Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 12 -
Número 471 - 2004
24 de fevereiro
de 2004
Editorial
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A Lei
do Amor, Raul Franzolin Neto
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Artigos
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Em Defesa da Vida –
Alguns Argumentos contra a
Prática do ABORTO IV, Rubens Santini, Brasil
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Pureza
Espiritual - O Grau Máximo do Espírito, Marco Milani,
Brasil
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História
& Pesquisa
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Chico
Xavier: O Homem Futuro III, J.
Herculano Pires
|
São Paulo 450 Anos - Ata de uma
sessão de efeitos físicos
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Questões
e Comentários
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Respostas sobre "Desdobramento" e
"Espírito Velho", Pedro Vieira, Brasil
|
Resposta sobre
"Espírito Velho", Alexandre Fontes da Fonseca, Estados Unidos
|
Dúvida
sobre Questão 165 do Livro dos Espíritos, Alexandre
Almeida, Brasil
|
Sobre
Trabalho Mediúnico, Ligia Penninch, Brasil
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|
Painel
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Psicodigitação
- A Psicografia na era do Computador, Carlos Iglesia, Brasil
|
Curso de
Filosofia Espírita, Percy Vieira, Brasil
|
A Lei do Amor,
Raul Franzolin Neto
Um dos pontos mais relevantes a
ser entendido sobre a vida é a
Lei do Amor. Todo mundo fala, pensa e vive de amor. Cristo disse: "ame
ao
próximo como a si mesmo; amai vossos inimigos". As
religiões certamente
garantem que o amor é o caminho do céu, onde todos vivem
felizes. O
contrário, o ódio é rumo certo para o inferno,
lugar de trevas. Uma pessoa muito feliz se encontra em estado de
amor. Muitas vezes encontra o amor em outra
pessoa. É a paixão explodindo em seu
coração. De repente
tudo parece mudar. Será que o amor tem fim? Há um limite
e um tempo para amar? Não,
amor existe no ser humano e em todas as coisas na natureza. Um rio, uma
mata, um animal,
uma nuvem, uma chuva, um objeto, etc, etc. Mas as formas de amar
são infinitamente diferentes de um ser para outro. Há
pessoas que
amam sensivelmente outras pessoas, enquanto outras as odeiam. Para uns
uma borboleta pode não significar nada, para outros há um
envolvimento essencialmente amoroso. Isso observamos em tudo. Como
definir o certo e
o errado nisso tudo? Não me atrevo jamais a tentar responder uma
questão dessa
complexidade. Mas usar nossa razão em qualquer
situação pode ser útil.
Realmente o amor é sentimento
ímpar. Algo
inimaginável, surpreendente, muito acima de tudo o que podemos
sentir no momento. A própria
vida, essência de tudo, não seria possível caso
Deus
não houvesse definido a Lei do Amor. Em cada ser espiritual, o
Criador inclui a centelha do amor
capaz de promover o equilíbrio necessário à
manutenção da harmonia universal em todos os sentidos.
Isso permite a cada um viver rumo ao infinito
caminho da evolução do bem comum. Rumo a felicidade
eterna, e
conseqüentemente, a manutenção da
organização celestial em
torno da vida. Nesse caminho, a cada dia, aperfeiçoamos o amor e
atingimos momentos felizes. Amor e
felicidade caminham juntos. Amor é a causa, felicidade o efeito.
Ninguém é infeliz por natureza. A infelicidade
momentânea é processo doloroso,
sofrimento árduo, que só o amor é capaz de
libertá-lo. Amor é
solidariedade, fraternidade. É a verdadeira caridade. Com
seu aprimoramento, os laços de
afinidades se unem e os momentos felizes se tornam mais e maiores.
Sem esse processo, se pudesse existir
uma sociedade com a
ausência total da centelha do amor, ou seja, uma comunidade
existindo sob a Lei do
ódio, egoísmo, vaidade, onde os mais fortes predominariam
sobre os
mais fracos, tudo caminharia para a destruição, o caos e
o nada. Mesmo
em locais onde habitam espíritos de níveis de
evolução
muito inferiores, há a atuação de espíritos
de ordem mais avançada no gerenciamento da
existência da vida. A centelha do amor presente em todo o
universo é, portanto, fruto
da perfeição da criação Divina.
Com a formação do
Espírito, Deus o torna
parte da sua criação universal e recebe a chama do
próprio Criador (O AMOR), para trabalhar na
construção da vida, gerando a harmonia, o
equilíbrio e a adequada Lei da
Existência. Cabe a ele se desenvolver, ao longo de uma caminhada
infinita, contribuindo
com o Criador no arranjo das necessidades para o aprimoramento rumo a
perfeição. Mas muito grande é essa jornada e
graças a Lei do amor
é possível crescer numa velocidade conforme a sua
própria vontade, ou seja, seu
próprio livre-arbítrio. Quanto mais se avança na
evolução espiritual, mais aumenta a sua
participação no equilíbrio da
criação e maior é o convívio num ambiente
feliz. Isso significa conforto e satisfação pessoal cada
vez maior.
A Lei do amor é, portanto, a
essência de tudo. Como
tirar o melhor proveito dessa Lei? É preciso um esforço
indescritível de cada um no seu aprimoramento pessoal, buscando
amar a todas as coisas. "Conhece-te a ti mesmo". É o
diagnóstico do Ser. Como estou? O que desejo?
Sou o que sou, melhor do que fui e serei melhor do que sou. O tamanho
do passo seguinte depende do passo anterior...
Raul Franzolin Neto
Editor GEAE
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Em
Defesa da Vida – Alguns Argumentos contra a Prática do ABORTO
IV, Rubens Santini, Brasil
No
astral inferior: O Vale da Revolta 7
“À medida
que nos aproximávamos do Vale,a vibração ia
caindo. Era sufocante. Andávamos com dificuldade. Uma neblina
enfeiava a paisagem. (...) Pelas ruas encontramos mulheres correndo
como loucas, com os cabelos em desalinho. Estavam grávidas e
víamos o feto como se galopasse dentro dos seus ventres.
O mau cheiro era
terrível e o nosso caminhar muito penoso. (...) Assim era
aquela vila: moradia de mentes perturbadas, cujos perispiritos eram
compostos de toxinas, formando uma crosta ácida e viscosa, que
os alucinava.
Passávamos
por eles, mas não éramos percebidos. Nossa equipe orava
em silêncio. Quando pude falar, perguntei:
- Este Vale é
composto só de aborteiros?
- Sim, e de algumas
mulheres e homens que, sem piedade, abusaram do direito de possuir um
corpo físico.
- Mas é
terrível este lugar! Igual a este só o Vale dos
Suicidas.
- Tem razão,
Sérgio, são os mais tenebrosos lugares do astral
inferior, decorrentes dos crimes contra a vida. Os aborteiros
são
os piores inimigos da vida, cruéis exterminadores dos sonhos
daqueles que aspiram a reencarnar. (...)”
(Em sua maior parte,
os aborteiros tinham o perispirito envoltos por Espíritos
obsessores - fetos que foram por eles abortados - causando uma grande
deformação em seu corpo, deixando-o todo gelatinoso).
“Nisso, avistamos
Leocádio. Era uma larva humana e junto a ele vários
rostos deformados. Leocádio xingava demais. Era bem
visível
em sua fisionomia as torturas que sofrera, mas mesmo assim não
parava de esbravejar:
- Se preciso for,
voltarei a matá-los, a todos, seus fetos imundos! Deixem-me em
paz, estou cansado de tê-los junto a mim!
Ísis,
aproximando-se de Leocádio, foi chamando pelo nome um por um
dos abortados e eles foram se desprendendo da massa gelatinosa, como
quando se joga inseticida numa planta e caem os parasitas. Assim
também foram caindo sobre o aparelho que Ísis tinha nas
mãos. Ela conseguiu retirar de Leocádio uns 20
Espíritos, que Ísis fez adormecer com amor.
Leocádio, com
voz orgulhosa, falou:
- Obrigada colega.
Agora, ajude-me a voltar a ter um corpo humano. Não sei por
que Deus permitiu que esses fetos imundos me atormetassem tanto.
Só
fiz o que os pais me pediram, nada mais. Sou um profissional, montei
uma das melhores clínicas abortivas, na Grande São
Paulo, dando todo conforto à gestante. Não acha mais
nobre tirarmos as mulheres das mãos das curiosas aborteiras?
Na clínica, a mulher recebe toda assistência, o que
não
acontece em casa de curiosas. Agora, não sei por quê,
vejo-me junto a esses fetos mal cheirosos. Eu, o doutor
Leocádio,
eminente médico brasileiro.
- Irmão, como
médicos, temos por dever lutar pela vida e o irmão,
quando escolheu a sua profissão de médico, bem sabia
que teria de consagrar o seu trabalho à saúde e ao
prolongamento da vida física de seus pacientes. Interromper
uma gravidez ‚ extinguir vida humana em sua fase embrionária,
é tolher o plano divino, que prepara as almas para cumprir
sua etapa no mundo físico.
- Pensei que fosse
médica, mas pelo visto ‚ mais uma fanática
religiosa.
- Engana-se,
irmão,
sou uma filha de Deus que se esforça para servir a todos os
que de mim precisam.
- Deixemos de
conversa e me ajude. Quero só a forma humana.
- Sobre isso eu nada
posso fazer, o seu corpo está deformado pelo ódio no
seu coração, e ele é o seu cirurgião
plástico. Por enquanto, o irmão não tem
condição
de moldar um novo corpo humano. Até lá, será
prisioneiro dessas horríveis deformações
perispirituais. Não será Deus, nem seremos nós,
os médicos mensageiros, que iremos livrá-lhe dessas
lesões perispirituais. O seu corpo verdadeiro, o criado por
Deus, está latente dentro dessas deformações.
Só
depende do seu coração ressuscitá-lo.
- Mas eu não
suporto mais esse sofrimento...
- A quantos
Espíritos o irmão negou um corpo? Por isso hoje o seu
é
esta massa gelatinosa, composta de fluídos repugnantes. Se
ficar livre do orgulho, os fluídos divinos logo o
envolverão.
Visão
materialista da medicina 8
“Grande parte da
sociedade na Terra é preconceituosa e cega ante a realidade
espiritual e, apoiada por uma facção da medicina
materialista, houve por bem apoiar o aborto quando, pelos aparelhos
sofisticados já existentes, detecta que a criança que
é
portadora de doença congênitas, deficiências
físicas e mentais, dever ter sua vida interrompida.
No entanto, se
esquece de que tais deformidade fazem parte de
programação
superior para a reencarnação, para o devido reajuste
das almas, na escola terrena, sem a qual, os homens não
serão
libertos dos débitos criados por eles próprios em
vidas passadas.
É
preferível
reencarnar em tais situações extremamente
constrangedores e quitar débitos para o crescimento
espiritual, a permanecer em regiões próximas da Terra,
revendo dívidas que não só aterrorizam o
Espírito, como também evidenciam o quanto ele
está
distante da liberdade de consciência e felicidade”.
“O jovem, ao se
drogar, está em busca de algo; a mulher, ao abortar, julga
livrar-se de algo que a atrapalha. Ambos são doentes
precisando de amor e esclarecimentos. (...) Precisamos auxiliar o
encarnado para que ele não dê trabalho quando
desencarnar. Os Espíritos ajudam os homens a conquistar a paz
do seu próximo e os homens cooperam com os Espíritos
com suas preces e com seu trabalho em prol dos Espíritos
doentes”.(8)
Código
Penal e o Aborto 9
O Código
Penal Brasileiro, em sua parte especial, inclui o aborto entre os
crimes contra a pessoa, entre os crimes contra a vida, cap. I, artigo
124 a 128. “Só é permitido o aborto quando não
há outro meio de salvar a vida da gestante (o aborto
terapêutico ou necessário) e se a gravidez resulta de
estupro (aborto moral). Nesses casos o aborto só é
feito com o consentimento da vítima ou de seu representante
legal, na hipótese de incapacidade daquela para opinar.”
Joanna de Angelis
nos diz: “Examinando-se ainda a problemática do aborto
legal, as leis são benignas quando a fecundação
decorre da violência pelo estupro... Mesmo em tal caso, a
expulsão do feto, pelo processo abortivo, de maneira nenhuma
repara os danos já decorridos... Não raro, o
Espírito
que chega ao dorido regaço materno, através de
circunstâncias tão ingrata, se transforma em
floração
de benção sobre a cruz de agonias em que o
coração
feminil se esfacelou... A renúncia a si pela
salvação
de outra vida concede incomparáveis recursos de
redenção
para quem se tornou vítima da insidiosa trama do destino...
Sucede, porém, que o sofredor inocente de agora está
ressarcindo dívida, ascendendo pela rota da
abnegação
e do sacrifício aos páramos da felicidade. Não
ocorrem incidentes que estabeleçam nos quadros das Leis
Divinas injustiça em relação a uns e
exceção
para com outros...”
Consciência
do erro 10
“O conhecimento
espírita tem evitado que muitas mulheres comprometam-se no
aborto provocado, esse “assassinato intra-uterino”, mas
constitui, também, um tormento para aquelas que o praticaram.
Medo, remorso, angústia, depressão, são algumas
de suas reações. Naturalmente isso ocorre sempre que
somos informados do que nos espera em face de um comportamento
desajustado.
No entanto,
equivocados estão os que pretendem ver na Doutrina
Espírita
a reedição de doutrinas escatológicas
fustigantes e anatematizadoras.
Estribando-se na
lógica e no raciocínio e exaltando a liberdade de
consciência, o Espiritismo não condena, mas esclarece;
não ameaça, conscientiza. E muito mais que revelar o
mal que há no homem, tem por objetivo ajudá-lo a
encontrar o Bem.
Espíritos
imaturos, comprometidos com leviandades e inconsequências,
somos todos, ou não estaríamos na Terra, planeta de
expiação e provas. Pesa sobre nossos ombros o passado
delituoso, impondo-nos experiências dolorosas. Nem por isso
devemos atravessar a existência cultivando completamente de
culpa.
O que distingue a
mulher que praticou o aborto é apenas uma
localização
no tempo. Ela se comprometeu hoje, tanto quanto todos nos
comprometemos com males talvez mais graves, em vidas anteriores.
E se muitos
estão
resgatando seus crimes nas grades do sofrimento, com cobrança
rigorosa da Justiça Divina, simplesmente porque nada fizeram
a respeito, há que se considerar a possibilidade de nos
redimirmos com o exercício do Bem.
“Misericórdia
quero e não sacrifício” - diz Jesus, lembrando o
profeta Oséias (Mateus, 9:13), a demonstrar que não
precisamos nos flagelar ou esperar que a Lei Divina nos flagele para
o resgate de débitos. O exercício da misericórdia,
no empenho do Bem, oferece-nos opção mais tranquila.
A mulher que
cometeu o crime do aborto, pode perfeitamente renovar seu destino
dispondo-se a trabalhar em favor da infância desvalida, em
iniciativas como a adoção de filhos, socorro a
crianças
carentes, trabalho voluntário em creches,
berçários
ou orfanatos...
Seu empenho nesse
sentido proporcionar-lhe-á preciosa iniciação
nas bençãos da Caridade e do Amor, habilitando-as
à
renovação e ao reajuste, sem traumas e sem tormentos”.
“Vai-te
e não tornes a pecar”
Pergunta:
O que fazer no caso de uma adolescente, quando esta ficar
grávida
e não tiver condições materiais, emocionais e
psicológicas para poder criar esta criatura que está no
seu ventre? Não seria pior trazê-la à vida, e no
futuro sofrer maus tratos dos pais, ou podendo ser abandonada?
Resposta
de um Mentor Espiritual: Existe uma Lei e esta deve ser
respeitada. Olhemos o caso de um suicida, por exemplo. Na sua maioria
são pessoas sem nenhuma fé religiosa e descrentes de
uma vida após a morte. Acham que, interrompendo a sua vida,
passarão a eternidade num sono profundo, aliviando assim o seu
sofrimento. Quando chegam do outro lado, vêem que não
é
bem assim. Mesmo tendo o total desconhecimento do Mundo Espiritual,
da reencarnação e das Leis de Deus, eles terão
que arcar com as consequências deste seu ato infeliz. Daí
a necessidade de esclarecer as pessoas para poderem evitar este tipo
de atitude. Com relação ao aborto, o que pode ser feito
é um trabalho preventivo, orientando as pessoas das
consequências que poderão acarretar se
praticá-lo.
Deus deu a inteligência ao homem, e este, através da
ciência criou métodos anticoncepcionais para evitar a
gravidez. Agora, quem já praticou o aborto, não adianta
ficar se remoendo de dor, lamentando o tempo inteiro o dano causado.
Após a orientação recebida, vamos fazer um
trabalho daqui para a frente. Vamos nos libertar das amarras que nos
prendem às dores do passado. O que pode ser feito para aliviar
a dor do aborto praticado é procurar praticar a caridade.
Ajudar as pessoas menos afortunadas. Desenvolver um trabalho
assistencialista em creches e orfanatos, ajudar no esclarecimento de
outras pessoas à respeito da prática do aborto.
Repetimos: não adianta ficar se remoendo de remorso o tempo
inteiro pelo que já foi feito. Deus é infinitamente bom
e caridoso, sempre nos dando novas oportunidades para reparar os
nossos erros praticados no pretérito. Procurem sempre se
aperfeiçoar e lembrar das palavras do Mestre Jesus: “ Vai-te
e não tornes a pecar”.
7.
"Deixe-me viver" - Luiz Sérgio
8.
"Deixe-me
viver" - Luiz Sérgio
9.
"Familia e
Espiritismo" - Edições U.S.E.
10.
"Quem tem
medo da morte" - Richard Simonetti
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Pureza
Espiritual - O Grau Máximo do Espírito, Marco Milani,
Brasil
Uma
das questões mais interessantes e com relevância capital
na Doutrina Espírita é o processo evolutivo do Ser.
Sempre
utilizando-se de uma primorosa argumentação
lógica,
o Espírito da Verdade e seu nobres colaboradores esclarecem
sobre pontos fundamentais, desde a criação até o
grau máximo de pureza que o Espírito é
suscetível.
Visando
este entendimento, consideramos Deus a inteligência suprema e a
causa primária de todas as coisas, constatando a sua
grandiosidade através de suas obras (sem se confundir com as
mesmas), regendo o Universo pelas imutáveis Leis Naturais,
destacando-se a soberana Justiça e Bondade.
Universo
este que não restringe-se até onde o limitado
conhecimento humano atual pode perceber, porém compreende a
Criação em sua generalidade, possuindo somente dois
elementos essenciais e distintos entre si: o inteligente e o
material.
Uma
vez criado simples e ignorante, inicia-se a jornada evolutiva do ser
inteligente (nas diversas moradas da casa do Pai), ligando-se à
matéria em seus diferentes estados e estagiando nos diversos
Reinos da Natureza. Este processo é igual para todos, não
existindo seres criados em condições privilegiadas. Em
cada etapa, estamos nos preparando para a realização
espiritual, visto que já trazemos latente a
perfeição
relativa (somos perfectíveis).
Tendo
o Espírito entrado no período da Humanidade,
desperta-lhe a razão e exercita-se no livre-arbítrio,
descobrindo vagarosamente sobre a sua própria realidade.
Continuando a desenvolver as suas potencialidades, aprimora-se moral
e intelectualmente, incentivado ao progresso pelas Leis Naturais,
certo de que tudo encadeia-se na Natureza por laços que a
compreensão ainda esforça-se por alcançar, mas
já vislumbrando as suas bases de Justiça.
Por
isto todos somos essencialmente iguais diante da paternidade Divina,
tivemos o mesmo início, tivemos e teremos as mesmas
oportunidades evolutivas mantendo, porém, a individualidade.
Não existe dualidade na realização espiritual
(bom/mau, masculino/feminino, sábio/ignorante) apenas unidade
ontológica (natureza comum inerente a todos e a cada ser)
Entretanto,
abordar o último grau da escala evolutiva (ou qualquer um
superior ao atual) requer uma aproximação cuidadosa,
visto não termos condições intelectuais plenas
para a compreensão integral, somente genérica. Mas
fugir a estas considerações é não
exercitar a inteligência.
Podemos
recorrer ao famoso Mito da Caverna, de Platão, como sendo uma
boa referência para este caso, onde comparativamente devemos
buscar a análise da realidade nos afastando, no mundo dos
sentidos, das sombras (aparências) para o mais próximo
possível da fonte luminosa (chegando ao mundo das idéias,
de preferência...).
É
possível afirmarmos, baseados nas informações de
Espíritos de escol (como o Espírito da Verdade)
constantes nas obras da Codificação e confirmadas pelo
critério da Universalidade (ou seja, não é
opinião pessoal) que atingiremos um determinado grau
evolutivo, onde não mais necessitaremos reencarnar visto a
finalização do percurso de todas as etapas evolutivas
(LE-113 e outras).
Voltando
às sombras citadas no Mito da Caverna, existe um ponto
aparentemente paradoxal para alguns leitores quando consideramos que
na própria Codificação o progresso é
tratado como uma Lei Natural logo tudo deve evoluir... Será
que o progresso espiritual não existe após a
última
escala? Pode-se ter a impressão de que algo não
está
certo pois foi a mesma plêiade de Espíritos Superiores
que confirmou a Lei do Progresso...
Uma
das chaves para compreender esta aparente contradição
encontra-se numa das questões do próprio capítulo
que trata sobre o progresso n´O Livro dos Espíritos
(LE-783), que afirma “... o Homem não pode permanecer
perpetuamente na ignorância pois deve chegar ao fim
determinado pela Providência ...”. Sendo assim,
concluímos que existe um objetivo a ser alcançado, e
este objetivo é a perfeição de que somos
suscetível.
Outra
chave para entendermos o problema é a reflexão sobre
algo que é intrínseco à evolução:
o tempo. Encontramos n´A Gênese, Cap. VI – Uranografia
Geral: “O tempo não é senão uma medida
relativa da sucessão das coisas transitórias; a
eternidade não pode ser mensurada do ponto de vista de sua
duração; para ela tudo é presente.” (ver
também Cap. XVI – Teoria da Presciência). Não
precisamos recorrer à Teoria Geral da Relatividade nem à
Mecânica Quântica ou qualquer teoria científica
sobre o tempo (e espaço) pois não alterariam o sentido
filosófico desta questão: Os Espíritos Puros
não
sofrem a ação do tempo visto que já não
sofrem os efeitos impuros da matéria (apesar de atuarem sobre
ela) logo não se purificam mais do que já estão,
não mudam de um estado inferior para um superior. O tempo
nesta condição não existe como o percebemos
aqui...
Novamente
na questão LE-113 encontramos que este é o estado dos
Espíritos Puros, que gozam de felicidade inalterável e
não sofrem as vicissitudes e necessidades da vida material.
São os mensageiros de Deus e concorrem para a harmonia
universal, dirigindo e assistindo aos Espíritos que lhes
são
inferiores. Os homens podem comunicar-se com eles mas bem
presunçoso
seria este último que pretendesse tê-los constantemente
às suas ordens.
Existem
muitas outras passagens na Codificação que afirmam que
o Espírito atingirá o grau máximo de sua
perfeição (pureza) mas apenas citaremos mais uma:
LE-116 “... todos se tornarão perfeitos”.
Assim,
diversas considerações fundamentais podem ser
extraídas
dos princípios acima, destacando-se:
-
Todos fomos criados simples e
ignorantes e estagiamos em diferentes situações na
matéria para desenvolver o potencial da perfeição
relativa que já possuímos (perfectibilidade);
-
O processo evolutivo do Espírito
finaliza-se quando atinge a perfeição de que é
suscetível (desenvolvimento moral e intelectual máximo,
felicidade plena e inalterável). Neste estado não
há mais necessidade de evoluir pois sua situação
espiritual não será alterada. A noção de
tempo atual desaparece perante a eternidade. O Espírito Puro
é atemporal.
-
Concorrerá ativamente para a
manutenção do Universo onde, mesmo não sentindo as
necessidades e vicissitudes da vida material permanecerá ligado
à matéria sutil, atuando através do pensamento e
da vontade pelo perispírito, que é o seu instrumento de
atuação (ver LM-55: em qualquer de seus graus, o
Espírito sempre possuirá o perispírito, visto
ser o agente de sua vontade. Ver LE-186: ... tal é o estado dos
Espíritos Puros, que só têm por envoltório o
perispírito...).
-
Poderá comunicar-se com
encarnados (novamente a necessidade do perispírito pois
utilizará os recursos fluídicos necessários para
tanto) incentivando-nos ao progresso para que também realizemos
a perfeição espiritual relativa e colaboremos de maneira
específica na manutenção do Universo.
-
A Lei de Progresso é
válida enquanto ligada à noção de tempo,
que por sua vez varia no Universo.
Assim,
apesar de praticamente todos nós não estarmos habituados
a
pensar em algo sem o tempo e matéria como referências
(vivenciamos o mundo dos sentidos), verificamos através do
raciocínio que os argumentos logicamente tratados pelos
Espíritos Superiores sobre a perfeição relativa,
o grau máximo da pureza espiritual, são coerentes e
sinalizam a conquista da felicidade plena.
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Chico
Xavier: O Homem Futuro III, J.
Herculano Pires
(Publicado na Revista Planeta,
Numero 10, de Junho de 1973)
Fenômenos
objetivos e subjetivos
Mas
Chico
Xavier não é somente um sensitivo-psigama, restrito a
fenômenos subjetivos de percepção
extra-sensorial. Os fenômenos, psicapa, de efeitos
físicos,
também se realizam com ele de maneira espontânea,
até
mesmo no meio da multidão.
Emmanuel,
seu guia espiritual - seu eu
controlador, segundo a expressão de Gustave Geley é
quem limita essas ocorrências
em favor da maior atividade psicográfica do médium.
Fenômenos de materialização, de transporte de
objetos, de transubstanciação, de efeitos luminosos
inteligentes, de impregnação fluida perceptível,
de ideoplastia e , de voz-direta a escrita-direta também
ocorrem com ele. O próprio Emmanuel já se
materializou, dando prova palpável da sua existência.
Nosso companheiro de PLANETA, conversava com Chico Xavier. Ao nosso
lado, em Uberaba, pela primeira vez. Subitamente foi impregnado de
perfume de rosas nas mãos e nos braços.
Ninguém
mais sentia
o perfume,
a não ser que ele aproximasse a mão, como fez conosco.
O próprio Chico nada percebia. Um fenômeno físico,
objetivo. Nas sessões da Comunhão Espírita
Crista de Uberaba é comum a manifestação de
ondas de perfumes característicos da presença de certas
entidades. A impregnação de líquidos,
principalmente água em recipientes fechados, que os
freqüentadores levam para fluidificação é,
também
freqüente. Nessas ocasiões, objetos tocados pelo
médium,
como uma caneta que lhe emprestam, ficam perfumados por
vários
dias .Esse fenômeno é bastante conhecido nos meios
espíritas. Verifica-se com vários médiuns em
todo o mundo. A transubstanciação é a
modificação de um liquido, alterando-lhe as qualidades
ou modificando-as por completo. Tem ocorrido espontaneamente com
Chico Xavier. Nos casos de materialização Chico cai em
transe inconsciente. A projeção do eu, também
chamada bilocação ou desdobramento, ocorre com ele. A
bilocação pode ser subjetiva ou objetiva. Nos casos de
objetivação o eu projetado se torna visível e
ate mesmo palpável. Esse fenômeno corresponde a um
verdadeiro desdobramento da personalidade. O eu se desliga do soma
(do corpo) e se projeta a distância, levado por um chamado da
pessoa querida ou por uma preocupação do próprio
médium com alguém. O desprendimento se dá de uma
maneira instantânea. O corpo fica em estado letárgico. O
eu (ou espírito) revestido do corpo espiritual a que se
referia o apostolo Paulo, consegue adensar esse corpo por um
esforço
da vontade e se mostra como a pessoa integral, podendo falar e tocar
as demais pessoas. Nos casos subjetivos ninguém o vê,
mas o eu desprendido pode fazer observações a
distância
a provar posteriormente que lá esteve de alguma maneira. Tudo
isso parecerá demasiado fantástico e até mesmo
improvável para as pessoas estranhas aos problemas do
paranormal não obstante, trata-se de um fenômeno
acessível a pesquisa cientifica.
Chico
Xavier e a epilepsia
A
reportagem de
uma revista nacional conseguiu fotocópia de um
eletroencefalograma de Chico Xavier e submeteu-o ao exame de
psiquiatras paulistanos. Estes chegaram a conclusão de que o
médium é epilético. A revista anunciou que o
cérebro de Chico era anormal. Mas acontece que o eletro
não
fora provocado por nenhuma consulta de Chico e sim pelo seu
próprio
medico, dr. Elias Barbosa, professor da Faculdade de Medicina de
Uberaba, interessado em pesquisas sobre o transe mediúnico.
Por outro lado, o gráfico examinado e publicado referia-se
apenas a um momento de pesquisas, que exigira vários
registros. Os gráficos feitos com Chico em estado normal
não acusavam alterações significativas das ondas
cerebrais. Somente o gráfico correspondente ao estado de
transe; quando Chico recebia uma mensagem, acusou
alterações
que os psiquiatras consideraram graves. Evans e Osborn apresentaram
no Colóquio Parapsicológico de Utrech, em 1953, uma
comunicação sobre experiências de
eletroencefalografia com sujeito hipnotizado, sem resultados
apreciáveis. Wallwork aplicou o eletro em experiências
com cartas especiais para testes parapsicológicos mas o
sujeito saia de transe a cada aplicarão. O transe
mediúnico
- como no caso de Chico Xavier - por sua maior profundidade e
também
pela aquiescência de entidade comunicante, é o que mais
se presta a essas pesquisas. O objetivo das experiências do
dr. Elias Barbosa foi plenamente atingido, como se vê pelos
gráficos que publicamos. No caso de Chico Xavier verificou-se
a interferência, no cérebro, de influências
estranhas ao seu estado normal. Longe, pois, de tratar-se de
alteração patológica. O que ali se verificava
era um indicio positivo daquilo que o professor Ernesto
Bozzano
considerava “a ação de uma mente não-encarnada
sobre a mente encarnada do médium.”
Rhine
esclarece bem
esse problema em O Novo Mundo da Mente e Pratto apóia em
Parapsychology - Frontier Science of lhe Mind, lembrando ambos que
psi reclama uma nova concepção da personalidade humana,
encarada essencialmente psíquica e não somática.
Estas palavras de Rhine definem claramente a questão: “A
prova experimental que hoje possuímos, de que a personalidade
humana possui princípios não-físicos,
permitirá
aos psiquiatras armarem-se melhor para se dirigirem a uma filosofia
menos materialista no tocante à interpretação
dos seus pacientes a da sua pratica. O resultado seria uma
resistência mais firme ante o conceito totalmente materialista
da terapia. Essa reorientação do pensamento abriria
caminho para a consideração de novas hipóteses,
bem como para novas explorações das zonas
fronteiriças, que atualmente permanecem relativamente
fechadas”.
A
concepção materialista-mecanicista
dominante em nossa cultura, particularmente no campo da medicina a da
terapia em geral, como acentuou Rhine, está agora sob o
impacto das novas descobertas da parapsicologia e da física.
Estamos naquilo que Kilpatrick chamou “uma civilização
em mudança”. Não podemos encarar um sujeito
paranormal como anormal ou patológico, nem também como
um ser sobrenatural. Os extremos se encontram no erro. Chico Xavier
é apenas um exemplar do homem-psi da era cósmica, que
já
se desenvolve aceleradamente na Terra.
O
mecanismo do paranormal
O
eletroencefalograma de Chico Xavier, mesmo no campo da psiquiatria,
pode e deve ser interpretado com maior largueza de vista. Ao
invés
de acusar um estado patológico que não se confirma por
sintomatologia típica nem pelo comportamento mental e
psicológico do sujeito, nem ainda por suas reações
fisiológicas fora do transe, confirma em termos de pesquisa a
sua paranormalidade espontânea e exaustivamente comprovada.
Essa a tese do dr .Elias Barbosa, que dirigiu a pesquisa e se
considera muito satisfeito tom os resultados iniciais. Tentaremos
resumir o que nos disse a respeito o ilustre medico e professor de
medicina.
Ainda
não há - disse-nos ele - explicação
definitiva para a causa das descargas de alta freqüência
nos focos críticos de um paciente epilético
típico.
Alterações bioquímicas locais, isquemia e perda
dos sistemas inibitórios vulneráveis de .pequenas
células estão entre os mecanismos possíveis que
contribuem para a hiperexcitabilidade e/ou respostas
hipersincronizadas e excessivas. Essa a opinião de James
Toman, apoiada pelo professor De Robertis, para quem as lesões
focais podem simular certas formas de epilepsia, mas parece que as
crises podem ocorrer sem lesões aparentes, e que o mecanismo
fundamental estará portanto em nível macrocelular
a bioquímico. Sabemos que um eletroencefalograma normal
não
é garantia absoluta da normalidade e que , segundo Grossmann,
20 por cento dos pacientes nesse caso continuam apresentando
fenômenos psico-sensoriais como o do já visto ou o do
nunca visto; perturbações auditivas, autemismos ou
crises psicomateriais. No estudo da mediunidade psicográfica e
dos fenômenos mediúnicos em geral, é bom lembrar
a advertência de Donald Klass de que o registro e a
interpretação adequados do eletro requerem treinamento
especial e extrema experiência, em virtude das muitas
armadilhas técnicas existentes. Uma interpretação
errônea pode acarretar conseqüências mais graves que
a falta de informação. É que também
refere Garchedi Luccas ao tratar do trabalho de Falconer que
contraria o conceito de Penfield.. Luccas conclui sua análise
afirmando que ficam muitas questões em aberto a relacionando
varias delas.
Só
pelo registro de ondas pontiagudas tipo
Sharp nas regiões temporais a esquerda -após a
hiperpneia - inicialmente tom predomínio nas anteromediais e
depois com o aparecimento de raros surtos de ondas Sharp nas
regiões
temporais a direita, sem predomínio nítido (como se
vê
do relatório do dr. Borges) poderíamos concluir que o
cérebro de Francisco Candido Xavier seja enfermo?
Absolutamente não!
Ao
que tudo indica, o foco critico nada
mais seria do que o ponto de ligação entre as
forças
da entidade comunicante e as forças do aparelho receptor.
Estudos posteriores em outros médiuns em atividade
poderão
confirmar essa hipótese. Esse foco compromete o grande
sistema límbico, responsável pelo comportamento do
individuo, pela sue homeostase afetivo-emocional. Epilepsy
is not a disease but a symptom, escreveu Neville Seuthwell.
Diga-se o mesmo da mediunidade, que no caso de
Chico Xavier é uma síndrome de faculdades superiores
que desabrocham no homem atual em benefício de toda a
humanidade.
Em acréscimo a esses esclarecimentos do dr.
Elias Barbosa lembraremos que parapsicologicamente o cérebro
de Chico Xavier não é anormal nem patológico, mas
simplesmente paranormal. A palavra paranormal foi cunhada
especialmente para distinguir as funções a os
fenômenos
inabituais, dos habituais que caracterizam a nossa vida rotineira a
das suas alterações mórbidas estudadas pela
patologia. Já é tempo de aprendermos a fazer essa
distinção
na terapia e na imprensa.
Final
São Paulo 450 Anos - Ata de uma
sessão de efeitos físicos
Sessão
de 21 de outubro de 1954
Os Espíritos confortam a mãe de uma criança
(Ata transcrita do livro "Cumprindo-se
Profecias: Materializações de Espíritos em
São Paulo" de Mario
Ferreira. Este livro, publicado em 1955, traz as atas de sessões
de
materialização realizadas pelo "Grupo Espírita
Padre Zabeu" no período
de 1948 à 1954. O prefácio, datado de 1954,
é de Julio
de Abreu Filho
e o livro foi editado pela "Édipo - Edições
Populares Ltda.", editora
fundada e dirigida por ele. O exemplar do livro
foi encontrado em um sebo no centro de São Paulo).
Aos 21 dias do mês de outubro de 1954, com a
presença
de 29 pessoas, conforme assinaturas constantes na pág. 95 do
livro de
presença, realizou-se no INSTITUTO DE PESQUISAS METAPSIQUICAS do
"Grupo
Espírita Padre Zabeu", à Avenida Gen. Olimpio da
Silveira, 331, 1.o
andar, sala 14, em São Paulo, uma sessão de efeitos
físicos e de
materialização.
Á vista de todos os presentes, no ínicio dos trabalhos, o
Sr. José
Corrêa Neves, médium de efeitos físicos, foi,
dentro da cabine,
devidamente algemado e amarrado à cadeira. Em seguida, foi
corrida uma
cortina, fechando a entrada da cabine e apagada a luz. Dentre os
diversos fenômenos anotámos os seguintes:
levitação da vitrola; a troca
de discos feita no alto; toque de campainha; movimentação
de uma
corneta, que circulou pela sala, e o de voz direta. Os objetos
suspendidos no ar, estavam todos com tinta fosforecente a fim de ser
facilitada a visão dos movimentos no escuro.
Todos esses fenômenos foram efetuados pelo espírito
conhecido como
Geraldo. Êste, dando provas positivas de se achar materializado
em
forma tangível, em certo momento aproximou-se do redator desta
ata e,
pegando-o pelas mãos, fê-lo levantar-se e
encaminhar-se para junto da
mesa onde estava a vitrola. Ao ser conduzido pela entidade, o anotador
da sessão em voz alta ia descrevendo aos circunstantes o que se
passava, informando que sentia o contacto das mãos do
espírito e que
estas eram normais, apresentando o calor natural, decorrente da
circulação sanguínea ... Essa
demonstração durou três minutos, mais ou
menos, e depois o espírito reconduziu o anotador ao seu lugar.
Num dado momento o Geraldo começou a conversar com os
assistentes.
Uma das senhoras presentes, que passara recentemente pela dor de perder
a sua filhinha, vítima de uma acidente, atribulada pela saudade
e,
provavelmente, desejando saber algo sobre a situação dela
na vida
espiritual, perguntou ao Geraldo se a vira.
Talvez não sabendo ou não podendo explicar detalhes com
mais
esclarecimentos, o espírito limitou-se a dizer o seguinte: "Eu
vou
explicar ... Eu não pude vê-la, mas ela veio me ver ...
Mas agora, o
Vigário veio vê-la".
Auxiliando o entendimento dos circunstantes, o diretor da sessão
informou, de acordo com o que deduzira das palavras da entidade: "Ela
está em ponto intermediário entre o Geraldo e o Padre
Zabeu".
Durante a conversa a mesma senhora dissera ao espírito:
"Geraldo, eu
tenho aqui um botãozinho em flor. Pode levar para a minha filha
?".
"Logo mais eu pego", respondeu a entidade.
Depois de palestrar com alguns dos componentes do grupo, o Geraldo
deixou a vitrola tocando a musica "Ave Maria", a fim de preparar o
ambiente para a visita do Espírito Padre Zabeu.
Essa elevada entidade, ao se manifestar através da corneta de
papelão,
assim se expressou:
"Boa Noite. Como vão todos voces ?
Mais uma vez aqui estamos, certos que o nosso trabalho é
reiniciado
sobre o critério de absoluta auto-confiança.
Recomeça também a produzir
frutos. Hoje nos foi concedida a presença de inúmeros
espíritos que nos
visitam, e de cuja hierarquia, posso dizer, somos imerecedores, dada a
evolução de cada um.
Antes, porém, desejava eu que você (diretor da
sessão) pronunciasse uma
prece agradecendo mais essa benevolência, que nos foi dada quando
mais
a necessitamos".
Após a oração que a seguir fora feita pelo diretor
da sessão, a
entidade prosseguiu:
"Meus filhos: é realmente extraordinária ..."
Neste interim, o Padre sem completar a frase, dirigira a
atenção ao
espírito que junto a mesa manejava a vitrola e ordenou: "Geraldo
para a
vitrola". Estabelecido o silêncio, o Espírito Padre Zabeu
continuou:
" ... a disposição com que todos para cá acorrem
na certeza de
encontrar um lenitivo para suavizar não só o sofrimento,
como também
indicar o caminho que devem seguir nesta trajetória da vida na
terra".
Ditas estas palavras, a senhora que acima referimos e que se achava
ainda sob forte emoção, interrogou a entidade:
"Padre, já esteve com ela ? ..."
Respondendo a mãe da criança, disse o espírito:
"Elza, já tive a oportunidade de estar com ela. Já pude,
também,
transmitir a você, através do Rondino e de todos os
componentes do
grupo, a minha palavra de fé.
Nesta hora em que você realmente compreende, possam todos sentir
e
compreender, também, a necessidade de cada um procurar
através dos
conhecimentos que adquirem, reformar-se, não é ?
Tenho observado, em diversas ocasiões, as discussões que
vocês travam
intimamente sobre os problemas atinentes à vida espiritual.
Observo em
cada um a disposição de procurar, através da
prática do bem e do amor,
reformar-se aos primeiros contactos do consciente sobre o inconsciente.
Noto em muitas oportunidades a duvida que paira em cada um, não
é,
Paulo ? (médico presente). Mas, também, reconheço
a honestidade de
propósitos. Este reconhecimento é, sem duvida, uma
maneira de
demonstrar que cada um de vocês sente o problema em seus aspectos
diferentes.
A própria natureza do trabalho, as vezes, não satisfaz a
todos. Hoje
por exemplo, quase todos estão satisfeitos. E por que ?
É aquele grande problema. É que houve abundância de
fenômenos. Eu
pergunto: representaria a expressão máxima dos
critérios que regem e
determinam esses trabalhos ? ..."
Respondendo, em voz alta, o diretor da sessão em poucas palavras
afirmou que a finalidade precípua é a da
espiritualização, a de
incentivar a reforma individual e não, exclusivamente a da
produção
fenomênica.
Confirmando esta assertiva, a entidade prosseguiu dizendo:
"Esta é a expressão dos trabalhos. No entanto, há
exatamente o
contrário. Eu assim falo apenas como medida de
observância. Entenderam ?
Castro, quando os fenômenos se produzem com mais abundância
por
determinação, as vezes, das própria ajuda dos
médiuns, verifica-se que
a expontaniedade é natural. Estou trocando idéias.
Vocês não se
zangarão comigo, não é ?
Aos visitantes de hoje eu desejo que, ao sairem daqui, meditem mais no
que sentiram do que no que viram ...
Não vamos ter outras coisas que poderiam constituir novidades.
No
entretanto, asseguro que os trabalhos de hoje foram tão
produtivos como
os outros trabalhos de valor, já realizados por este grupo.
Todos, ao
sairem daqui, vão sentir-se bem dispostos, aprimorados e
encorajados
para prosseguir na luta".
Falando a mãe da criança que deixar a terra, o Padre
perguntou: "Elza,
entendeu o que o Rondino falou ? ".
Esta senhora, respondendo, disse:
"Entendi, Padre : - Também, recebi comunicação de
minha filha por
intemédio de amiga (médium). Não me sinto
merecedora por tantas
consolações e não sei mesmo como agradecer. Estou
bem conformada".
A entidade continuou:
"Minha filha: tudo o que aconteceu, antes de mais nada, é a
própria
manifestação dos desígnios de Deus, que bem
demonstra a Sua capacidade
ao fazer-Se entender.
Não tivesse você conhecimento dos planos de vida, talvez a
perda, que
não é definitiva, fosse irrecuperável.
Entretanto o porque da vida, você também
entenderá que tudo o
que aconteceu, nas menores manifestações, como nas
maiores, todas elas
se identificam pelos desígnios de Deus.
Entenderam ?
Desejo a vocês uma boa noite e que essa disposição
se mantenha sempre,
para que possamos prosseguir nesta jornada que nos foi dada para
cumprir neste grupo.
Boa noite a todos".
Ao notar que o espírito ia ausentar-se. D. Elza bastante
emocionada e
com a voz suplice, pediu:
"Padre, dê um abraço na minha filhinha".
"Tenho atendido a seus chamamentos", respondeu a entidade.
Em seguida, o Padre Zabeu se retirou e o Geraldo compareceu outra vez
para cuidar da parte final da sessão.
O Geraldo, enquanto mudava discos na vitrola, lembrava-se da ordem que
o Padre Zabeu lhe dera no início de sua palestra para que
"parasse a
vitrola". Tanto assim que, gracejando com o diretor da sessão,
ele
falou nestes termos:
"Castro, você sabe que sou bom tocador de vitrola. Toco
tão bem quanto
a Rosélys toca piano. No entanto, hoje não estou muito
afinado. O
Vigário mandou parar ..."
Dito isso, pouco depois acrescentou:
"Esta quase na hora de encerrar. Todos contentes ? Hoje, quero
agradecer a contribuição mais acentuada da Roselys,
Eunice, Guilhermina
e do Caetano" (médiuns),
O Geraldo, já de saída, atendendo ao pedido que antes lhe
fizera D.
Elza, aproximou-se para receber o botão de rosa que seria
entregue ao
espírito que na terra animara o corpo de uma
criança. A mãe, então,
emocionadíssima, beiju a flor e entregou-a ao Geraldo, que a
recebeu em
silêncio.
A seguir, o diretor da sessão fêz uma
alocução, durante a qual afirmou
que, nas nossas reuniões, à proporção que
diminuem os fenômenos físicos
se acentuam mais os fenômenos espirituais.
Depois de feita a prece de encerramento, ouvimos sinais (estalo de
dedos) dados pelo Geraldo. A sala foi, então, gradativamente
iluminada.
Com surpresa vimos, em seguida, que o médium Sr. José
Corrêa fora,
silenciosamente, transportado da cabine para fora e colocado no meio do
recinto, próximo da primeira fila de assistentes, conservando-se
nas
mesmas condições de controle, isto é, com as
mãos algemadas e o corpo
amarrado à cadeira.
Nada mais havendo a constar, eu, Mário Ferreira, encarregado
pelo Padre
Zabeu para as anotações, lavrei à presente ata
que, depois de lida e
achada conforme, vai assinada pela comissão diretora.
aa) Dr. Francisco Carlos de Castro Neves.
Prof. Mário Ferreira.
Cap. Genesio Nitrini.
(Fls 197, v. do 2.o livro de Atas)
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ao Índice
Respostas sobre "Desdobramento" e
"Espírito Velho", Pedro
Vieira, Brasil
(Questões publicadas no
Boletim 470)
Caro Rodrigo,
As
expressões "projeção astral consciente" e
"desdobramento astral" são estranhas ao Espiritismo, que chama o
fenômeno de "emancipação da alma", estudado de
maneira profunda no Capítulo VIII, Livro II de O Livro dos
Espíritos.
O
Espiritismo trata o fenômeno - anímico, ou seja, do
próprio Espírito encarnado - de maneira muito natural,
como tudo. Mostra que a faculdade de se emancipar é pertinente a
todo Espírito encarnado, embora a independência desse
fenômeno varie de pessoa a pessoa, podendo chegar ao grau do
sonambulismo profundo, o que chama pelo designador "consciente". Essa
variação de graus de consciência física
(porque o Espírito está consciente) se deve à
formação orgânica do indivíduo, como ocorre
em todos os fenômenos psíquicos, sejam anímicos ou
mediúnicos.
E
também como todo fenômeno psíquico, o Espiritismo
nos ensina que deve ter uma finalidade útil e ser explorado com
bases de estudo científico-filosófico-moral. Em outras
palavras, fenômeno algum se justifica por si mesmo. A
justificativa de todos eles é o trabalho útil no bem e
não a própria satisfação. Toda vez que se
exerce ou estimula um determinado fenômeno sem esses requisitos,
ou seja, desviando de sua finalidade, se tem total responsabilidade
pelas conseqüências, que podem variar de simples
alienação momentânea a processos
psicológicos sérios de confusão da realidade
física com a imaginação e a realidade espiritual,
além das possibilidades obsessivas - externas - associadas.
O
conhecimento espírita vem, nesse caso, a socorro, para que todo
fenômeno seja exercido de forma consciente, sóbria e com a
finalidade correta. Em várias casas espíritas, vemos o
anímico em serviço de emancipação em
reuniões mediúnicas, no socorro aos encarnados e
desencarnados. Recomendamos a leitura do capítulo "Desdobramento
em serviço" do livro "Nos domínios da mediunidade", de
autoria do Sr. André Luiz para exemplificação
deste trabalho e da forma como é exercido.
Talvez a
grande diferença do Espiritismo para outras correntes
espiritualistas quanto a isso seja tratar o fenômeno de forma
natural, sem misticismos ou exacerbações.
Muita paz,
Pedro Vieira
Cara Adriana,
Sua
pergunta denota espírito crítico indispensável ao
conhecimento espírita. Recomendamos, de antemão, que se
dedique ao estudo do Espiritismo, iniciando pela obra "O que é o
Espiritismo" de Allan Kardec, passando, a seguir a "O Livro dos
Espíritos". Procuraremos responder ao seu questionamento, mas a
resposta será, sem dúvida, superficial, dado que o
conhecimento da realidade espiritual pressupõe esse estudo.
Segundo
o Espiritismo, os Espíritos são criados simples e
ignorantes e caminham, ao longo das experiências (em vidas
sucessivas e na chamada erraticidade), em direção ao
conhecimento, em direção a Deus. Os Espíritos nos
esclarecem, também, que o Espírito ignora a
própria criação - não sabe nem como se deu
nem tem recordações dessa época. Então,
é impossível que um Espírito diga-se "velho" por
acreditar que tem "mais tempo de criado" que outro, porque a
ignorância dele é dupla: em relação a ele
mesmo e mais ainda em relação aos outros. O tempo,
ademais, é um conceito humano. Para os Espíritos
só há o "que já foi feito" (passado) e o que
"está por se fazer" (futuro), sem vinculação com
tempo.
Por
conta disso, entendemos que quando o Espírito referido se
utilizou da expressão "Espírito velho" ele deveria se
julgar experiente em determinado assunto, por lembrar-se,
eventualmente, de algumas vidas que teve militando em determinado meio,
ou então, ainda muito vinculado à Terra, referia-se
à idade física com a qual desencarnou.
De
qualquer forma, não há qualquer
categorização entre Espíritos "velhos" e "novos".
Há sim entre Espíritos superiores e inferiores. A
respeito disso remetemos a amiga à questão 100 de O Livro
dos Espíritos, "Escala Espírita". Os Espíritos
superiores nunca se dizem superiores. Sua superioridade é
atestada em fatos, não em palavras.
Permaneça
questionando.
Além
do GEAE, colocamos também à disposição da
amiga o Serviço de Perguntas e Respostas Espíritas do
IRC-Espiritismo no e-mail perguntas@irc-espiritismo.org.br,
que conta
com uma equipe especializada e multidisciplinar para auxiliá-la
em seus questionamentos.
Muita paz,
Pedro Vieira
Resposta sobre "Espírito Velho", Alexandre Fontes da Fonseca,
Estados Unidos
Prezada Adriana Brito,
Segundo a Doutrina
Espírita a todo o momento espíritos estão sendo
criados de forma simples e ignorante, o que significa, que eles
não são criados com nenhum privilégio, dom, ou
qualquer outra vantagem ou desvantagem pessoal. Todos são
criados com as mesmas capacidades e qualidades em potencial que
deverão desenvolver de acordo com o desenvolvimento do
livre-arbítrio.
Assim, existem espiritos mais
"velhos" e mais "novos" que nós no sentido de que eles foram
criados antes ou depois de nós, respectivamente.
Segundo a Doutrina
Espírita, por exemplo, Jesus seria um irmão mais velho
nosso.
Mas um espírito "mais
velho" não significa que seja mais evoluido da mesma forma que
um espírito "mais novo" não significa que seja menos
evoluido. Estas possíveis diferenças decorrem do
uso que cada um
fez do seu livre-arbitrio. Alguns se esforçaram mais na
prática do Amor e outros se perderam um pouco mais nas
ilusões materiais. Então, ser "mais velho" não
significa ser "melhor" ou "pior". Segundo o Espiritismo, isso
não é um critério de evolução.
Mas quando um espírito por
via da psicofonia (comumente, e não apropriadamente, chamada de
"incorporação") diz ser um espirito "velho" isso pode
significar uma das tres seguintes possibilidades:
1) ele pode ser um irmão "mais
velho" no sentido explicado acima, isto é, criado bem antes de
nés e que deseja nos passar algum ensinamento;
2) ele pode ser um irmão que se sente bem e feliz em se
apresentar com os modos e personalidade de uma pessoa idosa;
3) ele pode ser um irmão que
está imbuido de
intenções menos dignas em querer obter respeito para as
suas idéias com base na impressão que ele pensa
estar transmitindo em dizer que ele é "velho".
O item 3) nos faz lembrar de uma
importante recomendação de Kardec: que todas as mensagens
mediúnicas sejam analisadas quanto ao conteúdo. Que a
assinatura ou o nome do espirito que trouxe a mensagem, por mais
respeitável que seja, não é garantia de que uma
mensagem é boa. Kardec orienta que uma mensagem deve passar por
dois crivos. Um é o do bom-senso, que significa que uma mensagem
que fere os princípios básicos da vida ou os principios
cientificos bem estabelecidos que conhecemos merece ser rejeitada. O
segundo principio diz respeito às coisas novas. Se uma
mensagem não pode ser analisada pelo bom senso, o
critério mais seguro para aceitação ou não
da mensagem é verificar o chamado "consenso universal dos
espiritos". Isto nada mais é que a verificação se
a mesma mensagem ou o mesmo conteúdo está sendo enviado
por outros espiritos, por intermédio de outros médiuns,
em vários locais diferentes. Se isto não está
ocorrendo, é prudente "deixar a mensagem de molho" até
que se possa confirmá-la no futuro.
Desta forma, prezada Adriana,
independente de como o irmão que se apresentou no seu grupo como
sendo um "espírito velho" se encaixa em um dos 3 itens acima,
devemos ouví-lo com respeito e carinho pois se ele for um
irmão necessitado precisamos escutá-lo para descobrir
como ajudá-lo; se for um irmão que nos traz uma mensagem,
precisamos escutá-lo para analisar o conteúdo de acordo
com as recomendações de Kardec.
Muita paz a todos,
Alexandre Fontes da Fonseca
Retorno
ao Índice
Dúvida sobre questão 165
do Livro dos Espíritos, Alexandre
Almeida, Brasil
Bom dia,
Gostaria que me
ajudassem com uma dúvida:
Na
obsevação feita por Kardec após
a questão 165, que trata da perturbação que o
espírito experimenta após a separação
do corpo, encontramos um ponto que nos deixou em dúvida:
"...Ora, porque
pensa, vê, ouve, tem a
sensação de não estar morto. Mais lhe aumenta a
ilusão o fato de se ver com
um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas cuja
natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o
sólido e compacto como o primeiro e, quando se lhe chama a
atenção para esse ponto, admira-se de não poder
palpá-lo..."
A dúvida reside
no fato de o espírito, liberto
do corpo físico, não poder apalpar o próprio
corpo espiritual. Do "lado de lá" eles não são
matéria, como nós, apenas
quintessenciada, mais etérea? Nos livros de André
Luiz vemos que os espíritos até se cumprimentam!
Pelo que entendemos, no comentário de
Kardec, o espírito desencarnado, quando tentasse tocar o
próprio perispírito o
atravessaria com a mão?
Um abraço,
Alexandre
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Sobre
Trabalho Mediúnico, Ligia Penninch, Brasil
Boa tarde,
Gostaria de receber
explicação doutrinária para minhas dúvidas
abaixo:
1- Quando uma pessoa está
encarnada e a mesma realiza trabalhos espíritas (é
medium) e começa fazer coisas erradas dentro deste "trabalho
espiritual" é possivel ela ser desencarnada "antes" do tempo,
quero dizer: pode-se desencarnar antes de cumprir sua missão
para não continuar fazendo trabalhos espirituais errados??
Pergunto isto porque aprendi que
quando a pessoa tem mediunidade e faz coisas erradas, é avisado
e dado-lhe chance e se não cumprir o caminho certo, lhe é
tirado a mediunidade...
2- O que querem dizer com: o
espírito desta menina "de 6 anos" é velho? Qual o
critério para se saber quando o espírito é mais
velho que outro?
2.1- Existe espírito novo?
Muito obrigada pela atenção e retorno.
Ligia Penninch
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Psicodigitação
- A Psicografia na era do Computador, Carlos Iglesia, Brasil
Recentemente o amigo Elzio Ferreira
de
Souza nos presenteou com um exemplar de uma nova obra mediúnica
sua, de
autoria do espírito Yogashririshnam, que nos surpreendeu pela
apresentação na capa. Junto ao nome do Elzio, como
médium, está a palavra "
psicodigitação".
Lendo o prefácio e trocando idéias com ele entendemos o
motivo da designação que é mais do que exata. O
prefácio explica:
"As mensagens constantes deste
livro foram recepcionadas durante o
período de 27.11.2001 a 19.07.2002. Tinhamos concluído e
publicado o livro
Espiritismo em Movimento cujos
capítulos tinham sido inteiramente digitados pela confreira
Diana Santiago da Fonseca, quando, em novembro de 1999, o
Espírito de Deolindo Amorin convidou-nos à
continuação do trabalho psicográfico. Sem tempo
para a recepção e posterior digitação,
objetei-lhe que as inúmeras tarefas e a saúde seriam
obstáculos para a continuação da parceria, tendo
ele sugerido a recepção direta no computador,
libertando-me do trabalho posterior à psicografia. Aventurei-me
porque no trabalho anterior tinha ele datilografado dois
capítulos. E foi assim que a
psicodigitação se
iniciou" (...) " Depois que Deolindo terminou os trabalhos que desejava
realizar, Yogashririshnam, utilizou-se do mesmo método para
continuar o intercâmbio".
O trabalho anterior mencionado,
"O Espiritismo em Movimento", já
foi comentado no Boletim, mas é importante recordar que é
uma obra séria e de grande valia para o estudioso da doutrina,
discutindo diversos problemas e situações que lidam
diretamente com a forma como seus adeptos se organizam e a
praticam.. Também chegamos a comentar outra obra do
Espírito Yogashririshnam, que traz - dentro da forma de
parábolas e pequenos estudos - reflexões profundas sobre
o ser e sua vivência da Doutrina Espírita. As origens
hindus do autor espiritual de maneira alguma significam sincretismo ou
a propaganda de idéias filosóficas estranhas a Doutrina,
mas lhe dão uma visão bastante peculiar de seus
postulados que lhe permitem ir direto a pontos que normalmente nos
passam despercebidos.
A obra que me chamou a
atenção para a
psicodigitação traz o título "Espaço, Tempo
e Causalidade" (Bahia: Circulus, 2003), que a primeira vista parece ser
um tratado de física, mas que na realidade se trata de um
enfoque sociológico, com explica o Elzio:
" Ao leitor poderá parecer
estranho o título
Espaço, Tempo e Causalidade por não se tratar de um livro
que aborde as questões relativas à ciência
física. Determinados termos, porém, são empregados
em diversos ramos do saber com diversidade de
conceituação conforme o campo do conhecimento em que se
estruturam. Espaço, tempo e causalidade são alguns deles.
(...) O espaço social é o
universo em que se
processam as relações humanas ou o campo em que se
desenvolvem os processos sociais".
Desnecessário dizer - pois
Elzio é companheiro de longa
data no GEAE e também tem um histórico longo de
atuação no movimento espírita - que seu trabalho
é de grande confiabilidade, demonstrada inclusive na forma como
ele descreve o "aprendizado" do processo de
psicodigitação:
"Ao recepcionar as mensagens,
tomei a precaução de cobrir
a tela do monitor, digitando de olhos cerrados, rapidamente. Com o
passar do tempo, concluí pela desnecessidade da
ocultação, continuando a digitar sem visualizá-lo".
E bastante interessante é
que o aprendizado teve que ocorrer da
parte de Yogashririshnam também:
"Pudemos notar que o Deolindo
deveria sentir-se mais à vontade
em fazê-lo, acostumado que era, em vida, a escrever seus textos
diretamente na máquina de escrever. Yogashririshnam teve que se
adaptar ao processo, segundo me parece, porque inicialmente eu cometia
erros de digitação quando se tratava deste
Espírito, o que quase não acontecia com Deolindo".
A surpresa que tive foi resultado
de perceber que este era um
desenvolvimento perfeitamente natural no processo mediúnico -
considerando o uso cada vez mais intenso do computador - e ao mesmo
tempo de não ter ainda visto este gênero novo ser
destacado. Também me chamou a atenção o fato de
que - da mesma maneira que na época de Kardec
*
- tenham sido os
espíritos que tomaram a iniciativa de propor um novo
aperfeiçoamento no processo de transmissão das mensagens
mediúnicas.
Enfim, eis que temos uma palavra
nova no vocabulário
espírita, que com o desenvolvimento da tecnologia e da
sociedade, continua a se ampliar.
Muita Paz,
Carlos Iglesia
* "O
meio de correspondência era demorado e
incômodo. O
Espírito, e isto é ainda uma circunstância digna de
nota, indicou um outro. É um desses seres invisíveis que
dá o conselho de adaptar um lápis a um cesto ou a um
outro objeto" Allan Kardec, Introdução ao Estudo da
Doutrina Espírita - IV,
O Livro dos Espíritos.
Tradução Salvador Gentile, São Paulo: Instituto de
Difusão Espírita, 1975.
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Curso
de Filosofia Espírita, Percy Vieira, Brasil
(Informativo divulgado na lista de discussão da
ADE-SP -
Associação dos Divulgadores do Espiritismo do Estado de
São Paulo)
O
Centro Espírita Obreiros da Eternidade
realizará, a partir de 20 de março, o CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, que se estenderá, neste ano, até
o mes de novembro.
As aulas serão ministradas pelo
expostor Joel
Fernandes de Souza, aos sábados, das 9 às 12 horas, na
sede da entidade, constando de exposição,
questionários semanais e discussões. Haverá ainda
curso de férias, com seminários. O expositor é
Coronel Aviador da FAB e formado em filosofia pela USP, em 1999.
Antes, no dia 06 de março
(sábado), às
19 horas, o mesmo expositor fará, no mesmo local, uma
palestra sob o título Convite
à Filosofia Espírita.
Todos podem matricular-se no curso,
inclusive jovens,
bastando serem espíritas e gostarem de estudar.
Os
objetivos do curso são:
1
- Ensinar ao aluno o que é Filosofia e por que a Doutrina
Espírita é uma filosofia.
2
- Estudar metodologicamente o "O Livro dos Espíritos" (LE) em
seus aspectos filosóficos, epistemológicos,
lógicos, ontológicos, científicos e
teológicos.
3
- Ensinar ao aluno a encontrar no diálogo construtor
do LE os mesmos conceitos dialéticos desenvolvidos pela
filosofia tradicional. Estes conceitos são as chaves para o
entendimento do livro, com total clareza.
4
- Ensinar ao aluno a estudar o LE analiticamente,
porém antes, ensiná-lo a estabelecer uma crise no seu
interior, problematizando-o e, após, a encontrar a sua resposta.
5
- Ensinar ao aluno a compreender que o LE é
eminentemente filosófico e que sem os fundamentos deste
conhecimento tem-se tornado difícil o seu entendimento, motivo
pelo qual não o inteligimos completamente. Por exemplo,
conceitos como inteligêngia,
causa, princípio, lei, lei de causa e efeito, infinito, nada,
panteísmo, acaso, etc.
parecem-nos incompreensíveis por não fazerem parte do
leque do nosso vocabulário conceitual cotidiano.
6
- Desenvolver esforços para procurar pensar com as
mentes dos espíritos superiores e a de Kardec, visando
compreender como o LE foi sendo elaborado.
7
- Atingir, através do LE, o núcleo da
idéia contida na Doutrina Espírita, analisando-o e,
após sintetizá-lo, correlacioná-lo em seu
tríplice aspecto: filosófico, científico e
teológico.
8
- Cruzar constantemente os seus conceitos para verificar a
lógica interna que lhe dá coerência e
consistência.
9
- Confirmar a sua sempre presente atualidade
histórica.
10
- Aprender a ver as causas pelas quais o LE é o livro
básico da Codificação e a partir do qual todos os
demais livros complementares derivam.
11
- Aprender a ver o LE como sendo um conjunto de
instruções de ordem espiritual que contém todos os
elementos constitutivos das indagações
filosóficas, científicas e teológicas.
12
- Aprender a ver como o LE se estrutura e como as suas
partes se articulam entre si.
Isto
posto, muito respeitosamente, solicito (se aprovada) a
divulgação do curso e da palestra, no "e-mail", lembrando
que a inscrição para o curso pode ser efetuada na data do
início do mesmo ou da palestra.
Informações
podem ser obtidas pelo telefone
(11) 6204-7637.
O
endereço do Centro é: Rua Manoel Muniz dos Anjos n. 14.
Bairro do Tremembé, nesta Capital (SP). A rua fica perto da
Praça Dona Mariquinha Sciascia, ao lado do Aquacenter.
Antecipadamente
agradeço pela divulgação
e os convido para os eventos.
Fraternalmente
Percy
Corrêa Vieira - Presidente
do CEOE
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GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
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Coleção do "The Spiritist Messenger" -
http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins