Boletim
GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim
Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a
face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano
13 -
Número 499 - 2005
27 de setembro
de 2005
Dai
a César o que
é de César
Todos os
espíritos notadamente Superiores que
viveram em
nosso planeta e nos ensinaram através do exemplo vivo de
suas
próprias ações,
foram muito claros em relação à
questão da
conhecida máxima evangélica objeto
do título deste editorial.
As
épocas
em que aqui viveram esses espíritos também foram
extremamente tumultuadas e
cheias de conflitos de interesses, não sendo isto um
privilégio único da nossa
época.
Tomemos
como
exemplo o caso de Jesus Cristo e a mensagem propriamente dita (Mateus,
22,
15-22 e Marcos 12, 13-17), direcionada aos fariseus que o incidiavam.
De uma
forma clara, objetiva e sem radicalismos, ele os respondeu, nos
mostrando, por
meio da máxima em estudo, como
devemos se posicionar em relação à
nossa
responsabilidade como
espíritos em marcha evolutiva e cidadões vivendo
em um
contexto social, sem
termos a necessidade de misturar as coisas, colocando tudo no seu
devido lugar.
É
fato
facilmente constatável que as religiões em geral
sempre
estiveram imiscuidas no
processo político das sociedades, no intuito de garantir
parcela
do poder
mundano, sendo que muitas vezes detiveram este poder por completo. A
história nos
mostra com clareza, que estes foram os momentos mais sombrios por que
passou a
humanidade, sob o ponto de vista moral. Entretanto, essa
idéia
equivocada leva
muitos a imaginarem que é imperativo trazer para dentro das
religiões uma
parcela de atividade político-partidária, como
forma de acelerar o progresso moral das coletividades. Imaginamos ser
esta uma
interpretação equivocada e em absoluta falta de
sintonia
com a máxima
enfatizada pelo mestre de Nazaré.
A plêiade
de Espíritos Superiores, sob a égide do
Espírito
de Verdade, através da
Doutrina dos Espíritos nos faz entender ainda melhor a
máxima em questão. O
caráter universalista dos seus ensinamentos apela para a
razão e o bom senso e
é dirigido a qualquer ser humano, podendo transformar-se na
mais
eficiente
ferramenta a ser usada em benefício do seu progresso moral,
sem
exigir de nós
que façamos parte desta ou daquela religião, e
muito
menos que estejamos
engajados neste ou naquele partido ou movimento político.
O
entendimento do GEAE, em seu propósito simples e humilde de
congregar esforços
no estudo da Doutrina dos Espíritos, é
o de
que na seara do Espiritismo
é
irrelevante a postura político-partidário que
alguém venha eventualmente a
abraçar. Não trazemos a discussão
política
para os estudos do grupo e expressamos
isto de forma bem clara no nosso FAQ. Reconhecemos que a
opção pelo engajamento
político-partidário é um direito
indiscutível e inalienável de qualquer pessoa,
entretanto, entendemos que o Movimento Espírita
não
é a arena ideal para o
exercício deste direito. Todavia, respeitamos o direito de
outros pensarem de forma diferente.
Muita Paz,
Antonio Leite
Editor
GEAE
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As Três
Revelações
de Deus
aos Homens, Vera Meira Bestene, Brasil
Tivemos
três Revelações enviadas por Deus, para
todas as
criaturas:
A
Primeira Revelação em missão de
justiça,
foi transmitida através de Moisés.
A
Segunda Revelação, verdadeira
revelação
de amor, foi trazida por Jesus que ensinou e vivenciou o amor,
exemplificando para nós.
A
Terceira Revelação é a Doutrina
Espírita,
esclarecedora, interpretativa, veio nos dar mais um pedacinho de
nossa evolução, trazendo o conhecimento
sobre a
existência, a comunicabilidade a eternidade do
Espírito
e a diversidade dos mundos habitados.
Moisés,
nome de origem egípcia quer dizer " Salvo das
águas"
. Toda a vida de Moisés - seus atos, seus feitos, suas leis
-
é descrita nos quatro livros do Pentateuco
Bíblico:
Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio,
cuja autoria lhe é atribuída. Segundo a
tradição,
ele morreu aos 120 anos. Ainda pôde avistar ao longe, do alto
do Monte Nebo, o objetivo do seu sonho, o alvo da sua promessa: a
Terra Prometida. A sua missão estava cumprida. Assim foi a
vida do grande líder do povo hebreu, do gênio
militar e
político, do legislador e de um dos maiores
médiuns de
todos os tempos.
Conforme está em Exodo
19:7-8, “veio
Moisés,
chamou os anciães do povo, e expôs diante deles
todas
estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado”:
I -
Não fazer
nem adorar imagens e
ídolos.
II -
Não falar o nome de Deus em vão.
III - Não
trabalhar no sábado.
IV -
Honrar pai e
mãe.
V -
Não matar.
VI -
Não cometer
adultério.
VII -
Não roubar.
VIII -
Não prestar falso
testemunho contra
o próximo.
IX -
Não desejar a mulher do próximo.
X -
Não desejar qualquer coisa que pertença ao
próximo.
Estes
são, portanto os 10 mandamentos da Lei de Deus, que formam a
primeira revelação.
Seguidamente
a Moisés, na seqüência das
revelações
de Deus aos homens, tivemos a graça da existência
entre
nós do ser iluminado: Jesus que é a segunda das
revelações de Deus aos homens. Jesus
não deixou
nada escrito. Tudo o que se conhece de sua obra foi escrito pelos
evangelistas Lucas, João, Pedro e Marcos. O
Evangelho
de Lucas foi escrito com base em profundas pesquisas. Lucas
não
conviveu com Jesus, mas o admirava e escreveu tudo sobre sua vida e
obra tendo conversado com todos os que viveram com ele e
participaram, de alguma forma, de sua vida.
Até o advento de Cristo os Mandamentos de Deus, trazidos por
Moisés, eram apropriados ao entendimento dos povos. Eles
não
entendiam nada sobre adoração de Deus sem
sacrifícios
e holocaustos como acontecia naquela época. Jesus
então, há seu tempo, veio, não para
impedir que
a Lei de Deus fosse pregada ou cumprida, mas sim, para
empregá-la.
Foi assim que pregou a mais pura moral: a moral evangélica,
cristã, que tem como lema maior a
aproximação
dos homens para torná-los fraternos, amando-se uns aos
outros,
transformando o mundo fazendo-o morada de espíritos
superiores
aos que ainda hoje a habitam.
E assim foi a vinda de Cristo. Um verdadeiro presente aos homens.
Jesus
viveu no seu tempo, construiu valores
universais únicos que modificaram toda a vida cultural,
social,política e econômica dos povos que lhe
sucederam,
sendo, inclusive, conceitos essenciais para o Espiritismo.
Quando pensamos em Jesus, pensamos na forma que o Espiritismo
vê
seus ensinamentos, seu padrão de comportamento, o
significado
de sua existência.
Ele,
como todo ser humano, nasceu de um homem e uma mulher. São
seus pais José e Maria. De origem humilde, não
tinha
pretensão de poder político. Sua capacidade
mediúnica
era impressionante e foi interpretado por muitos como milagre. Seu
vasto conhecimento e sua mediunidade fizeram-no capaz de
acontecimentos maravilhosos e fantásticos.
O Espiritismo não precisa fantasiar as coisas para nos fazer
entender Jesus, pois não é importante como ele
nasceu
ou morreu, mas sim, como viveu.
Jesus
não pode ser confundido com Deus.
Não é encarnação de Deus.
Era filho de
Deus, como todas as criaturas. Quando olhamos Jesus distanciado de
Deus, como criatura de Deus, podemos melhor entender e apreciar as
suas grandes virtudes demonstradas que foram por seus conhecimentos,
capacidade mediúnica e compreensão do amor como
lei
fundamental do Universo, o que nenhum homem, até
então,
havia alcançado.
Jesus,
para a Doutrina Espírita, tem um espírito que tem
uma
história ao longo da qual foi construído seu
conhecimento, diferenciando-se do nível médio das
criaturas.
Jesus é o caminho, a verdade
e a vida, em sua diversidade
e sua multiplicidade.
Jesus é padrão de
comportamento aberto para
auxiliar as pessoas na construção de seu
próprio
futuro.
Jesus é exemplo claro de
comportamento moral.
A terceira das
revelações de Deus aos homens veio
através do Espiritismo, que é “de
origem divina,
da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua
elaboração
fruto do trabalho dos homens”
conforme podemos bem
compreender
ao ler o capítulo I item 13 de A Gênese, um dos
livros
do Pentateuco espírita.
O
espiritismo é
a ciência que, com provas irrecusáveis, vem
revelar aos
homens a existência e a natureza do mundo espiritual e suas
relações com o mundo corporal. Assim podemos
entender
que o Espiritismo não tem nada de sobrenatural, mas ao
contrário, como uma das forças da natureza,
agindo
incessantemente como origem de uma infinidade de fenômenos
até
ali incompreendidos o que fazia com que todos os levassem para o
campo do fantástico e maravilhoso. As coisas ditas por
Jesus,
muito ainda foram ininteligíveis e muitas vezes iterpretadas
de forma errada e até fantasiosa.
A
lei do antigo
testamento está personificada em Moisés, e a do
Novo
Testamento em Cristo.
O
Espiritismo é a terceira
revelação da lei de
Deus, mas não está personificada em
ninguém,
porque é produto do ensino dado não por um homem,
mas
pelos Espíritos.
Pode-se
observar nos ensinamentos de Deus aos homens que Cristo tendo vindo
como a segunda revelação, preocupou-se em
explicar que
ao veio modificar nada e sim fazer cumprir. Disse ele: "Não
vim destruir a lei mas dar-lhe cumprimento" .Da mesma forma diz
o Espiritismo: "não venho destruir a lei Cristã,
mas cumpri-la".
O
Espiritismo nada ensina que seja contrário aos ensinamentos
de
Cristo. Sua meta é desenvolver, completar e explicar em
termos
claros, simples e compreensíveis para todos, tudo quanto foi
dito sob forma alegórica; em cumprir nos termos preditos,
aquilo que o Cristo anunciou e preparar o cumprimento das coisas
futuras.
Assim
foi que para cumprir os anúncios de Cristo, reencarnou na
Terra, Hippolyte Léon Denizard Rivail ou Allan Kardec, como
mais tarde ficou conhecido, após ter codificado a Doutrina
Espírita.
A
ele coube a tarefa de organizar e ordenar as perguntas e distribuir
didaticamente as matérias encerradas nos textos e redigir os
comentários às respostas dos Espíritos.
Como meio de elaboração o espiritismo procede
exatamente como as ciências positivas. Aplica o
método
experimental. “Quando fatos novos se apresentam que
não
podem ser explicados pelas leis conhecidas, ele observa, compara,
analisa e remontando dos efeitos às causas, chega
à lei
que os rege; Assim, depois dedus-lhe as
conseqüências e
busca as aplicações
práticas”. O espiritismo
não estabeleceu nenhuma teoria pré concebda,
conforme
nos esclarece a Gênese de Allan Kardec, livro editado em
1868.
É, portanto a Doutrina Espírita
“há
resultado
do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A
Ciência
é chamada a constituir a Gênese de acordo com as
leis
da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade
das suas leis e não pela ab-rogação
delas. Para
Deus, o passado e o futuro são o presente.
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Curso
de Ciência e
Espiritismo, 17.a Aula,
Alexandre Fontes da Fonseca, Brasil
O Laboratório
da Pesquisa
Espírita
1.
LABORATÓRIO DE PESQUISA
ESPÍRITA
Nas
últimas aulas falamos sobre as vantagens de se preparar um
projeto de pesquisa espírita e do papel do orientador no
trabalho de pesquisa. Enfatizamos a necessidade do estudo
básico
do Espiritismo e que o hábito regular na leitura de livros e
artigos espíritas é
condição
necessária para quem deseja contribuir seus
esforços na
atividade de pesquisa espírita com seriedade. Nesta aula,
vamos
comentar sobre a questão do local onde realizar um trabalho
de
pesquisa espírita.
O ser humano sempre quis
descobrir e revelar os segredos da Natureza. A Filosofia, nos primeiros
tempos da cultura ocidental, significava a “busca pela
verdade” [
1].
Para isso,
aprendemos a observar a
Natureza de modo especial obtendo e registrando
informações. Com o desenvolvimento da
Ciência, a
forma pela qual o conhecimento é obtido passou a envolver
dois
ingredientes fundamentais: teoria e prática. Na primeira
aula
deste curso (Boletim 483), ao introduzirmos o conceito de
ciência, comentamos que em todo trabalho de
observação dos fatos é
impossível
fazê-lo “sem ter uma hipótese ou
idéia
pré-concebida” [
2].
Isso
mostra o grau de ligação entre o conhecimento
teórico e o fenômeno que se pretende estudar.
Hoje em dia, o
volume de conhecimento é bastante elevado. Basta dizer que
é impossível alguém se tornar
especialista em
várias áreas do conhecimento ao mesmo tempo.
Mesmo dentro
de uma mesma área, existem tantos tópicos de
estudo que
é muito difícil uma pessoa conhecer bem a todos
eles.
Isso é algo tão real que mesmo dentro de um mesmo
tópico de uma mesma área de pesquisa existem
pessoas que
se tornam especialistas em uma das seguintes frentes de trabalho
fundamentais: 1) teoria e 2) prática. Vamos rever alguns
conceitos mais gerais sobre essas duas frentes:
Em
teoria,
os cientistas
desenvolvem o
formalismo e trabalham com os modelos que representam a realidade. No
casos das ciências exatas, eles usam as regras e leis
matemáticas para obter novos resultados e assim pesquisar as
consequências dos conceitos e
definições já
conhecidas. Busca-se, por exemplo, a previsão de diversos
fenômenos novos que serão objeto de interesse de
outros
cientistas que trabalham com a prática. Aqui, os cientistas
buscam aprimorar os modelos criados por outros cientistas para que eles
expliquem cada vez melhor o conjunto de fenômenos de cada
disciplina científica. Na aula 1 (Boletim 483) comentamos a
respeito das hipóteses auxiliares que tinham a
função de “complementar e fazer o
contacto ou a
conexão entre os dados experimentais ou fatos observados e o
núcleo teórico principal” [
2].
Boa parte do trabalho teórico se situa nessa parte das
hipóteses auxiliares. Os cientistas se informam sobre os
novos
trabalhos experimentais e buscam maneiras de ligá-los aos
conceitos básicos da teoria que compõe a
disciplina
científica em questão. Ou, imaginam novas
aplicações e sugerem aos experimentalistas novas
idéias práticas.
Em
prática,
os
cientistas
trabalham com os fenômenos. Os fenômenos significam
a
mensagem da Natureza. Ao longo do tempo, os cientistas perceberam que
os fenômenos naturais ocorrem de acordo com determinadas
regras
ou seguem determinados mecanismos. Para testar essas regras e
mecanismos, os cientistas tentam reproduzir os fenômenos
naturais
em locais onde eles podem controlá-los e
isolá-los da
influência de outros fatores. Eles fazem isso para verificar
as
propriedades e características do fenômeno que
está
sendo estudado. Isso permite que o conhecimento a respeito do
fenômeno se consolide e possa ser usado para desenvolver
novas
aplicações. A Ciência confere ao
experimento uma
importância bem grande. Em geral, é a
prática que
deve dar a última palavra sobre a validade de determinada
teoria. Apesar da Ciência possuir regras de
“proteção” às
teorias básicas,
a parte
experimental é a única capaz de gerar a crise nas
teorias
proporcionando o surgimento de novos paradigmas [
2].
Kardec reconhecia o valor da
prática,
o que pode ser
verificado no ítem VII da Introdução
do Livro dos
Espíritos [
3]:
“
Desde que a
Ciência sai
da
observação material dos fatos,
em se tratando de
os apreciar e explicar, o campo está aberto às
conjeturas. Cada um arquiteta o seu sistemazinho, disposto a
sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer.
(...) Os
fatos, eis o verdadeiro critério
dos nossos juízos, o argumento sem réplica. Na
ausência dos fatos, a dúvida se justifica no homem
ponderado.”
(grifos nossos).
O Prof. Aécio P.
Chagas em sua obra
Introdução
à Ciência Espírita
[
4]
diz que a palavra
laboratório
significa simplesmente “local de trabalho”.
Entretanto,
vamos usar a
palavra laboratório no sentido em que é mais
empregada: o
local onde um fenômeno é isolado do resto do mundo
para
ser analisado e estudado de forma independente e por meio de diversos
aparelhos. Enfim, o
laboratório
é o lugar da realização da pesquisa
prática.
Vamos diferenciar
esse conceito da idéia comum de “local de
trabalho”
com fins
didáticos sobre a diferença entre o trabalho
teórico
e
prático.
O
local
de trabalho de um
cientista
ou pesquisador teórico consiste do seu gabinete ou
escritório e de uma boa Biblioteca. Hoje em dia, com o
avanço e o conforto proporcionado pela internet, a
Biblioteca
tem se tornado algo virtual e acessível do
próprio
escritório de trabalho. Não podemos deixar de
lembrar da
lanchonete
onde o momento do
cafézinho tem se tornado comum pelo enorme ensejo de troca
de
idéias entre os cientistas. Brincadeiras a parte, o local de
trabalho de um pesquisador em
teoria
é algo
tão simples que, em alguns casos, pode ser
transferido para a casa do pesquisador.
O
local
de trabalho de um
cientista
ou pesquisador
prático
ou
experimental
consiste
não somente do seu gabinete ou escritório, da
Biblioteca
e da lanchonete, mas também de um recinto comumente
conhecido
como
laboratório.
O
laboratório consiste num local onde diversos aparelhos
são utilizados para realizar-se testes controlados e
organizados
sobre determinado fenômeno natural. Em alguns casos, o
laboratório pode ser algo não restrito a quatro
paredes e
tão extenso quanto uma reserva ecológica [
4].
Um observatório
astronômico não é bem um local onde se
pode isolar
os fenômenos que a Astronomia estuda, nem se pode
isolá-los do resto do mundo, mas é considerado o
laboratório onde o astrônomo observa e estuda o
comportamento das estrelas. Para vermos a abrangência do
assunto,
podemos dizer que o conjunto de escolas estaduais de uma determinada
cidade pode ser considerado um laboratório de pesquisas na
área de Educação, enquanto que um
bairro pode ser
um laboratório de pesquisas na área de
ciências
humanas e sociais. O mais interessante em todos esses exemplos
é
que a idéia de
laboratório
está ligada
à idéia de
prática
ou de
observação
da realidade,
ou ainda, de
observação
dos fatos.
O local do
trabalho de pesquisa espírita depende, logicamente, do
gênero de pesquisa que está sendo feito. Se o
trabalho de
pesquisa for
teórico,
o pesquisador vai precisar de um lugar tranquilo para ler e estudar a
literatura e um escritório para fazer
anotações e
escrever as idéias que surgirem. Um exemplo de trabalho de
pesquisa teórico é a obra de Ney S. Pinheiro,
Prontuário das
obras de Allan Kardec
[
5].
Se o trabalho de pesquisa for
prático
o local de trabalho
depende do tópico de pesquisa. Por exemplo, o trabalho de
pesquisa realizado pelo Dr. Hernani G. Andrade, divulgado na obra
Reencarnação
no Brasil [
6],
exigiu a visita do pesquisador a
diversas localizações para entrevistas e
verificações das
informações colhidas. Na
obra
Diálogo
Com as Sombras,
Teoria e Prática da Doutrinação
[
7],
o local de trabalho de pesquisa foi a
casa espírita e a sala de reunião
mediúnica onde a
reunião de desobsessão ocorria (deixamos para o
leitor a
leitura dos livros acima para se inteirar dos detalhes).
O Prof. Aécio P. Chagas
afirma que “
o
laboratório
da ciência espírita é o centro
espírita”
[
4].
Segundo ele o centro espírita
é o local onde as pessoas que conhecem a
“teoria” (a
Doutrina
Espírita) realizam a
“prática” que consiste
nos
fenômenos que ocorrem sob controle e
orientação
doutrinária. O centro espírita, além
de possuir as
pessoas que conhecem a “teoria”, conta com o apoio
dos bons
espíritos. Se um projeto de pesquisa tiver objetivos nobres,
certamente os bons espíritos farão o que for
possível do “lado” deles para que o
projeto tenha
sucesso. A
referência [
7]
é um exemplo
bem sucedido desse tipo de trabalho de pesquisa.
Seria a
Universidade um local apropriado para a
realização de
trabalhos de pesquisa espírita? O Prof. Aécio
acredita
que dentro de uma ideologia positivista que caracteriza as
universidades ainda não é possível a
realização de um trabalho de pesquisa
espírita [
4].
Nós acreditamos que na medida
que os espíritas ocuparem naturalmente mais
espaços no
meio acadêmico, é possível reduzir o
preconceito
iniciando a introduzir assuntos de interesse espírita dentro
das
universidades. Na verdade isso já vem ocorrendo como
mencionamos
na aula 13 (ver Boletim 495) onde algumas teses de mestrado e doutorado
envolvendo temática espírita foram
concluídas com
o mesmo êxito das teses envolvendo assunto
não-espírita. Isso nos traz um sentimento de
esperança no futuro.
Independente
do Espiritismo ocupar um maior espaço dentro da
Universidade,
é preciso que o Movimento Espírita se organize
para
oferecer cada vez mais melhores condições de
realização e divulgação dos
trabalhos de
pesquisa espírita. Individualmente, todos os que desejam
contribuir para o progresso do conhecimento espírita devem
se
conscientizar da importância do estudo constante tanto da
base do
conhecimento espírita (a Doutrina Espírita)
quanto das
obras complementares. Não devem se esquecer do
esforço
pela reforma íntima que caracteriza o verdadeiro
espírita. Além disso, é preciso estar
constantemente lendo os periódicos espíritas para
estar
ciente dos trabalhos de pesquisa atuais que vém sendo
realizado
por outros pesquisadores, bem como ter conhecimento de quem
está
trabalhando em determinados assuntos.
Aos poucos as casas espíritas
compreenderão que além de tudo de bom que
já fazem
pela divulgação do Espiritismo e pelas pessoas em
geral,
elas poderão contribuir com um
tijolinho
no processo de desenvolvimento dos conhecimentos espíritas.
Tudo
o que temos de bom, hoje, na Humanidade, decorreu de uma
série
de estudos e pesquisas pequenos, muitas vezes, realizadas em diversos
lugares e que juntos permitiram os bens do progresso. Acreditamos que
podemos aproveitar o melhor desse
esquema
para progredirmos em nossos objetivos maiores de progresso moral da
Humanidade.
Referências
[1]
S. S. Chibeni, O Espiritismo em seu
tríplice aspecto Parte I 2003, Reformador Agosto, pp. 39-41.
[2]
A. F. da Fonseca, Curso de
Ciência & Espiritismo, aula 1:
Introdução e
conceito de ciência, Boletim GEAE 483, (2005).
[3]
A. Kardec, O Livro dos Espíritos,
Editora FEB, 76a Edição (1995).
[4]
A. P. Chagas, Introdução
à Ciência Espírita,
Publicações
Lachâtre (2004).
[5]
N. S. Pinheiro, Prontuário
das obras de Allan Kardec, Editora Edicel, 2a.
Edição
(1998).
[6]
H. G. Andrade,
Reencarnação no Brasil, Casa Editora O Clarim,
2ª
Edição (1998).
[7]
H. C. Miranda, Diálogo Com as
Sombras, Teoria e Prática da
Doutrinação, Editora
FEB, 8a Edição, (1994).
Retorno ao Índice
Semana de Kardec,
Jader Sampaio,
Brasil
Prezados
Colegas de LIHPE,
Segue em anexo a
programação da Semana de Kardec,
a ser
realizada na Associação Espírita
Célia
Xavier, em Belo Horizonte (MG). Teremos a presença do Paulo
Henrique, editor da revista Universo Espírita (SP), que
virá divulgar seu livro "Mesmer: a ciência negada
e os
textos escondidos". Peço a gentileza de ajudarem a
divulgar
ao máximo.
Fraternalmente,
Jáder Sampaio

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Inteligência
e
Instinto, Taís, Brasil
Gostaria de saber se há
possibilidade de
enviar-me material a respeito de como o espiritismo encara a
questão do sexo. Se possivel enviar também uma
bibliografia a respeito, pois o material pesquisado na internet foi
muito básico.
Também gostaria de saber sobre a
inteligência. É a mesma que terazemos de outras
vidas e/ou
planetas? Ainda teremos oportunidade de usar toda a nossa
inteligência para o bem em um mundo evoluído. Qual
a
diferença de instinto e inteligência uma vez que
biólogos defendem que os animais têm instinto, mas
vemos
que possuem inteligencia?
Sei que são muitas perguntas, mas se puderes
enviar-me onde posso respondê-las já estarei muito
feliz.
Obrigada mesmo,
Taís
Prezada Taís,
Primeiramente gostaria de
parabenizá-la pelo
interesse no estudo dessas questões, cujo aprendizado
é
necessário e vital para atingirmos o progresso espiritual. O
estudo é mesmo o melhor caminho, e, acima de tudo, uma
responsabilidade de todos nós.
Com
relação a sua
primeira pergunta, a
questão do sexo, a obra Sexo e
Destino, psicografada por Francisco
Cândido Xavier e
ditada pelo espírito de
André Luiz, responde as indagações que
todos
nós temos sobre o relacionamento sexual humano, com as
implicações na vida futura do Espírito
Imortal.
Esta é uma leitura indispensável e essencial ao
entendimento da responsabilidade que todos temos em
relação à atitude que devemos assumir
perante essa
importante faculdade do espírito humano.
Com
absoluta certeza, somos hoje o
resultado do que
fomos em outras vidas. A oportunidade de usar toda a nossa
inteligência da forma que acharmos mais conveniente e segundo
o
nosso livre arbítrio, é uma
condição que
está presente em nossas vidas, a todo momento e em qualquer
lugar que estejamos. É baseado no uso dessa nossa
inteligência que vamos avançar ou ficar marcando
passos em
nosso escala evolutiva. Temos que sempre levar em
consideração a questão do livre
arbítrio,
pois nem mesmo Deus, o Criador, interfere no uso dele, naquilo que
depender da nossa quota de ação e
serviço no
trabalho pelo nosso próprio aprimoramente.
Já
que o seu pedido é
no sentido de
indicarmos literatura para o estudo das questões por
você
levantadas, tomo a liberdade de indicar duas outras obras, as quais
muito a ajudarão no tocante ao entendimento das
indagações levantadas na segunda parte da sua
mensagem.
A
primeira delas é uma obra de
conteúdo bastante abrangente, cuja leitura nos faz entender
melhor essa questão da inteligência, já
que esta
palavra tem uso muito diversificado e muitas vezes até
confuso.
Trata-se da obra A Memória e o
Tempo,
de autoria do escritor espírita Hermínio C.
Miranda, que
considero um dos maiores escritores espíritas da atualidade.
A
segunda obra que indico, cujas
abordagens
são bem claras no tocante a essa questão da
diferença entre instinto e inteligência e os
animais,
é um clássico da literatura espírita,
de autoria
de um dos maiores escritores espíritas de todos os tempos.
Trata-se da obra A
Reencarnação,
de Gabriel
Dellane. A leitura dos
capítulos III [A Alma
Animal -
Esposição da Unidade das Leis da Vida em toda a
Escala
Orgânica], IV [A
Inteligência
Animal] e V [As
Faculdades Supranormais nos Animais e seu Princípio
Individual],
trarão esclarecimentos seguros sobre as questões
levantadas por você. É digno ainda de
menção, outra obra deste mesmo autor [A
Evolução Anímica],
a qual também traz muita luz ao entendimento dessas
questões.
Espero
que as
indicações acima a
motive ainda mais ao estudo das questões relacionadas com a
nossa própria realidade de Espíritos Imortais,
que todos
somos, mas ainda com uma vasta gama de aprendizado pela frente, o qual
virá gradativamente, a medida que nos esforcemos por buscar
o
conhecimento que é um dos ditames da nossa
própria
consciência na direção do progresso
espiritual rumo
a perfeição, meta que todos nós
almejamos.
Muita Paz,
Antonio Leite
Retorno ao
Índice
3º
Forum de
Espiritismo e Ufologia em outubro de 2005
No
próximo dia 02 de outubro,
a partir das
15h00, acontecerá o III Fórum de Espiritismo e
Ufologia
da Zona Norte, na Unidade Doutrinária de Santana do Centro
Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em
São Paulo.
De acordo com os organizadores, foram convidados diversos palestrantes,
dentre eles, Rodolfo Heltai, fundador do Grupo Andrômeda e
consultor da Revista UFO, que na oportunidade discutirá
sobre os
UFOs e os Militares.
Alfredo Nahas, economista e autor dos livros A
Evolução da Alma e Jesus, o Mestre Visto com
Outros
Olhos, desenvolverá o tema Jesus e o Contexto
Cósmico da
Humanidade. Já Luiz Ricardo Geddo, apresentador do programa
Fenômeno UFO, da Rede Boa Nova de Rádio,
falará
sobre a Doutrina Espírita e Ufologia. O mediador do encontro
será Jether Jacomini Filho, da Rede Boa Nova.
Os interessados em garantir seu ingresso no
fórum deverão ligar para o telefone: (11)
6456-7109 e
6458-3214. As vagas são limitadas. Toda a renda do evento
será revertida para a reforma e compra de equipamentos da
Rede
Boa Nova, ligada à Fundação
Espírita
André Luiz. A Unidade Doutrinária de Santana
está
localizada na Rua Duarte de Azevedo 691, próxima
à
estação de metrô Santana, em
São Paulo.
IV Feira do Livro
Espírita - Rio das Ostras - Rio de Janeiro
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GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O
Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados
Espíritas
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