Boletim GEAE
Grupo de Estudos
Avançados Espíritas
http://www.geae.inf.br
Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável
é somente aquela que pode encarar a razão, face a face,
em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 12 -
Número 470 - 2004
10 de fevereiro
de 2004
Artigos
|
Em Defesa da
Vida –
Alguns Argumentos contra a
Prática do ABORTO III, Rubens Santini, Brasil
|
Superando Obstáculos,
Entregando-se a Deus, Vera M. Bestene, Brasil
|
|
História
& Pesquisa
|
Chico
Xavier: O Homem Futuro II, J.
Herculano Pires
|
São Paulo 450 anos - O Museu
Espírita, Carlos Iglesia, Brasil
|
|
Questões
e Comentários
|
Comentário Sobre Artigos do
Alexandre Fontes da Fonseca e Nota de Esclarecimento dos Editores, A.
Mattos, Brasil
|
Pergunta Sobre Desdobramento,
Rodrigo Reis, Brasil
|
Pergunta
Sobre "Espírito Velho", Adriana Brito, Brasil
|
|
Painel
|
De Volta ao Lar Espiritual,
Fátima Salvo, Brasil
|
|
Em Defesa da
Vida – Alguns Argumentos contra a Prática do ABORTO III, Rubens
Santini, Brasil
A
terapia para recuperar os abortados
A seguir ilustraremos 3
casos ocorridos na Colônia dos Rejeitados:
6
CASO 1:
Luiz Sérgio
narra um caso emocionante, mostrando um diálogo entre um
médico e um abortado, numa tentativa do Plano Maior em
recuperar o seu corpo espiritual:
“Outro caso
lamentável foi o de Fernando. Da cintura para baixo
possuía
a forma de um bebê e da cintura para cima o formato de um
homem. Seu olhar cintilava de ódio. O médico lhe
perguntou:
- Você
é
o Fernando? - ele assentiu com leve movimento de cabeça.
Deseja conversar hoje?
- Não, nada
quero, somente morrer de vez.
- Sabe que isso
é
impossível. E depois, o plano de Deus espera por você.
Terá de voltar à Terra e prosseguir viagem.
- Vocês
são
loucos e sanguinários. Vejam o meu estado! Obedecendo à
Espiritualidade Maior, frequentei todos os cursos para o mergulho em
novo corpo e hoje, o que restou de mim? Uma deformação
odiosa, pela rejeição de alguém que prometeu
acolher-me no seu ventre. Tudo mentira! Nada quero, não
acredito em mais nada. O mundo é feito de ódio.
- Fernando, por
favor, vamos buscar sua antiga forma, ela está na sua mente,
vamos correr para os braços de Jesus e verá que é
capaz de fazê-lo. Nada pode tolher seus movimentos, eles lhe
pertencem, portanto, a saúde está em você,
busque-a agora, queira-a, meu Irmão!
Fernando gritava:
- Não posso,
não vê que tenho um aleijão? Sou homem e
bebê.
- Não,
você
não é um bebê. Você é que insiste em
recordar tão triste fato. Esqueça-o, Irmão
querido, e busque na sua alma a forma verdadeira do seu corpo de
homem. Agora, vamos imaginar cada órgão seu e
verá
surgir o verdadeiro Fernando.
- Não posso,
eles me matam! A mesa ... os aparelhos ... as seringas ... a dor, a
dor, a dor queima, queima! ... Não, não me mate,
mãe!
Nada lhe fiz de mal, peço-lhe somente: deixe-me nascer!
- Fernando, o seu
corpo, o seu corpo, Fernando! Molde-o novamente! Molde-o novamente
como você era antes!
- Não posso!
O líquido me queima, estou sendo assassinado friamente! O que
fiz para vocês assassinos? Reduzem-me a feto e, agora,
covardemente, abusam da minha pequenez e me matam! Por favor,
deixe-me nascer, não os pertubarei jamais. Abandonem-me depois
para que outros me criem, mas não me matem, covardes. Eu
não
tenho armas para me defender. Um dia terão de pagar por isso e
o meu ódio será eterno. Como posso chamá-la de
mãe, quando assassina um filho inocente e indefeso? Nem os
animais praticam tão cruel assassinato. Bandidos, bandidos
cruéis!
Dizendo
isto, desmaiou”.
CASO 2:
“... fui com meu
grupo até o auditório, onde uma platéia muito
estranha ouvia atentamente uma preleção de Olavo. Olhei
aqueles corpos, sem encontrar palavras para descrevê-los.
Alguns Espíritos, bem deformados, possuiam rosto de
criança
e corpo de adulto; outros, o corpo de criança com braços
e pernas de adulto”.
Mais adiante, Luiz
Sérgio reproduz uma parte da palestra ministrada por Olavo:
- “O desejo
está
em oposição às tendências morais. A
mulher só pratica o aborto quando se sente incapaz de assumir
uma vida, sendo esta a causa de muitas buscarem ajuda nas
clínicas
abortivas. Mas os abortados precisam conscientizar-se de que o aborto
é um ato físico e o Espírito não deve
ficar reavivando os fatos tristes que enfrentou. Sei que carrega no
corpo a chaga da rejeição, mas nem por isso deve
considerar-se rejeitado. Cada cérebro é uma casa, um
mundo, enfim, um universo, e somente seu dono pode arrumá-lo.
Se ficarmos ornamentando nossa casa, nosso mundo, com enfeites da
revolta, da vingança, do ódio, teremos um cérebro
perturbado e uma casa mental em desalinho, fugindo do universo de
Deus. Sabemos que no momento do violento aborto o cérebro,
defendendo-se, deseja, em alguns segundos apenas, dar outra vez nova
modelagem ao corpo. Nesse desespero ocorrem anomalias na forma
perispiritual. Não esqueçamos que, para chegar à
condição de feto, tivemos de aprender a nos concentrar
de tal modo que, por vontade própria, déssemos ao corpo
perispiritual a forma diminuta”.
Vimos no que foi
relatado acima, a necessidade do abortado de não ficar
alimentando a vingança, nem de ficar na cômoda
posição
de rejeitado. Há a forte necessidade de buscar o
equilíbrio
mental onde, através de exercícios de
concentração
e mentalização, buscar o contorno para um novo corpo
espiritual. Vejamos a seguir, um destes exercícios:
“Olavo mudou o tom
de voz, falando suave e pausadamente:
- Agora, neste
auditório, vamos olhar as lâmpadas que se encontram no
teto e vamos dar um novo colorido à nossa casa mental. Vamos,
ainda, buscar no inconsciente o apagador e, depois de ter retirado da
mente os fatos cruéis já vividos, vamos fazer crescer a
vontade da cura e plasmar com amor um corpo perfeito para nós.
Vamos fixar as lâmpadas e agora, como se fôssemos
pintores, tocar cada parte do nosso corpo, dando-lhe as formas das
quais ele precisa.
Estabeleceu-se
completo silêncio. As luzes ganharam uma nova
irradiação
e todos aqueles Espíritos, de olhos bem abertos, fixaram as
lâmpadas para depois cerrarem os olhos e pouco a pouco foram
moldando, cada qual um novo corpo”.
CASO 3:
A seguir um outro
exemplo do trabalho terapêutico dos Mentores Espirituais com as
Entidades abortadas com deformações no corpo
espiritual:
“...e Jacó,
em posição de lótus, à frente de Gustavo
na mesma posição, iniciou o trabalho mental. Jacó
de mãos juntas sobre o peito, cabeça baixa, orava em
silêncio. Gustavo, também na mesma posição,
tentava entrar em sintonia.
Começou
Jacó
a falar, num tom de voz dulcíssimo. Sua voz era tão
suave que receei também entrar em estado hipnótico.
- Gustavo, a roseira
perdoa a mão do jardineiro que lhe furta a rosa perfumada; a
terra não reclama paternidade quando o agricultor a abandona,
levando os cereais; os pais não amaldiçoam os filhos
quando saem de casa para construir um novo lar. A vida só tem
valor se a colorirmos de perdão. Neste instante, vamos
buscar, na nossa casa mental, o Médico que ganhou de Deus o
diploma da vida e optou pela morte; que ele possa ser tocado na sua
consciência e compreenda o mal que pratica contra inocentes
criaturas; que os aborteiros recebam de nós uma chuva de amor
e perdão; que nas suas consciências brotem a semente do
Amor. Vamos buscar Paulo e Andréa e dizer-lhes que nada se
compara à missão dos pais; que interrompendo uma
gravidez, eles estão retardando o momento glorioso de apertar
um filho nos braços.
Observava Gustavo,
enquanto Jacó prosseguia. Seus olhos pareciam divisar os
momentos dramáticos do seu contato com o corpo de sua
mãe.
O olhar foi ficando duro. Jacó só falava em
perdão.
A medida que foi falando, Gustavo foi também relaxando e
adquirindo um novo olhar, menos vago e mais lúcido. Eu estava
emocionadíssimo, mas tinha de fazer força para não
atrapalhar o trabalho. Jacó acrescentou:
- Mantenha o
pensamento em Deus, firme n’Ele os seus propósitos e busque
recordar-se do seu corpo na forma adulta, sem
deformações;
busque o Gustavo homem.
Em poucos segundos
Gustavo se nos apresentou um belo jovem de 27 anos; não saira
da posição inicial, apenas crescera ali na frente de
Jacó, recebendo forte carga magnética não
só
do Irmão-paz, como de todos nós que ali estávamos.
A operação foi longa e me pareceu complicada, tanto que
para realizá-la contamos com Jacó, que na última
encarnação foi um líder hindu, conhecedor do
magnetismo humano. Gustavo de tanto esforço, caiu desmaiado,
sendo socorrido pelos enfermeiros da casa”.
6)
Extraído do livro "Deixe-me viver" de Luiz Sérgio
Superando
Obstáculos, Entregando-se a Deus, Vera M. Bestene, Brasil
“Pedi, e
abrir-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á” Jesus
Mateus 7.7
A Terra, no
sistema universal, é um planeta destinado a provas e
expiações. Tudo temos para alcançar a tão
almejada felicidade, entretanto necessário se faz um remover
de obstáculos e uma entrega total à Deus.
Nós,
seres humanos, somos seres em desenvolvimento, em progresso,
entretanto não somos seres primitivos, espíritos
criados recentemente por Deus. Por já termos tido
vivências
anteriores e algum progresso em nosso desenvolvimento, estamos na
Terra, onde teremos a oportunidade de melhorar mais e nos
aprimorarmos no bem. Para tanto precisamos passar por provas e
expiações, conforme nossas necessidades e o tanto que
tenhamos deixado pendente para nossa evolução no bem.
Deus,
infinitamente bom, ser soberano, com atributos individuais que
só
a ele competem, como é o caso da perfeição, nos
dá a oportunidade de cumprir com nossos desígnios e,
nesta existência, nossas provas e expiações que,
quando nos são apresentadas, vêm em forma de problemas,
de dificuldades, de obstáculos. Muitas vezes nós temos
a sensação de que as provas e expiações
são indevidas, que nada fizemos para isto, ou mesmo não
contribuímos com nada de ruim. É possível que
aparentemente assim o seja, entretanto não podemos afirmar
isto com a mesma convicção quando lembramos que nada
conhecemos de nossa vida pretérita e é possível
que na balança do bem e do mal que trazemos para esta
existência, esteja pesada demais no mal.
Nossa
reação,
quando nos surgem problemas, é entrar em pânico,
desesperados, angustiados, depressivos, com toda sorte de sofrimentos
que podemos atrair para nós. Não que este seja o
caminho correto e o melhor a fazer. Não. Mas é o que
habitualmente fazemos. Entretanto quando tomamos esta postura, quando
nós estamos absolutamente entregues a pensamentos pessimistas,
logicamente não podemos fazer nada além de nos
conectarmos com os espíritos que estejam nesta faixa de
energia, não recebendo nenhuma beneficio deles, nenhuma
indicação de solução ou caminho mais leve
ou suave que nos leve a resolução dos problemas. Desta
forma abrimos nossos canais às obsessões, e deixamos
com que nossos problemas nos estrangulem, nos incapacitem de lutar.
O primeiro passo
para quebrar, interromper este ciclo de autodestruição
do pensamento, das ações coerentes, é a entrega
do problema a Deus, é construir o edifício dos valores
de moral cristã, é a vontade de estar com Ele e sentir
n'Ele a ajuda necessária. Esta entrega total é sempre
tomando por base que se há de ter fé, acreditar na
ajuda divina, pois que a fé é fundamental, mas exige
que seja raciocinada, coerente, ampla e de verdadeira confiança
em Deus e é feita através da oração.
A
descontração
e o relaxamento nos levam a abrir caminhos ao entendimento e a boa
conversa com Deus. Depois, a meditação, descobrindo o
eu profundo, o imo do ego, acreditando fielmente que teremos Deus
para nos ajudar a resolver os problemas, para nos orientar qual o
melhor caminho a seguir. Permitimos assim que Deus aflore em nossa
mente, em nosso corpo e retire o bloqueio pessimista que nos embota a
visibilidade dos benefícios que se farão claros
através
da oração.
Mas
precisamos lembrar que Deus é a Luz e perdão não
havendo trevas no caminho que nos leva à ele. Jesus nos disse
que “todo o que pede, recebe; o que busca, encontra e o que bate,
abrir-se-vos-á”. Nossa atitude de humildade e confiança,
nosso viver íntegro e calcado no bem, no amor ao próximo,
no perdão, na caridade ampla e irrestrita, proporciona um
andar na luz, mantendo comunhão com Deus, são atitudes
de conquista das bênçãos divinas que nos permite,
conforme nosso merecimento, minimizar sofrimentos e amenizar dores.
Deus
é bondade suprema, ele nos proporciona, a cada vida terrena, a
oportunidade de passar por provas e expiar as falhas havidas nessa ou
em vidas pretéritas. Nós, no exercício do livre
arbítrio, da fé, paciência, esperança e
principalmente caridade, teremos aberto o canal de encontro com Deus
e, certamente poderemos vê-lo em nosso imo absoluto, pois que
Ele está em nós e nós estamos n'Ele e assim
superaremos obstáculos e entregar-nos-emos a Deus.
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Chico
Xavier: O Homem Futuro II, J.
Herculano Pires
(Publicado na Revista Planeta,
Numero 10, de Junho de 1973)
Face
a face com Chico Xavier
O contato
pessoal com Chico Xavier nos dá a medida do homem-psi. Estamos
em Uberaba, face a face com Chico Xavier. Nada encontramos de
impressionante, de surpreendente. Temos pela frente um homem
aparentemente comum, vestido com simplicidade, de corpo e estatura
medianos, doente dos olhos, e que impede de realizar leituras e
estudos que lhe atribuem os que não o conhecem. Chico fala com
naturalidade e fluência. Antonio Zago comenta esse fato e o
médium sorri, lembrando-nos seus tempos de menino, de
adolescente, de jovem, quando gostava de aplicar nas conversas
palavras estranhas que ouvia dos outros, achava bonitas mas
não
sabia o que significavam. “Foi então - diz ele - que
Emmanuel começou a me chamar a atenção e
corrigir-me.”
Para quem não conhece a vida real desse
homem, a miséria que enfrentou desde criança, a
doença
da vista que o perseguiu sem cessar, isso poderia parecer desculpa,
encenação. Mas a verdade brota espontanea do seu falar
mineiro, de sua gesticulação natural. Perguntamos se a
percepção dos espíritos ao seu redor, o contato
permanente com o mundo dos mortos não o perturba. “No
principio - responde ele - eu pensava que era visitado ocasionalmente
pelos espíritos e me sentia até incomodado. Com o tempo
fui
compreendendo que aquilo fazia parte de minha vida.”
Os
repórteres sempre o enfrentaram com desconfiança. Cada
reportagem sobre as suas atividades e cada entrevista com ele
estão
marcadas de suspeitas a ironias. Em Pedro Leopoldo, a cidadezinha em
que nasceu a viveu longos anos, trabalhando em serviços
pesados para sustentar-se e ajudar a família numerosa, foi
vitima de agressões e chantagens. Certa vez o obrigaram a
ajoelhar-se num banheiro para fotografa-lo em atitude ridícula.
Não
obstante, foi nessa época que produziu as obras
psicográficas
mais significativas. Os espíritos o assistiam, suprindo a
falta de assistência humana. Dois repórteres famosos o
maltrataram e o subjugaram. Apresentaram-se como estrangeiros,
dando-lhe nomes supostos. Quando iam se retirar, Emmanuel lhe disse
que os presenteasse com livros psicografados. Chico autografou os
livros a os repórteres partiram apressadamente. Ao
chegarem ao Rio, tiveram a surpresa de verificar que Chico
autografara os volumes com os seus nomes verdadeiros. Um deles hoje
é
espírita e seu admirador.
