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Ano 14 |
Número 505 |
2005 |
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30 de Dezembro de 2005 |
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"Fé
inabalável é somente aquela que pode encarar a
razão,
face a face,
em todas as épocas da humanidade"
Allan Kardec |
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° EDITORIAL |
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Hoje
é o nosso dia! |
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°
ARTIGOS |
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O
Uso da
Mediunidade
no Dia a Dia, Renato Costa, Brasil |
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Vendo
o
Invisível,
Ademir L. Xavier Jr., Brasil |
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°
HISTÓRIA & PESQUISA |
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Ajudar é a Nossa Honra,
José Gonçalves Pereira, Brasil |
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Cronologia
Espírita, Carlos Iglesia, Brasil |
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°
QUESTÕES & COMENTÁRIOS |
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Passagens
do livro "A Gênese", Christian Kill, Brasil |
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° PAINEL |
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Canal
de Televisão Espírita, site "Orientação
Espírita", Brasil
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Raul
Teixeira em Foz do Iguaçu e Cascavel, Enrique Baldovino, Brasil
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Hoje é o
Nosso Dia!
Amigos,
Estamos na virada de mais um ano e, como sempre, nesta época se
refazem planos e projetam-se desejos de realizações
futuras. Os homens, ainda sob a influência benfazeja das
comemorações do nascimento do Cristo, constroem belos
castelos nas nuvéns dos ideais e sonham com uma vida sem erros e
temores.
Aos espíritas, esclarecidos nas verdades da vida eterna, esta
época assume novos aspectos. Ela traz a lembrança da
transitoriedade das convenções humanas. Junto aos anos
que se vão, transformam-se as paisagens humanas, pessoas
próximas ou não que retornam ao plano espiritual,
sólidos empreendimentos do passado que deixam de existir,
convenções políticas que se modificam ao sabor das
paixões e da luta pelo poder, as próprias
criações do espírito, na arte e na cultura, mudam
segundo o gosto das novas gerações que,
imperceptivelmente, vão substituindo umas as outras.
É uma lembrança que talvez pareça desanimadora ao
materialista convicto, mas em verdade ela é o primeiro passo na
libertação do homem. A consciência da
transitoriedade da vida material permite colocá-la na verdadeira
perspectiva. Perspectiva que permite percebê-la apenas como etapa
educativa de um processo de crescimento milenar.
A percepção de que estamos em um processo de
transformação, em que a vivência no plano material
ensina o homem a conhecer a si mesmo e a equilbrar-se perante às
leis eternas, dá ao ser a liberdade de ação
perante a vida. Não mais a prisão aos temores do corpo
que envelhece, da situação econômica que escraviza,
da busca por uma estabilidade inexistente. Em seu lugar, o
espírita se percebe senhor do seu destino, agindo conforme a
consciência de que aquilo que semear colherá, que os bens
do espírito - os tesouros que os ladrões não
roubam e as traças não roem - são os únicos
que realmente tem valor por si próprios.
Não que o espírita se entregará a apatia, deixando
ano ir e ano vir, em ociosa negação de si mesmo e do
mundo ao seu redor. Não, o espírita esclarecido
verá no dia-a-dia a oportunidade do exercício consciente
do seu livre arbítrio, agindo sempre dentro do que sua
consciência dita e sabendo que, mais do que o que se faz, o que
importa é como se faz. O espírita laboriosamente atua no
mundo, a seu favor e a favor do seu próximo, transformando-o e
transformando-se.
Assim, para o espírita, hoje é sempre o melhor dia para
agir. No hoje trabalhamos, estudamos e ajudamos na medida de nossas
forças. No hoje encontramos a oportunidade de superarmos nossas
deficiências e construírmos a paz e a felicidade que
almejamos. No hoje resgatamos o passado e criamos o futuro, mas
é nele que vivemos e devemos fazê-lo conscientemente.
O mundo que sai de 2005 e entra em 2006 é um mundo em
transformação. É um mundo em que o sofrimento e a
dor ainda estão presentes no cotidiano de sua
população, mas é também um mundo em que
diariamente milhões de almas se transformam sob a
influência da mensagem do alto, mensagem cujos porta-vozes -
chamem-se eles espíritas, católicos, protestantes,
budistas, hinduístas, etc... - estão presentes por toda a
parte.
É um mundo onde as oportunidades de se fazer o bem e de se
crescer espiritualmente são imensas. A seara é grande -
talvez nunca antes na história tenha sido tão vasta - e
as ferramentas ao alcance do trabalhador de boa vontade são
extraordinárias. Basta vontade de trabalhar e a correta
perspectiva do que fazer.
Como diz Emmanuel na mensagem transmitida ao Sr. José
Gonçalves Pereira (vide artigo neste boletim): Hoje
é o nosso dia. Agora é o momento. A luta é a nossa
oportunidade. Ajudar é a honra que nos compete.
2006 seja bem-vindo!
Muita Paz,
Carlos Iglesia
O Uso da
Mediunidade
no Dia a Dia, Renato Costa, Brasil
(Artigo publicado originalmente no
Informativo Meimei, órgão de divulgação da
Sociedade Espírita Jesus Escola,
de Cantagalo, RJ, Ano II, no. 2, de
Fevereiro/Março de 2005)
Não resta
dúvida de que, como nos ensinou a mediunidade de nosso saudoso
Chico, a enxada que não trabalha enferruja. Não resta
dúvida, tampouco, que, em um país como o Brasil, em que a
Doutrina Espírita está tão bem divulgada, onde
existem tantas Casas Espíritas e tantas obras de caridade, onde
há tantos desencantados e doentes do corpo e da alma, não
faltam oportunidades de auxílio aos necessitados, encarnados e
desencarnados. Só não se envolve em atividades
mediúnicas em nosso país quem não quer, é
mal informado ou desconhece o fator mediúnico em nossas vidas, a
mediunidade como ela realmente é.
Entretanto, situação bem diversa se
dá em certos países ditos “de primeiro mundo”. Minha
experiência em websites espiritualistas estrangeiros deu-me a
oportunidade de travar contato com inúmeros médiuns
perturbados habitando em países onde a mediunidade deles
é incompreendida e as oportunidades de auxílio que
abundam no Brasil simplesmente inexistem. Em tais países
desenvolvidos não existe pobreza material, a religião
existente é dogmática e estagnada e ensinamentos
esotéricos desencontrados são misturados de modo
comercial e confuso, em um quadro de desamparo e desalento para tais
médiuns sofredores, isolados em seus conflitos e simplesmente
dados como loucos ou perturbados.
Como a Justiça Divina é perfeita,
não há como supor que alguém reencarne com
mediunidade em tal situação sem ter como
utilizá-la com bom proveito. Desse modo, parece-me evidente que
a mediunidade possa ser exercida qualitativamente a contento e em
intensidade satisfatória não só em atividades
tradicionalmente entendidas como mediúnicas, mas, também
e, até mesmo principalmente, nas simples atividades do dia-a-dia.
Logo, um abraço amoroso
pode ser uma
atividade
mediúnica inconsciente. Por que razão um Espírito
bom não aproveitaria tal oportunidade para beneficiar a pessoa
abraçada, utilizando-se do agente do abraço como
médium? Uma prece, um pensamento carinhoso, um aperto de
mão, um olhar compassivo, são tantas as formas naturais
de passe que podemos dar no dia-a-dia, com o concurso de nossos
mentores e guias, em um inequívoco uso de nossa mediunidade.
Quando a mãe passa a mão suavemente no cabelo de seu
querido filho ou filha, não poderá ela estar usando sua
mediunidade e dando um passe, apesar de inconsciente de tal fato?
Não estou sendo meramente teórico em
minhas considerações. Observo e sinto em meu dia-a-dia
que estou utilizando minha mediunidade a todo o instante. Sim, é
verdade, conheço a Doutrina Espírita e isso me permite
estar consciente do que faço. No entanto, que diferença
faz? Um médium inconsciente pode ser muito eficiente como agente
de cura em um abraço dado em uma pessoa doente na casa deste
último. Basta, para tanto, que, ao dar esse abraço, ele
esteja em sintonia com os bons Espíritos e que encha seu
coração de amor pela pessoa a quem abraça.
Concluindo minhas observações, quero
dizer que é nessa linha que sempre procurei orientar os
médiuns perturbados que escreviam nos websites espiritualistas
estrangeiros que freqüentava. Dizia a eles que se
esforçassem por ser pessoas melhores, um dia após o
outro. Que aprendessem a olhar para todos à sua volta como
irmãos e irmãs. Que, se lhes fosse difícil perdoar
a quem os ofendesse, que, pelo menos, por eles não alimentassem
rancor, procurando esquecer as ofensas recebidas; que orassem por todos
à sua volta; que valorizassem os apertos de mão, os
abraços, os olhares, e projetassem amor em tais comportamentos,
de outra forma constituídos de simples formalidades sociais.
Dizia, finalmente, que procurassem aquele parente ou conhecido velho e
doente e os visitassem, conversassem com ele, lhe trouxessem alento com
sua simples presença.
É isso que queria dizer. Costumo ler muitas
vezes orientações de como usar a mediunidade que se
aplicam somente no Brasil ou, no máximo, em alguns poucos
lugares do planeta. Gostaria que os irmãos e irmãs
explorassem mais outras situações, mesmo porque, nada nos
garante que venhamos a ter nossa próxima
reencarnação neste querido País. Que tal,
então, começarmos desde agora a praticar?
O Movimento Espírita pode estar muito mais
amplo e divulgado no Brasil que em outras partes do mundo, mas a
Doutrina Espírita é para toda a humanidade, neste planeta
e em outros mais. É mister, portanto, que saibamos praticar os
ensinamentos do Mestre, explicados com tanta clareza pelo Espiritismo,
estejamos onde estejamos, quer conheçamos a
Codificação de forma explícita, pela sua leitura e
estudo na vida atual, quer de forma intuitiva, pelas lembranças
de estudos sérios que tenhamos feito nas vidas que passaram.
Vendo o
Invisível,
Ademir L. Xavier Jr., Brasil
Uma
revisão rápida de alguns métodos de se observar
o que não é acessível aos sentidos comuns
Parte
III
4
- Fenômenos limiares (causas materiais)
Os dispositivos descritos na seção
anterior envolvem
algum tipo de radiação invisível. Aqui vamos
discutir dispositivos ou sistemas que permitem “observar” ou inferir a
presença de outro tipo de corpo invisível utilizando
propriedades de estado da matéria.
Câmara de
Núvens
O desenvolvimento da câmera de núvens,
também
conhecida como câmera de Wilson, representou um passo importante
na física do século XX. Uma variante da câmera de
Wilson é a câmera de bolhas que emprega líquido ao
invés de vapor. O objetivo desse dispositivo é observar
traços de partículas carregadas eletricamente.
Naturalmente, partículas elementares são
invisíveis. Por isso, esses dispositivos foram desenvolvidos,
pois permitem observar indiretamente o traçado dessas
partículas. Considerando ainda que existem partículas
desconhecidas, muitas delas cuja existência foi prevista
teoricamente muito antes da evidência experimental, a
câmera de bolhas foi um dispositivo eficiente na
comprovação experimental de novas descobertas. Charles T.
R. Wilson e Arthur H. Compton receberam o prêmio Nobel de
Física por suas descobertas utilizando a câmara de
núvens em 1927.
O princípio de funcionamento da câmera de
nuvens é
bem simples [2][3]. Um gás ou vapor é colocado a uma
pressão superior a pressão de ponto de
saturação (a partir de onde começa uma
transição de fase de vapor para líquido). Esse
tipo de fenômeno é conhecido como
“meta-estabilidade”. Basta uma pequena perturbação para
que haja condensação do vapor na forma líquida
que, então, pode ser observada. Essa perturbação
pode ser causada pela presença de íons (partículas
carregadas). Uma avalanche de condensação ocorre ao longo
da trajetória da partícula gerando gotas que ficam em
suspensão e que podem ser fotografadas.
O arranjo experimental da câmera de núvens
é
mostrado na Fig.6a . A câmara armazena o vapor à
pressão correta. Um campo magnético pode cobrir a
região de observação do fenômeno. Com isso,
é possível saber a carga e medir a energia com que a
partícula ou íon atravessa o espaço. Ao atingir a
câmara, o vapor se condensa na trajetória da
partícula ou íon, o que pode ser fotografado ou mesmo
visualizado. A Fig. 6b traz uma imagem negativa de um traçado
obitido em uma câmara de núvens onde se podem distinguir
as trajetórias de diversas partículas facilmente
(inclusive osfamosos mesóns pi).

(a)
Fig. 6
Arranjo básico de uma câmera de núvens (a).

(b)
Exemplo
de traço de
partículas obitido onde se evidencia a existência de
píons e outras partículas elementares.
A câmera de
núvens só funciona porque as
partículas carregadas interagem com o vapor saturado.
Partículas neutras não geram traçado algum (como
se pode ver na Fig. 6b nos traçados em branco da
partículas lambda e K que são neutras).
Câmera
Schlieren
Hoje sabemos que o
som é uma forma de
vibração
mecânica que se propaga no ar. Essa vibração tem
freqüência particular (³) e
impressiona diretamente nossos ouvidos constituindo o rico universo
sonoro. Sabemos também que a sensação de calor
advém das vibrações mecânicas das
moléculas de ar ao nosso redor (que tem uma energia de movimento
superior ao de um ambiente mais frio). O calor também se
“propaga” como radiação: as vibrações
moleculares podem ser “excitadas” por um tipo de luz invisível -
a radiação infravermelha distante - que nada mais
é do que um tipo de radiação eletromagética
semelhante à luz ordinária mas invisível. É
assim que recebemos o calor diretamente do sol, pois o espaço
entre a Terra e nossa estrela mais próxima não tem
densidade de matéria para possibilitar o transporte de calor por
meio mecânico (colisão entre moléculas).
Tanto o som como o
calor são acessíveis
aos sentidos
humanos por meio de sentidos distintos da visão. Entretanto
existe um meio de tornar tanto o som como o calor visíveis. Essa
é a tarefa de um dispositivo conhecido como câmera
Schlieren [4] (do alemão “estrias”), que gostaríamos de
comentar como próximo exemplo. O princípio de
funcionamento e esquema de uma câmara Schlieren é mostrado
na Fig. 7. Uma fonte de luz pontual é colocada no foco (ponto de
convergência de raios do infinito) de uma lente convexa L1.
Há uma certa distância de L1 uma outra lente convexa L2
(que pode ser idêntica a L1) é colocada de tal forma que
seu foco coincida com a posição de um anteparo em forma
de lâmina.
Fig. 7 Esquema
óptico de funcionamento de uma câmera Schlieren
Um objeto é
colocado entre as lentes L1 e L2. Esse objeto
está colocado há uma certa distância de L2 de tal
forma que sua imagem (se não existisse o anteparo em canto)
é formada sobre o anteparo ou câmera fotográfica.
Porque o anteparo em canto é colocado exatamente sobre o foco da
lente L2, qualquer variação na posição do
canto causa o obscurescimento da tela e nenhuma imagem é
observada. O mesmo efeito acontece se houver uma variação
nas propriedades ópticas do meio onde o objeto é
colocado. Uma pequena variação nessa propriedade
(conhecida como “índice de refração”, que mede o
grau com que a luz é desviada pela matéria - sendo uma
propriedade da matéria e da cor da luz) é amplificada
pelo arranjo óptico e localização do anteparo.
Assim, se na região de teste (onde se coloca o objeto) fizermos
som se propagar a uma frequência e intensidade definida (usando
um gerador de som) podemos observar no anteparo as
variações de pressão causadas pelas ondas sonoras
que também podem ser descritas como ondas de pressão. O
som torna-se visível! A câmera Schlieren é
utilizada em laboratórios mundiais na pesquisa de sistemas de
aquecimento, combustão de gases, sistemas aerodinâmicos e
outros [5]. Fotos desse tipo permitem visualizar fenômenos que
acontecem em meios transparentes (o que inclui líquidos).
Além disso,
qualquer variação
térmica no
fluído da região de teste torna-se visível no
anteparo da câmera. A Fig. 8 trás duas fotos Schieren
particularmente interessantes. Na Fig. 8(a) uma pessoa tosse. O fluido
expelido (a uma temperadura maior que ambiente) produz eflúvios
térmicos fácilmente visíveis. Pode-se notar
também que o calor que emana da cabeça da pessoa provoca
ondas de convecção que sobem por serem menos densas. Na
Fig. 8(b) uma foto Schlieren de uma mão “recém-aberta”
mostra eflúvios térmicos emanando da palma extendida.

(a)
Fig. 8 Imagens
Schlieren mostrando eflúvios térmicos de uma pessoa
tossindo (a)

(b)
e de uma
mão “recém aberta” (b). Crédito: Dr. Gary Settles/
Science photo libray.
Os dois exemplos
mostrados mostram como explorando propriedades de
mudança de estado de sistemas pode-se amplificar
perturbações muito pequenas e tornar acessível aos
sentidos comuns objetos ou coisas relacionados as causas das
perturbações pequenas. No caso da câmera de bolhas,
a metaestabilidade do líquido permite rastrear íons
carregados tornando “visíveis” partículas ínfimas.
No caso Schlieren, a região de foco onde se coloca o anteparo em
canto é para onde convergem todos os raios da fonte luminosa que
foram colimados pela lente L1. Portanto, qualquer
variação da área provocada pela
colocação de um anteparo provoca grandes
oscilações no nível de luz no anteparo final.
Variações pequenas no índice de
refração do meio transparente são assim
amplificadas permitindo a visualização tanto de
fenômenos sonoros como térmicos.
Referências
3. Na
verdade qualquer som, a menos que seja “puro”, tem uma
distribuição de freqüências típicas.
(Seção
em parceria com a "Liga
de
Historiadores e Pesquisadores Espíritas")
Ajudar é a Nossa Honra, José
Gonçalves
Pereira, Brasil
(Transcrito do Anuário Allan Kardec 75, ed. LAKE)
Subsídios para o estudo da
Assistência Social Espírita
O Sr. José Gonçalves Pereira, no artigo
do Anuário Allan Kardec de 1975, foi apresentado
como "Secretário da Área de Assistencial Social da
FEESP". Ele dirigiu este departamento durante vários anos e na
sua gestão foi criada a "Casa Transitória Fabiano de
Cristo". Instituição modelo na área da
Assistêcia Social Espírita. Ele desencarnou em 1989
após uma vida repleta de ações em favor do
próximo e grande influência na forma pela qual a
Assistência Social Espírita é exercida. Sua
biografia está disponível no site do GEAE: www.geae.inf.br/pt/biografias/jose-goncalves.php
I - Posições Preliminares
A Assistência Social Espírita de hoje é
continuação da Assistência Social do Cristianismo
primitivo, como podemos constatar nos Evangelhos, na História do
Cristianismo e revelações espíritas atuais, como:
"Ave! Cristo" e em outras obras de Emmanuel. Eis um exemplo:
"O ancião das
Gálias falou detidamente sobre a Igreja de Lião.
Propunha-se, ali, a consolidar o vasto movimento de assistência
social em nome do Cristo.
Os prosélitos não admitiam a fé inoperante. A
Igreja, no parecer deles, devia enriquecer-se de obras práticas,
à maneira de fonte incessante de serviços redentores.
Recebiam, freqüentemente, a visita de confrades da Ásia e
da Frígia, os quais obtinham instruções diretas
para a materialização dos ideiais
evangélicos, e aceitavam a Boa Nova, não somente como
senda de esperança para o Céu, mas também como
plano de trabalho ativo no aperfeiçoamento do mundo."
É de destacar-se que a Igreja de Lião era
núcleo dos mais laboriosos na propagação do
Cristianismo primitivo, em toda a sua pureza, e quase pioneira nas
grandes obras de amparo regenerador, sob a inspiração de
Horácio Niger, seio materno a acolher e sustentar os filhos do
infortúnio e da dor.
Eis outro trecho expressivo da mesma obra:
"Irineu dedicara-se a minuciosas
observações da Escritura.
Manejando o grego e o latim com grande mestria, escreveu expressivos
trabalhos, refutando os adversários da Boa Nova, preservando as
tradições apostólicas e orientando os diversos
serviços de edificação cristã.
Mas a coletividade não se caracterizava tão somente pelas
realizações intelectuais.
Fazendo do santuário consagrado a João o centro de seus
trabalhos de ordem geral, a Igreja primava
pelas Obras de assistência."
Observemos no trecho
transcrito a multiplicação de setores do Cristianismo
primitivo, sendo que a soma de todos os campos de trabalho era o
próprio Cristiansimo integral. Do mesmo trabalho
extraísmo ainda:
"Os serviços de amparo e
educação à infância, de conforto aos
velhinhos abandonados, de sustentação dos enfermos, de
cura dos loucos, distribuiam-se em departamentos especiais,
expandindo-se, assim, em moldes mais completos, a primitiva
organização apostólica de Jerusalém, na
qual as obras de amor do Cristo, junto aos paralíticos e cegos,
leprosos e obsessos, encontraram a melhor continuidade."
E em outro trecho:
"Todos os irmãos
partilhavam o esforço da instituição entre o
trabalho profissional que lhes determinava o dever ao lado da
familía e as atividades evangélicas que lhes assinalavam
a obrigação de discípulos da Boa Nova junto
à Humanidade."
No plano espiriual
verificamos, pelos livros de André Luiz, psicografados por
Francisco Cândido Xavier, a existência de inúmeras
obras assistênciais, demonstrando-nos o trabalho assistencial
realizado pelos Benfeitores Espirituais, destacando-se entre elas
"Nosso Lar", cuja assistência principia nas Câmaras de
Retificação e se eleva até o Plano Divino.
Como é amplo e bem organizado o trabalho nessa
Instituição, não só para o atendimento de
todos os espíritos internados, como para o preparo de visitas
aos lares terrestres, entrosando esforços de amparo e
educação de espíritos encarnados, desenvolvendo o
intercâmbio de serviços entre os dois planos da vida!
Mencionamos também a Casa Transitória Fabiano de Cristo,
Campos Novos da Paz, Alvorada Nova, Almas Irmãs e Almas
Gêmeas, onde a caridade não tem limites em suas
realizações.
Incontáveis são as caravanas de amor fraterno,
procurando, em silêncio, as almas em sofrimento, nas quais a dor
tomou o grau superlativo, para entregar-lhes o bálsamo
cristão aos corações angustiados e dementados pelo
próprio passado.
II - Assistência Social
Espírita
a) Motivações Éticas
Focalizaremos o aspecto ético da Doutrina Espírita, onde
se situa o centro de motivações para a assistência.
Nesse sentido, a doutrina kardeciana, procurando viver e reviver o
Evangelho do Cristo, é nucleada pela idéia do Amor, cuja vivência é a
Caridade, única
força capaz de realizar e consolidar a fraternidade universal.
Essas características - Amor, Fraternidade e Caridade -
são motivações espíritas básicas
para a Assistência Social.
b) Assistência nos Centros Espíritas
As ações assistênciais se desenvolveram, em parte,
nos Centros Espíritas, com a divulgação da
doutrina, dos passes, das sessões especiais, etc., com recursos
geralmente mediúnicos e com o uso de técnicas encontradas
na vasta bibliografia sobre a prática da mediunidade, e com a
atuação de espíritas de relevo neste campo de
ação.
Esquematizamos, a seguir, o que denominamos qualidades gerais de uma
Assistência Social Espírita Cristã:
1 - Quanto à ideologia: ser consciente,
isto é, conhecer o mecanismo assistencial existente na
idéia do amor e querer se movimentar para essa
ação.
2 - Quanto ao objetivo: ser direcional,
isto é, identificar os necessitados e focalizar a
ação nos campos próprios.
3 - Quanto aos meios: ser racional,
isto é, utilizar os métodos, os recursos e as
técnicas indicados pela experiência científica.
4 - Quanto aos fins: ser eficiente,
isto é, desenvolver a ação assistencial de modo
que a problemática seja
solucionada, nos aspectos materiais ou morais, visando ao ajustamento
do indivíduo e do grupo, dentro dos princípios da
Fraternidade Evangélica.
III - Planejamento da Assistência
A unificação visa, em plano mais alto, ao
congraçamento de todas as obras assistências
espíritas e seus obreiros, no sentido de melhor aproveitamento
de toda a experiência já alcançada, somando
esforços para adequado planejamento, visando a melhor servir a
causa a que se propõe. Com essas finalidades, o Simpósio
Centro Sulino, realizado em Curitiba (PR), no ano de 1962, recomenda:
1 - Que sejam realizadas reuniões periódicas de
âmbito estadual e regional, com o fim de examinarem, estudarem,
planejarem e organizarem não só os trabalhos das
obras assistências já existentes, como também,
decidirem em comum, das necessidades de novas obras, para que o
trabalho assistencial sempre consulte as necessidades e anseios das
comunidades, evitando-se paralelismo de ação e
divergência de esforços.
2 - Os idealizadores, dirigentes e obreiros de um trabalho assistencial
espírita devem possuir conhecimentos sobre a tarefa a que se
propõem, além de possuirem, também, suficiente
base doutrinária espírita.
3 - As construções e instalações da
obra assistencial devem ser planejadas de modo a que atendam,
tecnicamente, às finalidades a que se destinam. Linhas simples e
funcionais, ambiente necessário ao ajustamento ou reajustamento
do indivíduo, considerando o equilíbrio que evite o
desnível entre o meio próprio do assistido e os das obras
espíritas que assistem. As construções e
instalações devem, quanto possível, possuir o
calor de um lar, evitando
tornar-se um aglomerado humano onde o necessitado se transforme em uma
ficha numérica sem o afeto da doutrina que o agasalha.
4 - Providências criteriosas devem ser tomadas para que o
trabalho não venha a sofrer solução de
continuidade por carência de recursos de manutenção
e ausência de obreiros que sustentem as tarefas programadas.
IV - Considerações Finais
A seguir, passamos a transcrever a mensagem "Meu Amigo, Muita Paz", de
Emmanuel, psicografada por Chico Xavier em julho de 1952, e que foi um
dos grandes incentivos aos nossos trabalhos de assistência
social, junto a FEESP e Casa Transitória:
"Meu
amigo, muita paz.
A assistência social é a fraternidade em
ação. Sem ela, indiscutivelmente, os nossos mais
preciosos arrazoados verbalísticos não passariam de belos
mostruários sonoros.
É necessário teorizar com o exemplo se desejarmos
argumentar com eficiência e segurança, no campo das nossas
realizações.
Se é verdade que as obras sem ideal são primorosas
esculturas da arte humana, sem o calor da vida, a fé sem obras,
segundo já nos asseverava a palavra apostólica, há
quase dois mil anos, não passa de um cadaver bem adornado.
A escola, a maternidade, a creche, o hospital, o refúgio de
esperança aos viajantes da amargura, o albergue, o posto de
socorro, a visitação fraterna aos doentes e aos
necessitados, a palestra amiga e confortadora, a casa de
desobsessão, o auxílio de emergência aos
companheiros de angústia, o amparo aos irmãos
presidiários, a cooperação metódica nos
centros especializados de tratamento, quais sejam os sanatórios,
os hospitais e os leprosários, a contribuição
desinteressada, enfim, à dor de todos os matizes e de todas as
procedências, desafiam a nossa capacidade de imaginar, organizar
e fazer, a fim de que possamos mentalizar a nossa Doutrina de Amor e
Luz no mundo vivo dos corações.
Trabalhemos, auxiliando-nos uns aos outros. Somos associados de uma
só empresa de redenção, usando o sentimento, o
raciocínio, as mãos, a palavra, a tribuna, a imprensa e o
livro para o mesmo glorioso desiderato.
Conscientes, pois, de nossas responsabilidades, marchemos para diante,
sob a inspiração do Cristo, Nosso Senhor e Mestre,
entrelaçando braços e corações na mesma
vibração de otimismo e esperança, serviço e
sublimação.
Hoje é o nosso dia. Agora é o momento. A luta é a
nossa oportunidade. Ajudar é a honra que nos compete.
Sigamos assim, destemerosos e firmes na certeza de que o Senhor
permance conosco e, indubitavelmente, alcançaremos amanhã
a alegria e a paz do mundo melhor."
Cronologia
Espírita, Carlos
Iglesia, Brasil
Amigos,
Em
1997, no quinto aniversário do GEAE, preparamos
um pequeno texto com informações compiladas a
partir de
diversas fontes - muitas das quais indicadas pelos colegas do GEAE -
sobre datas significativas para a história
do espiritismo.
Ao longo do tempo colecionamos novas referências e melhorias
que
gostaríamos de fazer no texto original, inclusive, por
sugestão do Eduardo Carvalho Monteiro, chegamos a pensar em
sua
transformação em um livro impresso. A
sugestão, bastante interessante, acabou não vingando pela
minha dificuldade em empenhar o tempo
necessário para a
transformação do texto - feito para a troca de
idéias entre amigos - em um trabalho editorial destinado a um
público mais amplo.
A idéia original do texto era servir de ponto de partida e
incentivo a outros estudos históricos. Reunir em um
único
ponto algumas informações sobre datas e
bibliografias que
auxiliassem novas investigações e aprofundassem
conhecimentos sobre a trajetória do movimento
espírita.
Como essa idéia ainda nos atrai bastante e
buscávamos uma
forma de homenagear o Eduardo no Boletim GEAE resolvemos juntar as
anotações e revisões que fizemos
até o
momento e publicar novamente a Cronologia como uma série de
artigos na seção História &
Pesquisa. Esta
seção nasceu da parceria com a Liga de
Historiadores e
Pesquisadores Espíritas, que por sua vez nasceu sob a
influência do Eduardo e assim nada mais natural do que
homenageá-lo através de um estudo sobre
história
do Espiritismo publicado nela.
Portanto, a partir desta edição republicaremos -
com
revisões e melhorias - a Cronologia
Espírita
disponível no site do GEAE na forma de uma série de
artigos. Dedicamos esta nova
versão ao
historiador e patrono desta seção, Eduardo
Carvalho
Monteiro. Revisaremos o texto no site apenas ao final da série,
de modo a incorporarmos os
comentários e sugestões que recebermos durante a
publicação.
Antes de iniciarmos o texto da cronologia gostaríamos de
relembrar outro amigo, Arlindo B. Vasiunas, desencarnado
há
algum tempo e
que na ocasião em que trabalhamos na primeira
edição era membro da
Associação Paulista
de Esperanto e colega de trabalho na Casa Transitória
Fabiano
de Cristo. Foi através do Sr. Arlindo que tivemos contato
com
o Esperanto e ficamos conhecendo os laços
históricos
que o unem ao Espiritismo.
Muita Paz,
Carlos A. Iglesia Bernardo
Introdução
“São
chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o
seu complemento; em que o véu lançado
intencionalmente
sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado; em que a
Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve
levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião,
deixando de desconhecer as leis orgânicas e
imutáveis da
matéria, essas duas forças, apoiando-se
mutuamente e
caminhando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a
Religião, não mais desmentida pela
Ciência,
adquirirá uma potência indestrutível,
porque
estará de acordo com a razão e não se
lhe
poderá
opor a lógica irresistível dos fatos”.
Allan
Kardec (Cáp.
I - O Evangelho Segundo o Espiritismo.Tradução
de J. Herculano Pires, FEESP)
Caro
Leitor,
Nosso objetivo ao
compilar esta pequena cronologia dos eventos que marcaram o movimento
Espírita nestes quase dois séculos de
existência,
é permitir uma rápida visão da sua
história,
é fornecer ao estudioso da doutrina ou ao historiador um
modesto ponto de partida para pesquisas mais avançadas.
A sabedoria romana dizia
que a “Historia magistra vitae est”, a
história
é a
mestra da vida, e realmente sem o seu conhecimento fica
difícil
ao homem assimilar as lições já
vividas, a
evitar cair em velhos erros e por outro lado aproveitar as
iniciativas bem sucedidas. Dentro da Doutrina Espírita esse
velho ditado ganha nova vida, pois ao estudarmos os tempos idos,
estamos estudando a nós mesmos, não na enganosa
fantasia de termos tido papéis de destaque nos eventos
analisados, mas pela certeza de que em nossa trajetória
espiritual compartilhamos essas épocas e que no
comportamento
geral dos contemporâneos encontraremos nossos erros e
acertos;
encontraremos as causas dos tempos em que vivemos e as sementes do
futuro.
Procuramos nesta
cronologia destacar não somente os eventos
doutrinários,
mas também realçar os eventos
contemporâneos nas
ciências e na cultura em geral, pois o Espiritismo
é um
fenômeno inserido em um contexto histórico. A
Doutrina
Espírita surgiu no mundo na época em que os
homens
estavam preparados, pela natural evolução da
civilização, a entende-la e dar-lhe continuidade.
O
século de Kardec é também o
século de
Darwin, de Freud, de Zamenhof, o século em que a
escravidão
foi banida de todos os países civilizados, enfim o
século
XIX foi uma época de tal modo marcante na
história da
humanidade que talvez só lhe possa comparar ao
século
de Augusto, em que entre outros eventos nasceu Jesus de
Nazaré,
ou ao século de Péricles, idade de ouro da
Grécia
antiga.
Vemos nos eventos
relacionados nesta cronologia uma seqüência; vemos a
ciência, a filosofia e a religião caminhando a
passos
seguros rumo a uma nova compreensão do problema fundamental
da
humanidade, “O que somos ? De onde viemos ? Por que estamos
aqui
?
Para onde iremos ?”, questões estudadas e
respondidas pela
Doutrina Espírita a partir de 1857, ou seja, vemos nos
diversos campos uma união de esforços que
inevitavelmente resultará em uma nova
“visão de
mundo”, que substituirá o materialismo em nossa
sociedade
e
marcará uma nova fase na evolução da
humanidade.
Como
a Cronologia
é organizada
O texto da cronologia será apresentado de forma sequencial,
organizado em capítulos que agrupam eventos relacionados a um
mesmo período na história do Espiritismo. Como não
é possível - devido ao espaço disponível -
publicar cada capítulo em um boletim, eles serão dividos
em artigos que conterão três partes:
- Lista
de eventos, ordenados pela data e agrupados pelo ano;
- Biografias, contendo informações sobre
personalidades de destaque citadas nos eventos;
- Referências
Bibliográficas, contendo informações sobre as
fontes citadas nos eventos e nas biografias;
Cada evento corresponde a
uma entrada com as informações:
- Data
- Local
- Descrição
- Referências
Bibliográficas
Cada referência
biográfica corresponde a uma entrada com as
informações:
- Nome
- Resumo
Biográfico
- Referências
Bibliográficas
As
informações que não
correspondem diretamente a fatos relacionados com a Doutrina
Espírita
tem a finalidade de apresentar o contexto histórico e
cultural. Eles são diferenciados dos demais pela cor do
texto
(azul).
As
referências
bibliográficas seguem a norma NBR 6023 da
Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
Para as obras mediúnicas
adotei como regra considerar o nome do autor espíritual como
chave principal de pesquisa. O médium é indicado
após
o título da mesma maneira que é indicado o
tradutor.
Esta forma me parece a mais adequada pois o médium, apesar
da
importância que tem na transmissão da obra,
não
é
o seu autor intelectual.
Primeiro
Capítulo
1795-1856 Prof. Rivail e sua Época
O início de um
estudo histórico, principalmente o de uma nova forma de
pensar, implica em uma decisão importante, a de por onde
começar. Aparentemente simples, esta decisão
é
sempre arbitrária, pois nenhuma idéia nova,
nenhuma
descoberta, nenhuma revolução na sociedade e na
cultura, começa do nada. Suas causas sempre surgem de forma
paulatina, ao longo do tempo, e somente quando todas as
condições
estão estabelecidas – quando a humanidade
está
pronta
para o novo passo – ocorre o evento que passa a ser
nominalmente
o
início da nova era.
Com o Espiritismo
não
foi diferente, se remontarmos a antiguidade encontraremos suas formas
básicas em todas as religiões antigas, dos cultos
de
mistérios gregos ao brahmanismo. Encontraremos nos textos
dos
grandes filósofos as noções que formam
o
substrato de seus ensinamentos. Mais recentemente, no
período
que foi chamado de “Iluminismo”, vemos novamente um
interesse
acentuado pelas realidades espirituais. Enquanto os
filósofos
trabalhavam nas idéias de uma religião natural,
de leis
universais, do progresso dos seres e das sociedades, vemos Swendorg
escrever obras que descrevem o mundo espiritual e suas leis, vemos
também Mesmer popularizar a idéia do magnetismo
animal,
retomando antigas idéias do médico e alquimista
Paracelso.
Assim, visto que a
decisão é totalmente arbitrária,
optamos por
iniciar este trabalho com o nascimento de Amelie-Gabrielle Boudet.
Desta maneira, ao delimitar o período histórico
de
interesse neste trabalho, destacamos a
educadora que foi esposa, colaboradora e secretária do Prof.
Rivail, sem a qual talvez a obra da Codificação
não
teria ficado tão completa.
O
período que se
estende de 1795 a 1856 corresponde aos anos em que o Prof. Rivail e
sua esposa reencarnam, constroem suas carreiras como educadores e tem
os primeiros contatos com o Magnetismo e com os fenômenos que
dariam nascimento ao Espiritismo.
É nesse periodo
que, com os eventos de Hydesville, inicia-se a etapa moderna da
comunicação entre o plano espiritual e o
material.
Novamente a mediunidade, como fenômeno humano natural,
manifesta-se em pessoas de todos os níveis sociais e
econômicos, por todas as partes do mundo.
Lista
de Eventos
1795
22
de novembro de 1795
Thiais, França
Nasce Amelie Gabrielle
Boudet, futura esposa do prof. Rivail e colaboradora na tarefa da
Codificação Espírita.
MARTINS e BARROS, 1999
WANTUIL, 1990
WANTUIL e THIESEN, 1979
Biografias
Amélie Gabrielle
Boudet
1795-1883
Nasceu em Thiais, comuna
do departamento de Val-de-Marne, em 22 de novembro de 1795
e desencarnou em Paris no dia 21 de Janeiro de 1883.
O registro de seu
nascimento foi feito no dia seguinte, oficialmente aos 2 do
Frimário do ano IV (23 de novembro de 1795), pois
nessa época estava em vigência o
Calendário
Republicano, instituído na França pela
Revolução
Francesa (1789) [MARTINS e BARROS, 1999].
Após cursar o
primeiro grau, sua família estabeleceu-se em Paris, onde ela
ingressou em uma Escola Normal e se tornou Professora de Letras e
Belas Artes, vindo posteriormente a casar-se com H. L. D. Rivail (A
certidão de casamento registra o dia 9 de fevereiro de 1832
[MARTINS e BARROS, 1999]).
Colaborada do Prof.
Rivail nos projetos pedagógicos, constituiu-se em grande
apoio
na fase da Codificação Espírita,
tornando-se
verdadeira secretária do esposo, secundando-o nos novos e
árduos trabalhos que praticamente lhe tomaram todo o tempo
de
1857 a 1869. Após a desencarnação
deste em 1869
trabalhou ativamente para garantir a vitalidade do Espiritismo,
participando da fundação da “Sociedade
Anônima
do Espiritismo” (depois “Sociedade para
continuação
das obras Espíritas de Allan Kardec”) destinada a
prosseguir
com a publicação da “Revue
Spirite”.
MARTINS e BARROS, 1999
SOBOUL, 1981
VOVELLE, 1889
WANTUIL, 1990
WANTUIL e THIESEN, 1979
Referências
Bibliográficas
MARTINS, J. D.; BARROS, S. M. de. Allan Kardec - Análise de
Documentos Biográficos. 1. ed. Rio de Janeiro:
Lachâtre, 1999
SOBOUL,
A. História de
Revolução Francesa. Tradução
Hélio Pólvora. 3. ed.
Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981
VOVELLE,
M. França
Revolucinária 1789-1799. Tradução
Denise Bottman. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989.
WANTUIL,
Z. Grandes
Espíritas do Brasil. 3.
ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita
Brasileira, 1990.
WANTUIL,
Z.; THIESEN, F. Allan Kardec.
Rio
de Janeiro: Federação Espírita
Brasileira, 1979.
Passagens
do livro "A Gênese", Christian Kill, Brasil
Participo do GEAE e
gostaria de propor algumas questões para estudo mais aprofundado.
Na Gênese Kardec propõe que Jesus não teria feito a
multiplicação dos pães e peixes, que o evangelista
usava de linguagem pejorativa, que na verdade o que indicaria é
que os ensinamentos de Jesus eram tão apaixonantes que a
multidão "esquecia" da fome.
Mas, o evangelista afirma que SOBRARAM diversas cestas com pães
e peixes. Como explicar essa colocação?
Outra questão da Gênese, Kardec afirma que na passagem do
"caminhar sobre as águas" Jesus apenas havia se projetado
perispiritualmente. Mas observando-se o evangelho notamos que o
discípulo que estava na embarcação pediu para
Jesus que o deixasse ir até ele TAMBÉM sobre as
águas, e Jesus disse "venha até mim" , porém o
discípulo afundou nas águas. Ora se fosse uma
projeção perispiritual Jesus não diria ao
discípulo para CAMINHAR de encontro a ele, não achais?
Gostaria de propor estas questões ao grupo.
Obrigado
Christian Kill
Canal de
Televisão Espírita, site "Orientação
Espírita", Brasil
A Fundação
Espírita André Luiz, de São Paulo, SP, inaugura
seu canal de televisão espírita no dia 1º de janeiro
de 2006, a TV Mundo Maior, composta por programas voltados a
formação cultural, educativa e cidadã, respeitando
a todos, independente de credo, raça, cor e classe social.
A nova emissora de televisão inicia o trabalho contando
com a parceria da Rede Sesc/Senac de TV, que cedeu o direito de
retransmissão de sua programação para a TV Mundo
Maior. A programação própria é composta
pelos programas: Universus (Adão Nonato), Ciranda da Vida (Del
Mar Franco e Sandra Bortolini), Infoespírito (Roberto e Rosali
Andrade), Perspectivas (Alessandro Bighetto e Dora Incontri),
Protagonistas (Marisa Alem), Leitura Espírita (Cida Quintal e
Guiomar Sant´Anna), Abrindo a Bíblia (Severino Celestino),
Em Foco (Caio Fonchetto), Ciência e Espiritualidade (Décio
Iândoli Júnior), Nova Vida (José Carlos e Marcos
Alberto Ferreira) e Nova Consciência (Jether Jacominni). E a
programação independente pelos programas: Terceira
Revelação (Federação Espírita
Brasileira), Vida Além da Vida (Nelson Moraes), Vivência
Espírita (Humberto Pazian), Visão Social (José
Medrado) e Portal de Luz (Marlene Nobre).
A TV Mundo Maior pode ser sintonizada da seguinte forma:
Satélite: Brasilsat 1. Polarização de Descida:
Horizontal. Freqüência Banda C: 3.963,35 MHz.
Freqüência Banda L: 1.186,65 MHz. Symbol Rate: 1,328
Msb/s. F.E.C.: ¾. O Portal Orientação
Espírita parabeniza os companheiros da FEAL e deseja muito
sucesso, sob as bênçãos de Jesus, à TV Mundo
Maior.
Índice
Raul Teixeira em Foz do Iguaçu e Cascavel,
Enrique Baldovino, Brasil
Caros amigos:
Recebemos hoje mesmo a grata
notícia, e temos a imensa alegria de repassá-la, que
teremos em janeiro a visita doutrinária do querido médium
e educador espírita Raul Teixeira, na região oeste do
Paraná.
- 19/01/06
(quinta-feira): Conferência em Foz.
- 20/01/06
(sexta-feira): Palestra em Cascavel.
- 21/01/06
(sábado): Seminário com trabalhadores espíritas da
região oeste.
Companheiros queridos, vamos planejando,
então, esta visita tão esperada para a nossa cidade,
vibrando desde agora para observar todos os detalhes da
recepção do caro amigo, que sempre conta com a
inestimável colaboração da veneranda e
centenária Federação Espírita do
Paraná, que temos a grande honra de pertencer.
Um forte abraço a todos!
Enrique Eliseo Baldovino
Deptº. Difusão 13ª
URE/FEP
Índice
GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS
ESPÍRITAS
O
Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do
Grupo
de Estudos Avançados Espíritas
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Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
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Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins