Capítulo 05 – Antigos e modernos sistemas do mundo

por Joel Matias

 

CAPITULO V

ANTIGOS E MODERNOS SISTEMAS DO MUNDO

    Na antiguidade, desconhecendo as leis da física e sem dispor de qualquer instrumento de observação além de seus sentidos, os homens acreditavam que o Sol girava em torno da Terra, que se constituía em uma superfície circular plana.  O céu era uma abóbada cheia de ar apoiada nos bordos da Terra, sendo as estrelas pontos luminosos engastados nela. Entendiam ser as chuvas provenientes das águas superiores que escapavam pelas frestas da abóbada. Ao perceber movimento dos astros explicavam como sendo o resultado da rotação da abóbada arrastando consigo as estrelas nela fixadas. Mais tarde percebeu-se que a abóbada teria que ser uma esfera inteira, oca, contendo no centro a Terra, chata ou convexa, habitada em sua parte superior, sem poder-se explicar qual o seu suporte.

    As Teogonias pagãs situavam o inferno nos lugares baixos, sob a Terra, estando o Céu nos lugares altos, além das estrelas.

    Observadores da Caldéia, Índia e Egito notaram que certas estrelas tinham movimento próprio – as estrelas errantes ou planetas. Notou-se a imobilidade da Estrela Polar em cuja volta outras descreviam círculos oblíquos, chegando-se ao conhecimento da obliquidade do eixo da Terra. Verificações da estrela polar em diferentes latitudes levou à descoberta da esfericidade da Terra, por Tales, de Mileto, em 600 A.C.. Pitágoras em 500 A.C. descobriu o giro da Terra sobre seu eixo e seu movimento junto com os outros planetas em torno do Sol. Hiparco em 160 A.C. Inventou o astrolábio relativo aos eclipses, manchas do sol, revoluções da Lua.

    Tais conhecimentos, entretanto, ficaram restritos aos filósofos e seus discípulos por mais de 2.000 anos. Em 140 D.C. Ptolomeu compôs um sistema misto em que a Terra seria o centro do Universo, com uma região elementar (terra, agua, ar e fogo) e uma etérea composta de onze céus superpostos, além dos quais estaria o Empíreo (habitação dos bem-aventurados). No início de 1.500 D.C. COPÉRNICO, à partir das ideias de Pitágoras, apresentou o Sol como o centro do sistema planetário, sendo a Lua o satélite da Terra. Com Galileu, inventor do telescópio (1.610), o sistema de Copérnico veio a ser confirmado, reconhecendo-se que as estrelas são sóis – centros de outros sistemas planetários- as constelações são agregados aparentes que desapareceriam se delas pudéssemos aproximar-nos.

    Tais conhecimentos, divulgados graças à tipografia tornaram-se públicos tornando minoria os sustentadores das velhas ideias. Descerrou-se a venda e os homens puderam melhor fazer ideia da sublimidade da obra Divina.  Em seguida vieram: Kepler que descobriu serem elípticas as órbitas dos planetas, sendo o Sol um dos focos. Newton descobriu a lei da gravitação universal, Laplace criou a mecânica celeste.

    A Astronomia tornou-se uma Ciência com base no cálculo e na geometria, uma das pedras fundamentais da GÊNESE após 3.300 anos de Moisés.


  Fonte: BOLETIM GEAE | ANO 10 | NÚMERO 428 | JANEIRO DE 2002

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