O saudoso escritor Osório Borba
escrevia um livro contra Chico Xavier. O autor de A Comédia
Literária
desejava provar que Chico não passava de pasticheiro.
Encontrou-se comigo e Cid Franco em Belo Horizonte. Íamos a
Pedro Leopoldo, visitar o médium. Osório não nos
revelou o que estava fazendo mas pediu para acompanhar-nos. Quando
voltamos para Belo Horizonte e fomos a um bar, Osório se
abriu: “Vou provar que o Chico é um pasticheiro, seja
consciente ou inconsciente. Ele me impressionou bem, mas tenho de
provar isso. Meu livro está quase pronto”. Discutimos a
respeito e entre os vários casos que vieram à baila
citei-lhe Augusto dos Anjos. Osório, para meu assombro, me
disse: “Está aí um ponto curioso. Chico o pasticha
bem, mas cometeu em Parnaso de Além-Túmulo um engano
imperdoável: atribuiu a Antero de Quental o soneto Número
Infinito, que pastichou para Augusto”. Protestei e mostrei-lhe
que esse soneto era um réplica admirável do
próprio
Augusto dos Anjos ao soneto Último Número que ele tinha
escrito em vida. Osório enfureceu-se, protestou, agitou o bar.
Prometeu que chegando ao Rio verificaria isso a me escreveria. Nunca
me escreveu a respeito e nunca, também, publicou o livro
contra Chico.
Lembro-me disso face a face com Chico e lhe
pergunto: “Por que foi que esse maravilhoso soneto de Augusto dos
Anjos, verdadeira ficha de identidade do poeta, não figurou
na nona edição do Parnaso, comemorativa do 40° anos
de sua publicação?” Chico baixou os olhos e
respondeu: “Não sei. Desde a quinta edição do
Parnaso que eles tiraram esse soneto”. E desviou o assunto. Eles
são os seus editores da FEB, a cujo departamento editorial
Chico cedeu gratuitamente uns oitenta livros. Nem sequer para a sua
obra psicografada este homem que deu sua vida ao trabalho
mediúnico
pode exigir o respeito que ela merece.
Soubemos depois de outras
alterações
nesse e em outros livros. Mas Chico Xavier não reclama porque
sua missão é
unir e não dividir. Perguntamos a Chico
se o fato de estar sempre mediunizado não o perturba. Chico
lembra que na infância e na adolescência isso o
perturbava. E acrescenta: “Vivemos sempre com o retrato que fazem
de nós e com a nossa própria realidade interior.
Temos
de nos ajustar a uma e a outra. Aceito o mundo a os homens como eles
são, a continuo eu mesmo. Só o tempo me deu esse
equilíbrio. E isso não é fruto de santidade, como
pensam alguns, nem de perfeição, como dizem
outros - é fruto de experiência”.
Este é um
dos pontos que nos dão a prova da autenticidade de Chico
Xavier: não se faz de santo, nem de perfeito, nem de mestre.
Quando o dr. Ranieri publicou um livro com o título de Chico
Xavier, o Santo dos Nossos Dias, o médium se aborreceu como se
o tivessem ofendido. Não quer que façam dele uma imagem
irreal. Sabe que as faculdades paranormais são naturais e que
todos as possuem em menor ou maior grau. Está convicto de que
todos evoluímos para Deus através da experiência
que desenvolve nossas potencialidades espirituais. Não se
julga superior a ninguém, pois se considera um semovente do
espiritismo, lembrando o dia em que teve de inventariar os bens da
fazenda em que trabalhava e descobriu essa palavra: ”Foi então
que descobri também o meu lugar”.
Quando Chico passou a
usar peruca para cobrir a calva e a vestir-se melhor para se
apresentar em público, muita gente o acusou de vaidade. Ainda
há
pouco alguns repórteres se referiram a isso. Mas Chico
pergunta se lhe assiste o direito ou a qualquer outra pessoa, de
ferir a sensibilidade alheia e desrespeitar auditórios e
assembléias a pretexto da humildade.
”Devemos cuidar da
nossa aparência física, como cuidamos da espiritual.
Não
temos o direito de chocar os outros e enfear o mundo com as nossas
deficiências”. Poderão pensar que isso é uma boa
desculpa, mas quem conhece Chico Xavier de perto sabe que essa é
realmente a sua atitude. “Não posso ser vaidoso de mim
mesmo, pois tudo o que fiz não foi feito por mim mas pelos
espíritos, devo a Emmanuel tudo o que sou”.
A última de
Chico é esta: sua atual reencarnação foi
desapropriada
pelos espíritos. “Agora estou tranqüilo. Não me
pertenço mais. Estou nas mãos deles para o que eles
determinarem. O primeiro plano de Emmanuel foi de trinta livros, que
cumpri ate 1947; o segundo foi de 60, cumprido ate 1958; de 59 para
cá não me compete saber dos seus planos, mas apenas
obedecer. É o que estou fazendo e não sei a quantos
livros chegaremos.”
Psicografia
e automatismo
A obra
psicográfica
de Chico Xavier se impõe não só pelo valor moral e
espiritual, mas também pela autenticidade estilística
e temática dos escritores comunicantes. Há uma
série
de romances romanos transmitida por Emmanuel - Há Dois
Mil Anos, 50 Anos Depois, Paulo a Estevão, Ave Cristo e
Renuncia - que constituem verdadeiro desafio aos que pretendem
explicar a psicografia de Chico Xavier pelo pasticho ou pelo
automatismo. Roberto Macedo elaborou um Vocabulário
Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel que foi
publicado pelo Departamento Editorial da FEB (Federação
Espírita Cristã Brasileira) e que mostra a complexidade
de dados de que o autor teve de servir-se para escreve-los.
Acontece que o médium nunca possuiu cultura suficiente para
tanto nem dispôs de material de consulta ou mesmo de tempo para
usa-lo.
Como Chico Xavier recebeu esses romances? Sentado a
mesa
do Centro Espírita Luis Gonzaga ou numa sala de arquivo da
fazenda em que trabalhava em Pedro Leopoldo e dispondo apenas de
lápis e papel.
A técnica de
transmissão
paranormal por ele descrita concorda plenamente com a verificada
pelas pesquisas parapsicológicas atuais em casos diversos,
particularmente nos casos de visões a aparições.
Emmanuel
não se limitava a ditar os romances por efeitos auditivos ou
intuitivos ou ainda a escreve-los pela psicografia automática.
No caso de Paulo e Estevão, por exemplo, essa técnica
era iniciada por projeções dos episódios do
romance numa tela psíquica (implicando um caso típico
de retrocognição ou visão do passado) só
depois dessa projeção é que
médium
passava a escrever, sob impulso da entidade espiritual, que lhe movia
a mão em processo semi-mecânico. Quem estiver
habituado a leituras parapsicológicas deve lembrar-se do livro
de Tyrrel, Aparições ou do livro Os Canais Ocultos da
Mente da sra. Louise Rhine, em que esse processo é descrito e
analisado. A ocorrência desse fenômeno com Chico Xavier
não se limita aos casos de psicografia, o que vale por
confirmação das suas declarações a
respeito. A flexibilidade mediúnica de Chico é
extraordinária e os testemunhos insuspeitos das mais variadas
formas de ocorrências são numerosos. A escrita
automática, como se sabe, muito antes dos estudos de Pierre
Janet e outros, já era conhecida dos espíritas. O
automatismo psicomotor que a produz resulta da passagem para a mente
de correntes de idéias do inconsciente do médium em
estado de transe hipnótico ou mediúnico. Esse
automatismo é o instrumento, o mecanismo de que se servem os
espíritos na produção da psicografia.
É
grande a variedade de tipos de manifestação
psicográfica, não só entre vários
médiuns
como na atividade de um mesmo médium. A psicografia pode ser
apenas intuitiva (o médium captando mentalmente o fluxo de
idéias da entidade comunicante) ou intuitivo-mecânica (o
que vale dizer semi-mecânica) pois nesse caso o médium
recebe o fluxo de idéias no mesmo tempo em que a sua mão
é impulsionada a escrever com grande rapidez. Pode ser
também
auditiva (o médium ouve o ditado oral da entidade e escreve)
ou auditivo-mecânica. E pode ser simplesmente mecânica.
Com Chico Xavier a forma mais freqüente, ao que parece, e a
intuitivo-mecânica.
Além da serie de romances
romanos, suficiente para provocar o interesse dos pesquisadores mais
categorizados, Chico Xavier possui na sua obra vários volumes
de estudos científicos como Pensamento e Vida, Mecanismos da
Mediunidade, Nos Domínios da Mediunidade, Evolução
em Dois Mundos, em que a soma de conhecimentos e dados é
simplesmente atordoante. Não há possibilidade de se
explicar a produção de um só desses livros sem
a intervenção de outras mentes na atividade do
médium. A pesquisa dos fenômenos theta e o
pronunciamento favorável de eminentes parapsicólogos. A
permuta de pensamentos entre mentes extra-somáticas e mentes
humanas autoriza a aceitação da tese espírita
admitida pelo médium.
O livro Evolução em
Dois Mundos originou-se de um processo de parceria mediúnica a
distancia. Chico Xavier, que então residia em Pedro Leopoldo,
recebia naquela cidade os capítulos impares, e Waldo Vieira,
que residia em Uberaba, recebia os capítulos pares. A
distância entre as duas cidades é de setecentos e poucos
quilômetros. A seqüência do livro e o próprio
estilo dos capítulos são perfeitos, demonstrando a
origem única do trabalho psicográfica dos dois
médiuns.
Certamente se pode perguntar o que distingue a
psicografia da escrita-automática. A distinção
é
feita através dos dados objetivos da escrita. Se ela se revela
pelo conteúdo e pela forma (as idéias, a temática
e o estilo), pela caligrafia e a assinatura, por dados
pessoai inconfundíveis da entidade comunicante; só
o preconceito pode levar um investigador a atribui-la ao animismo
(segundo a terminologia espírita) ou ao automatismo
psíquico
inconsciente (segundo a linguagem psicológica). As duvidas
levantadas por meio de hipóteses fantasiosas, como a da
captação pelo médium de conteúdos de
mentes de pessoas distantes ou de captação num
possível
inconsciente coletivo, estão fora de moda. A pesquisa
intensiva mostrou o absurdo dessas hipóteses.
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Índice
São Paulo 450 anos - O Museu
Espírita, Carlos Iglesia, Brasil
Comentamos em artigo publicado no
Boletim 469
- o
primeiro de uma série que pretendemos publicar em homenagem ao
aniversário da capita paulista - que nela a Doutrina
Espírita
encontrou ambiente propício para sua
implantação e desenvolvimento.
Pois nesta edição apresentamos um exemplo desta acolhida.
Foi em São
Paulo que um antigo projeto de Kardec para a manutenção
da memória do
movimento espírita tornou-se realidade.
Museu Espírita
No artigo "Constituição Transitória do
Espiritismo", da Revue Spirite
de dezembro de 1868, Kardec apresenta a idéia de um "museu em
que serão
reunidas as primeiras obras da arte espírita, os trabalhos
mediúnicos
mais notáveis, os retratos dos adeptos que bem o tiverem
merecido da
causa por seu devotamento, os dos homens que o Espiritismo honra,
embora estranhos à doutrina, como benfeitores da Humanidade,
grandes
gênios missionários do progresso, etc."
No ano seguinte - 1869 - Allan Kardec desencarna e seus sucessores
imediatos na direção da Sociedade de Estudos
Espíritas de París e na
direção da Revue Spirite tem de enfrentar questões
mais imediatas como
a continuidade da divulgação da Doutrina e sua
sobrevivência em um
mundo que passa por transformações politicas e
econômicas gigantescas.
Em 1870 estoura a guerra franco-prussiana que culmina na derrota
francesa, pondo fim ao período histórico do
Império de Napoleão III.
A turbulência inicial - cujo episódio mais famoso foi a
Comuna de París
[1]
- abre o caminho para a "Belle Époque". É a época
do apostolado
de Léon Denis, da celebridade de Cammille Flammarion e, junto
com o desenvolvimento da fotografia, também a época
da fotografia espírita. A
França dita a moda e influencia o mundo. Por meio da
influência
cultural francesa o Espiritismo se propaga e nesse momento
de expansão os planos de um museu acabam esquecidos.
Investiga-se,
discute-se, abrem-se caminhos novos e - para os pioneiros desta
época -
os fatos que deram surgimento ao Espiritismo são tão
próximos que não
parecem precisar de um museu para sua preservação
[2].
A "Belle Époque" termina com a I Guerra Mundial, uma
tragédia de
proporções colossais para a cultura européia,
tragédia que só seria
superada pela II Guerra Mundial. O fim da "Belle Époque" e o
início do
período de entre-guerras vê o surgimento da
Revolução Russa e dos
regimes totalitários - de esquerda e de direita - em
praticamente todo o continente europeu. Onde se
escapa das ditaturas não se escapa do medo que elas infundem.
É uma
época de incertezas e de receio, o que sai do normal é
visto como
ameaça e idéias diferentes são um perigo a ser
erradicado. Assim o
Espiritismo praticamente desaparece na Europa deste período.
Dr. Paulo Toledo Machado
O sonho só seria retomado em
1997, a partir de um acervo reunido
durantes décadas pelo Dr. Paulo Toledo Machado e pelo Instituto
de
Cultura Espírita do Estado de São Paulo. Retomando o
projeto de Kardec
este acervo foi reunido em local adequado e organizado para permitir
sua preservação e análise. O Museu, localizado na
Lapa, conta com uma
excelente biblioteca, uma hemeroteca em fase final de
organização e
salas para conferências e apresentação do acervo
principal. Em edifício
anexo estão sendo preparadas a Pinacoteca, uma sala para
projeção de
filmes, arquivo histórico e sala de teatro. São ao todo
três edificios
que contém o Museu, a sede administrativa do ICESP e as
instalações
citadas.
Reconstituição
das Pinturas de Monvoisin
Simbolizando a forte
ligação entre o museu atual e o projeto de Kardec,
estão em local de destaque as reconstituições das
pinturas de Monvoisin
(Raymond-Auguste Quinsac) presenteadas pelo artista a Allan Kardec.
Estas obras constituiriam o ponto inicial do museu proposto (vide
Revista Espírita - junho de 1869 - Museu do Espiritismo) e
representam
momentos históricos de grande significado, como por exemplo a
transfiguração no Monte Tabor, cenas da vida de Joanna
D´Arc e a
execução de João Huss.
Entre as obras disponíveis na
Biblioteca e na Hemeroteca, encontram-se
livros e periódicos raros. Obras do séc. XIX e
início do século XX que
permitem reconstituir os passos iniciais do Espiritualismo Moderno e da
Codificação Espírita. De destaque são
edições originais da Revue
Spirite e das obras da codificação, entre elas a
edição comemorativa do
primeiro centenário do Livro dos Espíritos com o
fac-simile da edição
de 1857. A edição que é conhecida atualmente foi
uma revisão e
ampliação desta edição original, publicada
em 1860.
Dentro da visão de que um Museu é também um
pólo gerador de cultura, ao preservar e interpretar o passado, o
ICESP promove ciclos de palestras onde são
estudados a história da Doutrina e seus postulados, desde os
precursores
até o movimento
espírita atual. A
história desta maneira torna-se guia para a
compreensão do
presente e base para a escolha dos rumos do futuro.
A revista do Instituto, publicada trimestralmente, também
é um dos
recursos de apoio deste trabalho, seus artigos veiculam os estudos
realizados no ciclo de conferências e aprofundam temas
históricos e
culturais. Andrew Jackson Davis (1826-1910), Marina Duclos Leymarie
(1837-1904), Pierre-Gaëtan Leymare (1827-1901), Adolfo Bezerra de
Menezes (1831-1900) além de Chico Xavier e do próprio
Kardec foram
alguns dos temas principais das edições desta revista.
O Museu, como outras grandes obras espíritas, foi construido com
abnegação e sacrificio. Fundamenta-se no trabalho e nas
contribuições
voluntarias de seus colaboradores. Assim, não seria possivel
deixar de
salientar que ele está de portas abertas a todos os companheiros
que
desejarem colaborar com a preservação da memória
do movimento espírita.
É uma obra extraordinária e fazemos votos de que continue
prosperando,
que, da mesma forma que nestes 450 anos da cidade, esteja aberta ao
pesquisador nos aniversários de 500, 550, 600 e assim por diante
...
E fazemos votos de que as edições do GEAE estejam
lá em seu acervo
também ;-)
O endereço do Museu Espírita é:
Rua Guaricanga, 357
Lapa - São Paulo, SP
TEL (11) 3834-4701
CEP 05075-030
icesp@frontier.com.br
http://www.frontier.com.br/Icesp
Notas
Complementares
1 - Com a rendição de
Napoleão III foi criada na França uma republica de
tendência conservadora. O conselho municipal de Paris recusou-se
a aceitar os termos da rendição e a forma como a nova
republica foi constituida, estabelecendo um governo independente. As
tensões do final da guerra acabaram levando a
exaltação dos animos e ao radicalismo de ambos os lados.
A "
Comuna de Paris" reviveu episódios do
extremismo jacobino da revolução de 1789, com
execuções publicas e assasinatos cometidos pela turba
descontrolada. Sem uma organização militar efetiva a
Comuna foi facilmente derrotada pela tropa do governo, que por sua vez
foi implacável contra seus partidários.
2 - Naturalmente ocorreram algumas iniciativas
isoladas para a
preservação da história do Espiritismo, como, por
exemplo, o livro de biografias escrito por J. Malgras e publicado em
1906: "Les Pionniers du Spiritisme en France" (Os Pioneiros do
Espiritismo na França). Em 1926, já
no período entre as guerras mundiais, foi publicado o livro "The
History of Spiritualism" (A História do Espiritualismo) de
Arthur Connan Doyle, que é a principal fonte de
informações para a história do surgimento do
Espiritualismo Moderno e do Espiritismo.
Bibliografia
BAUMARD, C.
Léon Denis na
intimidade. Tradução Wallace Leal V. Rodrigues.
Matão (SP): Casa Editora O Clarim.
DOYLE, A. C.
História do
Espiritismo. Tradução Júlio Abreu Filho.
São Paulo: Editora Pensamento, 1978.
FRIEDRICH, O.
Olympia - Paris no
tempo dos impressionistas. Tradução Hildegard
Feist. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. (Este livro
apresenta o panorama cultural do período de Napoleão III.
Tem informações interessantes sobre a guerra
franco-prussiana, inclusive do cerco de Paris pelas tropas prussianas e
da Comuna).
KARDEC, A. Constituição Transitória do
Espiritismo,
Revista Espírita
- Dezembro 1868. Tradução Júlio Abreu
Filho. São Paulo: EDICEL (vol. XVI da coleção com
as obras completas de Allan Kardec).
___. Museu do Espiritismo,
Revista
Espírita - Junho 1868. Tradução
Júlio Abreu Filho. São Paulo: EDICEL (vol. XVIII da
coleção com as obras completas de Allan Kardec).
LEYMARIE, M. P.
Processo dos
Espíritas. Introdução em português
por Herminio C. Miranda. Rio de Janeiro: FEB, 1976 (O livro original
é um texto da Madame Leymare em defesa de seu marido,
Pierre-Gaëtan Leymare, sucessor de Kardec na direção
da Revue Spirite, injustamente acusado de participar de um caso de
falsificação de fotografias espíritas. Em 1875 a
fotografia espírita estava em voga e chamava muito a
atenção de pesquisadores e dos leigos. A
edição da FEB é na realidade um resumo de Herminio
C. Miranda com uma apresentação inicial sua sobre a
fotografia espírita e sua história).
MALGRAS, J.
Os Pioneiros do
Espiritismo. Tradução Sebastião Paz.
São Paulo: DPL, 2002.
SAMPAIO, J.
Flammarion: Um
Astrônomo diante do mundo dos Espíritos. GEAE:
http://www.geae.inf.br/pt/biografias/cflammarion.html
VALENTIN, V.
História
Universal. Tradução Eduardo de Lima Castro.
São Paulo: Livraria Martins Editora: 1948. (Uma excelente obra
do historiador alemão Veit Valentin. O tomo III trata desde o
inicio do século XIX até o final da II Guerra Mundial.
Há um capitulo sobre Napoleão III, abordando inclusive a
guerra Franco-Prussiana de 1870. Este historiador viveu pessoalmente os
problemas da ascensão do nazismo na Alemanha - teve inclusive
que se refugiar no exterior - dando assim uma descrição
de primeira mão sobre os fatos que marcaram essa época).
WANTUIL, Z. THIESEN, F.
Allan Kardec.
Rio de Janeiro: FEB, 1980 (Uma das melhores obras sobre Allan
Kardec e seu tempo).
WEBER, E.
França
Fin-de-Siècle. São Paulo: Companhia das Letras,
1988 (Um olhar sobre a França da virada do século XIX
para o XX. A rigor o "fin de siècle" corresponde aos anos finais
do século XIX e a Belle Époque aos anos iniciais
até a I Guerra Mundial. O nome "Bela Época" foi dado
posteriormente face aos horrores da I Guerra Mundial e as incertezas do
entre-guerras).
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Comentário
Sobre Artigos
do Alexandre Fontes da Fonseca e Nota de Esclarecimento dos Editores,
A.
Mattos, Brasil
Prezado Editor:
Meus parabéns pelo artigo do
Ademir Fonseca, sobre
Espiritismo e
Mecanica Quantica. Procurar paralelos no caos em que se encontra a Ciência
hoje é
dar saltos no escuro.
São
louváveis as tentativas de
unificar os espiritos com a
matéria, com o respaldo da Ciéncia. Einstein
também tentou unificar a
Ciencia com uma Teoria Unificada da Natureza (que até agora
ninguém
conseguiu).
Como bem pondera o Ademir, não
devemos passar da especulação
empirica `as afirmaçoes
categoricas. Creio ainda estar longe o dia da
unificação espiritismo-ciencia. Os cientistas ainda
não aceitam
fenomenos elementares que todos conhecem, como sexto-sentido
(telepatia, premonição etc.), simplesmente porque
não sabem nem por
onde começar uma explicação.
Kardec ja deu essa explicação, mas as
primitivas ferramentas (métodos)
da Ciencia não conseguem
chegar lá.
Os cientistas, em seus
nobres afãs de explicar a
Natureza, tambem
teem chegado a paradoxos em outras plagas. No campo da Mecanica
Celeste, por exemplo, pessoas seéias
teem
levantado hipoteses como "o mundo deve ter onze dimensoes, e nao
apenas tres", ou "em outras dimensoes as Leis da Fisica mudam
completamente", ou "o Universo pode ter infinitas dimensoes, e nos
estamos em uma delas". (Estudos sobre as "cordas")
No entanto, eu iria
ainda mais longe que o Ademir.
Não sóa Física está num impasse. A
principal
ferramenta usada
pelos cientistas, a Matemática,
também entrou em colapso,
quando
Goedel concluiu, em 1931, que ela pode chegar a conclusoes
absurdas e contraditorias, um defeito inerente `a própria
Matemática.
Aliás, não só a Matemática, mas a
própria Lógica, que
todos nos usamos
para raciocinar, é
insuficiente, pois sempre pode chegar a "becos sem
saida"!
Em outras palavras, nossas
ferramentas não servem para explicar
tudo o que existe! Mais detalhes em
Não é sem razão
que o grande economista Galbraith (de Harvard)
escreveu o livro "A Era da Incerteza".
Quanto `a Mecânica
Quantica, Einstein não aceitou a
Estatistica para explicar a Natureza, quando disse "Deus
não joga
dados com a Natureza". Aliás,
existe a respeito a conhecida frase: "A
Estatistica é o poste onde o
bebado se encosta para não cair".
Esse quadro caotico tem se
refletido na juventude hodierna: todos
contestam tudo, e não acreditam em mais nada (como qq professor
universitário pode constatar).
Não tenho bola de cristal,
mas acredito, como Engels,
que o caos seja o nascimento do novo. Talvez nesse novo mundo se
consiga, afinal, unificar o mundo da matéria
e o do espirito, com
o beneplácito da Ciencia.
Pax Vobis
Mattos - SP-Brasil
Nota
de Esclarecimento dos Editores
O Alexandre Fontes da Fonseca, que
tem colaborado
sistematicamente com o GEAE, escreveu ultimamente dois interessantes
artigos sobre Espiritismo e Física Quântica. O primeiro,
veiculado através do Boletim 465, tem como título:
Física Quântica e Espiritismo I: Um Alerta! O segundo,
veiculado através do Boletim 468, tem como título:
Física Quântica e Espiritismo II: Comentando Alguns
Paradoxos.
Na veiculação do segundo artigo
mencionado acima cometemos um erro no registro do nome do autor, que
ficou assim registrado: Física Quântica e Espiritismo II:
Comentando Alguns Paradoxos, Ademir Fonseca, Brasil. Em vez de
Alexandre, registramos, por equívoco, Ademir. Além disto
omitimos também a informação de que este artigo
também foi previamente publicado no exemplar 485 do Jornal
Alavanca.
Queremos ainda esclarecer que o comentário do
Mattos acima é relacionado com o artigo do Alexandre Fontes da
Fonseca.
Os Editores.
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Pergunta
Sobre Desdobramento, Rodrigo Reis, Brasil
Assino o boletim GEAE há algum
tempo, tenho curiosidade sobre um
tema especifico e gostaria de fazer uma pergunta:
Qual a visão esprita sobre
a projeção astral consciente ou desdobramento astral como
designado por Allan Kardec? Já ouvi de alguns espiritas que pode
haver algum perigo nesse tipo de prática, mas sem argumentos. O
espiritismo considera mesmo perigosa esta prática?
Um abraço,
Rodrigo Reis
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Pergunta
Sobre "Espírito Velho", Adriana Brito, Brasil
Bom dia.
Quando um espírito incorporado em um
médium diz que é um
espírito velho, o que ele quer dizer com isso ? O que é
julgado espírito novo e velho ?
Muito obrigada e abraços.
Adriana
Brito
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De Volta ao Lar Espiritual,
Fátima Salvo, Brasil
Caros amigos,
Comunicamos-lhe que Paulo Daltro de
Oliveira, após dois meses de
dolorosa enfermidade, desencarnou na tarde do dia 28 de janeiro,
quarta-feira passada, consternando a todos que com ele conviveram em
mais de 40 anos de profícuo trabalho em prol do
Espiritismo.Pedimos desculpas aos caros amigos pela demora do presente
comunicado motivado por problemas em nosso modem de internet.
Agradecemos a todos as
orações e gestos de solidariedade
demonstrados durante este difícil momento, em especial aos que
aderiram à campanha " Amigos de Paulo Daltro", cujo
auxílio é inestimável.
Comunicamos ainda, aos
articulistas e leitores da Revista
Espírita Allan Kardec, que o trabalho prossegue normalmente, sob
a presidência de Estevão Costa Daltro, filho de Paulo.
Continuem a nos prestigiar com textos e com a assinatura desta
publicação, para que a obra de Paulo tenha continuidade e
possa cumprir o seu objetivo que é levar o Espiritismo ao mundo
todo.
Mais uma vez, agradecemos a todos,
rogando à Espiritualidade
Maior que acolha Paulo em seu regresso á Pátria e derrame
sobre todos nós, as suas bençãos.
Cordialmente
Fátima Salvo
Editora Revista Espírita Allan Kardec
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GRUPO DE ESTUDOS
AVANÇADOS ESPÍRITAS
O Boletim GEAE é distribuido
por e-mail
aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português -
http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" -
http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins