uma
boa teoria científica deve possuir, portanto, as seguintes
características [3]: i) consistência
– a teoria
não pode conter contradições; ii) coerência
– a teoria deve possuir princípios que se apoiam mutuamente;
e iii) abrangência – a teoria deve explicar o maior
número de fenômenos possíveis dentro do conjunto
de objetos estudados pela disciplina científica. A
função
do método científico, portanto, é assegurar que
essas três condições são satisfeitas em
qualquer trabalho de pesquisa científico.
O
nível de desenvolvimento atingido pelas disciplinas
científicas aliado à descoberta ou
percepção
de que muitos fenômenos da natureza possuem
características
e propriedades pertencentes a mais de uma disciplina, estão
incentivando o desenvolvimento de projetos de pesquisa
interdisciplinares ou multidisciplinares, isto é,
que envolvem mais do que uma disciplina científica. Pesquisas
sobre a vida, sobre novos materiais e sobre questões de ordem
social e econômica, por exemplo, são exemplos de temas
multidisciplinares. Nesses casos o método científico
que trará informação sobre a validade dessas
pesquisas incluirá métodos específicos de
todas as disciplinas científicas envolvidas. O aspecto
coerência deve ser satisfeito. Se, por exemplo, em uma
pesquisa sobre a estrutura da molécula do DNA que envolve, ao
mesmo tempo, Física, Química, Matemática e
Biologia, culminar com um resultado que contradiz os princípios
biológicos, por exemplo, esse resultado não terá
valor pois estará incoerente com o núcleo
central de uma das disciplinas científicas básicas.
Desta forma, os rigores dos métodos de pesquisa de todas as
disciplinas envolvidas devem ser aplicados de modo a obter-se
resultados que sejam válidos em todas as áreas
envolvidas.
Qualquer
projeto de pesquisa espírita, ou de interesse espírita,
teórico ou prático, que envolva conceitos e idéias
provenientes de outras disciplinas científicas (como a
Física
que, ultimamente, está na moda) tem, por definição
do conceito de ciência, que satisfazer aos paradigmas ou
núcleos centrais de cada uma delas, incluindo os da
ciência
espírita. É imprescindível aplicar-se os rigores
dos métodos de pesquisa, ou métodos científicos,
de cada disciplina científica e do Espiritismo, de forma
coerente e consistente de modo a produzir-se um
resultado que tenha validade ou utilidade. Isso
distingue a mera especulação de um verdadeiro resultado
científico. É importante lembrar que o trabalho de
Kardec seguiu todos esses rigores. Kardec, diante dos fenômenos
das mesas girantes, primeiro analisou o problema sob a luz dos
conhecimentos científicos de sua época, aplicando os
rigores pertinentes ao fenômeno. Somente depois de verificar
que o fenômeno apresentava uma realidade espiritual por
detrás,
é que Kardec mudou o rumo de suas pesquisas. Além
disso, Kardec, de forma muito sábia e científica, não
propôs, com base na ciência de sua época, teorias
para determinados tópicos espíritas como, por exemplo,
a constituição íntima da substância que
compõe o perispírito. Neste caso, é importante
mencionar que Kardec não teria como verificar nenhuma proposta
desse tipo experimentalmente ou através da observaçao
de fatos. O máximo que Kardec fez foi “emprestar” dos
conhecimentos científicos de sua época alguma
terminologia ao usar, por exemplo, a palavra “fluidos” em
analogia àquilo que se acreditava existir para a eletricidade
e o magnetismo.
Na
próxima aula, começaremos a falar sobre algumas
propostas de pesquisa científica dentro, apenas, dos
paradigmas do Espiritismo ou da Ciência Espírita.
Falaremos ainda sobre como os trabalhos de pesquisa científica
são analisados antes de serem divulgados para a comunidade
científica. Discutiremos um pouco mais sobre a idéia de
comprovação científica de algum conceito
ou resultado novo.
Referências
[1]
A. Kardec, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Editora FEB, 112a. Edição
(1996).
[2]
A. Kardec, O Livro dos Espíritos, Editora FEB, 76a.
Edição, (1995).
