Um ensaio teórico sobre a estabilidade de grandes construções espirituais

Como citar: A. F. da Fonseca, Jornal de Estudos Espíritas 11, 010207 (2023), DOI: https://doi.org/10.22568/jee.v11.artn.010207.

Resumo: Há no meio espírita atual, uma importante controvérsia a respeito da existência, manutenção e estabilidade das chamadas colônias ou cidades espirituais. O estímulo crescente ao estudo dos fundamentos da Doutrina Espírita incentivou o exercício da fé raciocinada, isto é, da verificação da coerência doutrinária e científica de estudos e práticas espíritas, incluindo os ditados mediúnicos novos e antigos. Há, pelo menos, dois impasses que precisam ser resolvidos ou esclarecidos para haver aceitação completa do conceito de cidades espirituais. Um deles diz respeito ao conceito de “cidade” e “ambiente urbano”. Uma “cidade” não é apenas um aglomerado de pessoas, casas e construções. As diferenças entre as naturezas da vida encarnada e desencarnada prevê conceitos diferentes para a organização social de encarnados e desencarnados. O outro impasse envolve a questão da brevidade dos objetos criados fluidicamente. Segundo a Doutrina, assim como são facilmente criados pela ação do pensamento e da vontade dos Espíritos, os objetos fluídicos facilmente se desfazem quando deixam de pensar neles. Isso, segundo alguns, impediria a existência de grandes construções espirituais que formariam tais cidades. Este artigo se propõe a tratar e propor uma solução para o segundo impasse. Apresento um ensaio teórico que explica, de modo coerente com a Doutrina e com descobertas recentes da Psicologia e Neurociência sobre atividades mentais inconscientes, a estabilidade temporal de estruturas fluídicas tão complexas quanto prédios e construções similares às que são descritas em obras mediúnicas. Mostro que processos mentais ou pensamentos inconscientes dos Espíritos seriam capazes de manter e estabilizar as construções espirituais nas quais se sentem bem e seguros. Embora o presente ensaio solucione este impasse, ele não soluciona o primeiro, isto é, ele não dá suporte para interpretações funcionais dessas construções como, por exemplo, casas fluídicas para abrigar os Espíritos das intempéries, camas e mobiliários necessários ao descanso ou lazer dos Espíritos, automóveis para locomoção dos Espíritos, jardins com atividade biológica similar à das plantas materiais, alimentação fluídica similar à material, etc.

Palavras-Chave: Construções espirituais; criação fluídica; pensamento inconscienteprocessos mentais inconscientes; ação do pensamento e da vontade.

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