Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 12 -
Número 481 - 2004
14 de setembro
de 2004
A Pedagogia do Ser, Ermance Dufaux,
médium Wanderley Soares
Amigos,
Eu
estava encarregado
de preparar o editorial desta edição do Boletim e pensava
em escrever um texto sobre os 200 anos de Allan Kardec. Estaria
homenageando-o e citando o
congresso que
se realizará em París agora no início de outubro.
Mas, ao fazer os primeiros esboços, me ocorreu que não
haveria melhor homenagem do que dar a vez do editorial para Ermance
Dufaux.
Ermance Dufaux foi uma das
médiuns que colaborou com Allan Kardec no trabalho da
Codificação Espírita e também
intermediária
de extraordinárias "Vidas Ditadas de Além Túmulo",
entre elas a biografia da donzela de Orleans - "Jeanne D´Arc por
ela mesma". Recentemente, agora como autora
do outro lado da vida, ela retornou as lides literárias em prol
do Espiritismo. O texto abaixo é de uma obra recente,
Laços de Afeto, psicografada por Wanderley Soares. Nos foi
enviado pela Fátima, do
Instituto
Espírita de Estudos e Divulgação do Evangelho,
grupo que editou a obra.
Allan Kardec - o prof. Rivail - foi
um pedagogo emérito e este texto de Ermance Dufaux, sem
dúvida, o deixará bem mais satisfeito do que algumas
palavras
nossas de elogio a sua pessoa !
Muita Paz,
Carlos Iglesia
Editor GEAE
A Pedagogia do "Ser"
Jesus, o Mestre.
Nós, os aprendizes.
A reencarnação, sublime matrícula
no aprendizado.
A Terra, incomparável escola do Espírito.
O Amor, lição essencial.
O afeto, pedagogia do "ser".
O centro espírita, excepcional
núcleo educativo da alma. Eis uma síntese a qual nos
propomos desenvolver nessa Parte I, destacando as nossas
agremiações doutrinárias como educandários,
sem precedentes na sociedade, para o desenvolvimento da
competência essencial do Amor.
O afeto é um dos pilares do
desenvolvimento humano saudável.Uma habilidade que abre largas
portas para a entrada do Amor, porque ser afetivo é laborar com
o sentir. Diríamos assim que a afetividade é um degrau
para o Amor. E amar é desenvolver-se para "ser", verbo que
traduz o existir Divino ou existir para a felicidade. "Ser" é
educar-se, externar o amplo contingente de valores e potencialidades
celestes que dormitam há milênios em nosso eu Divino, que
nos conduzem ao destino glorioso de Filhos de Deus, à plenitude.
Portanto, a pedagogia do "ser" tem no afeto um de seus principais
potenciais didáticos.
Ninguém pode "ser" permanecendo
agrilhoado aos trâmites expiatórios do "sentir
mórbido", ou seja, essa forma inferior de viver a vida do "homem
fisiológico", voltado somente para as sensações, o
prazer, a competitividade selvagem.
Afeto é uma força da alma
de incalculável poder. Sua boa utilização demanda
sólida formação moral para que o vigor dos
sentimentos seja abençoada estrada de libertação
nos passos das atitudes. Esse "existir humano" apela para valores
nobres a fim de consagrar uma ética do "ser" em identidade com
aquilo que de fato é "ser". Verificamos assim o quanto é
relevante o papel do centro espírita, associação
que busca, essencialmente, burilar o caráter, a virtude,
desenvolver o moral da criatura.
Sob os auspícios de uma casa
doutrinária bem conduzida, o desafio do "existir humano"
torna-se uma proposta atraente, motivadora, clara e simples.
Nesse tempo de materialismo e do
império da razão nossas casas de Amor devem fixar-se na
função social reeducativa do sentimento, aprimorando-se
cada vez mais para honrar o título de escola da alma,
desenvolvendo pessoas felizes, realizadas, dignas e solidárias.
Aprender a amar é pois a
competência essencial que deveria fundamentar quaisquer
conteúdos de nossas escolas espirituais.
Aprender a amar o próximo,
aprender a amar a si, aprender a amar a Deus. E como ensinar o Amor no
centro espírita? Fala-se muito no que devemos fazer, mas
pouquíssimas vezes em como fazer. Como amar o outro, a si e a
Deus contextualizando?
Contextualizar o conteúdo
espírita abstraindo o excesso de informações e
trazê-lo para a realidade de seu grupo, priorizar respostas,
soluções, discutir vivências, refletir sobre
horizontes novos de velhos temas do viver, reinventar a vivência
em direção aos apelos da consciência, propiciar
à criatura externar sonhos, limitações e valores
já conquistados, fazendo da sala de estudos espíritas um
laboratório de idéias na ampliação da
capacidade de pensar com acerto, lógica e bom senso. Isso se
chama educar.
A esse mister somos convocados para uma
mudança de paradigmas urgente nas metodologias
pedagógicas da casa espírita. Somos convocados a
reestruturar essa visão "sacra", que faz de muitas de nossas
células templos de religiosismo, conduzindo seus profitentes a
fórmulas de imediatismo e acomodação, ou à
absorção do conhecimento espírita em
lamentável dogmatismo, recheado de presunção com a
verdade.
A pedagogia do "ser" inclui os valores
da participação, da interatividade, da
cooperação. Não temos outro caminho para
arregimentar essas opções didáticas que não
seja a formação de equipes, pequenos grupos de amigos
voltados para o estudo e o trabalho, congregados em torno de ideais
incentivadores da evolução de nossas potencialidades.
Grupos que absorvam para a rotina das sociedades doutrinárias
projetos de trabalho, ousando o inusitado, o incomum, implantando novas
e mais ajustadas propostas de ensino e trabalho no atendimento das
demandas humanas, e na consolidação de habilidades e
valores que promovam o homem a uma vida mais íntegra,
gratificante e libertadora, sob as luzes da imortalidade.
Grupos nos quais a
imaginação, o desejo, os sonhos, os limites, as
conquistas, as dores, a criatividade, as idiossincrasias, as
dúvidas, as respostas, a experiência e, sobretudo, o
afeto, possam fazer parte desse projeto de "ser". Permitir à
criatura apresentar-se como está e ensejá-la
serviço e conhecimento - o antigo lápis e papel da
educação - é matriculá-la na escola da vida
sob a tutela dos princípios redentores do Evangelho e do
Espiritismo, a fim de que ela, por si mesma, aprenda
o caminho do Amor na transformação e no
existir de cada instante, em busca de sua felicidade.
A pedagogia do "ser" prioriza o homem,
sua experiência pessoal, o relacionamento humano, tendo como
pólo de atração o idealismo, que é o centro
indutor dos valores morais e a defesa vigilante contra nossas
intempéries, provenientes das bagagens vivenciais seculares.
Grupos que se amam e se querem bem,
formando ambientes agradáveis para conviver, estabelecem as
premissas para esse "ser", e isso, inevitavelmente, além de
felicitar a criatura com o que ela precisa para seu crescimento,
também trará reflexos, acentuadamente benéficos,
para as realizações doutrinárias graças
à alegria e comprometimento com os quais o trabalhador
fará sua adesão aos deveres na escola da alma, honrando
os princípios espíritas-cristãos com uma vida
reta, plena de sobriedade e identidade com a base social da
fraternidade e da transformação para o bem, onde quer que
esteja participando.
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Um
Diálogo Fraterno sobre a Ciência & Espiritismo VI
15) Para um fisico, o que é
"espírito"?
[Ademir] Para um físico
que é espírita, "Espírito" é idealizado
tal como a noção exposta no "Livro dos Espíritos".
Para um físico que não é espírita,
"Espírito" tem o sentido particular que o físico, como
indivíduo - se religioso ou não, se espiritualista ou
não - aprendeu a pensar ao longo de sua formação e
vida.
[Alexandre] Para um
físico o espírito é um “epifenômeno”, isto
é, um efeito da complexa rede de neurônios que
compõe o cérebro. Notem que Kardec também pensava
de forma semelhante quando disse algo do tipo “até que me provem
que uma mesa tem cérebro eu não posso aceitar que ela
possa responder questões”. Mas ao ver que as mesas respondiam,
de fato, a algumas questões ele percebeu que tinha muita coisa
por detrás daquele fenômeno “divertido”.
Não penso que a gente tenha que se preocupar em fazer com que os
“fisicos” pensem diferente. Quem quer que “sonhe” em contribuir de
forma científica seguindo um caminho de usar teorias da
física deve se esforçar muito porque isso é muito
difícil. A gente precisa saber muito bem não só
qualitativamente os conceitos da física mas quantitativamente
pois a matemática muitas vezes expressa melhor um conceito
físico do que as palavras.
16) Algum dos conhecimentos da fisica
atual extrapola o estudo da matéria/energia e atinge
fenômenos que possam ser ligados ao espírito?
[Ademir] Tanto quanto tenho
acompanhado na literatura isso não acontece. É claro que
se formos considerar as enormes gamas de fenômenos
psíquicos (como as materializações e outros
efeitos físicos) teríamos campo de sobra para alguma
relação. Mas esses fenômenos não fazem parte
do território de interesse da comunidade dos físicos.
Isso acredito não por preconceito mas por questão de
escopo e diferença de paradigma de pesquisa.
[Alexandre] Tudo é uma
questão de interpretação o que torna essa
questão subjetiva. Se eu interpreto um “mundo de energias” como
o mundo espiritual isso é particular. Eu não posso provar
que o mundo espiritual seja o que eu penso que é. Eu preciso
buscar algum tipo de comprovação dentro dos paradigmas
com os quais eu estiver trabalhando. Se eu uso somente o paradigma
espírita, eu não preciso me preocupar com “mundo de
energias” porque eu posso perfeitamente definir e trabalhar com o
conceito de “plano ou mundo espiritual” dentro dos limites do paradigma
espírita. Porém, isso será aceito somente pela
comunidade espírita. Mas se eu quero fazer alguma ponte entre o
que a física chama de “mundo de energias” com o que o
espiritismo chama de “mundo espiritual” aí a coisa é mais
complicada e não é com simples
“extrapolação” que tornaremos nossa idéia
válida científicamente. Ela será apenas uma
opinião.
Acho que a física contribuiu positivamente em não
contradizer, de forma geral, os conhecimentos espíritas. Mas ela
ainda não pode ser extrapolada para um mundo espiritual ou
assuntos espiritas. Em ciência, não se faz
extrapolações a menos que os fatos a confirmem. No
máximo, se pode especular dizendo explicitamente que uma
extrapolação está sendo feita mas que precisa ser
confirmada no futuro.
17) Como saberiamos que alguma nova
descoberta da física tem implicações para o
espírito?
[Ademir] Isso pode acontecer se
essa descoberta revelar a existência de alguma anomalia no
paradigma específico. Por causa da maneira de fazer
ciência particular de cada um, a primeira reação
será tentar modificar o paradigma tentanto incorporar algum
princípio ou lei já conhecida. Na medida em que essa
correção se mostrar insatisfatória, novos
princípios deverão ser procurados que expliquem as
anomalias dando conta dos fenômenos já bem conhecidos.
Vejo com muita dificuldade em que área da física isso
possa ocorrer. Meu palpite é que ocorra algo talvez em
biofísica dos neurônios em conexão com a biologia.
[Alexandre] Não é
difícil analisar se uma nova descoberta está em acordo ou
não com algum ponto espírita. Mas se a questão foi
formulada querendo falar em “comprovação” do
espírito ou em alguma descoberta que “comprovaria” direta ou
indiretamente o espírito, aí a questão é um
pouco difícil de responder. Como não temos idéia
de como isso ocorreria fica difícil imaginar como
saberíamos. Concordo com o palpite do Ademir sobre a
biofísica, especialmente o problema do sistema de
neurônios, ser um possível caminho onde poderíamos
“encontrar” o espírito ou o perispírito.
Por outro lado, nesta questão, mais uma vez, temos o fator
subjetividade. Se nós espíritas quisermos, encontraremos
as “verdades divinas” em cada entrelinha das leis da natureza.
Aliás, isso é o que diferencia o sábio do
intelectual.
Mas, a grande questão é o que nós espíritas
estamos querendo fazer afinal: estamos querendo “convencer” os
cientistas de que o espiritismo é correto? Ou estamos querendo
obter “segurança” para a nossa fé na doutrina
espírita? Ambos os objetivos demonstram falta de conhecimento da
doutrina espírita. Ela não veio para convencer
ninguém e muito menos Kardec recomenda isso. Nem precisamos do
aval das outras ciências para verificar as verdades
espíritas o que Kardec sempre deixou muito claro. Resta saber o
que desejamos fazer afinal. Penso que existe uma alternativa nobre para
buscarmos pontes entre o espiritismo e outras ciências: a
tentativa de divulgar junto aos que não conhecem o espiritismo a
importância do estudo da doutrina espírita. Em outras
palavras, buscar transmitir à parte da humanidade que não
crê nas verdades espíritas o que o espiritismo e muitas
outras doutrinas ensinam. Mas, para isso, não basta fazer
afirmativas porque qualquer pessoa pode dizer qualquer coisa e quando
um irmão de outra crença se aproxima de nós
tentando nos convencer, somos rápidos em agradecer e dizer que
não estamos interessados. Assim, se nossa intenção
é divulgar o espiritismo usando ferramentas e conceitos das
várias ciências ordinárias, precisamos usar todo o
rigor da ciência para demonstrar o que queremos.
Como cientista, eu digo que produzir conhecimento válido usando
os rigores da ciência não é tarefa fácil
mesmo com os assuntos puramente materiais. Imaginem então o que
é adentrar um assunto cujos instrumentos materiais ainda
são grosseiros para perceber, que é o espírito.
A Pesquisa Qualitativa Entre
a Fenomenologia e o Empirismo-Formal II, Jáder dos Reis Sampaio,
Brasil
(Continuação do Artigo
iniciado no Boletim
480)
Há Diferentes Métodos?
Vimos desenvolvendo o presente
raciocínio
mostrando que por detrás de um conceito aparentemente aceito de
ciência, entre seus próprios expoentes, há
inúmeras discussões que estão longe de poderem ser
consideradas acessórias, posto que se referem a elementos
essenciais da noção empírico-formal de
ciência.
Podemos dizer que há diferentes
métodos do conhecimento científico? Apesar de a grande
maioria dos autores acima defenderem a teoria da ciência
unificada, cada um buscando trazer para a sua proposta as diretrizes
“verdadeiras” do método científico, podemos dizer que
há uma variação ainda mais acentuada em torno do
conceito de ciência, especialmente das ciências humanas e
sociais, cuja questão discutirei posteriormente.
Em meio aos livros de teoria do conhecimento e
metodologia de pesquisa científica, há diferentes
classificações de métodos concorrentes, que
surgiram de bases de pensamento epistemológico diversas (ou
matrizes epistemológicas) e que, mais que um exercício
especulativo, passaram a orientar pesquisadores e cientistas,
consolidando-se em orientações concorrentes de escolas,
linhas de pesquisa e disciplinas.
Para fins de ilustração deste ponto de
vista, passamos a apresentar o referencial de ZILLES, que adotaremos
neste trabalho por sua simplicidade, mas há diversos outros como
o de DE BRUYNE ET AL. (1991).
ZILLES (1994) divide o conhecimento
científico em três grupos: o das ciências formais, o das
ciências empírico-formais
e o das ciências hermenêuticas.
As ciências formais têm
“relações entre signos” como seu objeto de pesquisa,
compreendem a matemática e a
lógica, são racionais e sistemáticas,
são verificáveis, no sentido da possibilidade do emprego
da dedução.
As ciências empírico-formais foram
descritas no item anterior e têm por objeto a realidade empiricamente apreensível
(natureza), podendo usar as ciências formais como seu
instrumental.
As ciências hermenêuticas, por sua vez
“são ciências da interpretação. (...) A
interpretação procura evidenciar uma
significação não imediatamente aparente. A
significação é uma relação entre um
signo e uma entidade pertencente ao mundo real ou ao mundo ideal. Em
resumo, as ciências hermenêuticas visam a realidade humana enquanto
apreensível, enquanto perceptível na natureza
transformada pela cultura. (...) visa à subjetividade, suas intencionalidades.
(...) trabalham essencialmente com a categoria do sentido”. (ZILLES,
1994. p. 164)
A Fenomenologia de Edmund Husserl é uma das
teorias que procura fundamentar epistemologicamente este último
conceito. Trataremos dela de forma mais detida, mas antes passamos a
discutir os pontos de conflito entre as ciências naturais e as
ciências humanas e sociais.
O Problema do Método nas
Ciências Humanas e Sociais
Uma discussão também histórica
em meio aos epistemologistas, repousa na possibilidade de
adoção dos métodos do empirismo formal às
chamadas ciências humanas e sociais. Independente dos argumentos
pró ou contra este projeto, qualquer leitor desapaixonado
considera razoável que a aplicação destes
métodos às ciências do homem pressupõe a
aceitação apriorística de que o ser humano
é explicável à partir de “leis” que desvendam a
sua “natureza”. Caso contrário, tratando-se o homem como um ser
portador de uma condição humana, ou seja, dotado de livre
arbítrio, capaz de construir sua própria cultura e
resignificar o mundo ao seu redor, não faz sentido empregar-se
um método que busca explicá-lo destituindo-o de suas
capacidades. Esta condição humana (termo que emprego no
sentido de delimitar o homem produtor de cultura e produzido por ela,
em distinção à natureza humana) seria
incognoscível por uma matriz epistemológica calcada no
empirismo, não sendo objeto passível do emprego dos
métodos das ciências naturais.
Após quase um século e meio de
Psicologia concebida como ciência humana, podemos acompanhar o
desdobramento da aplicação dos métodos das
ciências naturais e sugerir que eles são mais bem
sucedidos quando o homem é visto como (ou reduzido a) um ser
orgânico. A pesquisa médica é um exemplo de sucesso
do emprego dos métodos naturais, mas nenhum médico
acreditaria, por exemplo, na existência de diferenças
estruturais e funcionais significativas entre
dois corações humanos, a menos que estivéssemos
estudando patologias, ou seja, eles trabalham com uma natureza do
organismo humano.
