por Nubor Orlando Facure.
Estamos progredindo muito nas ciências do cérebro.
Quero chamar a atenção para várias de suas propriedades autônomas.
O que eu quero dizer é que ele reponde a determinados estímulos independente do Espírito.
O Espirito o vivifica , comanda, decide, mas isso não exclui a neurofisiologia própria do cérebro.
André Vesálius, foi expulso de Paris em 1543, porque seus desenhos da anatomia do corpo humano davam a impressão de que os próprios múculos se contraiam produzindo movimentos, independente da ação da Alma.
Franz Gal, foi expulso de Viena quando fez a Frenologia em 1804. A igreja o acusava de estar fragmentando a Alma, quando desenhou no crânio sua proposta de localizaçao de múltiplas funções no cérebro.
As experiências neurocirúrgicas com o cérebro exposto, mostram que, estimulos elétricos, pontuais, na superfície do cérebro, faz o paciente falar, ver, lembrar do passado ou ter comportamentos estranhos sem participação de sua consciência.
Lembro-me bem que Emmanuel nos ensina que, frequentemente, os medicamentos acalmam o cérebro, mas não o Espirito.
Allan Kardec, ao falar sobre alucinações, propõe que, algumas delas, são visões que o Espirito “vê em seu próprio cérebro”; penso que isso nos lembra a leitura que fazemos dos textos na tela do computador.
Qualquer um de nós sabe que o óxido nitroso provoca riso irresistível por efeito direto no cérebro. Sem perguntar ao Espírito se ele achou graça na piada.
A neurociência, usando exames de ressonância funcional, tem mostrado quais áreas estão ativas quando falamos, escrevemos, comprendemos o significado de uma palavra, sentimos o gosto amargo ou adocicado das frutas e até mesmo quando estamos em oração, mas nenhum estímulo elétrico provocado por um neurocirurgião consegue fazer esse cérebro produzir a Quinta Sinfonia ou escrever as frases poéticas de Fernando Pessoa:
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

