Sentindo frio em minha alma
Retenho ondas de imaginação
Quero saber tudo o que me espera
Agora mesmo volto rumo ao norte
Finjo conhecer tudo além
Mas sei que não sei nada
Volto para meu ser e descubro
Que não posso fazer o que me convém
Na agonia desiludo
Passar anos e anos em eterno amor
O melhor de tudo é mesmo o bem
Não devo me vangloriar
Penso que estou melhor
E diante da morte
Tenho que aceitar a sorte
De ter te conhecido
E ver no desconhecido
Que a morte é o grande passo
Para desvendar que a sorte
É sim, um ato de amor
Que surge para nossa felicidade
Graças ao nosso exclusivo trabalho
Na construção do universo
Impotente me tornei
De olhos cansados não consigo ver
De corpo caído não consigo andar
De braços fechados não consigo lhe abraçar
Mas alta, aberta, aguardo o teu sorriso
Que venha me dizer que continuo vivo
Agora a agonia passou
E vejo que estou melhor que antes da morte
E com sorriso no olhar aguardo o seu abraço
No reconfortante caminho da plenitude
Do que mais queria te encontrar
E você surge linda e deslumbrante
E me procura em cada canto
Como os pássaros na migração
Retornei ao meu lar
Olhei para o céu e chorei
Minhas lágrimas eram de felicidades
Mas foram também caindo em angústia
Reconhecendo que muito mais poderia ter feito
Não pude me conter ao te rever
Em alto e belo pedestal dos grandes seres
Que seguem em nossos corações de amizade
Com sinceridade não me recriminei
Apenas percebi que estou muito aquém do seu eterno amor
O que isso importa? É a vida!
Ah se puder regressar!
Sentir o teu cheiro perfumado
Quando caminhava na relva
Nos lírios dos campos
Nas mãos dadas
E no olhar de apaixonado
Mas, na labuta dura da lida
A esperança na caridade
Ei de rever-te algum dia ao reconhecer
Que a morte é a vida
Vade Mécum
Poema psicografado por Raul Franzolin Neto em 21/07/2015