# B o l e t i m ############################################# .--- .-- .--. .-- GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS / __ /_ /__/ /_ _____________________________________________ / / / / / / `---' `--/ / `-- 01 (171) 96 16 Janeiro 96 ################################################################### ************************INDICE************************ 15 de Janeiro de 1861 A PREGUICA O TEMPO I - NECESSIDADE DO TRABALHO TRABALHANDO NOS COMENTARIOS FRUTO DO TRABALHO ****************************************************** 15 de Janeiro de 1861 Em 15 de janeiro de 1861 veio a luz a primeira edicao do "Livro dos Mediuns". Nesta sequencia natural do "Livro dos Espiritos", Allan Kardec aprofundou a base experimental do Espiritismo, dando-lhe a solidez necessaria para suportar todo o edificio doutrinario que continua vivo e evoluindo apos 135 anos. Dentro do panorama cientifico da epoca, que ainda nao tinha visto o nascimento da Fisica moderna, com as teorias da relatividade e da mecanica quantica, nem os desdobramentos da psicologia com as obras de Freud, Jung e seus discipulos, o mundo parecia resolvido pela mecanica Newtoniana e pelas teorias materialistas. O Espiristismo parecia ir contra a mare' da historia e o Livro dos Mediuns parecia aos ceticos puro conjunto de crendices; os fluidos, o perispirito, a mediunidade, etc.. tudo ressurgimento de velhas supersticoes e do mal-visto ocultismo. Puro engano, a Natureza comecava a descerrar novas realidades ao homem, superada a luta pelo dia-a-dia e pelo dominio das forcas mais grosseiras, novos horizontes apareciam. Neste periodo que se seguiu a publicacao do "Livro dos Mediuns", a ciencia oficial _descobriu_ muito do que ali foi apresentado, e fora a nomenclatura de que ela se reveste para parecer "moderna", a atualidade do livro permanece e com certeza ainda permanecera por muito tempo a guiar os desbravadores desse "outro mundo", que na realidade e' simplesmente continuacao deste nosso aqui. Fica portanto a homenagem a esta grande obra, que nao deveria ser desconhecida de nenhum Espirita que adentrasse os dominios da mediunidade, seja ela no estilo classico, atraves da intermediacao direta dos mediuns, seja atraves das ultimas novidades da transcomunicacao e ousaria dizer mesmo seja no alegado contato telepatico com seres extraterrestres. Carlos Iglesia Bernardo A PREGUICA DISSERTACAO MORAL DITADA POR SAO LUIS A SRTA. HERMANCE DUFAUX (5 DE MAIO DE 1858) I Um homem saiu muito cedo e foi a praca para contratar operarios. Ora, ali viu dois homens do povo, sentados e de bracos cruzados. Chegou-se a um deles e assim o abordou: "Que fazes ai?" Ao que o mesmo lhe respondeu: "Nao tenho trabalho." Disse entao aquele que procurava trabalhadores: "Toma a tua ferramenta e vem ao meu campo, na vertente da colina. A tarefa e dura, mas teras um bom salario." O homem do povo pos a enxada no ombro e lho agradeceu de todo o coracao. Ouvindo isto, o outro operario levantou-se a aproximou-se, dizendo: "Senhor, deixe-me ir tambem trabalhar no campo." E, tendo-lhes dito a ambos que o seguissem, marchou a frente, para mostrar o caminho. Depois, quando chegaram a encosta da colina, dividiu o trabalho em dois e se foi. Quando ele partiu, o ultimo dos operarios contratados pos fogo no mato da gleba que lhe coube por sorte e lavrou a terra com a enxada. Ao calor do sol o suor porejava-lhe a fronte. O outro o imitou, a principio murmurando; em breve parou o trabalho e, enterrando a enxada no chao, sentou-se ao lado, olhando o trabalho do companheiro. Ora, ao cair da tarde veio o dono do campo e examinou o trabalho. Chamando o operario diligente, felicitou-o dizendo: "Trabalhaste bem; eis o teu salario." E despediu-o, dando-lhe uma moeda de prata. O outro tambem se aproximou, reclamando o preco de seu salario. Mas o dono lhe disse: "Mau trabalhador, meu pao nao matara a tua fome, porque tu deixaste inculta a parte de meu campo que te foi confiada. Nao e justo que aquele que nada fez seja recompensado como o que trabalhou bem." E o despediu sem nada lhe dar. II Eu vos digo que a forca nao foi dada ao homem, nem a inteligencia ao seu espirito para que consuma seus dias na ociosidade, mas para ser util aos seus semelhantes. Ora, aquele cujas maos estiverem desocupadas e o espirito ocioso sera punido e devera recomecar a sua tarefa. Em verdade vos digo: sua vida sera posta de lado como uma coisa imprestavel, quando seu tempo se cumprir. Compreendei isto como uma comparacao. Qual de vos, possuindo no pomar uma arvore que nao da frutos, nao dira ao servo: "Corte aquela arvore e lance-a no fogo, pois seus ramos sao estereis?" Ora, assim como aquela arvore sera cortada por causa de sua esterilidade, tambem a vida do preguicoso sera lancada no refugo, por ter sido esteril em boas obras. Transcrito pelo Sergio Freitas da Revista Espirita (1858), Allan Kardec, vol. 1, No.6, pgs. 169-170, Edicel. O TEMPO "Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz." - Paulo (Romanos, 14:6.) A maioria dos homens nao percebe ainda os valores infinitos do tempo. Existem efetivamente os que abusam dessa concessao divina. Julgam que a riqueza dos beneficios lhes e devida por Deus. Seria justo, entretanto, interroga-los quanto ao motivo de semelhante presuncao. Constituindo a Criacao Universal patrimonio comum, e razoavel que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura nao medita na harmonia das circunstancias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeicoamento espiritual. E logico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilibrio, sem saude, sem trabalho? Nao obstante a oportunidade da indagacao, importa considerar que muito raros sao aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquila-lo de qualquer forma. A velha expressao popular "matar o tempo" replete a inconsciencia vulgar, nesse sentido. Nos mais obscuros recantos da Terra, ha criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entando, um dia de paz, harmonia e iluminacao, e muito importante para o concurso humano, na execucao das leis divinas. Os interesses imediatistas do mundo clamam que o "tempo e dinheiro", para, em seguida, recomecarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnacoes... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiencia. Em quase todos os setores de evolucao terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos seculos, o apostolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor. Transcrito pelo Sergio Freitas do livro Caminho Verdade e Vida, de Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier, pgs. 17-18, FEB. I - NECESSIDADE DO TRABALHO 674. A necessidade do trabalho e uma lei da Natureza? O trabalho e uma lei da Natureza e por isso mesmo e uma necessidade. A civilizacao obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta as suas necessidades e os seus prazeres. 675. So devemos entender por trabalho as ocupacoes materiais? Nao; o Espirito tambem trabalha, como o corpo. Toda ocupacao util e trabalho. 676. Por que o trabalho e imposto ao homem? E uma consequencia da sua natureza corporea. E uma expiacao, e ao mesmo tempo um meio de aperfeicoar a sua inteligencia. Sem o trabalho, o homem permaneceria na infancia intelectual; eis porque ele deve a sua alimentacao, a sua seguranca e o seu bem-estar ao seu trabalho e a sua atividade. Ao de fisico franzino, Deus concedeu a inteligencia para o compensar; mas ha sempre trabalho. 677. Por que a Natureza prove, por si mesma, a todas as necessidades dos animais? Tudo trabalha na Natureza. Os animais trabalham, como tu, mas o seu trabalho, como a sua inteligencia, e limitado aos cuidados da conservacao. Eis porque, entre eles, o trabalho nao conduz ao progresso, enquanto entre os homens tem um duplo objetivo: a conservacao do corpo e o desenvolvimento do pensamento, que e tambem uma necessidade e que o eleva acima de si mesmo. Quando digo que o trabalho dos animais e limitado aos cuidados de sua conservacao, refiro-me ao fim a que eles se propoem, trabalhando. Mas, enquanto, sem o saberem, eles se entregam inteiramente a prover as suas necessidades materiais, sao os agentes que colaboram nos designios do Criador. Seu trabalho nao concorre menos para o objetivo final da Natureza, embora muitas vezes nao possais ver o seu resultado imediato. 678. Nos mundos mais aperfeicoados o homem e submetido a mesma necessidade de trabalho? A natureza do trabalho e relativa a natureza das necessidades; quanto menos necessidades materiais, menos material e o trabalho. Mas nao julgueis, por isso, que o homem permanece inativo e inutil: a ociosidade seria um suplicio, ao inves de ser um beneficio. 679. O homem que possui bens suficientes para assegurar sua subsistencia esta liberto da lei do trabalho? Do trabalho material, talvez, mas nao da obrigacao de se tornar util na proporcao dos seus meios, de aperfeicoar a sua inteligencia ou a dos outros, o que e tambem um trabalho. Se o homem a quem Deus concedeu bens suficientes para assegurar sua subsistencia nao esta obrigado a comer o pao com o suor da fronte, a obrigacao de ser util a seus semelhantes e tanto maior para ele, quanto a parte que lhe coube por adiantamento lhe der maior lazer para fazer o bem. 680. Nao ha homens que estao impossibilitados de trabalhar, seja no que for, e cuja existencia e inutil? Deus e justo e so condena aquele cuja existencia for voluntariamente inutil, porque esse vive na dependencia do trabalho alheio. Ele quer que cada um se torne util na proporcao de suas faculdades. (Ver item 643). 681. A lei da Natureza impoe aos filhos a obrigacao de trabalhar para os pais? Certamente, como os pais devem trabalhar para os filhos. Eis porque Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural, a fim de que, por essa afeicao reciproca, os membros de uma mesma familia sejam levados a se auxiliarem mutuamente. E o que, com muita frequencia, nao se reconhece em vossa atual sociedade (Ver item 205). Transcrito pelo Sergio Freitas do Livro dos Espiritos, Allan Kardec, Livro III, cap. 3, FEESP. TRABALHANDO NOS COMENTARIOS Caros amigos, mais uma vez nos encontramos encarnados, cada qual com a sua obrigacao diaria, vamos levando a vida, segundo o turbilhao do mundo. Porem convem refletirmos se estamos realmente aproveitando as oportunidades que nos foram dadas. Deus na sua infinita bondade, da a todos seus filhos (que omos nos) oportunidades benditas de trabalharem, e por conseguinte voluirem. Somos como os operarios da primeira passagem: estamos uitas vezes ociosos e "esperando" que algo aconteca, quando somos onvidados ao trabalho comumente aceitamos pensando na "recompensa" o salario, outros porem pedem o trabalho. Deus na sua infinita ondade, distribui todas as tarefas, igualmente e segundo as nossas orcas a cada um de Seus filhos. Deus e tao bom, que ate nos acompanha ao trabalho, mostra-nos o que devemos fazer. Ele ainda nos da a liberdade de executarmos a tarefa sem imposicao. Ao final de cada nova tarefa assumida Ele nao nos interroga pela se fizemos ou nao o trabalho (como na primeira passagem), pois a obra ja mostra tudo, ele apenas recompensa o feitor da obra assumida. Sao Luis com esta passagem nos mostra claramente que devemos sair da ociosidade e executarmos os trabalhos que nos sao confiados. A passagem e profunda, pois ela expressa ainda que todos podem ser aceitos ao trabalho, basta pedir. E atraves desta passagem, que podemos entender o porque Emmanuel no seu livro Caminho, Verdade e Vida, logo no primeiro texto inicia com o tema "O tempo". Todos nos somos operarios da grande obra humana. Seja qual for o setor humano em que nos encontremos. Sejamos nos lixeiros, o presidentes, professores, secretarias, catolicos, o budistas, gordos ou magros, feios ou bonitos, ricos ou pobres, amarelos ou pretos, todos nos temos tarefas que nos foram confiadas. Porem como Emmanuel nos diz, preferimos continuar matando o tempo, esperando que as horas passem, que os dias se vao, que os meses caminhem. Ate quando vamos permanecer nesta inconciencia? Dificil saber, pois somente quando discobrirmos as alegrias do trabalho e que o trabalho se tornara a nossa alegria. Os espiritos nos dizem claramente que o trabalho e uma lei, uma lei que tem por objetivos nos aperfeicoar intectualmente. E atraves do trabalho que vamos ter um contato mais abrangente com a sociedade "la fora". E no esforco de vencermos as nossas tarefas diarias e rotineiras, que vamos solificando os patrimonios adquiridos. Vamos burilando os nosso defeitos e vamos entendendo que no Universo tudo se movimento. O tempo "nao volta atras", se deixamos de fazer a tarefa que hoje temos em maos no minuto de hoje e desperdicamos este minuto, sem duvida nao o teremos no dia de amanha. Pensemos hoje se realmente estamos aproveitando o nosso tempo, ou se estamos somente "matando-o". O descanco e necessario, mas so com trabalho! Sempre existe algo a fazer, falta e tempo! A melhor forma de fugir do trabalho e dizer: "nao tenho tempo". As tarefas novas sao as mais atraentes, quando ja conhecemos as velhas. Sergio Freitas FRUTO DO TRABALHO Conforme foi colocado no primeiro texto do nosso Boletim, o Livro dos Mediuns foi publicado no dia 15 de janeiro de 1861, exatamente `a 135 anos atras. Fruto do trabalho incansavel de Hippolite Leon D. Rivail, conhecido entre nos como Allan Kardec, o Livro dos Mediuns veio trazer `a tona a parte pratica do Espiritismo. Leitura obrigatoria para aqueles que estudam esta Doutrina, fica, juntamente com o Livro dos Espiritos, esquecido em um canto. Isto e' uma pena, porque muitos problemas poderiam ser evitados com uma leitura rapida deste livro. Um estudo profundo poderia ser ainda mais proveitoso. Mas, infelizmente, a preguica ainda fala mais alto e nos classificamos estes livros como "chatos". Talvez por isso nos ainda tenhamos que discutir o que e' trabalho e qual sua importancia para a nossa evolucao. Mas a evolucao que tanto almejamos e' consequencia de nosso trabalho... So falta percebermos que so' se conhece a arvore pelos frutos! Jose Cid. .--- .-- .--. .-- / -, /- /__/ /- `--' `--/ / `-- GRUPO DE ESTUDOS AVANCADOS ESPIRITAS G-------------------'''''--''--'''''''--'''''''''--'''''''''------G E Para participar do GEAE envie seus dados para jac14@po.cwru.edu E A Nome: Endereco: Fone: A E E-mail: Profissao: E G --------------------------------------------------------------- G E Envie seus comentarios diretamente para o GEAE. E A Editado por Jose Cid - E-mail : jac14@po.cwru.edu A E * E G Pagina Espirita na WWW - http://zen.uninova.pt/~saf/geae.html G E Edicoes anteriores do Boletim, Instituicoes Espiritas em E A diversos paises, Livros e Revistas Espiritas e muito mais! A E Responsavel pela WWW: Sergio Freitas - E-mail: saf@fct.unl.pt E G Responsavel pela FAQ do GEAE: Carlos Iglesia Bernardo G E E-mail: caiglesia@ax.apc.org E AEgeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaegeaEA