por Nubor Orlando Facure.
1 – Neurônios que se excitam juntos permanecem juntos
O mesmo estímulo repetido diversas vezes consolida informações nas sinápses.
Recapitular diversas vezes a lição favorece a memorização.
De tanto repetir as palavras e as licões a gente não as esquece mais.
Isso também acontecerá com a dor.
Um estímulo nocivo que produz dor repetido por muito tempo leva ao aparecimento das dores neuropáticas e crônicas de difícil solução.
2 – Usar para não perder
Cada um de nós perde milhares de neurônios por dia.
É preciso usar para não perder.
Quanto mais se usa mais forte fica.
A poda se inicia pela árvore de dendritos.
Pacientes depressivos perdem esses neurônios na região do hipocampo onde se iniciam nossas memórias.
3 – Lei do “tudo ou nada”
Um neurônio quando estimulado pelos seus vizinhos, só se despolariza se esses estímulos atingirem determinado nível de voltagem de disparo.
O neurônio não se contenta com pouco.
Ou recebe tudo que suporta para despolarizar ou não haverá resposta.
Atingido o limite que exige – na voltagem padrão que ele determina – a resposta vem com tudo – deu o começo, não para mais até esgotar a corrente iônica que desencadeou-se a partir do estímulo recebido.
4 – Fazer o mais com o menos
O cérebro organiza a economia.
Quando jovem jogamos força fora.
O Novato abusa do que tem.
Um tenista experimentado faz suas jogadas com o mínimo de cérebro.
Ele antecipa até a resposta do adversário para economizar.
O jogador novato esgota seu cérebro e mesmo assim só faz um mínimo de pontos.
5 – Uso extra significa córtex extra
O cego amplia o córtex da audição – escuta mais o que não pode ver.
O violinista que trabalha as mãos expande a área motora.
O orador a área da fala.
O taxista a da orientação espacial.
Quanto mais percepção e mais execução mais extensão acrescentamos no cérebro.
A atividade remodela neurônios.
6 – A sobrevivência primeiro
Toda experiência física produz um efeito psicológico.
Todo fenômeno psicológico tem representação cerebral.
Ninguém pensa sem o cérebro.
O que o cérebro comunica ao corpo depende em grande parte do que o corpo comunica ao cérebro.
O corpo fornece pistas emocionais para o cérebro: salve primeiro a vossa pele.
Pelo cheiro isso me parece ser venenoso.
Se vejo fumaça, ali deve ter fogo.
7 – A Emoção somos nós em cada célula
O sistema nervoso se estende por todo o corpo.
E todo corpo está dentro do Cérebro.
A fome, a dor, a febre, as drogas, os níveis hormonais, tudo que atingir nosso corpo altera algum ponto do nosso cérebro.
8 – A memória se organiza espalhando informações
É mais seguro que engavetar – podemos perder a chave das gavetas.
Não há no cérebro um lugar único e fixo para a memória.
9 – As informações espalham-se desmembrando, por exemplo, as características do objeto – cor, forma, movimento, onde está, para que serve – cada aspecto numa área em particular.
Esse é um dos aspectos computacionais do cérebro: ele faz suposições – talvez eu consiga; cria regras – isso eu não posso; generaliza o que pode – já conheço bem; monta uma biblioteca de classificações dos objetos – entre o ouro e o mercúrio fico com o primeiro; produz conceitos: maior, menor, perto, longe, conheço isso, desconheço aquilo.
O pequi é uma fruta do cerrado amarela e cheia de espinho.
Sua árvore tem o tamanho de uma laranjeira.
A gente como pequi com arroz.
10 – Recapitular é reconstruir
No rio, não se molha os pés na mesma água.
Na mente, não se vive um novo amor duas vezes.
11 – O cérebro se utiliza de pistas para preencher suas lembranças
Estou chegando em Uberaba.
Preciso achar um caixa no Banco para sacar dinheiro.
Vejo a torre da igreja.
Ali perto está a Prefeitura.
Perto da Prefeitura tem um Banco.
E no Banco o caixa que preciso.