por Nubor Orlando Facure.
As abelhas voam atraídas pelas flores para buscarem o néctar.
Percorrem as distâncias isoladamente.
Já se relatou que abelhas precursoras, quando descobrem flores com néctar, voltam até a colmeia, onde realizam uma dança, desenhando ângulos e distâncias para indicar a localização das flores que encontraram.
Mas elas, em conjunto, se reúnem ferozmente para atacar quem ameaça a colmeia.
As formigas caminham uma a uma, carregando fragmentos de folhas que tiram das árvores.
Mas, à noite, se agrupam e atacam o chão da cozinha, à cata das sobras do jantar.
Os cupins se acomodam no forro, mas, em certas épocas do ano, se agrupam, atacando ferozmente os móveis da sala.
Esses “insetos sociais” não criam amizades interpessoais, nem se reúnem para formar um clube ou frequentar uma convenção gastronômica.
Sua atividade individual é uma busca simples de objetivo, mas, em grupo, seu comportamento é quase “inteligente”, permitindo que sobrevivam no planeta há milhões de anos, repetindo os mesmos propósitos.
Esse comportamento em grupo é uma “propriedade emergente”.
Podemos enxergar nos neurônios uma certa similaridade.
Um neurônio, isoladamente, reage a dois tipos de estímulos:
um que pode excitá-lo e outro que pode inibi-lo.
Mas, agindo em um conjunto de milhões de neurônios, formando grupos de redes neurais, eles repetem o fenômeno das “propriedades emergentes”.
Cada neurônio realiza, individualmente, as mesmas reações simples, respondendo à estimulação que o excita ou o inibe, mas o conjunto de redes cria uma nova expressão clínica.
É assim que criamos nossas crenças e construímos conceitos.
É assim que surge a mente: uma propriedade emergente do cérebro.
Lição de casa:
A Alma constrói o cérebro, e o cérebro alimenta a Alma.
