por Joel Matias
CAPÍTULO II
D E U S
Existência de Deus – Da natureza divina – A Providência – A visão de Deus.
Existência de Deus
- Deus é a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo o que existe.
- “Pelo efeito se julga uma causa” “Todo efeito inteligente decorre necessariamente de uma causa inteligente”.
- Ao contemplar uma obra de arte conclui-se somente poderia tê-la produzido um homem de gênio, nunca um idiota ou um animal, menos ainda que teria sido obra do acaso.
- Ao contemplar a Natureza, notando-lhe a sabedoria, a providência, a harmonia, ou seja, efeitos inteligentes que superam a capacidade humana, somente se pode concluir ser obra de uma inteligência superior à Humanidade.
Muito embora as forças materiais atuem mecanicamente, pelas leis de atração e repulsão, como as plantas nascem, brotam, crescem e se reproduzem sempre da mesma maneira, por ação do calor, eletricidade, luz, umidade, não se pretende afirmar que tais forças sejam inteligentes. São postas em ação, distribuídas apropriadamente de modo a produzir um efeito útil por uma causa inteligente. “Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras“.
Da natureza divina
Falta-nos o sentido próprio para compreender a natureza divina, o qual só adquiriremos com a completa depuração do espírito. Podemos, no entanto, conhecer seus ATRIBUTOS:
1)- Deus é a suprema e soberana inteligência;
2)- Deus é eterno; (Não teve começo nem fim).
3)- Deus é imutável;
4)- Deus é imaterial; (Se não o fosse estaria sujeito a mudanças).
5)- Deus é onipotente;
6)- Deus é soberanamente justo e bom; (Se tivesse qualquer resquício de maldade, não poderia ser infinitamente justo, bom e perfeito).
7)- Deus é infinitamente perfeito;
8)- Deus é único;
Assim, qualquer religião, filosofia, dogma, que estiver em contradição com quaisquer destes atributos divinos, não poderá estar com a verdade. “A religião perfeita será aquela cujos artigos de fé jamais contrariem tais atributos, suportando a prova de verificação sem nada sofrerem“.
A Providência.
A ação providencial divina se faz sentir nas menores coisas, demonstrando que tudo vê, a tudo preside, está em toda a parte agindo através das LEIS GERAIS DO UNIVERSO de modo que toda a criatura está submetida à sua ação, sem que haja necessidade da intervenção incessante da Providência.
Imaginemos um fluido inteligente que preencha todo o universo, de modo que a Natureza inteira esteja mergulhada neste fluído divino. Assim, todos os seres estão saturados dele, de modo que qualquer pensamento, por menor que seja, estará diretamente em contato com o Criador. “Estamos NELE como ELE está em nós“.
Assim como uma sensação em qualquer parte do corpo é percebida pelo espírito, através do fluído perispirítico , também o pensamento de qualquer criatura será instantaneamente sentido por Deus.
Admitindo-se que deva haver um centro de onde a Soberana Inteligência irradie incessantemente por todo o Universo, pode-se supor também que percorra constantemente todas as regiões do espaço, ou ainda que não necessite movimentar-se por sua CONSCIÊNCIA abranger todo o Universo, podendo assim estar em qualquer local ao mesmo tempo.
A visão de Deus
Enquanto encarnados podemos ter a compreensão de Deus através de seus atributos. Somente nossa alma pode ter a percepção de Deus, percepção esta que será maior à medida que o espírito progrida moralmente através de suas várias encarnações, despojando-se das imperfeições que lhe toldam a visão espiritual, até alcançar a plenitude de suas faculdades. Somente as almas puras, portanto, possuem a faculdade de ver o Criador.
Fonte: BOLETIM GEAE | ANO 09 | NÚMERO 426 | DEZEMBRO DE 2001