[3]
S. S. Chibeni, O Espiritismo em seu tríplice aspecto
Parte II 2003, Reformador Setembro, pp. 38-41.
Continua
no próximo Boletim
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Divaldo
psicografa Denis e fornece evidências da comunicabilidade dos
espíritos, Jáder Sampaio, Brasil
Divaldo Pereira Franco
Psicografia durante a abertura do Congresso
Prezados Amigos de LIHPE,
A Rádio Boa Nova
publicou a
psicografia que Divaldo Franco fez de Léon Denis no 4o.
Congresso Internacional de Espiritismo. Estou enviando a vocês
uma cópia da letra de Denis enquanto encarnado. (em anexo) Notem
que apesar das diferenças gráficas, as letras foram
traçadas seguindo a linha que Denis utilizava enquanto encarnado
(observem onde o lápis seria colocado no início do
desenho da letra e como ele seguiria o seu curso até o final do
desenho da letra). Tendo sido psicografada em espelho, é uma
peça digna de estudo mais detido e de análise para
corroboração da tese da comunicabilidade dos
espíritos.
A psicografia de Denis pode ser encontrada no site abaixo.
Fraternalmente,
Jáder Sampaio
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Questões
Intrincadas sobre o Espiritismo VII
(Continuação
do Artigo iniciado no Boletim 478)
8)
Kardec usa extensamente trechos da bíblia para apoiar o
espiritismo, conferindo, com esta atitude, autoridade aos textos
bíblicos. Afinal, seria absurdo ele escrever um livro inteiro
que foi o Evangelho Segundo o Espiritismo, baseado em textos de
conteúdo duvidoso. No entanto, por que são analisados
apenas trechos que reforçam o espiritismo? Por que considerar
alguns textos como dignos de citação e outros não?
Mais uma vez, nos
reportamos aos critérios que nos foram indicados por Kardec:
Razão e Bom-senso. Os diversos livros da Bíblia sofreram
maior ou menor adulteração. Recomendamos a leitura de “A
Sabedoria do Evangelho” de Carlos Torres Pastorino, “Analisando as
Traduções Bíblicas”, de Severino Celestino da
Silva e “A Bíblia à Moda da Casa” de Paulo da Silva Neto
Sobrinho. São excelentes obras para sabermos distinguir o que
deve ser entendido e aceito do que se lê na Bíblia. E,
podemos dizer, que seguimos estritamente a Bíblia: “Examinai
tudo retende o que é bom (1Ts 5, 21).
*
De onde você
concluiu que Kardec tenha escolhido temas que "reforçam o
espiritismo"? Trechos em que o Mestre fala da caridade, do amor a
nossos irmãos, da obediência às leis de Deus, por
acaso são trechos que “reforçam o espiritismo”? Kardec se
ateve aos temas essenciais com relação à mensagem
de Jesus. Kardec mostrou que os ensinamentos de Jesus não
estão em desacordo com a mensagem dos Espíritos
superiores. Kardec até prestou uma importante "ajuda" com o
capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado "Moral
Estranha". Se consideradas ao pé da letra, algumas palavras de
Jesus seriam completamente contraditórias com sua mensagem de
amor. Mas, mais uma vez, a razão entra em cena para mostrar o
sentido relativo daquelas palavras. Neste capítulo, Kardec
não reforça apenas o Espiritismo, mas todo o Cristianismo
ao mostrar o sentido mais racional para algumas palavras de Jesus que
outras crenças cristãs não têm como explicar.
Por outro lado, existem
muitas outras passagens cuja interpretação à luz
da Doutrina Espírita é bastante esclarecedora e
"reforça" o Espiritismo. Por exemplo, a menção que
fizemos sobre a conversa do centurião com Jesus não foi
aproveitada por Kardec. No entanto ela "reforça" e muito um dos
pontos básicos do Espiritismo, qual seja, a fé
raciocinada.
