Ano 15 Número 525 2007



15 de Junho de 2007
 

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, 
face a face,
em todas as épocas da humanidade"

Allan Kardec



 ° EDITORIAL

Dia dos Namorados


        


 ° ARTIGOS

Ética da Transformação

   


 ° HISTÓRIA & PESQUISA

Cronologia Espírita


   

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o Livro dos Espíritos

   

 ° PAINEL

As Drogas e Suas Conseqüências

Allan Kardec San Diego Spiritist Center

Novo endereço WEB do Grupo Noel
     


 ° EDITORIAL
 
Dia dos Namorados


"Conviveremos bem com os outros na proporção em que
estivermos convivendo bem conosco mesmo."
Ermance Dufaux
("Reforma Íntima sem Martírio" -
Médium Wanderley S. de Oliveira - ed. Dufaux)
   
Amigos,

Neste mês, comemora-se o Dia dos Namorados. Longe da imagem poética das almas gêmeas, o que encontramos na vida são seres humanos em processo de evolução. Espíritos compromissados com a Lei Divina, em tarefa de reaprendizado e aperfeiçoamento. Casais que buscam, no educandário do namoro e do casamento, oportunidades para reajustar velhos laços de afeto e construir as bases para o amor espiritual duradouro.

Seres humanos que, muitas vezes, não compreendem a importância do amor para suas vidas e para a do próximo. Iludidos pelas imagens de felicidade gratuita e imediatista, veiculadas pelos meios de comunicação moderna, sonham com facilidades impossíveis e condutas descompromissadas com o bem. Constroem castelos no ar, ignorando que as bases para a verdadeira felicidade são o respeito a si próprio e ao próximo, a conduta ética e a persistência no bem.

Muitos não gostam de si mesmos, comparam-se com os modelos ilusórios apresentados pela sociedade materialista em que vivemos, e desprezam-se por não ter o dinheiro, a beleza ou o sucesso que imaginam outros terem. Passam a buscar fora de si as bases para sua segurança e assim vão pela vida buscando no outro a auto-realização que não tem.

Chegam assim a essa data com esperanças de que a troca de presentes, ou as emoções provocadas pelas festividades, supram a falta dos laços verdadeiros de amor entre duas almas. E piora a situação quando se trata de relacionamentos mais descartáveis. A juventude que "fica", julgando-se moderna e com a cabeça livre de preconceitos, mal sabe que todo relacionamento é de fato um conjunto de ações e reações que "ficam" marcadas no espírito imortal. Laços cármicos que se estabelecem e que, mais cedo ou mais tarde, terão que ser ajustados.

A verdade é que a construção de um relacionamento duradouro, do estabelecimento de laços de amor que durem por eras, das almas afins e dos casamentos felizes, começa justamente por dentro de nós mesmos. Se não estivermos bem conosco mesmo, se não construirmos uma paz interior mínima, qualquer relacionamento que tivermos - por mais perfeita que seja a alma pela qual nos enamoramos - estará sujeita aos altos e baixos das circunstâncias materiais. Viveremos momentos felizes nas festividades e nas ocasiões de bonança financeira e entraremos nos ciclos de reclamações e brigas quanto os ventos forem desfavoráveis.

É a partir da transformação interior de cada um de nós que começaremos a construir um mundo mais feliz e faremos com que o romantismo e a afetividade do dia dos namorados não sejam apenas temas daquelas comédias românticas reapresentadas durante o mês de junho, mas realidade presente cotidianamente na vida dos casais.

Assim, por mais estranho que pareça, é comemorando o Dia dos Namorados que trazemos, nesta edição, o texto oportuno de Ermance Dufaux[1] sobre reforma íntima.
 
 Que a Paz de Deus esteja com todos,
 Os Editores
 
_________________________________

[1] Publicamos no Boletim 519  a biografia de Ermance Dufaux.


Índice

 ° ARTIGOS

Ética da Transformação
 
Ermance Dufaux
(Médium Wanderley S. de Oliveira)
 
(Texto transcrito do livro "Reforma Íntima Sem Martírio", 19ª Edição. Editora Dufaux - http://www.ermance.com.br)
 
 
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
 transformação moral (...)
"

"O Evangelho Segundo o Espiritismo"
Capítulo XVII - item 4

 
A reforma íntima é um trabalho processual. Processual significa aquilo que obedece a uma seqüência. Em conceito bem claro, é a habilidade de lidar com as características da personalidade melhorando os traços que compõe suas formas de manifestação. Caráter, temperamento, valores, vícios, hábitos e desejos são alguns desses caracteres que podem ser renovados ou aprimorados.
 
Nessa saga de mutação e crescimento, o maior obstáculo a transpor é o interesse pessoal, o conjunto de viciações do ego repetido durante variadas existências corporais e que cristalizaram a mente nos domínios do personalismo.
 
O hábito de atender incondicionalmente as imposições dos desejos e aspirações pessoais levou-nos à cruel escravização, da qual muito será exigido nos esforços reeducativos para nos libertarmos do "império do eu".
 
Negar a si mesmo ou "despersonificar-se", esvaziar-se de "si", tirar a máscara é o objetivo maior da renovação espiritual. Esse o grande desafio a ser seguido por todos os que se comprometeram com seriedade nas nobres finalidades do Espiritismo com Jesus e Kardec.
 
Extenso será esse caminho reeducativo na vitória sobre nossa personalidade manhosa e talhada pelo egoísmo...
 
O meio prático e eficaz de consegui-lo, conforme ensinam os Bons Espíritos da codificação, é o conhecimento de si mesmo[1].
 
Entretanto, para levar o homem ao aprimoramento, o autodescobrimento exige uma nova ética nas relações consigo e com a vida: é a ética da transformação, sem a qual a incursão no mundo íntimo pode estacionar em mera atitude de devassar a subconsciência sem propósitos de mudança para melhor. O Espiritismo é inesgotável manancial no alcance desse objetivo. Seu conteúdo moral é autêntico celeiro de rotas para quantos desejam assumir o compromisso de sua transformação pessoal com segurança e equilíbrio. Sem psicologismo ou atitudes de superfície, a Doutrina Espírita é um tratado de crescimento integral que esquadrinha os vários níveis existenciais do ser na ótica imortalista.
 
Nem sempre, porém, verifica-se tanta clareza de raciocínios entre os espiritistas acerca dessa questão. Conceitos mal formulados sobre o que seja a renovação interior têm levado muitos corações sinceros a algumas atitudes de puritanismo e moralismo, que não correspondem ao lídimo trabalho transformador da personalidade, em direção aos valores capazes de solidificar a paz, a saúde e a liberdade na vida das criaturas. Por esse motivo, será imperioso que as agremiações do mundo, erguidas em nome do Espiritismo ou aquelas outras que expandam a luz da espiritualização entre os homens, investiguem melhores noções sobre a ética da transformação, a fim de oferecer a seus profitentes uma base mais cristalina sobre os caminhos e percalços no serviço da iluminação de si mesmos.
 
A prática essencial e meta fundamental dos ensinos dos Bons Espíritos são a melhora da humanidade, a formação do homem de bem. O Espiritismo, em verdade, está nos elos que criamos, uns com os outros, e que passam a fazer parte da personalidade nova que estamos esculpindo com o buril da educação.  Os "ritos" ou práticas doutrinárias são recursos didáticos para o aprendizado do amor - finalidade maior de nossa causa. Na falta do amor, as práticas perdem seu sentido divino e primordial.
 
Em face dessas reflexões, evidencia-se a urgência da edificação de laços de afeto nos grupamentos humanos, no intuito de fixarmos na intimidade as mensagens do Evangelho e do bem universal. Afeto é a seiva vitalizadora dos processos relacionais e o construtor de sentidos nobres para a existência dos homens.
 
O autoconhecimento, através das luzes de imortalidade que se espraia dos fundamentos espíritas, é um mapa de como chegar ao "eu verdadeiro", à consciência. Todavia, essa viagem não pode ser feita somente com o mapa, necessita de suprimentos morais preventivos e fortalecedores, necessita de uma ética de paz consigo próprio. Somente se conhecer não basta, é necessário um intenso labor de auto-aceitação para não cairmos nas garras de perigosas ameaças nessa "viagem de retorno a Deus", cujas mais conhecidas são a culpa, a autopunição e a baixa auto-estima, as quais estabelecem o clima psicológico do martírio. É preciso uma ética que assegure à transformação pessoal um resultado libertador de saúde e harmonia interior. Tomar posse da verdade sobre si mesmo é um ato muito doloroso para a maioria das criaturas.
 
À guisa de sugestões maleáveis, consideremos alguns comportamentos que serão efetivos roteiros de combate, vigília e treinamento para instauração das linhas éticas no processo autotransformador:
 
Postura de aprendiz - jamais perder o viçoso interesse em buscar o novo, o desconhecido. Sempre há algo para aprender e conceitos a reciclar. A postura de aprendiz se traduz no ato da curiosidade incessante, que brota da alma como sendo a sede de entender o universo e nossa parte na "dança dos ritmos cósmicos". Romper com os preconceitos e fugir do estado doentio da auto-suficiência.
 
Observação de si mesmo - é o estudo atento de nosso mundo subjetivo, o conhecimento das nossas emoções, o não julgamento e a auto-avaliação constante. Tendemos a avaliar o próximo e esquecer do serviço que nos compete, no entanto, relembremos que perante a imortalidade só responderemos por nós, no que tange ao serviço de edificação dos princípios do bem na intimidade.
 
Renúncia - a mudança íntima exige uma seletividade social dos ambientes e costumes, em razão dos estímulos que produzem reflexos no mundo mental. No entanto, a renúncia deve ampliar-se também ao terreno das opiniões pessoais e valores institucionais, para os quais, freqüentemente, o orgulho nos ilude.
 
Aceitação da sombra - sem aceitação da nossa realidade presente, poderemos instaurar um regime de cobranças injustas e intermináveis conosco e posteriormente com os outros. A mudança para melhor não implica em destruir o que fomos, mas dar nova direção e maior aproveitamento a tudo que conquistamos, inclusive nossos erros.
 
Autoperdão - a aceitação, para ser plena, precisa do perdão. Recomeço é palavra de ordem nos serviços de transformação pessoal. Sem ela o sofrimento e a flagelação poderão estipular provas dolorosas para a alma. É uma postura de perdão às faltas que cometemos, mas que gostaríamos de não cometer mais.
 
Cumplicidade com a decisão de crescer - o objetivo da renovação espiritual é gradativo e exige devoção. Não é serviço para fins de semana durante a nossa presença nas tarefas do bem, mas serviço continuado a cada instante da nossa vida, onde estivermos. Somente assumindo com muita seriedade esse desafio o levaremos avante. Imprescindível a atitude de comprometimento com a meta de crescimento que assumimos. Somos egressos de experiências frustradas no desafio do aperfeiçoamento pessoal, portanto, muito facilmente somos atraídos para ilusões variadas. Somente com severidade e muita disciplina construiremos o homem novo almejado.
 
Vigilância - é a atitude de cuidar da vida mental. Cultivar o hábito da higiene dos pensamentos, da meditação no conhecimento de si, da absorção de nutrição mental digna nas boas leituras, conversas, diversões e ações sociais. Vigilância é a postura da mente, alerta, ativa, sempre voltada a ideais enriquecedores.
 
Oração - é a terapia da mente. Sem oração dificilmente recolheremos os germens divinos do bem que constituem as correntes de Energia Superior da Vida. Através dela, igualmente, despertamos na intimidade forças nobres que se encontram adormecidas ou sufocadas pelos nossos descuidos de cada dia.
 
Trabalho - os Sábios Guias da codificação asseveram que toda ocupação útil é trabalho[2]. Dar utilidade a cada momento dos nossos dias é sublime investimento de segurança e defesa aos projetos de crescimento interior.
 
Tolerância - toda evolução é concretizada na tolerância. Deus é tolerância. Há tempo para tudo e tudo tem seu momento. Os objetivos da melhoria requerem essa complacência conosco para que haja mais resultados satisfatórios. Complacência não significa conivência ou conformismo, mas caridade com nossos esforços.
 
Amor Incondicional - aprender o auto-amor é o maior desafio de quem assume o compromisso da reforma íntima, porque a tendência humana é desgostar de sua história de evolução, quando toma consciência do ponto em que se encontra ante os Estatutos Universais da Lei Divina. Sem auto-amor a reforma íntima reduz-se a "tortura íntima". Aprender a gostar de si mesmo, independente do que fizemos no passado e do que queremos ser no futuro, é estima a si próprio, um estado interior de júbilo com nosso retorno lento, porém gradativo, para uma identificação plena com o Pai.
 
Socialização - se o interesse pessoal é o grande adversário de nosso progresso, então a ação em grupos de educação espiritual será excelente medicação contra o personalismo e a vaidade. Destaquemos assim o valor das tarefas doutrinárias regadas de afetividade e siso moral. São treinamentos na aquisição de novos impulsos.
 
Caridade - se socializar pode imprimir novos impulsos e reflexões no terreno da vida mental, a caridade é o "dínamo de sentimentos nobres" que secundarão o processo socializador, levando-o ao nível de abençoada escola do afeto e revitalização dos ensinamentos espíritas.
   
 
 *****

 
Conviveremos bem com os outros na proporção em que estivermos convivendo bem conosco mesmo. A adoção de uma ética de paz, no transcorrer da metamorfose de nós próprios, será medida salutar no alcance das metas que almejamos, ao tempo em que constituirá garantia de bem-estar e motivação para a continuidade do processo.
 
O exercício de negar a si mesmo não inclui o descuido ou descrédito pessoal, confundindo a sombra que precisamos reciclar com necessidades pessoais que não devemos desprezar, para o bem-estar e equilíbrio. Cuidemos apenas de atrelar essas necessidades de conformidade com os novos rumos que escolhemos. Fazemos essa menção porque muitos corações queridos do ideal supõem que reformar é negar ou mesmo castigar a si, quando o objetivo do projeto de mudança espiritual é tornar o homem mais feliz e integrado à sua divina tarefa perante a vida.
 
Nos celeiros de luz dos repositórios do Evangelho, verificamos um exemplo de rara beleza e oportunidade que servirá como diretriz segura para a "despersonificação" dos servidores do Cristo, na obra do amor: Ananias, o apóstolo chamado para curar os olhos do Doutor de Tarso. Quando o Mestre o chama pelo nome, o colaborador humilde, com prontidão e livre dos interesses pessoais, responde sadiamente: "Eis-me aqui Senhor!"[3]
 
O nome dessa virtude no dicionário cristão é disponibilidade para servir e aprender, o programa ético mais completo e eficaz para quantos desejam a auto-iluminação.
 
_____________________________________________________
 
[1] "O Livro dos Espíritos" - questão 919.

[2] "O Livro dos Espíritos" - questão 675.

[3] Atos, 9:10.

Índice

 ° HISTÓRIA & PESQUISA

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas")

Cronologia Espírita

(Compilação de datas significativas para o Movimento Espírita iniciada no Boletim 505)


Lista de Eventos

1863

A Revista Espírita mostra um ano marcado por ataques contra o Espiritismo. A divulgação das idéias espíritas e o sucesso de obras como "O Espiritismo em sua expressão mais simples", provocaram o surgimento de novos grupos espíritas e acirraram o ânimo de seus adversários. Assim, durante 1863 aparecem vários artigos de Kardec defendendo as idéias espíritas e, em janeiro de 1864, uma retrospectiva do ano anterior (Estado do Espiritismo em 1863) com considerações sobre os ataques sofridos. Como Kardec observou, os ataques fortaleceram a Doutrina, pois mostraram a consistência de suas bases.

O espiritualismo norte-americano nesse ano teve também um de seus momentos mais marcantes, quando influiu no destino da nação dividida pela guerra. A discussão se Lincoln era um espiritualista convicto, ou se simplesmente atendia aos pedidos de sua esposa, traumatizada pela perda de um filho, continua até hoje, mas é fato incontestável que foram realizadas sessões mediúnicas na Casa Branca com sua presença*. Esse fato foi bastante comentado na época e sobrevivem as memórias da médium Nattie Colburn Maynard que realizou sessões com a participação de Lincoln. Nessas memórias estão registradas as orientações dadas ao presidente durante os momentos mais difíceis da guerra civil, principalmente a insistência dos espíritos para que não postergasse a decisão mais importante de todas: a Proclamação de Emancipação dos escravos.

KARDEC, 1971
MAYNARD, 2007
MAYNARD e RODRIGUES, 1981
WANTUIL e THIESEN, 1979
WIKIPEDIA, 2007
WIKIPEDIA, 2007 [2]

1 de janeiro de 1863
Washington, Estados Unidos.

O presidente Abraham Lincoln assina a Proclamação de Emancipação (Emancipation Proclamation). Esse documento foi uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos da América declarando a libertação de todos os escravos dos estados confederados. A ordem transformou o fim da escravidão em objetivo central da guerra com a Confederação. Até então, os exércitos da União lutavam para restabelecer a unidade do país (vide 1861). A ordem executiva, emitida pelo presidente como comandante dos exércitos da União, não abrangia os estados escravocratas fronteiriços entre o Norte e o Sul que não tinham se unido a Confederação. Em Kentucky e Delaware a escravidão ainda perdurou até que a constituição norte-americana fosse emendada em 1865 (XIII Emenda).

Essa proclamação teve um impacto profundo sobre o moral da União e abalou as bases da economia da Confederação. Os escravos do Sul se tornavam automaticamente livres ao fugir para o Norte e à medida que o território confederado fosse recuperado. Sua importância foi tão grande para o destino da nação que, durante uma sessão mediúnica com a médium Nettie Colburn Maynard, em dezembro de 1862, os espíritos aconselharam o presidente a não atrasar sua decisão.

"He was charged with the utmost solemnity and force of manner not to abate the terms of its issue, and not to delay its enforcement as a law beyond the opening of the year; and he was assured that it was to be the crowning event of his administration and life; and that while he was counselled by strong parties to defer enforcement of it, hoping to supplant it by other measures and to delay action, he must in no wise heed such counsel, but stand firm to his convictions and fearlessly perform the work and fulfil the mission for which he had been raised up by an overruling Providence. Those present declared that they lost sight of the timid girl in the majesty of the utterance, the strength and force of the language, and the importance of that which was conveyed, and seemed to realise that some strong masculine spirit force was giving speech to almost divine commands" [MAYNARD, 2007]**
 
MAYNARD, 2007
MAYNARD e RODRIGUES, 1981
WIKIPEDIA, 2007
WIKIPEDIA, 2007 [2]

Janeiro de 1863

Lyon, França

Lançado o primeiro número do periódico espírita La Vérité. Foi criado por Edoux e publicado até dezembro de 1866. Em maio de 1863 Kardec escreve sobre esse periódico na Revista Espírita: "Também não podemos omitir o jornal La Vérité, publicado em Lyon, sob a direção do Sr. Edoux, e que igualmente anunciamos. A falta de espaço força-nos a nos limitarmos a dizer que é um novo campeão que parece ser olhado atravessado pelo campo adverso. Marcou sua estréia por vários artigos de elevado alcance, assinados Philoléthès, entre os quais destacam-se os intitulados: Fundamento do Espiritismo; O Perispírito ante as tradições; O Perispírito ante a filosofia e a história, etc. Denotam uma pena exercitada, apoiando-se numa lógica rigorosa e que, perseverando nessa via, dará trabalho aos nossos antagonistas, sem sair da linha de moderação que parece ser a divisa desse jornal, como a nossa. É pela lógica que se deve combater e não pelas pessoas, injúrias e represálias".

ENCYCLOPÉDIE SPIRITE, 2007
KARDEC, 1971
SAUSSE, 2007

Junho de 1863
Bordeaux, França

Publicado o primeiro número do periódico espírita Ruche Spirite bordelaise, Revue de l'enseignement des Esprit (A Colméia Bordolêsa, Revista do Ensino dos Espíritos). Kardec observa na Revista Espírita, na edição de junho de 1863, que a nova revista gentilmente havia colocado em seu primeiro número um aviso de que pretendia seguir, em todos os pontos, a bandeira da Sociedade Espírita de Paris. A revista foi criada pelo Sr. Émile A. Sabò, que também foi o fundador da Société Spirite de Bordeaux. Nas reuniões do grupo familiar do Sr. Sabô se obtiveram várias comunicações de espíritos superiores que foram publicadas na Revista Espírita.

ANJOS, 2007
KARDEC, 1971
WANTUIL e THIESEN, 1979

Julho de 1863
Sicília, Itália

Kardec registra na Revista Espírita o surgimento da Societa Spiritista di Palermo, sob a presidência de Joseph Vassal Paleolozo, e de seu jornal Le Spiritisme.  Dessa sociedade faziam parte pessoas como o professor de latim e filosofia da Universidade de Palermo, Paolo Morello***. Por essa época existia o periódico Annali dello Spiritismo, de Turim, cuja publicação se iniciou também em 1863 por iniciativa do Prof. Vincenzo Scarpa (sob o pseudônimo Signor Niceforo Filalete) e é referido em documentos disponíveis na Internet como a primeira publicação espírita da Itália.

No mesmo número de julho de 1853, em que Kardec fala do novo jornal de Palermo, aparece também uma carta vinda do presidente da Sociedade Espírita de Constantinopla (Turquia), Repos Jeune, que informa sobre um quadro mediúnico apresentado na Exposição Nacional daquele país.

CASSOLI, 2007
FODOR, 2007
KARDEC, 1971

9 de agosto de 1863
Paris, França

Por essa época, Kardec estava preparando o livro que seria publicado em 1864 com o título "O Evangelho Segundo o Espiritismo", porém ainda não havia comentado com ninguém o assunto que seria tratado na obra.  Em uma reunião mediúnica pergunta aos seus guias o que pensam sobre a nova obra e eles lhe respondem que "este livro de doutrina terá considerável influência. Abordas ali questões capitais, e não somente o mundo religioso nele encontrará as máximas que lhe são necessárias, mas a vida prática das nações extrairá excelentes instruções. Fizeste bem em tratar de questões de alta moral prática, do ponto de vista do interesse geral, dos interesses sociais e dos interesses religiosos. A duvida tem que ser desfeita; a Terra e sua população civilizada estão preparadas; há muito que teus amigos do Além-túmulo a desbravaram. Lança, pois, a semente que te confiamos, porque chegou a hora de a Terra gravitar na ordem radiante dos mundos e de sair finalmente da penumbra e da névoa intelectual. Completa a tua obra e conta com a proteção do teu guia, o guia de todos nós, e com o concurso dos Espíritos que te são fiéis, em cujo número podes contar-me sempre." (Obras Póstumas). Na pergunta seguinte, o Espírito explica para Kardec que o livro levantará reações por mostrar que o Espiritismo é o Cristianismo redivivo e que ele deve se preparar para os ataques que receberá.

KARDEC, 1971
WANTUIL e THIESEN, 1979

23 de setembro de 1863
Rio de Janeiro, Brasil

O Jornal do Comércio, o periódico mais importante do Rio de Janeiro na época do II Império, trouxe um artigo favorável ao Espiritismo. Esse artigo chegou ao conhecimento de Kardec e foi comentado na Revista Espírita de julho de 1864. Ao final desse comentário, Kardec acrescenta: "Constatamos com satisfação que a idéia espírita faz sensíveis progressos no Rio de Janeiro, onde conta com numerosos representantes fervorosos e devotados. A pequena brochura O Espiritismo em sua Expressão mais simples, publicada em português, não contribuiu pouco para ali espalhar os verdadeiros princípios da doutrina." [KARDEC, 1971]

ABREU, 1987
CEAK, 2007
KARDEC, 1971
SOUZA, 2007

14 de outubro de 1863
Paris, França

No livro "Obras Póstumas" há o registro de que Allan Kardec, em outubro de 1863, perguntou aos guias espirituais sobre o livro "A Vida de Jesus" de Ernest Renan. O livro, publicado por essa época, traz uma interpretação crítica dos relatos evangélicos e apresenta Jesus como um homem notável, ser humano semelhante aos outros, descartando os milagres narrados nos Evangelhos. Os guias responderam a Kardec que a obra viria a ter efeitos imensos e aplainaria o caminho do Espiritismo, mas trazia grandes erros por se ater apenas à materia e ignorar o lado espiritual.

O livro de Renan é mencionado brevemente em um artigo da Revista Espírita de outubro de 1863 e novamente em novembro de 1863. Nesse número, Kardec comenta uma pastoral do Bispo de Argel contra a Doutrina Espírita, que faz menção a obra de Renan. A pastoral dizia que a preocupação causada no Bispo pelo Espiritismo é maior que a provocada pela "Vida de Jesus".  No comentário, Kardec cita a grande repercussão do livro de Renan.

Renan ocupava a cátedra de línguas semíticas no Collége de France e teve que deixar o cargo por causa da indignação causada pela obra. Estudos críticos anteriores sobre o Evangelho, em língua alemã, não tinham ainda atingido o público católico como a obra de Renan o fez. Ele usou a ciência histórica e a imaginação artística para criar uma narração da vida de Jesus bastante viva. Segundo o médico missionário Albert Sweitzer, autor de um estudo sobre a busca do Jesus histórico, o ensaio inicial de Renan sobre as fontes usadas na "Vida de Jesus" é por si só uma obra prima literária.

RENAN, 1863
SCHWEITZER, 2003.
KARDEC, 1971.
WANTUIL e THIESEN, 1979
WIKIPEDIA, 2007. [3]

Referências Bibliográficas

ABREU, Canuto. Bezerra de Menezes - Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil até o ano de 1895. 3a ed. São Paulo: FEESP, 1987.

ANJOS, Luciano dos. Jean-Baptiste Roustaing. In: Grupo dos 8. Disponível em: http://www.grupodosoito.com.br/subpaginas/roustaing_mess.htm. Último acesso em 20 de maio de 2007.

CASSOLI, Brunilde. Storia Della Parapsicologia. In: La Rivista "On line" (do Centro Studi Parapsicologici di Bologna). Disponível em: http://digilander.libero.it/cspbologna/csp-new1/Speciali/Brunilde.htm. Último acesso em 20 de maio de 2007.

CEAK. O Espiritismo no Brasil. In: Centro Espírita Allan Kardec. Disponível em: http://www.ceallankardec.org.br/espiritismo%20no%20Brasil.htm. Último acesso em 26 de maio de 2007.

ENCYCLOPÉDIE SPIRITE, Revues & Jornaux Spirites Francophones Anciens, In: l'Encyclopédie spirite. Disponível em: http://www.spiritisme.net/revuesanc.php#. Último acesso em 20 de maio de 2007.

FODOR, Nandor. Spiritualism in Italy. Verbete da Encyclopaedia of Spiritualism. In: SpiritWritings.com.  Disponível em: http://www.spiritwritings.com/fodors.html.
Último acesso em 20 de maio de 2007.

KARDEC, Allan. Obras Completas de Allan Kardec. Trad. Julio Abreu Filho. São Paulo: EDICEL, 1971.

MAYNARD, Netti Colburn. Was Abraham Lincoln a Spiritualist?. Publicado originalmente em 1917. Disponível em http://www.snu.org.uk/fre_book.htm. Acesso em 13 de maio de 2007.

MAYNARD, Netti Colburn.; RODRIGUES, Wallace Leal V. Sessões Espíritas na Casa Branca. 2. ed. Matão (SP): O CLARIM, 1981.

RENAN, Ernest. La Vie de Jésus. Paris: MICHEL LÉVY FRÈRES, 1863. (In: Project Gutenberg. Disponível em http://www.gutenberg.org/etext/15113. Último acesso em 21 de maio de 2007).

SAUSSE, Henri. Le Spiritism à Lyon
Extrait de la causerie faite le 8 octobre 1905 à la Fédération Spirite Lyonnaise.  In: Centre d'Etudes Spirites Gabriel Delanne. Disponível em: http://stephane.ayas.9online.fr/le%20spiritisme%20lyon.htm. Último acesso em 20 de maio de 2007.

SHWIETZER, Albert. A Busca do Jesus Histórico. São Paulo: Editora Cristã Novo Século Ltda, 2003.

SOUZA, Juvanir Borges de. Primórdios do Movimento Espírita no Brasil. Palestra proferida na Conferência Espírita Brasil-Portugal, realizada em Salvador (BA), de 16 a 19 de março de 2000. In: UNIVERSO  ESPÍRITA. Disponível em: http://www.universoespirita.org.br/periodicos%20na%20integra/reformador/reformado_04_2000/primordios_juvanir.htm. Último acesso em 26 de maio de 2007.

WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1979

WIKIPEDIA. Abraham Lincoln. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Abraham_Lincoln. Acesso em 6 de abril de 2007.

_______. Emancipation Proclamation. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre.  Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Emancipation_Proclamation. Último acesso em 26 de maio de 2007. [2]

_______. Ernest Renan. In: Wikipédia - A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Renan. Último acesso em 21 de maio de 2007. [3]

________________________________

* Para verificar quanto se tem escrito sobre esse assunto, basta uma pesquisa simples no Google. Por exemplo, "Abraham Lincoln" Spiritualist traz como resultado mais de 650 mil referências. Tirando muitos resultados irrelevantes como endereços com o nome do presidente, ainda resta uma quantidade significativa de textos referindo-se ao relacionamento de Abraham Lincoln com o espiritualismo.

** Uma tradução livre do texto: "Ele foi aconselhado com a máxima solenidade e força de persuasão a não abrandar os termos dessa questão (a Proclamação de Emancipação) e não atrasar sua aplicação legal mais do que o início do ano. Foi-lhe assegurado que seria o evento que coroaria sua administração e vida; e que embora ele tenha sido aconselhado por pessoas influentes a atrasar sua aplicação, com a esperança de substituí-la por outras medidas e atrasar sua ação, não seria sábio seguir este conselho, mas ficar firme em suas convicções e destemidamente realizar o trabalho que cumpriria a missão, para a qual tinha sido levado à presidência pela Divina Providência. Aqueles presentes a reunião declararam que não se percebia mais a garota tímida na forma majestosa como a declaração foi feita, na intensidade e força da linguagem, na importância do que foi declarado. Parecia transparecer que alguma poderosa força espiritual masculina comunicava através dela comandos quase divinos".

*** O nome aparece escrito na "Revista Espírita" traz a grafia Paolo Morello e nos artigos italianos como Paolo Morelle.

Índice

 ° QUESTÕES & COMENTÁRIOS

Estudando o "Livro dos Espíritos"

Christiano Torchi

Atributos da Divindade

(Os textos transcritos[1] do "Livro dos Espíritos" estão em itálico, com as questões em negrito e as notas de Kardec entre aspas)

Após o exame das “provas da existência de Deus”, Allan Kardec introduz o leitor no item “atributos da divindade”, como forma de facilitar a compreensão do Criador.
 
As faculdades do homem/mulher, apesar de estarem razoavelmente desenvolvidas, ainda são muito rudimentares ou embrionárias, considerando o vasto potencial humano latente a espera de desenvolvimento pelo esforço e mérito da própria criatura racional.
 
Daí vem a nossa dificuldade de conceber o Criador e a tendência de imaginá-lo como um ser antropomórfico, isto é, à nossa imagem e semelhança, revestido de atributos humanos.
 
10 - Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
 
Não; falta-lhe para isso o sentido[2].
  
As questões números 11 e 12, a seguir reproduzidas, constituem desdobramento da de número 10 com o objetivo de preparar o leitor para a de número 13, que relaciona e explica os atributos divinos.
 
11 - Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
 
Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.
 
 “A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribuem; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz idéia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme a sã razão.” (Nota de Allan Kardec).
 
12 - Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar idéia de algumas de suas perfeições?
 
De algumas, Sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento.
 
Em resposta à questão n. 13, como já dito anteriormente, os Espíritos amigos definem os atributos divinos ("Deus deve possuir em grau supremo esses perfeições (...) Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação pode conceber"). Vejamos:
 
13 - Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos idéia completa de seus atributos?
  
Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.
 
Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade. [Nota do remetente deste e-mail: Nós, Espíritos, somos imortais, diferentemente de Deus, que é eterno].
 
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
 
É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
 
É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
 
É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro Deus.
 
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus". (Nota de Allan Kardec)
 
Deus não erra. As aparentes injustiças, desigualdades e tragédias que abalam o mundo têm sua razão de ser, como será visto adiante.
 
________________________
Notas do GEAE
 
[1] - Os trechos do "Livro dos Espíritos" foram transcritos da edição da Federação Espírita Brasileira. Está edição está disponível para download no endereço http://www.febnet.org.br/file/135.pdf
 
[2] - O original francês traz a frase "Non; c´est un sens qui lui manque"  que poderia ser traduzida como "não; esse é um sentido que lhe falta".  Essa frase e as respostas seguintes nos dão a idéia de que nossos sentidos atuais são insuficientes para nos permitir a compreensão do que é Deus. Que existem outros sentidos além dos que conhecemos no nosso estágio atual de evolução espiritual, que nos abrirão novas percepções sobre a realidade do Universo que nos rodeia.
 
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° PAINEL

As Drogas e Suas Conseqüências

O Prof. Luiz Carlos D. Formiga nos enviou recentemente um e-mail informando da publicação de uma nova edição do livro "As Drogas e suas Conseqüências". Ele é um dos autores do livro e no e-mail apresenta a dimensão do problema abordado: "Como fechar os olhos aos problemas das drogas, se elas estão minando a nossa juventude? O que esperar de um povo cujos filhos, jovens, drogam-se para fugir da angústia do existir? Por isso o trabalho dos autores desta obra é de suma importância: para ler, instruir-se, meditar sobre o assunto, mas acima de tudo esforçar-se para colocar em prática no dia-a-dia junto da família e da coletividade, os aprendizados aqui encontrados".
 
O e-mail transcreve um dos casos relatados no livro por um de seus autores:
 
"O perigo do ácido lisérgico, que não tem gosto nem cheiro, continua a existir. Vou citar um caso ocorrido na minha clínica.
 
Estava lá um rapazinho de 17 anos, que pegou o carro do pai e acelerou violentamente contra um muro tendo o vidro do carro estilhaçado, ferindo as orelhas, amassando o nariz e acabou sendo socorrido no Miguel Couto e de lá foi acabar na Clínica Sorocaba e logo depois veio para as minhas mãos. Recuperou-se e mais tarde teve que colocar um olho de vidro, fazer plástica no nariz. Quando ele estava bom eu perguntei:

- Fulano, POR QUE VOCÊ QUIS SE SUICIDAR? Explica-me isso.

E ele me respondeu:
- Não, Dr. Oswald, quem é que disse que eu queria me suicidar?
 
- Mas como é que você jogou o carro contra o muro?
 
- Dr. Oswald, pra mim aquilo não era o muro, mas a sombra de um muro.
 
Esse exemplo mostra como o ácido lisérgico dá uma distorção da percepção. O Objeto é como se fosse a sombra dele mesmo.
 
Caso uma pessoa use no oitavo andar de um edifício, ela pode pensar que poderá passar para um edifício "logo em frente", mas que está distante a muitos metros e o indivíduo acaba morrendo caindo no espaço vazio."
    
O site "A Jornada" informa na resenha do livro que ele "discute a verdadeira realidade do uso e abuso das drogas. O que leva uma pessoa a fazer uso de drogas? Com que objetivo ela se droga? Qual a influência dos meios de comunicação? A família faz parte do problema ou traz a solução? O livro ainda aponta as conseqüências espirituais. Outros pontos são comentados, como a AIDS, a prevenção, o tratamento e ainda como a Doutrina Espírita pode ajudar" (A Jornada - http://www.ajornada.hpg.ig.com.br/cultura/livros/formiga/livro2.htm).
 
Nos parece que a nova edição do livro chega em um momento muito oportuno. O problema das drogas está mais grave do que nunca em nossa sociedade, sendo inclusive uma das causas da violência que aflige a todos, e é importante que seja estudado com seriedade a fim de que as soluções possíveis sejam encontradas e aplicadas.
 

As Drogas e Suas Conseqüências
Autores Diversos
Editora Fonte Viva
 
Formato: 14x21cm (186 páginas)


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Allan Kardec San Diego Spiritist Center

Estou feliz em comunicar que nosso grupo Allan Kardec San Diego tem um novo endereço:

    3660 Ruffin Road, Suite E, San Diego, California 92117.

Para mais informações consulte o site www.allankardecsandiego.org

Que Jesus nos abençoe,
Luiza Marques

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Novo endereço WEB do Grupo Noel


O Grupo Noel oferece oportunidade de você desenvolver o amor ao próximo através da prática do voluntariado. O voluntário espírita é antes de tudo o praticante da máxima cristã: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

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