Na literatura espírita encontramos diversos exemplos que mostram
a importância da vibração nas tarefas dirigidas
pela espiritualidade. O termo “vibração”, embora muito
utilizado atualmente, tem sido expresso de diferentes maneiras tais
como “forças mentais”, “raios mentais”, “energias
psíquicas”, “raios vitais”, “raios ectoplásmicos”,
“forças ou energias ectoplásmicas”, “magnetismo humano”,
“forças magnéticas”, “raios”, “ondas”.
Com
relação à utilidade geral das
vibrações, importantes esclarecimentos são dados
no livro Missionários da Luz. Já, no primeiro
capítulo, André Luiz1 relatando uma
reunião mediúnica diz que “As energias dos encarnados
casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de
ação, congregados em vasto número, formando
precioso armazém de benefícios para os infelizes,
extremamente apegados às sensações
fisiológicas”. Seguindo no capítulo 17, nos informam que
“Com os raios de energia, de variada expressão emitidos pelo
homem encarnado, podemos formar certos serviços de
importância para todos aqueles que se encontrem presos ao
padrão vibratório do homem comum”.
Percebemos que a
vibração dos encarnados é importante, e é
utilizada pelos trabalhadores do plano espiritual para o tratamento de
irmãos necessitados, principalmente aqueles que estejam num
padrão vibratório semelhante ao nosso. Outro relato que
reforça a importância da vibração nos foi
dado pela espiritualidade dirigente da reunião de Ectoplasmia2,
no Grupo Espírita de Fraternidade Albino Teixeira, em Belo
Horizonte. Eis:
Nós agradecemos a cada mente presente, a cada
coração
(...) que bateu mais forte; a cada um que fez a prece. Temos certeza de que muitos
receberam preces
direcionadas a seres distantes, encaminhadas àqueles que sofrem; preces direcionadas
a diversos enfermos de
todas as espécies (...) aguardando essas vibrações
(...) para seu
fortalecimento, para que possam prosseguir em sua jornada, conquistando seu
equilíbrio, conquistando a sua lucidez, conquistando
seu reerguimento e do seu perispírito, muitas vezes prejudicado, por atos impensados, por vícios
insanos (...) recuperando a cada um, em suas dores mais profundas.
Um uso importante da
vibração é na adaptação de
espíritos ao plano espiritual. Muitos irmãos, ao
desencarnar, trazem um padrão vibratório muito baixo e
não conseguem se adaptar facilmente ao novo ambiente. Seria
comparável a uma pessoa que nunca escalou montanhas altas e, ao
fazer isso pela primeira vez, tivesse enormes dificuldades com o ar
rarefeito e a baixa pressão. As vibrações dos
encarnados beneficiam esta adaptação, conforme poderemos
observar no relato a seguir, do livro Os Mensageiros, no
capítulo 48:
Grande número de
criaturas, porém, na passagem para cá, sentem-se
possuídas de “doentia saudade do agrupamento”, como acontece,
noutro plano de evolução, aos animais, quando sentem a
mortal “saudade do
rebanho”. Para fortalecer as possibilidades de adaptação dos desencarnados dessa ordem
ao novo “habitat”, o
serviço de socorro é mais eficiente, ao contacto das
forças
magnéticas dos irmãos que ainda se encontram envolvidos nos círculos
carnais. (...) E, designando a grande assembléia de necessitados, continuou: — Os irmãos, nas
condições a que me refiro, ouvem-nos a voz, consolam-se com o nosso
auxílio, mas o calor humano está cheio dum
magnetismo de teor mais significativo, para eles. Com semelhante
contacto, experimentam o despertar de forças novas.
Em uma reunião
de desobsessão na Fraternidade Espírita Irmãos
Jacó e Mateus, em Belo Horizonte, segundo o relato de uma
médium, ela foi levada, em desdobramento, para um outro andar da
casa, no plano espiritual. Lá, havia muitas pessoas com as
mentes cristalizadas, fixadas, na condição que
possuíam enquanto encarnadas e não queriam despertar para
a nova realidade. As vibrações de todos eram direcionadas
para aquelas pessoas.
Ainda na
reunião citada antes, a equipe espiritual disse à
médium que cada tipo de vibração era utilizado em
diferentes casos. A médium teve a impressão de que a
espiritualidade filtrava as vibrações enviadas para o
tratamento daqueles irmãos. No livro Nos Domínios da
Mediunidade encontramos informações que reforçam a
idéia da existência de tipos diferentes de energias
liberadas pelos encarnados e que servem, portanto, para variados fins.
É mencionado no livro que “Todas as criaturas, porém,
guardam-nas consigo, emitindo-as em freqüência que varia em
cada uma, de conformidade com as tarefas que o Plano da Vida lhes
assinala”.
Luiz Gonzaga
Pinheiro, no livro O Perispírito e Suas
Modelações, relata no capítulo 43 a necessidade de
que a espiritualidade filtre as energias provenientes dos encarnados,
pois, muitas vezes, se encontram comprometidas devido ao “regime
alimentar excessivamente carnívoro, ao uso de alcoólicos,
temperos picantes e outros vícios mentais e materiais”.
A
vibração possui variadas aplicações que
não poderíamos detalhar em um único artigo.
Concluímos esta matéria citando alguns outros usos a
seguir: Materialização de espíritos, de quadros e
de objetos acessórios no plano espiritual, em auxílio ao
trabalho de desobsessão; Auxílio direto aos pacientes
desencarnados e encarnados e, em alguns casos, inclusive aos tarefeiros
da equipe espiritual; Reestruturação dos
perispíritos das entidades comunicantes, que se apresentavam
mutilados, feridos e até sem a forma humana.
_____________________
1 - André Luiz é o autor espiritual de uma série
de dezesseis livros psicografados por Chico Xavier no qual relata, em
detalhes, diversos assuntos a respeito do plano espiritual e sua
relação com o físico.
2 - O objetivo de uma
reunião de Ectoplasmia é o
tratamento físico e espiritual do paciente através da
doação de energia, chamada de ectoplasma que é
“recurso peculiar não somente no homem, mas a todas as formas da
Natureza” como bem explicado em Nos Domínios da Mediunidade,
capítulo 28. Este tipo de reunião se realiza com base na
vibração dos participantes.
Índice
Sinal Combinado para Confirmar Contato com os Mortos,
Paulo
da Silva Neto Sobrinho, Brasil
“Se não escutam a Moisés nem
aos Profetas,
mesmo que alguém ressuscite
dos mortos,
não se convencerão”
(Lc 16,31).
Introdução
Essa frase é a célebre resposta dita por
Abraão ao rico que lhe pedia para enviar Lázaro, o
espírito que, com dignidade, suportou até o fim sua
vida de miséria, a fim de advertir a seus irmãos, que
ainda se encontravam vivos, sobre seus atos de forma a evitar-lhes o
mesmo destino que ele teve depois da morte. Evidente é aqui a
possibilidade, admitida no texto bíblico, da
comunicação
entre os dois planos da vida; mas a questão é:
será
que isso pode ocorrer?
Sempre nos apresentam como um argumento contrário
à realidade da comunicação com os mortos o
seguinte: “ninguém nunca comprovou esses contatos usando
senhas ou sinais combinados anteriormente quando a pessoa estava
viva”. Acreditamos que muitos conseguem realizar tal
empreendimento; entretanto, por falta de registros, tudo fica
perdido, induzindo a essa falsa idéia de que isso não
ocorre.
Ao ler o livro Fazendo Contato de John Edward,
médium norte-americano, nos ocorreu que, por mais que muitos
não queiram, a verdade da comunicação com os
chamados “mortos” é um fato incontestável. Sabemos
de pretensos parapsicólogos que, teatralmente, dizem defender
a ciência, quando, na verdade, acastelam-se nos dogmas de sua
igreja. Esses parapsicólogos “da carochinha” alardeiam que
toda e qualquer mensagem recebida pelos médiuns é
produto do próprio inconsciente deles mesmos, quando não
o é de algum dos presentes. Entrementes, nunca apresentaram
qualquer prova científica disso, apesar de a exigirem de
nós,
evidenciando a incoerência em que se apóiam para
sustentar suas idéias.
Vamos ver fatos ocorridos com John Edward que nos
remetem à realidade do fenômeno como sendo mesmo produto
do inconsciente, mas de um inconsciente que agora vive na
dimensão
espiritual, por ter deixado, aos vermes, sua carcaça
física.
Os fatos probantes
Em abril de 1989, a mãe de John ouviu de seu
médico o diagnóstico de que ela tinha câncer
pulmonar. Ao aproximar o 21º aniversário do filho,
resolve dar-lhe um presente; um anel de ouro com um bracelete de
brilhantes, dizendo que não estaria mais entre os vivos quando
chegasse a data certa do natalício. Conversaram muito sobre a
morte e combinaram três sinais com os quais ela se
identificaria se houvesse possibilidade de enviar-lhe alguma mensagem
do plano espiritual. Os sinais foram os nomes: Princesa (apelido da
mãe); Pooh (ursinho) e último Guiding light (luz
guia) (programa de TV que gostava).
Um fato interessantíssimo ocorreu; deixemos o
próprio John narrá-lo:
Minha
mãe partiu às quatro da manhã, rodeada pela
família. Alguns segundos após seu último
suspiro, saí do seu quarto, fui para o meu e comecei a
conversar com ela, tentando ajudá-la a fazer a
transição
para o outro lado. Disse-lhe que ela estaria bem, que logo iria
encontrar seu pai e tio Carmine. Então pedi a ela que me desse
um rápido sinal de que tinha chegado, de que aquilo era algo
bem diferente do nosso mundo, mas de uma maneira jubilosa e
abençoada, como eu pensava. Eu não estava pedindo um
dos sinais que tínhamos combinado, os quais ela precisava
transmitir por intermédio de outro médium. Algo
tangível, que eu pudesse ver. Pedi-lhe que me mostrasse um
pássaro branco. E tinha que ser pessoal, não apenas um
pássaro branco qualquer voando no céu. Tinha de ser
óbvio que era para mim. Eu tinha de saber que existia
verdadeiramente um outro lado e que ela tinha chegado lá a
salvo. Uma onda de incerteza que todo mundo sente. Eu disse à
minha mãe para ir na direção da luz. E que me
informasse que estava a salvo. (p. 58).
Será que John Edward recebeu de sua mãe
este sinal, ver um pássaro branco, que foi um pedido de
última
hora? Sim. E, aliás, em condições inusitadas,
conforme veremos na seqüência da narrativa:
Na
tarde do último dia de velório, meu primo Anthony veio
me confortar. “Quantas flores”, disse ele. “As suas são
as que mais chamam a atenção. Aqueles pássaros
brancos lindos”. Cheguei perto e vi que ali havia dois pássaros
de plástico com plumas brancas aninhados num arranjo colorido.
Eu os havia ignorado por três dias.
"Por
que você disse que são minhas flores?”,
perguntei a meu primo.
“Não
sei”, ele respondeu. “Roseanne e Joey as escolheram para você”.
Perguntei
a meus primos se eles tinham pedido os pássaros. Eles disseram
que não. Telefonei ao florista e perguntei por que havia
pássaros no meu arranjo de flores. “Ah, desculpe, essas
são
para confirmações”, falou. “Nós estávamos
muito ocupados ontem. Uma das garotas deve tê-los colocado ali
por engano. Sinto muito mesmo”. Não precisava se desculpar,
falei. Eles eram lindos. (p. 58).
Por que não poderia ser uma comunicação?
Somente porque alguns cientistas não aceitam, dizendo não
haver provas? Ou porque alguns religiosos dogmáticos dizem que
não? Mas, e as provas das comunicações ocorridas
através de computador, no qual se usa um programa comum de
gravação de voz? Nesses casos a voz paranormal é
gravada no lado reverso e simultaneamente com a do lado normal, ou
seja, fora dos conhecimentos tecnológicos atuais. Isso
não
vale nada? Devemos jogá-las ao lixo porque ainda o preconceito
impera no meio acadêmico e, por incrível que
pareça,
também no meio religioso?
Vamos seguir adiante. John passou a procurar vários
outros médiuns, objetivando entrar em contato com sua
mãe,
que agora vivia no plano espiritual. Mas nada acontecia, fazendo-o
perder o ânimo. Entretanto, a programação
espiritual disso iria acontecer; somente o momento apropriado é
que era aguardado.
Vejamos como aconteceu o primeiro sinal:
Comecei
a marcar encontros com outros médiuns que eu conhecia ou de
quem ouvia falar. Mas o primeiro sinal veio durante uma consulta que
meu primo Joey teve com um médium não muito longe de
casa. Joey queria se comunicar com meu tio Carmine, seu pai. Mas,
durante a consulta, foi uma tia cujo nome começava com a letra
P que se manifestou. Joey, que era próximo de minha mãe,
não acreditou e praticamente desafiou o médium a dizer
o nome inteiro. “Ela está falando... Prin... Princesa?”,
perguntou o médium, aparentemente achando que estava errado.
Mas Joey riu e disse “Sim! Era minha tia Princesa!”; Ela queria
que Joey soubesse que seu pai estava com ela e bem.
Joey
veio me visitar com um presente: uma fita da sessão com o
médium. Fiquei um tanto desapontado com o fato de a primeira
mensagem vir através do meu primo e não diretamente
para mim, mas preferi não discutir. (p. 64).
A questão é: embora ele próprio
tenha feito tudo para entrar em contato com sua mãe, John veio
a receber a mensagem confirmando o primeiro sinal através de
um primo. Por que não foram confirmados os outros dois sinais?
Obviamente é porque há por detrás desses
fenômenos um agente inteligente que age por vontade
própria,
não importando as expectativas que temos em
relação
a eles. A teoria do inconsciente aqui lhe daria uma autonomia e
tanto, fazendo dele um “ser consciente” para agir como quer. No
caso, o “inconsciente” teve a vontade de passar somente um dos
sinais combinados, supostamente retirados da mente de John,
único
quem os conhecia, apesar dele não estar presente naquele
momento da manifestação. Essa versão é
muito hilariante para o nosso gosto, mas que infelizmente encontra
eco por aí.
O segundo sinal recebido, veio, também, em
circunstância imprevista; senão vejamos:
Em
setembro de 1998 li um livro escrito por uma médium que
não
conhecia antes. Chamava-se Contacting the spirit world e era
um guia para pessoas que queriam desenvolver suas próprias
habilidades para se conectar com esse outro mundo. O livro me
arrebatou. Era escrito de uma maneira bem simples, direta e
útil.
Nenhuma baboseira sensitiva sobre amor e paz e alguém
atrás
de você brincando com seu cabelo. Fiquei tão
impressionado com o livro que, quando o terminei, eu provavelmente
sentia o mesmo que todo mundo: eu queria uma consulta com a autora.
Seu
nome era Linda Williamson e aparentemente ela era da
Grã-Bretanha.
Li o livro num vôo para Porto Rico. Quando voltei para casa e
fui a uma reunião com minha editora Denise Silvestro em seu
escritório, pedi-lhe que me ajudasse. "Você
consegue descobrir quem é essa mulher e como chego até
ela?", perguntei.
Denise
começou a rir.
"Sei,
é engraçado mesmo. Sou um sensitivo procurando consulta
espiritual."
"Não,
não é nada disso", disse ela. "Você não
reparou em quem publicou o livro dela?" Denise levantou-se e foi
para a estante. Pegou um exemplar de Contacting the spirit world.
"Eu publiquei esse livro."
"Não
acredito!"
"Foi
publicado na Inglaterra. Li e gostei. Comprei os direitos para os
Estados Unidos."
Denise
me forneceu o telefone de Linda Williamson e eu mal podia esperar
para falar com ela. Eram dez da noite - em Nova Iorque. Devia ser...
bem tarde na Inglaterra. "Alô?", escutei um sotaque
inglês bem sonolento. Ela educadamente me informou que horas
eram em sua parte do mundo. Mas não parecia ter ficado muito
incomodada. Estava entusiasmada com o fato de um de seus colegas
médiuns telefonar dos Estados Unidos para dizer quanto gostara
do livro. Ela, claro, não tinha ouvido falar de mim mais do
que eu tinha ouvido falar dela.
"Você
faria a gentileza de me telefonar amanhã de manhã?",
pediu. "Bom, eu estava imaginando se um dia você me daria
uma consulta por telefone."
"Na
verdade, eu não faço isso. Mas se algum dia você
estiver na Inglaterra, adoraria vê-lo."
"Bem,
você é médium há muitos anos e estou certo
de que pode dar uma consulta por telefone. Faço isso no
rádio
o tempo todo. É a mesma coisa." Não costumo ser
assim tão insistente - justo eu, que deveria saber como é
estar do outro lado do balcão -, mas eu precisava ter uma
consulta com essa mulher, não ia desligar o telefone sem
marcar uma sessão.
"Certo",
ela falou, só para poder voltar a dormir. "Conversamos
amanhã. Não prometo nada."
Na
manhã seguinte, acordei alvoroçado. Linda ia me dar uma
consulta fenomenal. Eu sabia, eu sentia. Eu esperara nove anos por
isso, e só pensava que ela ia pegar o telefone e dizer:
olá,
Johnny, estou com sua mãe Perinda aqui. Ela morreu de
câncer
no pulmão no dia 5 de outubro e quer que lhe diga Princesa e
Springfield e obrigada por colocar o urso Pooh no caixão.
Lá
ia eu de novo. Calma, rapaz. Diminua essas expectativas.
Liguei
para ela, disposto a tudo. Coloquei os fones de ouvido que usava em
meus programas de rádio, peguei caneta e papel. Estava pronto
para disparar a estenografia que aprendi no colegial.
"Estou
muito entusiasmada em fazer isso", diz Linda. "... há
uma adorável mulher aqui, de pé atrás de
você..." Ah, não! "E ela está mandando
todo seu amor e..."
Estou
chocado. Ela não pode ser uma daquelas. Seu livro era
diferente disso. Calo-me profundamente. Em vez de ouvir o que ela
está dizendo ou pensar sobre isso, apenas escrevo tudo, por
absoluta falta de outra coisa para fazer. Ela continua falando e, em
retorno, ofereço apenas uns rosnados de indiferença.
Ela me acena com informações e pede para confirmar.
Ahã. É Certo. Já vendi todas as
ações
que eu tinha dela, ela não é a corretora que vai me
fazer ganhar milhões. Ela é uma cigana que lê as
mãos nas ruas de Lower Manhattan.
Mas
ela vale o que você paga para ela. Nisso eu concordo. Já
estou na página seis do meu bloco de notas. "Sua mãe
está dizendo para falar a você que ela era sua luz
guia", diz ela.
"Não
creio", discordei. "Ela me deu muitos conselhos, mas não
sei se a chamaria assim."
"Oh,
Deus."
"Que
foi?"
"Sua
mãe é uma mulher insistente."
"Ela
pode ser." Eu não queria ceder um centímetro.
Agora
Linda muda seu tom, fala mais devagar e mais baixo. "Ela quer
que lhe diga..."
"É?
Certo, qual é minha grande mensagem?"
Uma
pausa. "Luz... guia."
Silêncio
do meu lado. Então... PUM!! É isso - foi. Feito. Caso
encerrado. Fechado. Não consigo falar. As lágrimas
jorram. Nove anos de expectativa irrompem num espetáculo de
emoção acumulada. (pp. 65-67).
John recebe o segundo sinal através de uma pessoa
desconhecida que residia na Inglaterra, quando, ao falar com ela por
telefone, ela lhe disse ter uma mensagem para ele.
Ele conta agora sobre Donna Marie (um pseudônimo)
que veio-lhe pedir uma consulta, pois ela desejava entrar em contato
com o pai que morrera em novembro de 1995. Percebendo-lhe um certo
grau de sensibilidade, John a incentiva a desenvolver essa sua
faculdade, dando-lhe todo o apoio. Conversavam de tempos em tempos.
O terceiro sinal veio através dela. Vejamos:
Donna
relembra:
Estou
sentada aqui fazendo os exercícios. John fala para deixar a
luz branca fluir à nossa volta e através de nós...
Recebo uma mulher na casa dos 60, 70 anos, com cabelo castanho e
encaracolado. Ela tem um corpo em formato de pêra.
Está
carregando uma antiga maleta de médico. Acho que isso queria
dizer que recebia cuidados em casa. Está sorrindo. Então
vejo, escrito em seu tórax: "Jean". Ela parece
velha, mas percebo que é mãe de alguém de minha
idade. Essa é a primeira vez que faço isso, portanto,
acho que estou inventando tudo, imaginando. Depois de alguns minutos,
John pergunta se alguém tem algo a colocar. Eu me
levanto, apesar de não saber de fato o que estou fazendo.
Não
tenho a menor idéia de que se o que acabou de acontecer foi
realmente uma comunicação com espíritos. Na
verdade, acho que não.
Contei
a todo mundo o que vi e senti, mas não falei "Jean",
porque esse é o nome da minha cunhada, com quem eu fui ao
workshop, então achei que não queria dizer nada.
Mas então alguém disse: "Acho que pode ser minha
mãe". Ela descreveu uma mulher que tinha aquela forma de
corpo. Seu cabelo era castanho, mas ela o tingia de preto. Ela ficava
numa casa de repouso. Mas isso era bem geral. Então disse que
sua mãe se chamava Jean.
"Ai,
meu Deus, juro por Deus que foi o nome que eu ouvi", disse eu.
"Não falei porque achei que era minha cunhada Jean."
A garota que se levantara tinha mais ou menos a minha idade. "A
razão pela qual você se confundiu é que minha
mãe
me teve depois dos 40 anos. Por isso parece que é minha
avó.
Mas é minha mãe."
"Sério?",
falei. Ela disse: "Você gostaria de ver uma foto
dela?". Pegou uma fotografia e era a mulher que eu vira -
exatamente o mesmo formato de cabeça, o mesmo formato de
corpo. Tudo era igual, exceto o cabelo, que era preto. Se eu
descrevesse essa pessoa para um retratista, era desse jeito que ele
iria desenhá-la. Eu não podia acreditar que tinha feito
aquilo.
§§§§§
Depois
do workshop, Donna começou a fazer experiências
em casa. Ela praticava com a cunhada. "Tentei receber coisas do
irmão de Jean", disse Donna. "E ela as confirmou.
Coisas sobre sua personalidade, sobre o casamento dela. Ele tinha
Síndrome de Down, mas era muito ativo em vida, e entendi
totalmente sua personalidade. Falei: 'Nossa, vai ver que estou mesmo
fazendo isso'. Recebi uma sensação muito forte, porque
estava dando a Jean um presente incrível."
Conversava
com Donna de tempos em tempos e sempre lhe dizia que ela devia
continuar trabalhando suas habilidades. Nos dois anos seguintes, ela
praticava ocasionalmente com sua cunhada Jean. Ela não era
ousada o suficiente para pedir a nenhuma outra pessoa, portanto,
havia um limite para quanto poderia desenvolver. Além disso,
estava ocupada. Tivera seu primeiro bebê - não um filho
chamado Anthony, mas uma menina que ela e seu marido Tommy chamaram
de Julia.
Numa
noite de outubro de 1999, Donna estava sentada na cadeira de
balanço
do quarto da nenê, apenas vendo-a dormir. Imaginou se
alguém
poderia se manifestar caso não houvesse ninguém mais na
casa, exceto Julia.
§§§§§
De
repente, essa mulher se apresenta. Ela parece ter cabelo loiro
pintado. Vem na minha direção e posso ler dois nomes
escritos nela. Percebo que é assim que recebo os nomes.
Não
os ouço, vejo-os em letras grandes. Os dois nomes são
Carol e Annette ou Antoinette. Passou muito rápido. Então
ela me mostrou um filhote de cachorro, uma cruz e um pôr-do-sol.
Imediatamente reconheci a mulher. Era a mãe de John. Vira uma
foto dela no vídeo de One last time. Falei: "Se
você é de fato a mãe de John, diga-me uma coisa
realmente importante para me confirmar que essa é você".
Ela me olhou e disse: "Fale a ele 'Pooh'''. Era como um filme na
minha cabeça. Eu a via dizendo isso, mas ouvia minha
própria
voz. Peguei um bloco de notas e escrevi o que acabara de acontecer.
Quando acordei na manhã seguinte, a primeira coisa que senti
foi a mãe de John. Ela disse: "Fale 'urso' para ele".
§§§§§
"John,
você vai achar que estou louca", disse Donna ao telefone.
"Não sei se era sua mãe. Parecia exatamente com a
foto dela que está no vídeo. Ela me falou 'Carol' e
'Anette'. Ou talvez 'Antoinette'." Há pouco tempo uma
amiga minha chamada Carol começara a usar seu tempo livre para
me ajudar na organização do consultório. E
Antoinette era uma mulher que acabara de ser contratada para fazer a
publicidade para uma turnê que eu estava realizando pela
Learning Annex, uma organização nacional de
educação
de adultos.
"Então
pedi uma confirmação mais forte e ela disse 'Pooh' e,
nessa manhã, 'urso'."
"Meu
Deus!", falei. "Sabe o que você acabou de fazer? Isso
é o meu terceiro símbolo."
Fiquei
mais composto dessa vez. Depois da mensagem Guiding light, aquilo
era apenas o sorvete em cima do bolo. Eu estava balançado com
a mensagem, mas na época já entendera que não
devia ficar mais entusiasmado com o urso Pooh que com qualquer outra
confirmação. (pp. 74-76).
Tão imprevisto como
os outros, o último
sinal recebido acaba por confirmar, de forma a não deixar a
mínima dúvida, que a mãe de John realmente se
comunicou com ele. Enfim todos os três sinais combinados foram
passados da mãe ao filho, num autêntico intercâmbio
entre os dois planos da vida.
Conclusão
Esses fatos aqui
narrados vêm responder às
pessoas céticas que dizem que é fácil provar que
não há comunicação com os mortos, porque
nenhum morto voltou para confirmar um sinal combinado para sua
identificação. Com eles temos a prova cabal dessa
possibilidade, e, certamente, não são os únicos
que provam que isso acontece; o problema reside na falta de uma
pesquisa séria sobre ocorrências deste tipo.
Provavelmente, muitas pessoas, também por preconceitos
sócio-religiosos, podem não relatá-los, mas,
certamente, haverá muitas pessoas livres desses preconceitos
que farão até questão de divulgá-los,
faltando, apenas, um pesquisador destemido para fazer isso.
Apenas uma
informação necessária
sobre John Edward: ele, nos últimos cinco anos (2005),
apresenta um programa na TV americana chamado Crossing Over with
John Edward (Fazendo Contato, com John Edward), onde recebe
mensagens de “mortos”.
Certamente,
encontraremos pessoas que não irão
concordar com o que aqui expomos; entretanto, damos a elas o pleno
direito de apresentar provas de que os fatos apresentados, e os
respectivos depoimentos das pessoas que participaram dos programas
transmitidos pela TV, não são verdadeiros.
Paulo
da Silva Neto Sobrinho
Mai/2006.
Referência
Bibliográfica:
EDWARD, J. Fazendo
Contato, São Paulo:
Prestígio, 2005.
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