Um pouco mais sobre a Consciência. Um estudo neurológico

por Nubor Orlando Facure.

 

A consciência é uma propriedade que nos permite perceber o mundo a nossa volta e o que ocorre dentro de nós.

Há uma relação direta entre a consciência, a atenção e a memória.
A consciência sem atenção se dispersa e afugenta.
Sem memória ela se esvazia. Chamamos de consciência sem conteúdo.

Estamos sempre alertas e atentos ao que se passa ao nosso redor e ao interior do nosso corpo.
Presto atenção ao que estou vendo no ambiente e sentindo no meu organismo.
Esse estado de consciência plena parece ter um desenrolar contínuo. E cada cenário que me afeta pelos cinco sentidos é confrontado no cérebro com cenários iguais aos que já experimentei antes.
As bolachinhas da tia Rosa.
O suco de polpa de goiaba lá da roça.
A música antiga que ouvíamos no rádio.
O cheiro da dama da noite que floria no alpendre.

Os estudiosos, no entanto, pressupõem que nossa consciência, como processo fisiológico, se processa em quadros como na fita cinematográfica.
O filme no cinema nos dá a impressão de um movimento contínuo, mas ele se faz com imagens de quadros que se passam um após o outro em determinada velocidade.

Adquirindo a consciência de baixo para cima. É o mundo nos afetando.

As sensações
Somos atingidos pelos estímulos internos e externos.
Vejo a nossa mesa de lanche, com o café, o leite, o queijo, os pães e o doce de cidra.
Está na hora de reunir a família.

As percepções
Percebi que o café era aquele que ganhei em Andradas, mas está quente e sem açúcar.
O queijo delicioso foi minha filha que trouxe de Uberaba. É queijo da Canastra.
O doce de cidra está igualzinho ao que minha avó Carmelita fazia.

A consciência de cima para baixo. Ela nasce dentro de nós

Já passei por essas experiências anteriormente.
Quando tomo vacina, no dia seguinte tenho febre.
Posso interpretar e dar um significado a cada sensação e percepção que me atinge.
O que já tenho dentro de mim me trás uma previsão do que possa acontecer.
Tenho consciência de que não posso abusar do café. Tira-me o sono e agrava-me a gastrite.
Se não me controlo no queijo a enxaqueca voltará com força.
E muito doce compromete meu apetite para a comida tradicional e necessária no almoço.

Cada uma dessas interpretações de cima para baixo são dependentes do meu córtex pré-frontal responsável pelas minhas escolhas e julgamento e pelo material memorizado que acumulei nos hipocampos.

A fragmentação da Consciência

Os vários cenários que me atingem formam quadros mentais que tem uma certa duração.
Mesmo que a imagem física situada no exterior tenha desaparecido ou modificado, a sua representação mental persiste por um determinado tempo e vai se renovando a medida que chegam novos quadros.
E o resultado final nos faz crer que as informações da consciência seriam processos ininterruptos e contínuos.

Diversas patologias cerebrais expressam desvios das sensações e das percepções.
Esses desvios revelam essa montagem em quadros das imagens da consciência.
A enxaqueca, a epilepsia, as psicoses, os quadros pós-encefalite, traumas de crânio e drogas alucinógenas são exemplos com fartas manifestações.

Lições de casa
O Cérebro organiza conexões com suas redes neurais.
Cria sistemas de funcionamento hierarquizado.
Temos de seguir essa dinâmica fisiológica para atuar através dele.
Por outro lado, o Espírito não tem essas limitações.
Ele se apropria das propriedades dos objetos, da essência das coisas e do pensamento das pessoas.
Isso nos permite manter espiritualmente o pensamento e a consciência contínua.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *