====================================================================== _|_|_| _|_|_| _|_|_| _|_|_| GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS _| _| _| _| _| Fundado em 15 outubro de 1992 _| _| _|_| _|_|_| _|_| _| _| _| _| _| _| Boletim semanal _|_|_| _|_|_| _| _| _|_|_| de distribuição eletrônica ---------------------------------------------------------------------- Ano 07 - Número 317 - 1998 03 de novembro de 1998 ====================================================================== |============================| ÍNDICE |=============================| TEXTOS Druidas, Yuzo Nakamura, Brasil Deus e os cientistas. Que é Deus ?, Prof. Luiz Carlos D. Formiga, Brasil (enviado pelo NEU - Fundão) COMENTARIOS A respeito de Roustaing, Jorge Campos, Brasil |====================================================================| ______________________________________________________________________ TEXTO ----- Druidas, Yuzo Nakamura, Brasil ______________________________________________________________________ Os Druidas formavam uma classe social do povo celta, herdeira e guardiã das tradições religiosas. Eram respeitados por seus conhecimentos de astronomia, direito e medicina, por seus dons proféticos, e como juízes e líderes. Acreditavam na imortalidade da alma, na perfectibilidade indefinida da alma humana, numa série de existências sucessivas. Sua instituição, o druidismo foi um poderoso fator de unidade do mundo celta e, por isso, combatida pelos romanos durante as conquistas. A filosofia dos druidas ou as leis das almas (leis de Tríades), reconstituída em sua imponente grandeza, patenteou-se conforme às aspirações das novas escolas espiritualistas. Como os atuais espíritas, os druidas sustentavam a infinidade da vida, as existências progressivas da alma, a pluralidade dos mundos habitados. Destas doutrinas viris, do sentimento da imortalidade que delas dimana, é que o povo celta tiravam o espírito de liberdade, de igualdade social e heroísmo em presença da morte. Essa luz intensa que imundou a terra das Gálias foi apagada há mais de vinte séculos atrás pela força romana, expulsando os druidas, abriu praça a padres cristãos. Depois, vieram os Bárbaros e fez-se a noite sobre o pensamento, a noite da Idade Média, longa de dez séculos, tão carregada que parecia impossível conseguissem virá-la os raios da verdade. Na Idade Média, Joana D'Arc que já vivera, nos tempos idos, como celta, trouxe em si a intuição direta das coisas da alma, que reclama uma revelação pessoal e não aceita a fé imposta; são faculdades de vidente, peculiares a raça céltica. Só pelo uso metódico dessas faculdades se pode explicar o conhecimento aprofundado que os druidas tinham do mundo invisível e de suas leis. A festa de 2 de Novembro, a comemoração dos mortos, é de fundação gálica. A data 31 de Outubro era considerado como último dia do ano e acreditavam que os mortos vinham visitá-los. Para confundi-los, vestiam-se de fantasias e essa é a origem de Halloween. Os gauleses praticavam a evocação dos defuntos nos recintos de pedra. As druidisas e os bardos obtinham os oráculos. A História nos ministra exemplo desses fatos. Refere que Vercingétorix se entretinha, à sombra da rama dos bosques, com as almas dos heróis, mortos pela pátria. Como Joana, outra personificação da Gália, o jovem chefe ouvia vozes misteriosas. Um episódio de sua vida prova que os gauleses evocavam os Espíritos nas circunstâncias graves. A pequena distância da costa sinistra, em meio de parcéis que a espuma dos escarcéus assinala, emerge uma ilha, outrora recamada de bosques de carvalho, sob cujas frondes se erguiam altares de pedra bruta. É Sein, antiga morada das druidisas; Sein, santuário do mistério, que os pés do homem jamais conspurcavam. Todavia, antes de levantar a Gália contra César e de, num supremo esforço, tentar libertar a pátria do jugo estrangeiro, Vercingétorix foi ter à ilha, munido de um salvo conduto do chefe dos druidas. Lá, por entre o fuzilar dos relâmpagos, diz a legenda, apareceu-lhe o gênio da Gália e lhe predisse a derrota e o martírio. Certos fatos da vida do grande chefe gaulês não se explicam senão mediante inspirações ocultas. Por exemplo, sua rendição a César, próximo de Alésia. Qualquer outro Celta teria preferido matar-se, a se submeter ao vencedor e a servir-lhe de troféu no triunfo. Vercingétorix aceita a humilhação, a fim de reparar pesadas faltas, que cometera em vidas antecedentes e que lhe foram reveladas. Enfim, após lenta e dolorosa gestação, a fé dos antigos, rejuvenescida e reconduzida, renasce em novos moldes, através do Allan Kardec, inspirado pelos Espíritos superiores, restaurou, dilatando-lhes o plano, as crenças dos antepassados. É verdadeiramente o espírito religioso da Gália que revive nesse chefe de escola. Nele, tudo lembra o druida: o nome que adotou, absolutamente céltico, o monumento que, por sua vontade, lhe cobre os despojos materiais, sua vida austera, seu caráter grave, mediativo, sua obra inteira. Allan Kardec, preparado em existências precedentes para a grande missão, não é senão a reencarnação de um Celta eminente. Ele próprio o afirma na seguinte mensagem obtida em 1909: "Fui sacerdote, diretor das sacerdotisas da ilha de Sein e vivi nas costas do mar furioso, na ponta extrema do que chamais a Bretanha." Os druidas, possuidores de poderes místicas, hoje conhecido como mediunidade, estudavam durante 20 anos todos os conhecimentos mais adiantados da época e eram espíritos eminentemente elevados para o tempo onde maioria eram bárbaros. Com isso, pode até arriscar a opinar que muito dos Espíritos elevados de hoje, tenham estagiado como druidas ou em alguma outra comunidade de característica semelhante. (Composição baseada no livro "Joana D'Arc" de Léon Denis, Editora: FEB) ______________________________________________________________________ TEXTO ----- Deus e os cientistas. Que é Deus ?, Prof. Luiz Carlos D. Formiga, Brasil (enviado pelo NEU - Fundão) ______________________________________________________________________ CIÊNCIA E MICROBIOLOGIA COM AMOR - Deus e os cientístas. Que é Deus? O Boletim da SBM tem o prazer de reproduzir abaixo o discurso do Prof. Luiz C.D. Formiga proferido durante a solenidade de formatura da primeira turma do curso de Bacharel em Microbiologia e Imunologia do IM/UFRJ, em dezembro de 1997. Excelentíssimas e Digníssimas Autoridades Senhores Pais, Senhoras, Senhores e Caros Colegas, Em razão do anonimato de nossa carreira universitária ficamos surpreendidos com o convite, da Primeira Turma de Formandos em Microbiologia e Imunologia do Brasil, para dizer nesta cerimônia algumas palavras. Aquele que convida se arrisca duas vezes, porque o convidado pode declinar do convite ou pode aceitar, deixando inicialmente que a memória realize a viagem retrospectiva, sem a todos agradar. Foi aqui, na Praia Vermelha, no antigo prédio do Instituto, que tivemos nosso primeiro contato com o Professor Paulo de Góes. O professor nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 14 de julho de 1913. Diplomou-se em medicina em 1936, pela antiga Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Brasil. Desde o início de seu curso de graduação orientou sua formação em Microbiologia, pois no primeiro ano já era Auxiliar Acadêmico. Em 1937 foi assistente e em 1944 fez Doutoramento e Docência Livre. Em 1954 tornou-se Professor Catedrático e no ano seguinte, antecipando-se à reforma universitária, reuniu as cátedras de Microbiologia da Faculdade de Farmácia e da Faculdade de Medicina. Assim fundou o Instituto de Microbiologia, que hoje recebe seu nome, entidade pioneira na história da Microbiologia no Brasil. Quarenta anos depois, em homenagem ao centenário de morte de Louis Pasteur (27/12/1822 - 28/09/1895), que dá nome à Avenida onde estamos, e à memória do Professor Paulo de Góes, nossos alunos do Curso de Bacharelado realizaram, de 25 à 28 de setembro de 1995, a Primeira Semana de Microbiologia e Imunologia. Recordo-me do convite que nos foi feito para discutir a educação e a ética na ciência. Neste dia certamente nossos laços foram estreitados e hoje retornamos, mais uma vez honrados. No entanto, são muito difíceis de dizer, nesta hora de festa, essas coisas de ciência e de sensibilidade. Professor Paulo de Góes doutorou-se em 1944, eu nasci nesta época, antes da televisão, antes da penicilina, da vacina Sabin, da fralda descartável, do xerox, do plástico e das lentes de contato. Nascemos antes de 1945, antes do radar, dos átomos, do raio laser, das canetas esferográficas, da máquina de lavar pratos, do ar condicionado e antes do homem andar na lua. Nós nunca tínhamos ouvido falar em SPAS, fitas cassete, vídeos, máquinas de escrever eletrônicas, computadores e danoninho. Talvez, por isso, naquela Primeira Semana de Microbiologia e Imunologia tenham lembrado um discurso de Pasteur aos jovens dizendo assim: - "e vocês que estão sentados nesses bancos, representando a esperança desse país, não venham aqui só pela excitação da polêmica, mas apenas para aprender...". E, mais adiante, continua Pasteur, "Não fiquem maravilhados diante do novo, nem assustados pelo que ontem vos era desconhecido. Não recuem diante do mistério, mas procurem enfrentá-lo e desvendá-lo... Não se considerem os únicos donos da verdade e do conhecimento, pois um diploma não faz o cientista. Somente assim poderão cumprir sua missão, ser úteis ao próximo... E façam tudo com amor, pois será um dia esplêndido aquele em que, dos progressos da ciência, participará também o coração". Pasteur falava de Educação, de Humanidade. Nossos esforços nunca deverão produzir monstros cultos ou psicopatas hábeis. Muitos desconfiam da educação. Um sobrevivente de um campo de concentração disse que seus olhos viram o que nenhuma pessoa deveria presenciar. Crianças envenenadas por cientistas instruídos e aparelhos de tortura construídos por engenheiros ilustrados. Por isso Pasteur lembrou que "será um dia esplêndido em que, dos progressos da ciência, participará também o coração". A ciência sem o amor pode conduzir a comportamentos imediatistas, quando a vida em si perde seu valor. Mas, foi o mesmo Pasteur quem disse que pouca ciência afasta o homem de Deus e que os verdadeiros cientistas acabam dele se aproximando. O grande microbiologista talvez lembrasse que "os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento a obra das suas mãos". Se utilizarmos um telescópio de rádio-astronomia veremos na nossa galáxia, que é subdesenvolvida, 100 bilhões de estrelas. Ficaremos entediados de contar as estrelas de 10 bilhões de galáxias. Se utilizarmos um veículo com a pequena velocidade de 360 mil km/s e partirmos da Terra para alcançar a extremidade da galáxia gastaremos a bagatela de 50 mil anos luz. Em uma cabeça de alfinete vamos encontrar 8 sextilhões de átomos, separados uns dos outros por distâncias maiores do que suas dimensões. Se pudéssemos contá-los com a velocidade de um milhão a cada segundo, contaríamos o último 2530 séculos depois. Quem duvidar faça a conta! O cientista deve possuir alto nível de consciência. A consciência adormecida é preenchida pelo Ter em detrimento do ser. O cientista deve fazer esforço para apreender e compreender a verdadeira realidade. Muito daquilo que vemos não é mais do que aparência. A realidade é outra. O sol parece girar em torno de nós e a Terra parece imóvel, mas a realidade é outra. Deslumbramo-nos com Mozart em seu harmonioso concerto encantando-nos os ouvidos. O som não existe! Não passa de uma impressão dos nossos sentidos, vibrações do ar de certa amplitude e velocidade, silenciosas por si mesmas. Sem o nervo auditivo não haveria sons, só movimento. O mesmo podemos pensar sobre a luz que põe em vibração o nervo óptico. As galáxias, o som, a luz manifestam a glória de Deus e anunciam a obra de suas mãos. Podemos encontrar 5 milhões de hemácias em um mililitro de sangue e em alguns meses nosso corpo é reconstituído de novo. E diante desta cultura, aparentemente inútil, ficamos a refletir sobre as grandes questões. Quem ou o que decidiu sobre nossa existência, sobre o seu valor ? Por mais que procuremos se abrem apenas três caminhos – os da religião, da filosofia e da ciência. A existência da ordem no seio do caos é outra emergência dessa estranheza lógica. O maior problema da filosofia que a ciência positiva não resolve, nem está em condições de resolver, é o da conduta ou do valor da ação humana. O fato de ser portador de um diploma e de maior soma de conhecimentos leva o homem a reconhecer o caminho do seu dever ? A atitude do homem perante o homem e o mundo, e a projeção dessa atitude como atividade social e histórica é tema da filosofia. Como explicar a existência de uma tal ordem no âmago do caos ? Num universo submetido a entropia, irreversivelmente arrastado para uma desordem crescente, por que e como aparece a ordem ? O homem comum lembraria de uma Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas e a chamaria ? Deus. Nossas certezas sobre o tempo, o espaço e a matéria não passam de perfeitas ilusões, sem dúvida mais fáceis de apreender do que a própria realidade. A realidade em si não existe; depende do modo pelo qual decidimos observá-la. As entidades elementares que a compõem podem ser uma coisa (uma onda) e ao mesmo tempo outra (uma partícula). Essa realidade é, num sentido profundo, indeterminada. Qual o sentido último do Universo e da existência humana ? Kant, lançando as bases da moderna Antropologia Filosófica resume estas indagações numa só: "Que é o homem ?" Hoje nos recusamos a aceitar que somos apenas impulsos eletroquímicos num bicomputador que se originou por acaso e acreditamos que chegou o momento de buscar, para além das aparências mecanicistas da ciência, o traço quase metafísico de alguma coisa diferente, estranha, poderosa e misteriosa. O Caos contêm em si uma ordem tão surpreendente quanto profunda. Cientistas e filósofos concordam que hoje a Física Quântica toca de modo surpreendente a Transcendência, acreditam que estamos diante do primeiro encontro explícito entre Deus e a ciência. Por isso, mais do que nunca a educação é vista como o processo de interferência numa realidade em constante mudança, no sentido de levar os indivíduos a adotarem, em opção livre e consciente, comportamentos desejáveis ao seu bem estar, físico, biológico, psíquico, social e também espiritual. Esta interferência está baseada em valores e conhecimentos que nós, pais e mestres consideramos válidos científica e filosoficamente. Por isso, Pasteur falou daquela forma aos jovens e hoje retornamos ao mesmo discurso. Mas, quem ensina quem? Além de biocomputadores ou cientistas somos seres sociais dotados de historicidade. E, assim "aprendi que se depende sempre, de tanta, muita diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições de tantas outras pessoas. Que é tão bonito, quando a gente entende que a gente é tanta gente, onde quer que a gente vá". Gonzaguinha falando da ciência da vida parafraseou Pasteur - "é tão bonito quando a gente vai a vida, nos caminhos onde bate bem mais forte o coração". No discurso aos jovens Pasteur recomenda que "façam tudo com amor" e relembra que um diploma não faz o verdadeiro cientista, ele sabia que aprender não é apenas um ato de conhecimento da realidade concreta, da situação real vivida pelo estudante, mas também é ato de modificação de suas próprias percepções, em relação ao aprendizado do bem, da moral e dos valores supremos. Pasteur fala de religiosidade, de filosofia e de ciência, deve Ter usado como referência bibliográfica a Primeira Carta de Paulo aos Coríntios: "se falássemos as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivéssemos amor, seríamos um bronze que soa ou um sino que toca. E se tivéssemos o dom da profecia, tivéssemos a fé, a ponto de transportar montanhas, e conhecêssemos ainda todos os mistérios e toda a ciência, mas não tivéssemos amor, não seríamos nada". A síntese talvez possa ser feita com algumas palavras: Devotamento, Firmeza, Raciocínio, Sentimento, Humildade, Dignidade. Devotamento sem apego, Firmeza sem petulância, Raciocínio sem aspereza, Sentimento sem pieguice, Humildade sem subserviência e Dignidade sem orgulho. Parece estranho que numa reunião de festa falemos da responsabilidade social do cientista, mas ela possui duas dimensões: a individual, que é produzir o bem, e a sócio-política (ou coletiva) que é a reforma das instituições humanas. O homem que desenvolveu a razão deverá agora abrir o coração. Pensamos em terminar com o manifesto do Sermão da Montanha, com o da ciência, mas finalmente escolhemos o de um simples chefe indígena ao presidente norte-americano. "Isto nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas Como o sangue que une uma família ... Tudo o que afeta a terra Afeta os filhos e filhas da terra. O Homem não teceu a teia da vida; Ele é apenas um fio dela. Tudo que ele faz à teia Ele faz a si mesmo" Que aquele que teceu a teia da vida os ajudem, na ciência, a produzir o bem! Luiz Carlos D. Formiga UFRJ, 1997 Publicado na Revista: Fraternidade (Lisboa), 422: 227-229, 1998 ( agosto/setembro), e no Boletim da Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM-Notícias), 22 (outubro): 3-4, 1998. ______________________________________________________________________ COMENTARIO ---------- A respeito de Roustaing, Jorge Campos, Brasil ______________________________________________________________________ (Em reposta a comentários feitos no boletim 311 sobre Routaing) Em relação à citação e dúvidas sobre a obra Os quatro Evangelhos de J.B. Roustaing comentadas no Boletim nº311, gostaria de expressar minha opinião a título de esclarecimento. No ano passado, em face dessa questão polêmica divulgada nos principais jornais e livros espíritas do País, resolvi partir para a leitura minuciosa e crítica dos quatro volumes, editados únicamente pela Federação Espírita Brasileira - FEB, visando formar juízo de valor e me posicionar dentro do movimento espírita. E após percorrer extensos trechos, alguns prolixos e repetitivos, encontrei, além de sérias distorções doutrinárias, várias elocubrações que destoavam dos critérios lógicos e racionais que caracterizam e fortalecem a doutrina kardequiana. Apenas como exemplo citarei algumas: A reencarnação é considerada como um CASTIGO e aplicada sómente às almas boas que erram, reforçando o dogma da "queda dos anjos" tão ao gosto da ortodoxia católica. E esse castigo, pasmem, seria a encarnação em um mundo primitivo na forma de criptógamos carnudos, ou como se voltássemos como caranqueijos, creditando a teoria da METEMPSICOSE, descartada na codificação . Por outro lado, os espíritos que fossem bem aplicados teriam uma evolução em LINHA RETA, saindo da infância da criação e chegando à perfeição sem passar pela carne, mesmo na nobre tarefa de missionários. Daí, a tese do corpo fluídico de Jesus para explicar sua passagem neste planeta de expiação e provas. Nesta situação, Jesus foi obrigado a fingir que nasceu, mamou, comeu, bebeu, sofreu, falseando inclusive sua morte, na frente de vários tolos-seguidores e algozes. O mestre que representa o nosso modelo de ética, moral, caridade, resignação e sacrifício, teria vindo como um mero farsante. Quando à criação da essência espiritual do ser inteligente do Universo, o Espírito, afirma que foi retirada por Deus do todo(fluido) universal, confundindo espírito com matéria, e apregoando o puro PANTEíSMO. Só por aí, pode-se avaliar o resto do conteúdo desta falaciosa obra, a qual teve a pretensão de suplantar a Doutrina do Espíritos superiores, supervisionada pelo Espírito da Verdade, e elaborada brilhantemente por Allan Kardec, o bom senso encarnado, na citação de Flammarion. Na época em que esses livros surgiram, por volta de 1863, o codificador já havia lançado os três livros que balizam a doutrina: O Livro dos Espíritos, O Livro do Médiuns e o Evangelho Segundo o Espiritismo; e setenta e duas edições mensais da Revista Espírita, todas de grande aceitação na comunidade espírita do mundo, e o Sr Roustaing com o apoio de uma única médium, por puro orgulho e vaidade, tentou causar sensacionalismo com esse sistema que denominou " A Revelação da Revelação", quando mais apropriado já foi se tem dito, seria A MISTIFICAÇÃO DA MISTIFICAÇÃO. Ao confrade Alexandre Costa, gostaria de esclarecer que quando os livros de Roustaing aportaram no Brasil Imperial, e foram traduzidos para o vernáculo, encontraram personalidades muito ligadas ao catolicismo e por isso essa teoria de cunho místico e dogmático, teve alguma aceitação, paralelamente à obra kardequiana. Na França, berço do lançamento, esses livros praticamente não saíram das prateleiras, sendo descartados como integrantes da doutrina pelos grandes pensadores que sucederam Kardec: Léon Denis, Gabriel Dellane, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano etc. Desconheço também qualquer citação a Roustaing nas mensagens de iluminados Espíritos como Emmanuel, André Luiz ou Bezerra de Menezes, na psicografia de Chico Xavier. Passando em revista os livros de esclarecidos escritores como: Carlos Imbassahy, Cairbar Schutel, Júlio Abreu Filho, José Herculano Pires, Deolindo Amorim, Jorge Rizzini, Wilson Garcia e Nazareno Tourinho, não vemos uma única referência a essa esdrúxula teoria, apoiando seus pensamentos e interpretações e quando o fazem, é para alertar os companheiros e incautos do caminho, quanto ao erro de sua adoção ao corpo doutrinário kardequiano. Iglesia, com a sincera intenção de poupar-lhe o trabalho que tive em ler esses quatro livros editados pela FEB, remeto-lhe às publicações "O corpo fluídico" de Wilson Garcia e "Retalhos de um atalho" de Nazareno Tourinho. Fica a sugestão, mas se resolver confirmar o veredito, então acenda a luz da mesa de trabalho e boa viagem a terra da fantasia e da supertição e do misticismo. Fraternais saudações, Jorge Nelson Campos .--- .-- .--. .- / -, /- /__/ /- '--' `-- / / `-- GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS .----------------------'''''--''--'''''''--'''''''''--'''''''''------. | . Boletim semanal em português (distribuição eletrônica) | | . Boletim mensal em inglês (distribuição eletrônica) | | . Página WWW com informações espíritas em geral: Livros eletrô- | | nicos, Periódicos, Boletins do GEAE, Instituições, Eventos, | | Páginas espíritas na internet, etc. | | . Conselho Editorial: editor@geae.inf.br ; info@geae.inf.br | | - Ademir L. Xavier Jr. (Campinas - SP, Brasil) | | - Carlos A. Iglesia Bernardo (São Paulo - SP, Brasil) | | - José Cid (Rio de Janeiro - RJ, Brasil) | | - Raul Franzolin Neto (Pirassununga - SP, Brasil) | | - Sérgio A. A. Freitas (Lisboa, Portugal) | | | | . 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