Segundo
Pensarmos, André Luiz (Médium Francisco Cândido
Xavier), Brasil
(Transcrito de mensagem
distribuida pela "Associação Espírita Benefciente
Dr. Adolfo Bezerra de Menezes" - Rua Dona Vicentina Alegretti 265,
Penha - São Paulo, SP, Brasil, http://www.abrigobezmenezes.org.br/index.asp
- retirada do livro "Doutrina e Aplicação")
Cada consciência é um centro gerador de força no
movimento universal, cuja direção depende de si mesma.
Pensar é criar.
O destino recebe a forma que lhe impusermos, à maneira do vaso
que exprime a imaginação do oleiro.
A palavra vem depois da idéia.
A ação é cimento invisível.
A obra é pensamento coagulado.
Renovar a mente no trabalho incessante do bem, cunhando valores
positivos, ao redor de nós mesmos, é estabelecer roteiros
sempre novos para a vanguarda evolutiva.
O espírito, herdeiro divino do Supremo Senhor, traz consigo
todas as sementes do Céu para engrandecer a Terra.
Unidade atuante, irradia-se através de mil modos, gozando ou
sofrendo, em seu cosmo orgânico, a benção ou a
reação das energias que projeta e que o elevam ou
convulsionam, de acordo com a intensidade dinâmica que lhe
é característica.
Cultiva a tua mente, iluminando-a e enobrecendo-a.
Ainda que, por agora, não percebas, a tua alma se expande, em
milhões de partículas, que são os agentes de
libertação ou de cativeiro elaborado por teu
próprio plano mental.
Avança, escolhendo a "melhor parte".
Diante do sofrimento e da morte, afirmou o Mestre, certa vez:
"Não temas, crê somente."
Segundo pensarmos, assim será.
Índice
Devem os
Centros Espíritas manter Creches?, Jáder Sampaio, Brasil
É
desnecessário argumentar em favor da filantropia e da caridade
no movimento espírita brasileiro. A obra kardequiana defende,
seguida por diversas contribuições de autores e
médiuns
brasileiros, a caridade como valor e a filantropia como dever. De uma
forma muito pessoal e individual, “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” é um convite de muitas faces para que o homem
de bem, e não apenas o espírita, atenda a
exortações
como:
“Encontra satisfações nos
benefícios
que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os
outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações
que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para
pensar nos outros antes de pensar em si, é para cuidar dos
interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O
egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas
decorrentes de toda ação generosa.” (KARDEC,
1978a,
p. 285)
Uma
vez aceito o imperativo ético da prática da caridade, e
aceita a distinção entre caridade moral e material,
como o faz Kardec na mesma obra, não é inusitado
aceitar que as instituições espíritas organizem
serviços capazes de atender às necessidades sociais, no
limite de suas capacidades. O próprio Kardec propôs a
manutenção de instituições como um
dispensário, onde se realizariam consultas médicas
gratuitas, uma caixa de socorros e um asilo, a serem mantidos com
recursos da Comissão Central do Espiritismo, em seu conhecido
Projeto de 1868. (KARDEC, 1978b)
Há que se distinguir a
manutenção de
instituições do imperativo da caridade. O espírita
(pessoa) não precisa de uma instituição mantida
por seu centro espírita para a realização de uma
ação social beneficente. Ele pode juntar esforços
a diversas iniciativas sociais mantidas pelo Estado ou por
organizações sérias sem fins lucrativos. Da
época de Kardec aos nossos dias, cada vez mais os Estados
têm
trazido para si a responsabilidade de fornecer serviços
considerados necessários à população.
Educação, saúde, proteção
alimentar, entre outras ações, estão cada vez
mais presentes nas agendas de governos, das mais diversas
orientações
políticas. Salamon (1998) defende, com números, que nas
últimas décadas o número de
organizações
sem fins lucrativos, constituintes do chamado Terceiro Setor, têm
crescido intensamente em todo o planeta. O movimento espírita
não pode se furtar a refletir sobre as mudanças na
sociedade e sobre o seu papel. Diante destas mudanças, é
muito oportuna a questão que o Carlos Iglesia*
solicitou que se
discutisse melhor: devem os centros espíritas manter creches?
Antes de tratar da
questão das creches, devemos pensar em uma
área que sofreu uma transformação mais intensa
em nosso país, as ações de saúde. Seja
pelo avanço da medicina e da tecnologia médica, seja
pela evolução das políticas públicas de
saúde, hoje, de uma forma geral, temos nos grandes centros
urbanos um serviço de atendimento médico disseminado e
articulado. O Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitou
a criação centros de saúde com corpo médico
de generalistas e alguns especialistas, serviços de
enfermagem, farmácia, campanhas de vacinação,
odontologia, psiquiatria, psicologia, entre outros serviços,
integrados a hospitais generalistas e de especialidades. Na
última
década os governos federais têm incentivado o Programa
de Saúde da Família, no qual uma equipe de saúde
visita residências e passa a acompanhar pacientes cujo
cotidiano era desconhecido ao médico, que só os via no
posto de saúde, e a atender pacientes que eram mal atendidos
pelo sistema anterior pelas dificuldades de locomoção
aos postos de saúde.
Respeitadas as
diferenças entre regiões no Brasil e as
exceções, um dispensário com um médico
fazendo consultas gratuitas, é uma organização
de qualidade inferior à que é oferecida pelo Estado (o
que não acontecia à época de Kardec). Sem poder
pedir exames que o auxiliem a fazer diagnóstico, sem poder
encaminhar para hospitais de alta complexidade, sem poder contar com
o apoio de uma equipe de profissionais da saúde, o seu
trabalho, em que se pese a boa vontade e a disposição
de ajudar o próximo, será de qualidade inferior ao que
é oferecido pelos órgãos de Estado. Não
é
exagero dizer que esta instituição, nas
condições
acima indicadas, atende mais a necessidade do voluntário em
prestar o serviço que a do atendido. A conseqüência
da melhora dos serviços do Estado é que a exigência
para a atuação neste espaço aumenta.
O que têm feito os
centros espíritas que estão
atentos às mudanças no cenário social? Quando
já
têm uma estrutura de saúde montada, vão migrando
seus serviços para os espaços mal cobertos pelos
órgãos
de Estado ou vão aumentando a complexidade de suas
ações.
As farmácias ligadas aos centros espíritas trabalham
com medicamentos que não são facilmente encontrados nos
postos de saúde. Os serviços de odontologia vão
fazer procedimentos cujo custo torna proibitivos aos postos de
saúde.
Os voluntários da área de saúde realizariam
trabalhos que não estão disponíveis nos postos
de saúde. Esta é uma forma inteligente de
integração
à rede de proteção social que o Estado e as
organizações da sociedade formam.
Outra ação
conhecida pelo movimento espírita
brasileiro foi a constituição de Hospitais
Psiquiátricos Espíritas em diversos lugares do Brasil.
Possivelmente, esta iniciativa tem como motivo a
preocupação
do movimento espírita na distinção entre
doença
mental e mediunidade, mas não se reduz a isto, uma vez que
são
espaços de prática de uma especialidade médica e
de profissionais da saúde mental. Estes hospitais vieram
incorporando as modificações na Psiquiatria, as
ações
multidisciplinares e se adaptaram a muitas das justas exigências
do movimento de luta antimanicomial e às
disposições
governamentais. Estas instituições espíritas
romperam o isolamento e têm realizado encontros entre seus
profissionais, têm promovido eventos e têm trocado
experiências. Este, talvez, seja um dos projetos mais bem
sucedidos das Associações Médico-Espíritas
que se fundaram nos últimos anos em nosso país.
Da mesma forma que a
saúde, a educação também
mudou. A nova lei de Diretrizes e Bases atribuiu precariamente
às
prefeituras a obrigação de manter
instituições
pré-escolares. O Estado Brasileiro começou a destinar
recursos e a pensar políticas para um segmento até
então marginal às agendas públicas. Um movimento
semelhante ao da saúde está acontecendo com a chamada
educação infantil.
Os centros espíritas
devem, então, manter creches?
Penso que sim, desde que consigam fazê-lo com qualidade e
mantidas as suas diretrizes.
Inicialmente, a
obrigação das prefeituras ainda é
relativa. A legislação atribui a educação
infantil às prefeituras, mas prioriza o repasse de recursos ao
ensino fundamental, ou seja, deixa uma brecha para os prefeitos
justificarem a falta de fornecimento deste serviço à
população. Muitos segmentos do tecido social ainda
não
tiveram atendidas as suas necessidades de cuidados para as
crianças
em idade pré-escolar. São recorrentes os casos de
visitas a favelas nos quais se encontram crianças na segunda
infância tendo que tomar conta de recém-nascidos e de
seus irmãos menores, em nossa capital mineira. Além
disto, muitas creches da rede de educação infantil
não
são mais que um espaço de cuidados à
criança.
Em segundo lugar, da mesma
forma que os hospitais espíritas
têm envidado esforços para fornecer um atendimento
diferenciado aos seus clientes, as creches espíritas podem dar
uma educação e cuidados superiores aos seus pequenos
clientes e às suas famílias. Ao lado do espaço
de atuação voluntária (que deve ser
conseqüente
e inteligente), a integridade das instituições
espíritas é um diferencial importante, em se tratando
de aporte de recursos públicos ou de parceiros da iniciativa
privada.
Um terceiro argumento é
a necessidade dos centros espíritas
manterem ações sociais conseqüentes, que
possibilitem o engajamento não só de seus
participantes, mas das comunidades como um todo. A finalidade maior
é, nestes tempos de desigualdade social e
dissolução
do tecido social, além de possibilitar a
integração
dos espíritas em ações de impacto social,
mostrar à sociedade que existem comunidades íntegras,
capazes de incentivar as pessoas a darem uma contribuição
pessoal pela melhoria de nossa sociedade, independente de sua
posição
religiosa.
Os centros espíritas
devem ter atenção com o
zelo pela humanização do cuidado infantil e evitar que
a profissionalização de muitos dos espaços
transformem as creches em uma espécie de anexo, um lugar no
qual não se reconhece a ação de homens de bem,
mas apenas um espaço burocrático de atuação
técnica.
Para concluir, recordei-me de
um comentário feito em um
livro
inusitado e quase esquecido pela grande maioria dos espíritas
do nosso tempo, escrito pelo espírita argentino Humberto
Mariotti. Ele afirma que se “o
Espiritismo permanecesse à
margem da questão social, adotaria um critério evasivo
perante as grandes coletividades humanas que sofrem, esperando sua
definitiva redenção”. (MARIOTTI, 1983, p. 106)
KARDEC, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB,
1978a.
KARDEC,
Allan. Obras Póstumas.
17 ed. Rio de Janeiro:
FEB,
1978b.
MARIOTTI, Humberto.
Parapsicologia e Materialismo
Histórico. São
Paulo: EDICEL, 1983.
SALAMON,
Lester. A emergência do
Terceiro Setor: uma revolução
associativa global. Revista de Administração.
São Paulo, v. 33, n. 1, p. 5-11, jan/mar 1998.
____________________
*
O Jáder se refere a uma troca de idéias que tivemos a
respeito de um artigo que escreveu sobre a forma de viabilizar as
creches. Este artigo será publicado no próximo boletim.
Índice
Ciência
Espírita - reflexões filosóficas, Nubor Orlando
Facure, Brasil
Religião
– milagres, profecias, prodígios e dogmas irracionais.
Na condenação de
Galileu, ele foi obrigado a
refugiar-se em sua própria casa e renunciar aos
princípios
científicos que divulgava. A Igreja da época estava
dando o recado de que não suportaria a perversão dos
fundamentos aristotélicos que ela adotava. O sistema do mundo
criado por Deus correspondia ao que Aristóteles e Ptolomeu
haviam decifrado. Deus como Ser supremo e onipotente, criou e pôs
o mundo em movimento e, desde então, tudo funciona com
perfeição e harmonia, com ou sem a sua presença.
Ele estabeleceu a ordem para o Universo e nada pode mudá-la.
As estrelas que estão fixadas e imóveis nas
abóbadas
do firmamento, são formadas de uma substância divina
diferente da que existe no mundo sublunar. A Terra ocupa o centro do
Universo e o Sol, que vai de um extremo ao outro do horizonte, serve
de lâmpada que ilumina o céu. Tudo que é perfeito
e escapa ao entendimento humano é obra de Deus. O círculo
é tido como figura perfeita impondo aos planetas uma
órbita
circular nas suas trajetórias em volta do Sol. Não
há
qualquer ligação entre a vida do homem e a dos animais,
eles fazem parte da criação para povoarem o mundo. O
Homem conhecido na época era o homem branco, criado no
paraíso, de onde foi expulso por ceder à
tentação
do sexo. Condenado a viver na Terra, terá de seguir os
mandamentos da Lei de Deus que só a Igreja é competente
para revelar, podendo ser salvo ou condenado a penas eternas conforme
sua submissão. Como doutrina que esclarece o início e o
fim do Homem, a Religião da época era um sistema
acabado, pronto e que não admitiria mudanças
desnecessárias. Seu conteúdo era completo e suficiente
para consolar e aliviar nossas dores, ensinar a tolerância aos
nossos sofrimentos, justificar a incoerência aparente da
Justiça divina e garantir a salvação para os
fiéis submissos aos seus sacerdotes. As desigualdades
também
ocorrem por obra e vontade de Deus e não nos compete
desafia-Lo em seus desígnios.
Conseguindo “explicar” os
mistérios do mundo e da vida, as
concepções religiosas desempenhavam um papel superior
ao da ciência iniciante da época. A religião
fornece segurança, conforta no sofrimento, alivia nossos
medos, faz troca com nossos “pecados” e assegura a esperança
numa vida futura, onde conseguiremos obter o que a Terra não
nos privilegiou.
Ciência
– o estatuto do conhecimento verdadeiro,
racionalidade, indeterminação, pensamento livre para
criar a sua verdade.
Galileu usa o raciocínio matemático para comprovar as
tese de Copérnico deslocando o Sol para o centro e colocando a
Terra no cortejo dos planetas ao seu redor. Num mundo tido como
regular e perfeito ele descobre as irregularidades da superfície
lunar onde viu suas crateras. Num sistema imutável ele
acrescentou luas a Júpiter que não foram descritas por
Aristóteles.
O
alicerce da Igreja viu-se abalado por novas descobertas que sucederam
rápidas. Ticho Brahe testemunhou por dois meses a passagem de
uma estrela nova no firmamento que a Igreja supunha fixo e
invariável. Johanes Kepler comprovou matematicamente que as
órbitas dos planetas são elípticas e não
círculos perfeitos como se supunha. René Descartes
construiu um sistema filosófico que permitiria separar o corpo
da Alma e André Vessálius inaugurou o estudo da
anatomia humana num corpo que lhe parecia comportar-se como uma
máquina, capaz de mover-se com músculos sem a ajuda do
espírito.
Mais
tarde, Isaac Newton identificou a “força atrativa” que
mantém os astros em suas órbitas, que movimenta as
águas dos oceanos no sobe e desce das marés e provoca a
queda os corpos.
Gradativamente
as forças imateriais que produziam o movimento e a ordem do
Universo foram reconhecidas como forças da gravidade. As Leis
divinas que mantém a regularidade dos fenômenos
físicos
foram substituídas por princípios matemáticos.
Os mistérios que sustentam a vida foram compreendidos como
combustão do oxigênio, fermentação dos
alimentos ou metabolismo celular. Os “espíritos animais”
que transitam pelo corpo humano produzindo seus reflexos e
movimentos, foram identificados quimicamente como
neuro-transmissores. A regularidade dos acontecimentos foi violada
pelo princípio da incerteza. O determinismo linear de uma
causa para cada efeito foi abalado pela casualidade circular em que o
padrão de resposta determina a intensidade da causa.
O
paradoxo “ciência como religião” – dogmas,
rituais, hierarquia, o sagrado e o profano
Historicamente
a Religião tem base na tradição cultural dos
seus seguidores. Seu conteúdo, que orienta o comportamento dos
fiéis, está redigido em textos sagrados que persistem
inalterados por séculos. A linguagem ai empregada é
quase sempre simbólica permitindo interpretações
conflitantes. Daí a importância do sacerdote e do
sistema de hierarquia que os classifica. Entre esses sacerdotes
são
distribuídas as regalias materiais e o poder divino que os
pressupõem representantes de Deus na Terra.
Por outro lado, a construção do saber
produzido pela
ciência é uma conquista do esforço individual ou
de um grupo de pesquisadores. Seus textos, embora redigidos em
linguagem técnica, procuram ser o mais claro possível
para compreensão dos interessados. A verdade é
procurada exaustivamente pela observação ou pela
experimentação. Textos escritos ou opiniões
pronunciadas por personalidades hierarquicamente destacadas, têm
importância relativa e, para serem aceitas, precisarão
submeter-se a comprovação realizadas por
experimentadores independentes. O conhecimento cientifico tem
duração
relativamente curta, costuma se reunir em um conjunto de
proposições
teóricas que constituem um paradigma e, de tempos em tempos,
os cientistas envolvem-se na tentativa de proporem novos e mais
adequados paradigmas.
A Ciência não deixou de ocupar-se,
também, com
dilemas que sempre estiveram sob o domínio das religiões.
Ela tem, a seu modo, uma proposta para a origem do Universo e da vida
na Terra. É apropriado para a Ciência pesquisar o
mecanismo que desencadeia os fenômenos e como eles acontecem,
mais do que tentar explicar porque eles acontecem. Ela se ocupa
minuciosamente com a causa da dor e muito pouco com o porquê do
sofrimento humano. A opção da Ciência é
esclarecer, mais do que consolar.
Já é aceito por todos que para fazer ciência
é
preciso adotar o método científico. Classicamente a
pesquisa precisa estar enquadrada na liturgia do método.
Usa-se a dedução ou a indução; a
observação ou a experimentação. Os
fenômenos estudados fornecem os elementos que, aplicados a
raciocínios matemáticos, fornecem o valor da verdade
descoberta.
Algumas proposições científicas
já estão
de tal forma comprovadas e aceitas que deverão ter a
duração
eterna das verdades sagradas das religiões - a gravidade
existe como força de atração em todo universo -
a energia tem valor inviolável, ela se transforma, mas
não
se cria nem se perde – o calor tende a se dispersar, assim como
toda energia do universo onde a tendência é o caos - a
luz é um fenômeno eletromagnético - a
matéria
visível em todo universo é da mesma natureza da
matéria
existente na Terra - as moléculas de todas as substâncias
estão em constante movimento - a variedade das espécies
se deve a evolução pela seleção natural.
A
Ciência Espírita
- Fundamentos teóricos,
controle experimental, filosofia espiritualista e conteúdo
moral.
O texto
da doutrina espírita teve início com as
revelações
transmitidas por Espíritos desencarnados de natureza superior,
com o propósito de esclarecerem e orientarem a humanidade.
Os
objetos de estudo da doutrina espírita incluem o mundo
espiritual, os seres que o habitam, suas relações com o
mundo material e as conseqüências dessa
relação.
Para o
espiritismo, a grandiosidade do Universo e as leis inteligentes que o
governam são provas suficientes para comprovarem a
existência
de Deus.
Deus é
criador de tudo que existe e sua criação é
incessante. Na situação evolutiva em que se encontra a
humanidade, ainda não temos condições de
compreender a origem do Universo e da vida na Terra. O que se tem
como certo é que Deus sempre criou e sempre continuará
criando.
Existem
dois elementos fundamentais no Universo, o espiritual e o material. O
elemento espiritual tem início como “princípio
inteligente”. Essa “centelha espiritual” transita do mundo
espiritual ao mundo material ocupando corpos que lhe permite evoluir
na escala da vida inteligente na Terra. O Universo é
preenchido por um “fluido” de natureza sutil, com propriedades
que ainda escapam ao nosso entendimento. É dele que se origina
toda matéria conhecida. As propriedades das substâncias
só existem em função desse fluido e pela sua
atuação, essas propriedades podem sofrer as mais
diversas alterações. A acidez ou a alcalinidade é
dada pela presença desse fluido e por sua atuação
um copo de água pode curar ou produzir malefícios.
Existe
um propósito divino na criação. Estamos todos
destinados a caminhar pela extensa fieira das existências, na
Terra ou em outros mundos, buscando a condição de
espíritos angélicos que um dia atingiremos.
Deus
atua através de Leis que a inteligência humana irá
gradativamente descobrindo. Estamos todos mergulhados no pensamento
de Deus e nada que ocorre no Universo escapa ao seu consentimento.
Somos livres para agir e obrigados a arcar com as
conseqüências
dos nossos atos. Cada um é responsável pelo seu
próprio
destino. As Leis morais são pressentidas pela consciência
de todos nós e à medida que a humanidade avançar
na sua evolução o Homem será cada vez mais
consciente da aplicação dessas Leis.
O mundo
espiritual está permanentemente em íntimo contato com o
mundo material. Um e outro processam trocas fluídicas entre si
e exercem influência um sobre o outro. Essa interferência
recíproca é tão intensa que não há
como permanecer sem sua convivência. Uma multidão de
espíritos desencarnados transita com cumplicidade em todos
ambientes da Terra. Eles nos acompanham e nós os atraímos
compartilhando com eles nossa intimidade. Os pensamentos que
frequentemente temos como sendo nossos, são, muitas vezes, o
pensamento deles. Dentro das Leis divinas está estabelecido
que atraímos para nossa companhia aqueles com quem
sintonizamos nossos propósitos. O bem atrai os bons e o mal
conviverá com a ignorância.
Por envolver o mundo espiritual e os Espíritos
que aí
habitam, não temos controle da comunicação
espiritual e os métodos da ciência humana, seu sistema
de controle e experimentação, não se aplicam
à
ciência do Espírito. Entretanto, alguns homens têm
em sua constituição uma disposição
especial que lhes permite entrar em contato lúcido com os
espíritos desencarnados. Trata-se do fenômeno da
mediunidade que se registra em todos os povos e em todas as
épocas
da humanidade. A mediunidade é o grande campo de
experimentação em que a doutrina espírita
apóia-se para revelação e
comprovação
dos seus postulados. A expectativa futura é de que no decorrer
dos séculos todos os homens possam estar conscientes do seu
intercâmbio com o mundo espiritual. Os fenômenos
mediúnicos explicam uma série de ocorrências
frequentemente tidas como sobrenaturais ou produzidos por uma energia
desconhecida. A transmissão do pensamento, a visão
à
distância, as premunições, a xenoglossia, a
psicometria, a psicografia e a psicofonia são exemplos já
bem estudados e esclarecidos pelo espiritismo.
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