As conclusões da Psicologia empírica,
entretanto, se tornam polêmicas e duvidosas quando se analisa o
homem como um ser psíquico, tendo algum poder explicativo quando
descritivas, mas sendo incertas quando preditivas. Parece-me que o ser
psíquico é apenas parcialmente determinado, ou seja, as
regularidades que podemos identificar a partir de sua pesquisa
não seriam suficientes para uma compreensão de sua
dinâmica singular e são raramente passíveis de
generalização para pessoas educadas em culturas muito
diferentes entre si.
Um psiquiatra de renome parece ter chegado a
conclusão semelhante e talvez um pouco menos pessimista quando
desenvolveu o seguinte pensamento:
"Uma das
antinomias fundamentais
é a proposição: A psique depende do corpo, e o
corpo depende da psique. (...) Chegamos assim à
formulação dialética, que no fundo significa que a
interação psíquica nada mais é do que a
relação de troca entre dois sistemas psíquicos.
Uma vez que a individualidade do sistema é infinitamente
variável, o resultado é uma variabilidade infinita de
afirmações de validade relativa. No entanto, se
individualidade fosse singularidade, isto é, se o
indivíduo fosse totalmente diferente de qualquer outro
indivíduo, a psicologia seria impossível enquanto
ciência, isto é, ela consistiria num caos
inextricável de opiniões subjetivas. Mas como a
individualidade é apenas relativa, isto é, apenas
complementa a conformidade ou a semelhança entre os homens, as
afirmações de validade universal, ou seja, as
constatações científicas, tornam-se
possíveis. Conseqüentemente, estas afirmações
podem referir-se unicamente às partes do sistema psíquico
conformes, isto é, às que podem ser comparadas e,
portanto apanhadas estatisticamente, e não ao individual, ao
único dentro do sistema. A segunda antinomia fundamental da
psicologia é a seguinte: O
individual não importa perante o genérico, e o
genérico não importa perante o individual. "
(JUNG, 1985. p. 2-3)
Muitos autores
consagrados na literatura aceitam as
diferenças epistemológicas entre as ciências
humanas e sociais. Kirk e Miller apontam o seguinte:
“...
“Objetividade,” também,
é um conceito ambíguo. Em um sentido, ele se refere ao
pressuposto heurístico, comum nas ciências naturais, que
tudo no universo pode, em princípio, ser explicado em termos de
causalidade. Nas ciências sociais, este pressuposto
freqüentemente parece perder o sentido, em razão do que,
aquilo os cientistas sociais tentam explicar é a
conseqüência das escolhas existenciais internas feitas pelas
pessoas.” (KIRK e MILLER, 1988. p. 10)
Este
problema não é diferente nas ciências
administrativas, posto que têm por objeto as
organizações de trabalho constituídas por seres
humanos. Se por um lado é possível estabelecer
regularidades que parecem ser universais às
relações de troca (lei de oferta e procura nas
ciências econômicas), da mesma forma temos as
organizações com suas singularidades (os transplantes de
modelos administrativos, por exemplo), gerando outputs diferentes daqueles que
seriam esperados por um certo modelo administrativo.
Podemos ver por que determinadas
metodologias
qualitativas são tão difundidas nesta área do
conhecimento, como os estudos de caso, a despeito do desenvolvimento
dos métodos quantitativos e dos aparelhos de auxílio ao
processamento de informações. Quanto mais próximos
dos fenômenos culturais humanos, mais singulares se tornam os
fenômenos em Administração e, portanto, mais
importante a compreensão das unidades. Quanto maiores as
possibilidades de tomada de decisões e as mudanças no
ambiente, menos preditivos
se tornam os modelos administrativos, que parecem ter validade
circunscrita a determinados cenários.
Ao gerente, em um
cenário turbulento, pode
ser mais valioso deter um repertório de
construções compreensivas e capacidade analítica
(de preferência criativa) que conhecer prescrições
calcadas em modelos universais de funcionamento das
organizações. O emprego de ferramentas de finalidade
prospectiva e situacional parece ter se desenvolvido bastante na
administração, com a finalidade de dar suporte à
tomada de decisões.
Como lidar com o conhecimento tendo em vista objetos
possivelmente dotados de singularidade? É aceitável
renunciar ao desejo de conhecê-los taxando-os de
incognoscíveis, ou há formas de desenvolver algum tipo de
entendimento?
Dilthey (1833/1911) foi um dos filósofos
alemães que defendeu a idéia que as ciências
humanas e sociais têm por objeto uma realidade humana,
histórica e social, criticando o emprego isolado dos
métodos das ciências naturais nesta área. Ele
considera fundamental a análise da compreensão da
experiência pessoal e da expressão do espírito
humano nesta área do conhecimento.
Dentre as escolas de pensamento
epistemológico, passo a apresentar uma das mais influentes e
prolíficas para com este problema: a Fenomenologia de Edmund
Husserl.
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Índice
Extratos
do Jornal da LIHPE - Gazeta Espírita
O excelente jornal "Gazeta Espírita" é uma
realização do Centro de
Documentação Espírita do Ceará - CDEC que
tem à frente nosso companheiro de LIHPE Marcus V. Monteiro. O
número de março/abril lança nova
seção assinada por Ary Bezerra Leite de nome BAÚ
DA GAZETA. Reproduzimos abaixo duas notícias, para que os amigos
tenham idéia da qualidade do trabalho assim como do quanto
é agradável sua leitura.
- ESPIRITISMO NO EXÉRCITO
O
ministro da guerra declarou ao chefe do estado-maior do exército
que o sr. presidente da República resolveu conformar-se com com
o voto da maioria do Supremo tribunal militar, sobre o facto de dar-se
o major do 32* Antonio Ignácio Xavier de Britto à
práctica do espiritismo, julgado o mesmo official
passível de censura. Determinou que providenciasse para reprimir
taes factos que de nenhum modo devem ser tolerados. A República 25 julho 1901
- O ESPIRITISMO CONDENADO
O
supremo pontífice Leão XIII, além de roformar o
Index dos livros prohibidos, mandou publicar alguns decretos, com os
quaes "devam conformar-se os catholicos de todo o universo". Um d'esses
decretos condenna os livros sobre o espiritismo, e assim diz; "É
prohibido publicar, ler ou conservar livros em que se ensine ou louve a
invocação dos espíritos". Por essa
publicação se faz de novo manifesto que a Egreja julga
mui pernicioso o espiritismo, e por conseguinte, nenhum catholico
póde praticar o espiritismo, ou assistir a sessões
espíritas.
A República 29 agosto
1901
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Questões
Intrincadas sobre o Espiritismo IV
(Continuação
do Artigo iniciado no Boletim 478)
5) Por exemplo, temos, no mundo animal, um
cachorro que nasce sem dono e é obrigado a virar latas de lixo
para obter comida e vive se coçando, cheio de sarna e pulgas.
Temos outro que é “de raça”, é adquirido por uma
família rica que o trata melhor do que muitos seres humanos
são tratados. E nem por isso dizemos que o cachorrinho pobre fez
alguma coisa na sua vida anterior para merecer tudo o que vive na vida
presente. Por que, no caso do ser humano, temos que buscar
explicações passadas?
A sua pergunta é
muito interessante e não pode ser respondida sem alguns
raciocínios preliminares.
A justiça humana, com todas as suas falhas, somente imputa culpa
aos seres humanos que têm consciência plena dos atos que
cometeram contra as leis. A justiça de Deus, da qual a humana
não é mais que pálida e imperfeita
emulação, não poderia ser menos justa.
Então, o que ela prevê? Que almas que ainda não
tenham plena consciência não sejam sujeitas a
expiações.
Ora, como sabemos que os cães não têm
consciência plena? Porque falta a eles, o que é evidente
pela observação de seu comportamento, aquilo que os
psicólogos denominam de “teoria da mente”, isto é, a
capacidade de compreender os estados mentais (sentimentos, desejos,
crenças e intenções) deles mesmos e dos outros
seres com que interage - cães e humanos, em particular - e,
assim, poderem agir em conformidade com tal compreensão.
Todos sabemos que os cães são profundamente fiéis
aos seus donos, isto é, àqueles seres que os alimentam e
dão abrigo. No entanto, muito nos surpreende, quando não
temos pleno conhecimento do que vemos, quando um cão é
maltratado pelo dono e, mesmo assim, continua a amá-lo e
defendê-lo. Por que isso ocorre? Porque, por ele não
possuir a “teoria da mente”, ele não atribui aos maus tratos que
recebe o valor de um ato intencional do seu dono. A rigor, ele sequer
tem consciência de que seu dono tem consciência do que faz
e do que não faz. Desse modo, ele não taxa o mesmo como
malvado ou cruel. O cão age, nesse caso, da mesma forma que um
humano age quando tem uma séria perturbação
neurológica, como o autismo. Se um humano assim comete um crime,
ele não vai para a cadeia mas para o manicômio
judiciário, pois ele é considerado não
responsável - conscientemente - pelo ato cometido.
Como os cães não têm a “teoria da mente”, eles
não têm a consciência plena. Não tendo a
consciência plena, não são responsáveis
pelos seus atos e, não sendo responsáveis pelos seus
atos, não estão sujeitos a expiações.
Os cães, portanto, assim como outros animais que já
atingiram o patamar da individualização e estão
com a consciência em desenvolvimento - alguns, como o cachorro,
já tendo inclusive conquistado uma consciência do eu
embrionária - são submetidos exclusivamente a provas.
Essas provas podem parecer expiações para nós
porque expiações e provas não têm
diferença alguma em sua forma, mas apenas em sua
motivação. Uma pessoa pode ter nascido pobre porque
está em expiação em razão de ter usado mal
o dinheiro em outra vida, por exemplo, ou ter assim nascido por estar
em prova, devido a sempre ter usado bem o dinheiro quando o tinha mas
nunca ter sido submetida, no seu estágio de
evolução, à prova da pobreza. Pode nascer doente,
fraco e pobre para testar sua fibra, sua fé e sua força
de vontade ou, então, para experimentar os problemas que em
outra vida faziam com que ela debochasse e ridicularizasse dos outros.
Como vê, ninguém pode dizer quando as circunstâncias
de uma vida constituem provas ou expiações. Só
temos certeza que as dos cães são provas porque eles
não têm a consciência plena no nível que
nós humanos entendemos como plena. Logo, buscar nas mazelas
humanas uma explicação na Lei da Causalidade faz todo
sentido, o mesmo não se dando, de modo algum, com respeito
às provações pelas quais passam os animais.
*
Por outro lado,
você tem toda a razão em questionar o excesso de alguns
irmãos espíritas, ainda incipientes no estudo da
Doutrina, em atribuir todas as suas mazelas ao passado ou aos
obsessores. Muitas vezes, como você pode ter lido em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, as causas de nossas aflições
residem em atitudes erradas cometidas nesta encarnação
mesma.
Quando, entretanto, não encontramos em nossos atos da vida
presente a razão para determinados acontecimentos ou
circunstâncias de vida, existe boa chance dessas razões
residirem no passado ou serem provações aceitas antes de
reencarnarmos.
*
Ë interessante que,
para as religiões de massa, sua questão sequer faz
sentido. Uma vez que os animais não têm alma nem
consciência, eles "não serão salvos" (como podem
decidir pela salvação se não tem
consciência?), eles podem ser mortos arbitrariamente - dai o
gosto pela carne - seu sofrimento não conta tal como suas
vidas. Percebe-se a franca diferença entre essa postura e a de
quem segue a Doutrina Espírita: para ela os animais são
também seres imortais, nossos companheiros na marcha evolutiva.
Devemos a eles todo o respeito e consideração, sendo
nossa a obrigação protegê-los, minimizar seus
sofrimentos e servir-lhes de exemplo de conduta.
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Grupo Filosofia Espirita
- Sala de Estudos Espiritas Online
Categoria
WELCOME BRAZIL - Sala de
Estudos das Obras de Allan Kardec
CODIFICAÇÃO
ESPÍRITA + REVISTA ESPÍRITA - JORNAL DE ESTUDOS
PSICOLÓGICOS
Objetivos:
1- estudar a Doutrina Espírita
à luz da Lógica e
da Razão;
2- discutir e aplicar os
critérios do Espírito Erasto no
ensino espírita;
3- discutir os problemas do Espiritismo no Brasil.
4- trabalhar na construção do SER TOTAL.
Nossos estudos:
1- SÁBADO - estudo de O Livro
dos Médiuns - 19:30
às 21:30 horas (Albino A. C. de Novaes)
2- DOMINGO (Manhã) - Estudo de O Evangelho segundo o Espiritismo
-11:00 às 13:30 horas (José Carlos Barbosa)
3- DOMINGO (Noite) - Estudo do livro A Gênese - 19:00 às
20:30 horas (Albino A.C. de Novaes)
4- DOMINGO (Noite) - Estudo de O Livro dos Espíritos (Nadjair
Elias Abdala)
Fraternalmente
Albino A. C. de Novaes
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Primeira "Banca Espírita" na
Suécia, Franklin Santos, Suécia
Caros irmãos em ideal espírita
Que Jesus seja sempre a nossa maior fonte de
inspiração!
Gostaríamos
de comunicar aos amigos uma conquista da Espiritualidade Maior em
Terras Escandinávicas. Sob a idealização e
proteção da Espiritualidade
Superior esteve em funcionamento na rua Odengatan,
61-Stockholm-Suécia
de 13 de março a 11 de setembro de 2004 a 1a
banca
espírita da Suécia denominada Allan Kardec- Uma homenagem
ao
bicentenário de nascimento do insigne codificador do
Espiritismo-
Hippolyte Leon Denizard Rivail.
A
banca funcionou durante 7 meses e estará encerrando suas
atividades no
dia 11 de setembro, quando as instituições que tomaram
parte neste
singelo trabalho(Andarna, Fraternidade e Grão de Mostarda)
farão um
agradecimento especial aos Espíritos Superiores por essa
benção.
Foram
distribuídos mais de 100 panfletos aos transeuntes que se
aproximavam e
se interessavam em ter o 1o contato com a Doutrina Espírita.
Estes
panfletos continham 2 mensagens psicografadas pelo nosso
inesquecível
Francisco Cândido Xavier(Amor e No Reino das Borboletas de
autoria dos
espíritos João de Deus e Irmão X respectivamente),
um pequeno resumo da
história do Espiritismo e um texto do CEI. Tudo em sueco
naturalmente.
Devido
as condições climáticas do país, lembremos
que a Suécia está quase no
polo norte, estará a banca Alla Kardec encerrando às suas
atividades
este ano para abrir às suas portas mais uma vez no
próximo ano, se o
Pai assim quiser.
Achamos
que o sucesso foi total, tendo em vista que estávamos
trabalhando em um
país tradicionalmente luteranista e onde a palavra espiritismo
tem uma
conotação perjorativa e não seriosa.
Essas três
instituições estarão trazendo mais conquistas da
Espiritualidade Maior em breve.
Terminamos com cordiais saudações e
abraços fraternos
Dos irmãos em ideal
Atenciosamente
Irmãos do Fraternidade, Andarna e Grão de Mostarda
www.andarna.se
www.fraternidade.se
Anexamos a fotografia
de um cartaz que ficava exposto na rua ao lado da banca espírita.
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O Espiritismo na Catalunha,
Revista "El Espiritismo", ACEPE
Amigos,
Recebemos da "Associación
Catalana de Estudios Prácticos
del Espíritismo" (Associação Catalã de
Estudos Práticos do Espíritismo) a revista "El
Espiritismo", que traz estudos e notícias do
movimento espírita na Catalunha e no mundo. É desta
revista
* que retiramos as interessantes
informações abaixo:
Na
página 11 - seção Opinião - do jornal "El
Periódico" de 7 de dezembro de 2003 aparece um texto do escritor
Jordi Coca que faz referência a "um magnífico artigo sobre
Espiritismo no L ´Avenç
(...) Demonstra a
importância de um movimento que, longe de ser uma seita de
loucos, promoveu no final do século XIX valores como a paz, a
liberação da mulher, o ensino laico ...".
L´Avenç
é a revista de história e cultura de mais
prestígio na Catalunha, foi editada pela primeira vez em abril
de 1977 e é publicada mensalmente (11 números por ano),
seu site na Internet é http://www.lavenc.com. O autor deste magnífico artigo
é Gerard Horta, Doutor em Antropologia Social pela Universidade
de Barcelona e membro do Instituto Catalão de Antropologia. "El
Espiritismo" teve o prazer de entrevistá-lo recentemente e
publicou a entrevista no número 52, nela o leitor poderá
conhecer seu perfil ideológico.
Recomendamos a
leitura do artigo publicado no L´Avenç (número 286
de dezembro de 2003) pela grande quantidade de
informações que traz de diversas fontes. Merecem especial
atenção os destaques " Lluís Companys y el
Espiritismo" e "El Espiritismo como Sistema". Seguem-se algumas linhas
deste último texto: "Resulta fundamental comprender que o
universo de razões, que no caso catalão, motivou a
prática" - se refere ao Espiritismo - "pelas classes subalternas
teve que ver com sua constituição como sistema global
alternativo à sociedade capitalista e católica do
século XIX. O Espiritismo representou o emergir
irrevogável de uma sociedade paralela, a da classe trabalhadora,
propugnando o velho ideal igualitário que tantas batalhas perdeu
no século XIX devido a repressão dos estados".
O
artigo está muito bem documentado, citando pessoas não
só de âmbito popular, como militantes comunistas,
anarquistas, em geral das esquerdas, que acreditaram ver na ideologia
defendida pelo Espiritismo uma libertação da
extorsão do Catolicismo do século XIX e que ainda hoje em
dia persiste em outros campos ...
Com
relação a nossa associação ACEPE,
anteriormente Centro Espírita "La Voz del Alma", sabemos que da
mesma forma que ocorreu com muitas outras instituições
Catalãs, seus documentos e livros foram expoliados pelas tropas
franquistas. No nosso caso, isto ocorreu em 24 de abril de 1939 em
Ronda Sant Pau, 44, 2° 1 ª , formando atualmente estes
documentos e livros parte do arquivo de Salamanca.
ACEPE
solicitou uma cópia destes documentos, que recebemos antes do
fechamento desta edição.
*
Noticiario Espírita - Espiritismo
Catalán - Revista "El Espiritismo"
N.° 54 - 2004
Associación Catalana de Estudios Prácticos del Espiritismo
Apartado de Correos n.° 448
0891 Rubí - España
acepe@acepe.org
http://www.acepe.org
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GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" -
http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins