Caros
amigos.
Agora
seremos entronizados no estudo do Capítulo II de “O Livro dos Espíritos”, cujo
título é “Dos
Elementos Gerais do Universo”, tendo como subtítulo “Conhecimento do Princípio das
Coisas”.
Com
a objetividade que lhe é peculiar, o Codificador pergunta, de chofre, aos
Espíritos amigos, na:
17 - É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
Não. Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.
Esta
resposta, que parece categórica e absoluta, será complementada na questão
seguinte. Depois
de afirmarem, categoricamente, que ao homem não é dado conhecer o princípio das
coisas, os Benfeitores ressalvam, na resposta à
18 - Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe estão
ocultas?
O véu se levanta a seus olhos,
à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas,
são-lhe precisas faculdades
que ainda não possui.
Como
se viu, as respostas dos instrutores espirituais não podem ser examinadas fora
do contexto evolutivo do homem. Arrisco-me a dizer (minha opinião) que TUDO de que necessita o homem, para a sua
completa emancipação espiritual, lhe será permitido descobrir no momento
oportuno, isto é, à medida que for se tornando merecedor de tais conquistas.
Mais espiritualizado desenvolverá faculdades que atualmente não possui,
oportunidade em que se lhe ampliará o entendimento, enxergando a vida e as
coisas por outros prismas antes desconhecidos.
A
seguir, Kardec insiste com os Espíritos amigos sobre a possibilidade ou não de
o homem desvendar alguns mistérios da Natureza.
Da
resposta, muito concisa, inferimos que a Ciência foi feita para o homem e não o
homem para a Ciência, a qual é falível, sendo, portanto, do tamanho de nossa
evolução.
Recomendo
confrontar a justificativa dos instrutores com a nota da questão anterior.
19 - Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns
dos segredos da Natureza?
A Ciência lhe foi dada para seu
adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode
ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.
“Quanto
mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe
devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto,
seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa
sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por
verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções
para o seu orgulho.”
(Allan Kardec)
Passamos
à última questão formulada aos Espíritos
Superiores sobre o “conhecimento do
princípio das coisas”, ainda dentro do cap. II de "O Livro
dos Espíritos" (“Dos Elementos Gerais do Universo”).
Além
da Ciência, o homem tem na Revelação
Divina outra fonte para aumentar os seus conhecimentos. Essa
revelação é
feita por intermédio dos Espíritos Superiores, no
domínio exclusivo da ciência pura, sem qualquer
pretensão de
lucros ou objetivos utilitaristas, aplicações
práticas ou tecnológicas.
Entretanto,
essa revelação não é feita indiscriminadamente, pois é da Lei Divina que o
homem conquiste a soberania pelo próprio esforço.
Assim,
embora muitas revelações fluam do mundo espiritual, representam apenas uma
centelha das descobertas, que devem ser desenvolvidas e buriladas pelo homem,
num autêntico trabalho de parceria entre os dois planos (visível
e invisível).
Tais
revelações, entretanto, somente são desvendadas ao homem à medida que este
progride e se depura, uma vez que, para apreender certos conhecimentos, são-lhe
precisas certas faculdades que ainda não possui, como já visto.
20 - Dado é ao homem receber, sem ser por meio das investigações da
Ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao
testemunho dos sentidos?
Sim, se o julgar conveniente, Deus pode revelar o que à ciência não
é dado apreender.
“Por
essas comunicações é que o homem adquire, dentro
de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro.” (Allan
Kardec)