9)
Por que é tão comum no meio espírita o discurso de
que “a bíblia foi escrita por homens, e portanto está
sujeita a falhas...” Ou, então, “o conteúdo da
bíblia está relacionado ao contexto da época em
que ela foi escrita”. Ou ainda “houve problemas de
tradução” e “houve interesses humanos que adulteraram o
conteúdo da bíblia”. Ora, se há tantos argumentos
que colocam em dúvida a autenticidade da bíblia, porque
Kardec utilizou trechos bíblicos para mostrar que os
ensinamentos dos Espíritos estão presentes nas escrituras?
Você pergunta o
por que de Kardec ter utilizado trechos da Bíblia. Kardec usou
trechos da Bíblia porque falava a uma comunidade cristã e
era inspirado pelo próprio Jesus e por fiéis seguidores
de
Jesus. Ademais, como poderia ele esclarecer questões religiosas
aos cristãos sem utilizar a Bíblia que eles conheciam? As
questões sobre a vida após a morte sempre pertenceram
ao campo de estudos das religiões. A Bíblia, nesse
aspecto, tem grande influência e respeito no mundo ocidental,
mesmo sabendo dessas alterações intencionais e erros
devido a tradução. Kardec, ao contrário do que as
pessoas que não estudam o Espiritismo dizem, buscou mostrar que
o Espiritismo não estava em desacordo com os ensinamentos
cristãos essenciais e que, mesmo diante dessas
alterações e erros, era possível encontrar
verdades espíritas em muitos de seus trechos.
*
Não só a
Bíblia como toda e qualquer obra escrita em qualquer
tradição cultural tem que ser lida tendo em mente o
contexto em que foi escrita. Essa preocupação é
básica para qualquer estudioso, seja um médico, um
físico, um geógrafo, um economista ou um profissional de
qualquer especialidade. Por que deveria ser diferente no caso de obras
religiosas? É evidente que não é.
*
Com
relação aos erros de tradução e interesses
humanos que distorceram as escrituras, sugerimos que o irmão
estude as obras que citamos acima. A esse propósito, é
bom que se diga que o discurso sobre os erros e falhas não
é de origem espírita. Historiadores do mundo inteiro
podem explicar as razões pelas quais a Bíblia
contém alterações de origem tanto
lingüística (quando se faz traduções de uma
língua para outra) quanto de origem proposital (quando existem
interesses por parte dos poderosos).
10)
Poder-se-ia dizer que Kardec selecionou apenas os textos da
bíblia relacionados à moralidade. Ele mesmo diz isso na
introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo (p.25-26)
“essa parte [moral evangélica] será objeto exclusivo
desta obra”. No entanto, no capítulo 3, ele fala sobre
pluralidade dos mundos habitados, no capítulo 4 ele fala sobre
reencarnação, no capítulo 6 ele fala sobre o
“consolador prometido”. Ou seja, ele não se detém
exclusivamente na moralidade. Por quê?
Realmente o Codificador
não se deteve apenas nos ensinamentos morais e a
introdução diz que tal se daria. Ë bom lembrar,
porém, que a introdução foi obra de Kardec e
não dos Espíritos. Obra de um único
Espírito (Kardec) ela própria, a
Introdução, não conta com a chancela do
ensinamento universal dos Espíritos. Kardec, quando comenta ou
introduz qualquer assunto nas obras da Codificação, deixa
bem claro que é ele que está falando. E em nenhum lugar
ele se disse diferente ou mais especial que qualquer Espírito,
encarnado ou não. Logo, tudo o que ele, Kardec, escreveu
não faz parte dos ensinamentos dos Espíritos, sendo
apenas o que são, comentários ou
introduções pessoais suas. Pareceres de um
Espírito singularmente sábio, sem dúvida, mas de
um único Espírito.
Apesar do que acabamos
de dizer, ainda assim o amigo se engana profundamente nesta
questão! Cada capítulo que você citou possui
discussões de extrema importância para o aspecto moral dos
ensinamentos de Jesus. Vejamos:
i) Ao discutir a
pluralidade dos mundos habitados, Kardec mostrou que o destino do ser
humano é o progresso espiritual e que todos os seres evoluem.
Não estamos destinados a ficar para sempre em nosso planetinha
pois o Universo abriga inúmeros mundos onde os Espíritos
continuam seu progresso em situações
inimagináveis. Essa idéia nos ajuda a suportar os
problemas cotidianos que, perto da grandeza que nos aguarda, se tornam
pequenos contratempos que podemos superar. O que é uma vida
difícil perto das oportunidades que a imortalidade nos oferece?
O que é um vício perto das alegrias que nos aguardam no
futuro? Isso nos ajuda sim a sentir mais força moral contra
nossas inúmeras fraquezas.
ii) A
reencarnação, como mencionado anteriormente, revela a
bondade e justiça do Criador. Ao saber que podemos reencarnar
para cumprir responsabilidades abandonadas por nós, nos
motivamos a vivenciá-las hoje para que, pelo contrário,
tenhamos um futuro mais produtivo. A certeza da sobrevivência da
alma e da possibilidade de "nascer de novo" nos dá forças
para empreendermos nossa reforma íntima.
iii) O Espiritismo
é com certeza o Consolador Prometido. Isto pois ele ajuda as
pessoas a não se revoltarem com Deus quando os entes queridos
desencarnam. Evitando a revolta, o Espiritismo asserena os
corações e os enche de motivação para que
se tornem pessoas boas para merecerem o reencontro futuro pois
também sabemos que se nos entregamos à revolta, ao
desânimo e aos vícios, nos afastaremos dos entes queridos.
Portanto, o aspecto consolador da Doutrina Espírita
fortalece-nos para a vivência dos ensinamentos morais.
Como se vê, caro
amigo, Kardec foi muito mais sábio do que a gente imagina. Como
já explicamos, o Espiritismo, quando visto sob o conjunto de
seus princípios, demonstra uma forte consistência e
coerência que o torna uma Doutrina muito sólida.
Continua
no próximo Boletim
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Índice
DVD Homenageia Allan
Kardec em seu Bicentenário
A Versátil Home Vídeo,
tradicional empresa que
lança mensalmente no mercado brasileiro filmes europeus em DVD,
já disponibilizou, no formato digital, grandes clássicos,
como O Leopardo, Fellini 8 ½, Cinema Paradiso, O Boulevard do
Crime, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha; e
documentários sobre personalidades, como Juscelino Kubistchek,
Federico Fellini, Luchino Visconti, Roberto Rosselini, Guiomar Novaes,
entre outros. Agora, a Versátil lança no mercado
brasileiro, em 4 de outubro, o DVD O
ESPIRITISMO - DE KARDEC AOS DIAS
DE HOJE, em comemoração ao Bicentenário de
Nascimento do pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard
Rivail, mais conhecido em todo o mundo como Allan Kardec, o Codificador
do Espiritismo.
Dirigido pelo cineasta Marcelo
Taranto e interpretado pelo ator Ednei
Giovenazzi, bastante semelhante fisicamente a Allan Kardec, e com
narração da atriz Aracy Balabanian, O ESPIRITISMO - DE
KARDEC AOS DIAS DE HOJE é o primeiro DVD do mundo baseado nas
obras de Allan Kardec. O DVD contém legendas em 8
línguas: Português, Francês, Espanhol,
Inglês,
Italiano, Alemão, Esperanto e Sueco. Além disso,
trata-se de um DVD para uso universal
(com os dois sistemas de cor
padrões NTSC/PAL e multizonal), podendo ser reproduzido
em
qualquer aparelho de DVD ou televisor do mundo.
Segundo Oceano Vieira de Melo,
fundador e diretor da Versátil
Home Vídeo, esse DVD é o primeiro do mundo com legendas
em Esperanto e também o primeiro 100% Espírita. “O filme
aborda com clareza a Filosofia, a Ciência e a Religião
Espírita, que conta com 10 milhões de adeptos no Brasil e
cerca de 30 milhões de simpatizantes”, diz Vieira de Melo.
O Brasil é a maior
nação Espírita do mundo
Milhões de
Espíritas em todo o mundo estão
celebrando este ano o bicentenário de nascimento de Allan Kardec
(1804-2004), o Codificador do Espiritismo, principalmente no Brasil (a
maior Nação Espírita do mundo) e na França,
onde a principal celebração dessa data importante
será o 4º Congresso Espírita Mundial, entre os dias
2 e 5 de outubro, em Paris, nas dependências da La Maison de la
Mutualité, local tradicional de Congressos e Seminários
na capital francesa.
Organizado pelo Conselho
Espírita Internacional (CEI), o evento
promoverá palestras, mesas redondas e atividades sobre a obra de
Kardec e o movimento Espírita no mundo. Na ocasião
será lançado também o DVD O ESPIRITISMO - DE
KARDEC AOS DIAS DE HOJE, uma produção da
Federação Espírita Brasileira (FEB) com
distribuição da Versátil Home Vídeo.
SINOPSE DO DVD
Em comemoração ao
Bicentenário
de Nascimento de
Allan Kardec (1804-2004), o Codificador do Espiritismo, a
Versátil Home Video produziu, sob licença da
Federação
Espírita Brasileira (FEB), o DVD do
filme
O ESPIRITISMO - DE KARDEC AOS
DIAS DE HOJE. Esta
Edição Especial
tem menus e legendas em oito
línguas, incluindo Esperanto, pela primeira vez apresentado num
DVD. Além disso, trata-se de um DVD para uso universal (com dois
sistemas de cor padrões NTSC/PAL e, também, multizonal),
podendo ser reproduzido em qualquer aparelho ou televisor do mundo.
O filme traz uma visão
geral sobre os preceitos básicos
da Doutrina Espírita e sua contribuição para o
progresso e a felicidade do ser humano. Abrangendo desde as obras que
compõe a Codificação do Espiritismo por
Allan
Kardec ao Movimento Espírita da atualidade, o DVD
é uma
excelente introdução à Filosofia, à
Ciência e à Religião Espírita.
Biografia de Allan Kardec (1804-1869)
Hippolyte Léon Denizard
Rivail nasceu em Lyon, França, em
3 de outubro de 1804. Estudou em Yverdon (Suíça) com o
célebre Johann Heinrich Pestalozzi, de quem se tornou um
eminente discípulo e colaborador. Aplicou-se à propaganda
do sistema de educação que exerceu grande
influência sobre a reforma dos estudos na França e na
Alemanha. Lingüista insigne, falava alemão, inglês,
italiano, espanhol e holandês. Traduziu para o alemão
excertos de autores clássicos franceses, especialmente os
escritos de Fénelon (François de Salignat de la
Mothe)
O Educador
Fundou em Paris, com sua esposa
Amélie Gabrielle Boudet, um
estabelecimento semelhante ao de Yverdon. Escreveu gramáticas,
aritméticas, estudos pedagógicos superiores; traduziu
obras inglesas e alemãs. Organizou, em sua casa, cursos
gratuitos de química, física, astronomia e anatomia
comparada.
Membro de várias
sociedades sábias,
notadamente da Academia Real de Arrás, foi premiado, por
concurso, em 1831, com a monografia
Qual
o Sistema de Estudo Mais em
Harmonia Com as Necessidades da Época? Dentre as suas
obras,
destacam--se:
Curso prático e
teórico de
aritmética segundo o método de Pestalozzi (1824);
Plano
apresentado para o melhoramento da instrução
pública (1828); e
Gramática
francesa clássica
(1831).
O Codificador
Foi em 1854 que o Prof. Rivail
ouviu falar nas mesas girantes,
fenômeno mediúnico que agitava a Europa. Em Paris, ele fez
os seus primeiros estudos do Espiritismo. Aplicou à nova
ciência o método da experimentação: nunca
formulou teorias pré-concebidas, observava atentamente,
comparava, deduzia as conseqüências; procurava sempre a
razão e a lógica dos fatos. Interrogou os
Espíritos, anotou e ordenou os dados que obteve. Por isso
é chamado Codificador do Espiritismo. Os autores da Doutrina
são os Espíritos Superiores. A princípio, Rivail
objetivava apenas sua própria instrução. Mais
tarde, quando viu que tudo aquilo formava um conjunto e tomava as
proporções de uma doutrina, decidiu publicar um livro,
para instrução de todos. Assim, lançou O Livro dos
Espíritos em 18 de abril de 1857. Adotou o pseudônimo
Allan Kardec, em referência a uma precedente existência, a
fim de diferenciar a obra espírita da produção
pedagógica anteriormente publicada.
O Divulgador
Em janeiro de 1858 lançou
a
Revue Spirite (Revista
Espírita) e em abril do mesmo ano fundou a
Sociedade Parisiense
de Estudos Espíritas. Em seguida, publicou
O que é o
Espiritismo (1859),
O Livro
dos Médiuns (1861),
O
Evangelho
Segundo o Espiritismo (1864),
O
Céu e o Inferno (1865) e
A
Gênese (1868). Kardec desencarnou em Paris, em 31 de
março
de 1869, aos 64 anos, em razão da ruptura de um aneurisma. Seu
corpo está enterrado no cemitério Père-Lachaise,
na capital francesa. Seus amigos reuniram textos inéditos e
anotações no livro
Obras
Póstumas, lançado
em 1890. O túmulo de Allan Kardec no cemitério
Père-Lachaise em Paris é o mais visitado por pessoas de
todo o mundo e também o mais florido da França.
Retorno ao Índice
Léon Denis traduzido para o Sueco,
Franklin Santana Santos, Suécia
Caros irmãos em
ideal espírita
Que Jesus seja sempre a
nossa maior fonte de inspiração!
Como havíamos
prometido gostaríamos de comunicar mais uma conquista da
Espiritualidade Maior em ´´ Terras vikings``. Estamos
lançando o 1o livro do filósofo do Espiritismo-
Léon
Denis em língua sueca. O título em francês é
Le
pourquoi de la vie. Que
no idioma sueco ganhou o título de Varför
Lever Vi? (Porquê nós vivemos?)
Comunicamos,
também, que encontra-se disponível no site da entidade
espírita ANDARNA o livro O que é o Espiritismo na sua
mais simples expressão- Le
Spiritisme à sa plus simple expression- Spiritismens
betydelse, Uppgift och anspråk I sitt enklaste uttryck
do nosso amado
mestre Allan Kardec.
Os
livros estão disponíveis, inicialmente , em formato de
pdf para leitura on-line e quando dispusermos de recursos e
encontrarmos uma editora interessada em imprimí-los à
preços módicos estaremos
oferecendo-os, também, na forma de livros
impressos.
Estamos
anexando um fotografia de cada livro para à apreciação
dos caros irmãos.
Spiritismens
betydelse, Uppgift och anspråk I sitt enklaste uttryck - Allan
Kardec.
Varför
Lever Vi ?-Léon Denis
Terminamos com cordiais
saudações e abraços fraternos.
Atenciosamente
Irmãos do grupo
Andarna-Estocolmo-Suécia.
http://www.andarna.se
Retorno ao Índice
Book Green Light -
André Luiz/Francisco Cândido Xavier, Elsa Rossi, Reino
Unido
Caros amigos,
O Grupo Espírita de Brighton
(SGB) tem a alegria de informar a todos
que, no ano do Bicentenário de nascimento do Mestre Allan
Kardec, está
lançando em inglês, o livro Sinal Verde (GREEN LIGHT), de
autoria do espírito André Luis, através do querido
médium Francisco Cândido Xavier.
Estaremos recebendo pedidos, os quais serão entregues a
partir de 12 de dezembro de 2004.
Preço de lancamento: UK - 6 libras - USA
- 10 dolares - Europa - 8.60 euros
Para pedidos acima de 10 exemplares - 35% de desconto. Os
preços não incluem o valor do frete.
Maiores informações favor escrever para o diretor do SGB,
sr. Publio Lentulus, pelo e-mail:
publiolentulus@msn.com
Fraternal abraço,
Elsa Rossi - secretaria.
GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" -
http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins