por Nubor Orlando Facure.
Em 1976, o médium Luiz Gasparetto foi ao Centro Espírita da Prece assistir à reunião de sexta-feira à noite com Chico Xavier.
Víamos, nas cadeiras, aquele moço simpático, reservado, sem falar com ninguém.
Terminada a reunião, alta madrugada, o ambiente foi preparado para uma demonstração de pintura mediúnica do médium.
Ele se assentou na ponta da mesa com todo o seu material de pintura: telas e tintas.
Pintou com a mão direita, com as duas mãos — expressando pintores diferentes em cada uma — e também com os pés.
Van Gogh, Tissot, Renoir, Monet, entre outros.
Leonardo da Vinci não estava presente, mas o induzia a pintar a face de Cristo.
Como já vi minha esposa pintando telas, sei o quanto as tintas precisam de cuidado para uma não borrar a outra.
Com Gasparetto, parecia que as tintas obedeciam ao propósito da tela, sem se borrarem.
A mim, parece ser um fenômeno mediúnico de efeitos físicos:
a matéria das tintas obedecia ao pensamento do Espírito pintor.
Chico ficou de pé ao lado esquerdo do médium.
Postei-me colado ao Chico e, do meu lado, um jornalista do Rio Grande do Sul — Fernando Wolff — que relatou o episódio no jornal Folha Espírita da época.
Chico dizia que o Espírito pintor introduzia sua mão pela nuca do médium, ao nível do bulbo e do cerebelo.
Ensina a neurologia que o cerebelo integra as funções motoras vindas do lobo frontal e aprimora sua coordenação, permitindo a precisão dos movimentos finos.
É assim quando o tenista dá sua raquetada com precisão ou quando enfiamos a linha no buraco da agulha.
Gasparetto contava que se sentia, literalmente, dentro do cenário que a imagem da tela ia produzindo.
Van Gogh, referindo-se ao Chico Xavier, disse que nosso mundo tem particularidades únicas; que, do outro lado, não havia folhas mortas que ele adorava pintar e nem mulher grávida.
Disse que os pintores estavam ensinando pintura a Emmanuel, enquanto este lhes ensinava Kardec.
E que, dali para frente, os textos espíritas seriam mais simples que os lindos textos de Emmanuel.
Lição de casa:
O mundo espiritual toca o ser humano de diversas formas.
Melhor termos olhos para ver e ouvidos para escutar.