Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

http://www.geae.inf.br

Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 12 - Número 465 - 2003            4 de novembro de 2003


Editorial

Dia de Finados

Artigos

Física Quântica e Espiritismo I: Um Alerta!, Alexandre Fonseca, Brasil


História & Pesquisa

Quadro dos Principais Fatos Referentes a Allan Kardec e às Origens do Espiritismo - Parte II, Silvio Seno Chibeni, Brasil

Questões e Comentários

Sobre texto “A viagem no tempo: uma restrição espírita”, Matos, Brasil
Sobre Inseminação Artificial, Ronaldo Brito, Brasil

Painel

5º Seminário Ramatís, Silvia Souza, Brasil

4º Congresso Estadual Espírita em Porto Alegre, Brasil

Aniversariantes Espíritas Importantes, Luiz C. Formiga, Brasil



Editorial

   

Dia de Finados


Anos atrás eu estava acompanhando o enterro de um parente e enquanto conversava com um amigo - um médium que deixou boas lembranças em todos que o conheceram - ouvi dele um comentário bem humorado sobre o cemitério. Segundo ele, gostaria mais de ser enterrado naquele cemitério de um bairro periférico da capital paulista do que nos tradicionais da região central, pois ali poderia passear a vontade em seus jardins, apreciando a paisagem.

Cada vez que vou a um cemitério lembro-me deste comentário, no seu bom humor ele reflete um pouco a visão espírita da desencarnação. A morte para o espírita não é o fim, é apenas uma transição, que marca a passagem do plano material para o espiritual. Após a morte, continuaremos nós mesmos, sem a vestimenta de carne, mas com nossos gostos e modo de ser. Um espírito apreciador da natureza com certeza, nas ocasiões em que visitar o local de repouso de seus despojos materiais, continuará tendo satisfação em caminhar calmente pelos jardins.

Digo visitar o local de repouso porque segundo a Doutrina Espírita a vida se desdobra além do túmulo, com cidades espirituais e infindáveis oficinas de trabalho. O que fica no túmulo é simplesmente uma vestimenta usada, que embora mereça nosso respeito, não é o ser em si mesmo. Os espíritos pouco apego tem ao local de seu enterro, geralmente só vão para lá ao encontro dos familiares encarnados que, movidos pela saudade, os buscam nos tumulos vazios.

Naturalmente há exceções, espíritos como os dos suicídas que podem passar longos períodos sem se afastar do seu antigo corpo. Mas mesmos estes acabam seguindo sua vida espiritual, sendo oportunamente socorridos e encaminhados a locais apropriados de tratamento.

Assim, ao expectador com visão do mundo espiritual, um cemitério em Dia de Finados apresentará intenso movimento tanto no plano espiritual como no material. Ao lado de encarnados, muitas vezes chorando sob o peso da saudade, parentes desencarnados empenhados em reconfortá-los. Mães atenciosas, pais dedicados, filhos reconhecidos e esposos amorosos inspirando coragem e fé nos que lhes buscam através dos retratos nas lápides.

Finados, que nome inapropriado a estes entes ! Vivos, mais vivos que nunca, eis o que nos mostram as comunicações mediúnicas, eis o que nos explica a Filosofia Espírita. A morte não existe, o nada é apenas uma palavra vazia, a ilusão da separação vem dos nossos limitados sentidos materiais.

Dia de Finados ! Haverá época em que este dia perderá seu ar de tristeza, pois ninguém terá mais duvidas de que a vida continua !

Muita Paz,
Carlos Iglesia


Retorno ao Índice

Artigos


Física Quântica e Espiritismo I: Um Alerta!, Alexandre Fonseca, Brasil

Apesar dos fenômenos ao nível quântico revelarem uma realidade muito diferente da que estamos habituados, carecemos ainda de maiores pesquisas antes de afirmar que a Física Quântica está confirmando os princípios espiritualistas.
A Física Quântica tem sido considerada, no meio espírita, como em alguns grupos religiosos, como sendo aquela que vai confirmar a existência de Deus e do espírito. Nesta matéria, temos um ponto de vista mais cuidadoso do que é normalmente apresentado. De fato, os fenômenos ao nível quântico têm feito os cientistas se sentirem incomodados e perplexos já que eles mostram que na realidade os nossos cinco sentidos nos fazem crer numa verdade ilusória. Porém, isso não significa que a Física Quântica esteja admitindo a existência de “algo exterior” ou “além da matéria”, conforme proposto pelas doutrinas espiritualistas. O movimento espírita deve, portanto, ser cuidadoso ao divulgar idéias ligadas aos fenômenos espíritas e àquelas propostas pela Física.

Nesta matéria um importate alerta é feito: afirmativas como “o perispírito causa a flutuação do vácuo quântico”, “a Física Quântica prova a existência de Deus” e “o espaço-tempo negativo representa o mundo espiritual”. Estas afirmativas carecem de credibilidade tanto científica como espírita, porque não foram obtidas conforme critérios científicos e da Doutrina Espírita. Não se sabe como essas conclusões foram obtidas e que passos teóricos e experimentais foram seguidos para obtenção do resultado final. Para que uma afirmativa seja considerada científica, não basta que ela envolva um assunto científico e nem que o autor dessa afirmativa seja cientista. É preciso que seja apresentada uma explicação mais detalhada e doutrinariamente embasada.

 Apesar das nobres intenções de nossos irmãos que divulgam essas idéias, elas podem trazer consequências negativas para o movimento espírita. Para entendermos melhor o enfoque do problema, citamos Kardec (ítem VII da Intro-dução de O Livro dos Espíritos[1]): “Na ausência de fatos, a dúvida é a opinião do homem prudente”. Esta é a principal razão pela qual se deve tomar cuidado na divulgação de idéias e teorias espíritas que utilizem conceitos das outras ciências. Como os paradoxos da Física Quântica ainda não foram resolvidos pelos cientistas, é prudente esperarmos pelo desenvolvimento das pesquisas nesta área, de modo que possamos, como espíritas, nos posicionarmos melhor perante elas. Pelo simples fato de que nem todos os resultados experimentais da teoria quântica foram totalmente explicados, não autoriza ninguém a afirmar, por exemplo, que Deus ou o espírito é que estão por trás desses fenômenos. Esta atitude é equivocada, não-científica e, o que é pior, expõe o Espiritismo a críticas desnecessárias, afastando as pessoas que trabalham no meio científico e que conhecem bem o assunto.

Novas descobertas causam enormes revisões nos modelos teóricos existentes, demonstrando a fragilidade e o caráter efêmero das recentes teorias da Física. Recentemente tivemos a oportunidade de comentar a respeito desta fragilidade na Física, devido a uma importante descoberta na Física de partículas, e comparar com a solidez da Doutrina Espírita que passou incólume perante todos os descobrimentos do século XX[2]. Esta solidez se dá justamente porque o Espiritismo é uma doutrina baseada em fatos experimentais[2]1.

Comumente critica-se a comunidade científica por não se interessar pelas questões espiritualistas, no entanto, essa postura é bastante prudente. Imaginem se a Ciência desse crédito a toda teoria espiritualista que diz basear-se na Física Quântica para provar a existência de Deus, do espírito ou qualquer outro princípio. Uma pesquisa rápida na internet mostra que existem grupos e seitas religiosas que se utilizam da Física Quântica para darem respaldo aos mais variados assuntos. É importante saber que a comunidade científica prefere rejeitar tais idéias do que se arriscar com uma que seja completamente equivocada. Não foi isso que Kardec nos orientou com relação a novas questões? O espírito de Erasto nos orienta: “mais vale repelir 10 verdades que admitir uma só mentira, uma só teoria falsa”[4].

Por outro lado, esta afirmação não impede ao leitor de estudar e pesquisar seriamente tais fenômenos. Propostas teóricas serão sempre bem vindas. Porém, é preciso que o pesquisador entenda perfeitamente tanto as informações científicas quanto a Doutrina Espírita. É necessário que cada proposta teórica seja consistente tanto com os fenômenos materiais, quanto com os doutrinários aos quais se referem. Um ponto importantíssimo é que qualquer idéia ou sugestão não comprovadas científicamente deve ser divulgada e declarada como tal e não como uma certeza científica. Isto é importante, pois orienta os futuros leitores quanto ao atual status da pesquisa em determinados assuntos.

Na próxima matéria pretendemos explicar porque alguns fenômenos ao nível quântico geram uma idéia de que algo de origem divina esteja por trás deles. Comentaremos alguns pontos positivos e negativos a respeito da recente proposta espiritualista feita pelo físico Prof. Dr. Amit Goswami para solucionar os paradoxos da Física Quântica.

Lembremos ainda o ceticismo de Allan Kardec com relação às mesas girantes antes de conhecer melhor as causas do fenômeno. Achava ele que se tratava de um frívolo divertimento sem objetivo muito sério. Mas após constatar o fenômeno, buscou interpretá-lo à luz dos conhecimentos científicos da época. E, percebendo que os fatos tinham origem inteligente, Kardec iniciou um longo e paciente trabalho de pesquisa onde, somente após muita observação, estudo e questionamento, publicou sua primeira obra, O Livro dos Espíritos. Caros irmãos de ideal espírita, a ciência se desenvolveu muito desde então, porém, o exemplo do Codificador permanece tão atual quanto o foi em sua época. Sigamos o seu exemplo trabalhando na pesquisa espírita com muita perseverança, paciência, observação, meditação, estudo e, só então, depois de muita análise e muita autocrítica, é que devemos levar a público os frutos de nossa pesquisa. Não é necessário pressa, mas sim que tenhamos acuidado naquilo que estivermos informando. Nada como um pequeno passo após o outro. As gerações futuras agradecerão nossos esforços de hoje.

Referências
[1] Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, FEB, 76a. Edição, (1995).
[2] A. F. da Fonseca, Revista Internacional de Espiritismo, março, p. 93 (2003).
[3] F. Capra, O Tao da Física I, Editora Cultrix LTDA, 15a. Edição, (1993).
[4] A. Kardec, Revista Espírita 8, p.257, (1861).

1 Na matéria da referência [2] o leitor encontrará, também, um comentário a respeito das críticas ao famoso livro “O Tao da Física”[3].

Artigo publicado no Jornal Alavanca Setembro 2003

Retorno ao Índice

História & Pesquisa


(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

Quadro dos Principais Fatos Referentes a Allan Kardec e às Origens do Espiritismo, Silvio Seno Chibeni, Brasil


Parte II
4. A Revista Espírita (Revue Spirite)

1858 - A 1o de janeiro Kardec lança o primeiro número da Revista Espírita (Revue Spirite), jornal de estudos psicológicos. Contendo o relato das manifestações materiais ou inteligentes dos Espíritos, aparições, evocações, etc., assim como todas as notícias relativas ao Espiritismo. O ensino dos Espíritos sobre as coisas do mundo visível e do mundo invisível; sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza do homem e seu porvir. A história do Espiritismo na Antigüidade; suas relações com o magnetismo e o sonambulismo; a explicação das lendas e crenças populares, da mitologia de todos os povos, etc. Paris; bureau à Rue des Martyrs, 8.

O primeiro número, com 36 páginas, foi impresso na Imprimerie de Beau, em Saint-Germain-en-Laye, a mesma que já imprimira O Livro dos Espíritos; as despesas, como no caso desse livro, também ficaram por conta e risco de Kardec (AK III 21-33; II 76). A Revista era de periodicidade mensal e durante a vida de Kardec funcionou em sua própria residência, ou seja:

*1º /1/1858 - Rue des Martyrs, 8.
*15/7/1860 - Passage Ste.-Anne (Rue Ste.-Anne, 59).
*1/4/1869 - Nessa data estava programada a transferência dos Escritórios e do Expediente para a Librairie Spirite,* Rue de Lille, 7, que também sediaria provisoriamente a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas; a Redação iria para a Villa Ségur (Av. de Ségur, 39), casa de propriedade de Kardec pelo menos desde 1860, para a qual se mudaria com a dedicada esposa. (AK III 21-24, 35-37, 118-19; II, pp. 24-25)

Era Kardec quem redigia integralmente a revista e cuidava de toda sua correspondência e expedição, trabalho hercúleo suficiente para consumir todo o tempo de uma pessoa ordinária. E isso era apenas uma parte de seus trabalhos, havendo ainda os livros, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, as centenas de visitantes anuais, as viagens...{nota 4}

A Revue Spirite constitui rico manancial doutrinário, pouco explorado pelos espíritas. Os originais franceses, ainda necessários para pesquisas cuidadosas, são raríssimos em todo o mundo. Kardec discorre sobre a idéia da criação da Revista em OP 293-94. Em suas própria palavras, ela tornou-se-lhe "poderoso auxiliar" na elaboração da doutrina e na implantação do movimento espírita (AK III 22; OP 294). Seus objetivos principais eram (AK III 21-33; II 24-25):
1. Veicular relatos e análises espíritas de fenômenos espíritas, psicológicos, sociológicos etc.;
2. Publicar produções mediúnicas selecionadas, obtidas na SPES ou enviadas por correspondentes;
3. Sondar a opinião dos homens e dos Espíritos sobre princípios em elaboração;
4. Comentar, à luz do Espiritismo, artigos de jornais, obras literárias, filosóficas e científicas.
Kardec editou a Revue até o número de abril de 1869, inclusive. Após a morte de Kardec (31/3/69) ela continuou sendo publicada, graças ao idealismo da Senhora Allan Kardec, de Pierre-Gaëtan Leymarie e de Jean Meyer, principalmente (AK III 153-57; Reformador, 09/1990, p. 286). A partir de 1913, aditou-se ao título da revista o artigo 'la' ('a'), que ficou, desde então 'La Revue Spirite' (AK III 32 e 47). Em lamentável decisão, foi extinta em 1976 por André Dumas, junto com a Union Spirite Française,{nota 5} para dar lugar a Renaître 2000 e a Union des Sociétés Francophones pour l'Investigation Psychique et l'Étude de la Survivance (USFIPES), ambas de cunho não-espírita. Sob a lúcida e firme direção de Francisco Thiesen, a FEB envidou esforços para salvá-la em 1977, não obtendo sucesso (AK III 45-57). Felizmente, em 11 de maio de 1989 a Union Spirite Française et Francophone, com sede em Tours, conseguiu judicialmente recuperar o título, retomando a publicação da Revue, com periodicidade trimestral.{nota 6}

5. A Société Parisienne des Études Spirites (SPES)

1857 - Por volta de outubro desse ano iniciaram-se reuniões espíritas na residência do casal Allan Kardec, à Rue des Martyrs, 8. Aconteciam às terças-feiras à noite, e o médium principal era a Srta. Ermance Dufaux. Com o número crescente de freqüentadores, fez-se indispensável encontrar um local mais amplo. A solução encontrada foi alugar uma sala, cotizando-se as despesas entre as pessoas. (OP 294-95; AK III 34)

1858 - A 1º de abril é fundada legalmente a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, ou, em francês, Société Parisienne des Études Spirites, cujo título Kardec freqüentemente abreviava para 'Societé Spirite de Paris', 'Societé des Études Spirites', ou mesmo 'Societé de Paris'.

Foi nas reuniões semanais da Société que boa parte das atividades mediúnicas e de estudo supervisionadas por Kardec se desenvolveram. As portas da SPES não eram abertas ao público, conquanto houvesse "reuniões gerais" em que visitantes apresentados por membros da Société podiam ser admitidos; essas reuniões se alternavam, semanalmente, com as "reuniões particulares", às quais somente os sócios tinham acesso. Isso se compreende perfeitamente, dados os objetivos das reuniões, ligados essencialmente à pesquisa teórica e experimental dos fenômenos. A Société era, assim como a Revue, um terreno de elaboração da doutrina espírita. (OP 294-95; AK III 34-44; II 36-37)

Durante a vida de Kardec, a Sociedade Espírita de Paris ocupou três endereços (OP 295; AK III 35-37 e 118):

* 1º /4/1858 - Galerie de Valois, 35, no Palais Royal. As reuniões eram às terças-feiras. O Palais Royal é importante edifício histórico situado ao lado do Louvre. Foi construído pelo Cardeal Richelieu no século XVII. Suas elegantes galerias externas, que circundam o jardim (Montpensier, de Beujolais e de Valois), foram mandadas construir por Louis-Philippe d'Orléans, na segunda metade do século seguinte. Na Galerie d'Orléans (do séc. XIX) ficavam as livrarias de Dentu (no 13) e Ledoyen (no 31), que editaram várias das obras espíritas de Kardec (ver adiante).
* 1º /4/1859 - Galerie Montpensier, 12, no Palais Royal (num salão do restaurante Douix). Nesse local SPES reunia-se às sextas-feiras.
* 20/4/1860 - Passage Ste.-Anne (Rue Ste.-Anne, 59). Nesse mesmo endereço, a partir de 15 de julho, passa a residir Kardec, que levou consigo a Revue Spirite. Embora por essa época já possuísse a casa da tranqüila Villa Ségur, Allan Kardec viu-se na contingência de se alojar nesse apartamento com a abnegada esposa, dividindo espaço com a Revue e a SPES, para economizar seu minguado tempo.
* 1/4/1869 - Estava programada para essa data a transferência provisória da Société para a Librairie Spirite, Rue de Lille, 7.

6. As outras obras importantes de Allan Kardec

Fornecemos a seguir alguns dados sobre as principais obras de Allan Kardec (além de O Livro dos Espíritos, de que já tratamos; para uma lista possivelmente completa, ver AK III 15, 18 e 19). Algumas das informações referentes a dias e meses das publicações foram colhidas nas edições da FEB. Quanto às edições em francês atuais, indicamos as que pessoalmente possuímos; em alguns casos, há nas livrarias outras edições. Abreviaremos os dados referentes aos editores originais segundo estas convenções (note-se que várias das obras saíram por mais de um editor):

° Dentu E. Dentu, Libraire. Palais Royal, Galerie d'Orléans, 13.
° Ledoyen Ledoyen, Libraire. Palais Royal, Galerie d'Orléans, 31.
° Didier Didier et Cie., Libraires-Éditeurs. Quai des Augustins, 17.{nota 7}

1858 - Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas (Instruction pratique sur les manifestations spirites). Contendo a exposição completa das condições necessárias para se comunicar com os Espíritos, e os meios de se desenvolver a faculdade mediadora nos médiuns. Bureau de la Revue Spirite, Rue des Martyrs, 8; Dentu; Ledoyen.

Com a publicação de O Livro dos Médiuns, em 1861, Kardec não mais fez imprimir a Instruction (152 pp.), à época já esgotada, considerando-a superada, quanto à abrangência, pela nova obra. É, porém, de significativo valor histórico; hoje está novamente disponível em francês (Paris, La Diffusion Scientifique) e em português, em tradução de Cairbar Schutel (in: Iniciação Espírita, 6a ed., São Paulo, Edicel, 1977; também publicado pela Casa Editora O Clarim, de Matão, em 1987).

1859 - O que é o Espiritismo (Qu'est-ce que le Spiritisme). Introdução ao conhecimento do mundo invisível pelas manifestações dos Espíritos, contendo o resumo dos princípios da doutrina espírita e respostas às principais objeções. Ledoyen. [100 pp.]{nota 8}

Edição francesa corrente: Paris, Dervy-Livres. Tradução brasileira recomendada: Rio, FEB (não se indica o tradutor).

1860 - (março) - Segunda edição de O Livro dos Espíritos. Contendo os princípios da doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens; as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade. Segundo o ensino dado pelos Espíritos Superiores com o auxílio de diversos médiuns, recolhidos e ordenados por Allan Kardec. Segunda edição, inteiramente refundida e consideravelmente aumentada. Didier; Ledoyen.

Acima do título, aparece agora a frase "Filosofia espiritualista". Essa nova edição, que se tornou definitiva, tem 1019 questões, distribuídas em quatro partes. São acrescentadas as Conclusões; não há mais índice alfabético, infelizmente. A forma de exposição dupla não aparece em nenhuma das partes. As notas vêm agora logo após as respostas dos Espíritos, sendo muitíssimo mais numerosas; é fácil ver que muitas delas provêm do texto corrido da primeira parte da primeira edição.{nota 9}

1861 - (15 de janeiro) - O Livro dos Médiuns (Le livre des médiums), ou guia dos médiuns e dos evocadores. Contendo o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de se comunicar com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos com que se pode deparar na prática do Espiritismo. Para fazer seqüência ao Livro dos Espíritos. Didier; Ledoyen. [498 + iv pp.; AK III 173]

1861 - Segunda edição de O Livro dos Médiuns. Revista e corrigida com o concurso dos Espíritos, e acrescida de grande número de instruções novas. Didier; Ledoyen. [510 + viii pp.]

Edição francesa corrente: Paris, Dervy-Livres. Edição brasileira recomendada: FEB, tradução de Guillon Ribeiro, inteiramente revista a partir da 59ª edição.

1862 - (fevereiro) - O Espiritismo na sua Expressão mais simples (Le Spiritisme à sa plus simple expression). Exposição sumária do ensino dos Espíritos e de suas manifestações. Ledoyen. [36 pp.]

Em 1994 esse opúsculo foi reeditado pelo Centre d'Études Spirites Allan Kardec, de Paris. Existem várias traduções para o vernáculo, sendo hoje disponíveis as de Dafne R. Nascimento, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1984, e a de Joaquim da Silva Sampaio Lobo (in: Iniciação Espírita, 6a ed., São Paulo, Edicel, 1977).{nota 10}

1862 - Viagem Espírita em 1862 (Voyage spirite en 1862). Contendo: 1. As observações sobre o estado do Espiritismo; 2. As instruções dadas por Allan Kardec nos diferentes grupos; 3. As instruções sobre a formação dos grupos e das sociedades, e um modelo de regulamento para o uso deles e delas. Ledoyen. [64 pp.]

Esse livro é atualmente publicado em Paris pela Éditions Vermet; no Brasil, em Matão, pela Casa Editora O Clarim, em tradução de Wallace Leal Rodrigues. Em nenhuma dessas edições constam dizeres após o título; tomamo-los de AK III 18, onde não se esclarece se estavam nas edições originais. Afora as mencionadas instruções e regulamento, o corpo da obra consiste de três discursos proferidos por Kardec aos espíritas de Lyon e Bordeaux em sua famosa viagem.

1864 - (abril) - Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo (Imitation de l'Évangile selon le Spiritisme). Contendo a explicação das máximas morais do Cristo, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas posições da vida. Por Allan Kardec, autor do Livro dos Espíritos. Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. Paris, os editores do Livro dos Espíritos; Ledoyen, Dentu, Fréd. Henri, livreiros, no Palais Royal, e no escritório da Revue Spirite, Rue e Passage Sainte-Anne, 59.

Essa obra, impressa na Imprimerie de P.-A. Bourdier et Cie, Rue Mazarine, 30, possui 444 + xxxvi páginas. É precursora de O Evangelho segundo o Espiritismo, e não mais seria impressa por Kardec após a publicação deste, em 1866. No entanto, é de grande valor histórico, sendo essa a razão pela qual em 1979 a FEB reeditou-a em reprodução fotográfica. Não temos notícia de outras edições recentes, nem de traduções. Naturalmente, 'imitação' aqui não se deve entender no sentido hoje popular, de 'cópia', mas no de 'prática' (ver a introdução de Hermínio Miranda à edição febiana para esclarecimentos adicionais).

1865 - (1° de agosto) - O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo (Le ciel et l'enfer, ou la justice divine selon le Spiritisme). Contendo o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, as penas e recompensas futuras, os anjos e os demônios, as penas eternas, etc.; seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte. "Por mim mesmo juro, disse o Senhor Deus, que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva." (Ezequiel, 33:11). Paris; os editores de O Livro dos Espíritos, Librairie Spirite.

Em nossos dias, está disponível edição belga da Éditions de l'Union Spirite. A tradução da FEB é, neste caso, de Manuel Quintão. (AK III 108 faz menção à "21a edição, revista, 1974.)

1866 - O Evangelho segundo o Espiritismo (L'Évangile selon le Spiritisme).

Os dizeres da página de rosto são idênticos aos de L'Imitation, exceto pela data e pela frase "Terceira edição, revista, corrigida e modificada". Vê-se, portanto, que Kardec considerava esta obra uma nova edição da anterior, apesar da simplificação do título. Segundo se lê no prefácio de Thiesen à edição da FEB de L'Imitation, a segunda edição, de 1865, seria apenas outra tiragem do primeiro livro. No entanto, em AK III 18 esse mesmo autor escreve: "Da 2a ed. - 1865 - em diante, essa obra tomou novo título...". Para que esta última informação seja compatível com a anterior, deve-se entender aqui '2ª edição exclusive'.* De qualquer modo, é a terceira edição que se tornou definitiva, servindo de base para as edições posteriores em francês e nos vários idiomas em que foi traduzida. Também devido à sua raridade e seu valor histórico, a FEB lançou, em 1979, uma reprodução fotográfica dessa edição. Na França, é hoje em dia publicada por La Diffusion Scientifique. Em português, a tradução clássica recomendada é a de Guillon Ribeiro (FEB), inteiramente revista a partir da 104a edição.

1868 - (6 de janeiro) - A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo (La genèse, les miracles et les prédictions selon le Spiritisme). Paris, Librairie Internationale. *

Esse foi o último livro publicado por Kardec. Pode ser encontrado hoje em edição da La Diffusion Scientifique, de Paris. A corrente edição da FEB foi traduzida por Guillon Ribeiro.

1890 - (janeiro) - Obras Póstumas (Œuvres Posthumes). Paris, Société de Librairie Spirite. [450 pp.]

Editado por Pierre-Gaëtan Leymarie, esse livro reúne importantes textos de Kardec, quer de caráter teórico, sobre diversos assuntos, quer sobre fatos relativos às atividades espíritas do mestre. Em AK III 19 lê-se que uma segunda edição veio a lume ainda no mesmo ano de 1890. Guillon Ribeiro traduziu o livro para a FEB, a partir da primeira edição francesa. A edição atual da Dervy-Livres conta com controversos comentários, introdução e notas de André Dumas.

Consoante ao objeto deste nosso trabalho, a lista acima contém apenas os textos mais importantes e, sobre eles, apenas algumas informações básicas. O volume III da obra Allan Kardec é de consulta obrigatória para o estudioso que queira acercar-se da fonte mais extensa e segura de dados sobre o conjunto da produção de Kardec.

Continua no Próximo Boletim

Retorno ao Índice

Questões e Comentários 


Sobre texto “A viagem no tempo: uma restrição espírita”, Matos, Brasil


Prezado Editor:
 
Lendo os comentários de Alexandre Fonseca (Bol. GEAE, 30-set-2003), onde ele suspeita haver uma incompatibilidade entre as leis fisicas (Relatividade de Einstein) e a codificacao de Kardec, fiquei sem entender onde ele foi buscar a idéia da "volta ao passado".

O que Einstein descobriu é que relógios com maior velocidade andam mais devagar do que relógios com menor velocidade, _sempre um em relação ao outro_. Ou seja, nenhum relógio preciso atrasa ou adianta, mas um pode se atrasar em relação ao outro (o tempo nao é absoluto). Einstein exprimiu esse fato no "Paradoxo dos Gemeos" em 1911, que Alexandre parece ter adaptado ao caso do filho matricida.

Essa "dilatação do tempo" já foi, de fato, observada, como Alexandre cita, no caso do avião provido de um relógio atomico (notaram-se alguns nanosegundos de diferenca). Ou então no filme cientifico "The Time Dilation Experiment", mencionado no livro do MIT "Special Relativity", pgs 98-99 (WW Norton ed., 1968).

Talvez um exemplo hipotético (embora inexequivel com a tecnologia atual) esclareca melhor esse ponto.

Maria, com 20 anos, faz uma viagem pelo espaço a velocidades próximas à da luz (esta igual a 1,08 bilhoes de km/h - poderiamos ir à Lua em um segundo). Seu filho, José, com um ano de idade, fica na Terra.

Passado um ano (no relógio de Maria), esta volta á Terra, onde jà se passaram 30 anos (no relógio de José). Assim, Maria, com 21 anos, encontra seu filho José com 31 anos. Este é o paradoxo de 1911.

Entretanto, cabe aqui notar que ninguém "voltou ao passado". Maria viveu biologicamente mais um ano, enquanto que José viveu biologicamente mais 30. Nenhum relógio "andou para trás". Aliás, o famoso filme "O Planeta dos Macacos" ilustra bem essa defasagem no tempo.

 O que José está vendo (sua mãe com 29 anos a menos no tempo dele) é o mesmo que ocorre com todos nós, ao observarmos o céu limpido à noite. Na realidade, o que enxergamos são infinitos passados: Vemos como era a Lua há um segundo atrás, como o Sol era há 8 minutos, e como a nebulosa de Andromeda era há 700.000 anos. E nem por isso nos espantamos, mesmo admitindo que o Universo material tenha todo começado no mesmo instante (Big Bang).

Concluindo, não pude ver onde o atraso relativistico conflita com a codificação de Kardec.

No entanto, não sou dogmático, pois isto seria negar o progresso.

Assim como Cristo ("o marcado", em grego: XPISTOS, donde os códigos XPTO ou XP na antiguidade) veio "passar a limpo" o Velho Testamento (como ele mesmo parece ter dito - os quatro evangelistas não conheceram Cristo), e assim como o mensageiro ("a^nguelos" (aggelos) em grego) de Kardec veio "passar a limpo" o Novo Testamento, é bem possivel que um novo emissàrio venha algum dia atualizar a codificação kardecista. Mas, certamente, sem relativismos.
 
Pax Vobis.
Mattos, de Sao Paulo (Brasil)

Prezado sr. Antonio C. Mattos, ,

Agradeço pela leitura do artigo sobre a viagem no tempo e uma restrição espírita e agradeço, mais ainda, pela questão apresentada que acredito ser uma dúvida comum a outros leitores.

Eu gostaria de responder a dois pontos que entendi serem fundamentais em seus comentários.

Primeiro sobre “de onde eu tirei a idéia da viagem ao passado”. Por uma falha de comunicação percebo que não ficou claro que essa idéia não foi inventada por mim e sim foi tirada literalmente dos artigos e livros citados na referência. Portanto, essa idéia não é criação nem interpretação minha sobre a Teoria da Relatividade Geral (TRG) nem da sobre a questão da dilatação temporal. A possibilidade de haver uma solução das equações da TRG para a volta ao passado é afirmada pelos cientistas que assinam os artigos e livros citados por mim. Uma boa explicação para um evento de “viagem ao passado” é apresentada no artigo publicado na Scientific American (vide referência ao final do artigo no boletim 463). O livro O Universo em Uma Casca de Noz, de Stephen Hawking também apresenta uma explicação. Ambos mencionam o processo que os cientistas batizaram de “buraco de minhoca” para explicar essa possibilidade. Eu sugeriria ao sr. (e quem mais tiver interesse ou curiosidade) tentar obter uma cópia do artigo da Scientific American que considero ser muito bem explicado e ilustrado. Essa questão é por demais técnica para ser apresentada num periódico espírita. Num periódico espírita é importante divulgar fatos, fenômenos ou afirmativas dos cientistas mas não é apropriado expor a dedução dos mesmos.

Segundo: sobre o possível conflito entre o Espiritismo e a TRG ou qualquer outra teoria. Esse é um ponto que considero o mais importante levantado pelo sr. Por causa de variadas publicações no meio espírita a respeito da idéia de que a ciência está comprovando o Espiritismo, muita gente tem tentado, a todo o custo, verificar se os os novos resultados da ciência estão de acordo com as idéias espíritas principalmente, acredito eu, por causa da afirmativa de Kardec (Genese cap. I, ítem 55) de que se novas descobertas provarem que algum ponto está errado, o Espiritismo deve ser corrigido nesse ponto. Note que destaquei a palavra provarem. Porém, a coisa não é bem assim. A ciência não está comprovando o Espiritismo mas, ao mesmo tempo, nenhuma questão espírita está sendo provada estar em erro. Vejamos:

A ciência, especialmente, a fisica moderna não possui ainda uma palavra final sobre suas teorias mais famosas: Mecânica Quântica e Teoria da Relatividade. Ambas as teorias falham em determinados limites onde uma vale e a outra não. Tem bastante gente inteligente trabalhando numa teoria que “una” os dois limites (o muito grande e o muito pequeno). Mas isso ainda é controvérsia. A referência que eu citei no artigo do boletim 463, do livro chamado Hiperespaço, do Prof. M. Kaku, fala dos grupos de cientistas que tentam explicar as leis físicas fundamentais do Universo cada um em um campo próprio, isto é, um dos grupos tenta fazer isso em termos da Mecânica Quântica e o outro em termos de teorias geométricas (várias dimensões) que estão ligadas à Teoria da Relatividade. Então surge a questão: com quem está a razão ? qual das duas teorias é a mais certa? Em física a gente (eu sou físico) não atribui valor absoluto às teorias. A gente toma cuidado para saber onde e quando uma teoria é apropriada para esse ou aquele fenômeno. Portanto, isso não significa que as teorias Quântica e da Relatividade sejam ruins ou estajam erradas. Elas são muito boas dentro do campo de aplicação de cada uma delas. Mas elas ainda não representam a realidade maior ou completa.

Como, então, querer que o Espiritismo se apoie em ambas ao mesmo tempo se elas estão, ainda, em desenvolvimento e aprimoramento? A qualquer momento, alguém descobre uma maneira nova e surpreendente de explicar certos fenômenos e aí, vai todo mundo correr para ver se ela está ou não de acordo com o Espiritismo. O erro decorre, meu caro sr. Antonio C. Mattos, do desconhecimento do que é ciência, do que é o método científico e, o principal, do valor científico do Espiritismo.

Vamos, por um momento, analisar o Espiritismo num ponto de vista científico. Se eu olho para a Doutrina Espírita como um conjunto de informações que foram obtidas utilizando-se um método seguro para validá-las então eu sei que a Doutrina Espírita passou por um método genuinamente científico. Nós conhecemos esse método. Kardec sempre fez questão de divulgá-lo: bom-senso e consenso universal nas mensagens de diferentes espíritos.

Agora, vamos analisar os métodos que os cientistas empregam para validar suas teorias na área de física moderna. No caso da Teoria Geral da Relatividade (TGR), não temos tantas evidências assim. Existe, é claro, como o sr. mencionou, a comprovação experimental da dilatação do tempo e do desvio da luz por objetos celestes, por exemplo. Mas a TRG não para por aí. Os cientistas trabalham muito em soluções para uma equação de Einstein para o Universo. Algumas dessas soluções prevêem os eventos de viagem ao passado. Mas o fato de existir uma solução teórica não significa que ela ocorra de fato como fenômeno. O sr. deve conhecer aquela história sobre Einstein onde ele adicionou um termo a mais à sua equação, chamado constante cosmológica, para dar conta de explicar a idéia que ele tinha do Universo ser estático. Quando ele soube, através das observações astronômicas que o Universo estava em expansão ele jogou fora essa constante e declarou seu sentimento de vergonha por tê-la proposto. O que o sr. talvez não imagina é que, de dois anos para cá, os cientistas estão ressuscitando a constante cosmológica porque novos dados astronômicos estão confirmando que o Universo está se expandindo mais agora do que no passado. Em face disso (que não é fruto da minha imaginação, mas sim de pesquisas de cientistas sérios na área em questão) como eu vou dar mais valor, agora, a essa teoria do que ao Espiritismo cujo método usado para convalidar suas afirmativas eu, o sr. e todo espírita estudioso sabe que é um método muito eficaz e apropriado à pesquisa espírita? A afirmativa espírita, nesse caso, vale muito mais do que a solução teórica para a viagem ao passado.

Onde, então, o conflito entre o Espiritismo e a TRG? O conflito ocorre porque alguma coisa na TRG pode não estar completamente correta. Por que eu afirmo isso ? Porque eu encontrei uma inconsistência entre essa história de possibilidade de voltar ao passado e o fato de que o espírito não pode animar dois corpos ao mesmo tempo. O Ademir, um dos editores do Boletim do GEAE, fez um comentário muito bom que eu não havia percebido antes. Ele lembrou que a TRG não leva muito em conta o principio de causalidade. Note que o Espiritismo é totalmente baseado no princípio de causa e efeito. Daí você já pode formar uma idéia melhor do conflito que surge.

Portanto, meu caro, eu afirmo que existe conflito sim mas eu não me perturbo quanto a isso porque eu sei que o Espiritismo tem um valor científico maior. Em termos mais conhecidos, o que faz com que eu tenha mais confiança no Espiritismo é a ligação da Doutrina Espírita com os fatos. Kardec sempre destacou a importância disso (item VII da Introdução do Livro dos Espíritos).

Por fim, que os leitores não se assustem com a afirmativa de que existem conflitos entre o Espiritismo e a ciência. O que é, verdadeiramente importante, é que nem a ciência, nem ninguém, conseguiu provar que existe algum erro na Doutrina Espírita. Na verdade a ciência não está nem um pouco preocupada em comprovar o Espiritismo. Alguns irmãos nossos da seara espírita é que crêem que o Espiritismo precisa disso e eles acabam passando a impressão de que o Espiritismo pode sofrer o que não é verdade. Isso acontece por que eles não conhecem bem o que é ciência, como se produz em ciência, mormente em física, e como os conhecimentos científicos evoluem. O que é mais preocupante é essa tentativa de forçar a barra com propostas teóricas baseadas na física moderna para explicar os fenômenos e conceitos espíritas. Isso sim pode se reverter em descrédito para o Espiritismo porque, veja bem meu caro amigo Antonio, os cientistas são muito críticos com relação ao objeto de estudo deles. Já imaginou se uma explicação mal dada, em termos de física, cai nas mãos de algum cientista de reputação e que seja um inimigo gratuito do Espiritismo?  Todo o cuidado é pouco. A gente pode sim fazer pesquisas nos pontos de contato entre o Espiritismo e outras ciências. Mas a seriedade do assunto requer que esse trabalho seja feito de forma muito profissional.

Muita paz e aprendizado para todos nós,
Alexandre Fontes da Fonseca

Meu caro Antonio Leite:
 
Li a análise de nosso colega Alexandre Fontes Fonseca, que você me enviou, e concordo com ele.
 
Embora o assunto seja complexo, procurarei ser breve no meu entendimento.
 
1. Quanto á questão da "volta ao passado", ele afirma que isso é uma possibilidade matemática nas equações da Relatividade. É verdade. Embora essa possibilidade não tenha sido verificada na prática até agora.
 
 2. Sobre o conflito Espiritismo-Ciencia, seus argumentos também fazem sentido. Eu resumiria dizendo que, historicamente, as teorias nunca se mostraram perfeitas, acabadas e completas. Ao contrário, o processo sempre foi hegeliano: tese-antitese-sintese, num constante aprimoramento com o passar do tempo. As teorias ora se compatibilizam, então se conflitam, depois se compatibilizam de novo, e assim vão progredindo e se aprimorando. É a Lei do Progresso, mencionada por Kardec.
 
3. Por fim, gostaria de acrescentar que uma dificuldade no binomio Ciencia-Espiritismo é que os _objetos_ são diferentes. Enquanto a Ciencia se preocupa com o mundo material, o Espiritismo se preocupa também com o mundo invisivel. Assim, fica complicado esperar que a Ciencia navegue pelas àguas do mundo invisivel, pois ela o ignora (pelo menos por enquanto). Dou um exemplo: o famoso fenomeno das mesas girantes, que atraiu Kardec e vàrios outros, é negado pela Ciencia, por ser "impossivel de acontecer" (contraria frontalmente a Teoria Gravitacional de Newton e o Principio da Conservação da Energia). Lamentavelmente, a Ciencia muitas vezes parece desconhecer o conselho que Sherlock Holmes deu ao seu pupilo: "Uma pessoa insensivel torce os fatos para que se encaixem numa teoria, ao invés de mudar a teoria para que esta se adapte aos fatos".

Pax vobis
Mattos, SP

Retorno ao Índice

Sobre Inseminação Artificial, Ronaldo Brito, Brasil


Não sou espírita, mas leio o GEAE sempre que tenho oportunidade porque gosto de estudar todas as religiões. Autualmente faço uma pesquisa pessoal sobre inseminação artificial e gostaria de saber se o espiritismo tem um posicionamento a respeito dessa questão. Sabemos que o Papa proíbe a inseminação artificial porque o sexo, segundo a tradição católica, é um sacramento e não deve ser separado do ato da reprodução (pela mesma razão se proíbem os anticoncepcionais).

E o espiritismo, tem algum posicionamento oficial sobre essa questão? Eu gostaria de saber como os espíritas vêm a inseminação artificial e os anticoncepcionais.

Obrigado,
Ronaldo Brito

Prezado Ronaldo,

Agradecemos imensamente o interesse e a leitura do boletim do GEAE. Sua questão é muito oportuna e, com certeza, constitui dúvida de muitas outras pessoas. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto ou de deter toda a verdade, mas tentarei tanto quanto possível ser fiel aos pontos fundamentais da Doutrina Espírita.

Primeiramente, permita-me comentar algo sobre como os espíritas vêem a idéia de "proibição" que você comentou existir por parte da Igreja Católica. O Espiritismo não é uma Doutrina ou uma Filosofia de proibições e permissões. Ela é um conjunto de informações obtidas utilizando-se um método, que podemos chamar de científico, desenvolvido por Kardec para avaliar a validade das mensagens dos espíritos. Este conjunto de informações constitui os ensinamentos dos espíritos superiores com relação à Espiritualidade. Um desses princípios básicos diz que NÓS, seres humanos, é que somos os responsáveis pelas atitudes que tomamos e por isso não há a necessidade de "dogmas" ou qualquer outro conjunto de regulamentos que proíbam ou permitam nossos atos. A inteligência é o instrumento necessário para avaliarmos o que é certo e o que é errado.

Então, nós, espíritas, procuramos fazer uma avaliação de cada situação de nossas vidas com base nas informações dos espíritos superiores contidas nas obras da codificação. Neste contexto eu pretendo responder suas questões.

1) Inseminação artificial.

Não existe nada nas obras da codificação que afirme que o ser humano não deva buscar soluções para os problemas que a vida material apresenta. Um deles é o problema da fertilidade. Como todos nós sabemos existe um grande número de casais que não conseguem ter filhos. Independente das razões espirituais que se refletem nestes problemas (isso por si só é um grande capítulo de estudo) o Homem tem o direito de buscar soluções junto à ciência. Isso é considerado uma nobre finalidade da ciência.

Porém, quando o objetivo das pesquisas visam interesses materiais egoísticos ou que prejudiquem outros seres humanos e a natureza, então tal prática é considerada ERRADA porque ela terá reflexos negativos no futuro espiritual daquele que a pratica. Isso, na verdade vale para todos os nossos atos.

Portanto, meu caro Ronaldo, não existe nada contra a inseminação artificial desde que ela esteja sendo usada com fins nobres. Alguém pode questionar: o que caracteriza um objetivo como sendo nobre. Sem pretender dar a última palavra, eu poderia dizer que algo é nobre quando promove o progresso e o bem estar das pessoas SEM PREJUÍZO ALGUM PARA OUTREM.

2) Anticoncepcionais.

A mesma coisa vale para a questão sobre o uso de anticoncepcionais. Aqui vale lembrar que existem vários tipos de anticoncepcionais. Antes permita-me dizer uma informação dos espíritos. Segundo eles, por ocasião de uma nova encarnação, a ligação da alma ou espírito ao novo corpo se dá desde o primeiro instante quando o óvulo é fecundado pelo espermatozóide. Portanto, segundo o Espiritismo, a vida realmente começa com a fertilização do óvulo ou formação da primeira célula ovo (embrião).

Eu estou escrevendo isso para dizer que se o anticoncepcional utilizado for do tipo que ABORTA O ÓVULO FENCUNDADO no dia seguinte (anticoncepcional conhecido como "a pílula do dia seguinte") então, segundo as informações dos espíritos a prática é tão criminosa quanto tirar a vida de um irmão nosso em humanidade. Algumas pessoas, detendo ou não títulos universitários, acreditam que isso não é o caso porque eles consideram que a vida só existe após o nascimento ou após a formação do sistema nervoso do feto. Eles acreditam que ao eliminar uma célula ovo, eles só estão eliminado um pequeno conjunto de moléculas. Mas, de acordo com e Espiritismo, isso não é verdade. O Espiritismo, portanto, é contra o aborto independente da forma que ele ocorra.

Agora, se o tipo de anticoncepcional é tal que IMPEDE a fertilização de modo a evitar a gravidez, daí, não existe o problema de ordem moral acima mencionado. Isso não significa, porém, que a prática sexual indiscriminada seja incentivada pelo Espiritismo.

Bom, o assunto é extenso e suscita novas questões. Fique a vontade para questionar.

Que Deus nos ilumine a todos,
Alexandre Fontes da Fonseca

Painel

5º Seminário Ramatís, Silvia Souza, Brasil


Prezados Irmãos,

É com muita alegria que a AFRAM realizará em São Paulo no dia 15/Nov/03, o 5º Seminário de Ramatís. E como parte de nossa comunicação, gostaríamos de pedir a vocês a gentileza de divulgá-lo em sua instituição, para que os apreciadores da literatura de Ramatís, pudessem nos gratificar com sua presença. Desde já, agradecemos sinceramente sua atenção e colaboração.
 
Um abraço fraterno, fiquem com Deus
Silvia Souza



5º SEMINÁRIO:  Ramatís – Uma proposta de luz

Estudos das obras de Ramatís à luz da doutrina espírita

"A Fraternidade será a pedra angular da nova ordem social"

15 / Nov / 2003 – Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento - R. Odorico Mendes, 43, Moóca, São Paulo / SP
Informações:  Tels   (11) 3361-4749 / 6950-1723  /  (19) 3451-3224 / 5440   ou no site:  www.bandeirantesdaluz.com.br

1. MÓDULOS:  O Seminário terá 5 módulos, a saber:         

. Módulo 1: -RAMATÍS E A SAÚDE - Expositor: Samuel da Silva

. Módulo 2: -RAMATÍS E O ESPÍRITO IMORTAL - Expositor: Adão Nonato de Oliveira

. Módulo 3: -RAMATÍS E A NOVA ERA - Expositor: José Maria Nogueira                

. Módulo 4: -RAMATÍS E O UNIVERSALISMO - Expositor: Sidnei Carvalho

. Módulo 5: -RAMATÍS E A VIDA HUMANA - Expositor: Francisco Martins

2. FORMATAÇÃO: Realizaremos módulos de 1h20, com 55 minutos de exposição e 25  minutos de perguntas, sendo 2 módulos pela manhã e 3 módulos à tarde, com intervalo de 1 hora e 20 minutos para o almoço, nos seguintes horários 

             9:00 = ABERTURA              15:20 = INTERVALO
             9:30 = 1º MÓDULO              15:50 = 4º MÓDULO
           10:50 = INTERVALO             17:10 = INTERVALO
           11:20 = 2º MÓDULO              17:40 = 5º MÓDULO
           12:40 = ALMOÇO                   19:00 = ENCERRAMENTO
           14:00 = 3º MÓDULO              19:20 = FINAL

3. ENFOQUE: Missão esclarecedora de Ramatís dentro da Doutrina Espírita, apresentando uma síntese da sua proposta, respeitando a base que Kardec deixou, utilizando suas obras, particularmente o livro “Ramatís – Uma proposta de Luz” e demonstrando, a necessidade de união das doutrinas de Amor - o universalismo, a solidariedade e a fraternidade entre todas as crenças.

4. REALIZAÇÃO: AFRAM = (Associação Mundial das Fraternidades Ramatís) e Projeto Bandeirantes da Luz.

5. ABRANGÊNCIA: NÍVEL NACIONAL. Vamos convidar os Vice-Presidentes da AFRAM, de todo o território nacional, incentivando a organização de “caravanas” de outros locais. Convidaremos outras entidades, a saber: USE, FEESP, ALIANÇA ESPÍRITA, MAÇONARIA, CÍRCULO ESOTÉRICO, FRATERNIDADE ROSA CRUZ, ASSOCIAÇÃO MÉDICO-ESPÍRITA, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICÓLOGOS ESPÍRITAS, ASSOCIAÇÃO DE DIVULGADORES ESPÍRITAS, PROTESTANTISMO, CATOLICISMO, REDE RÁDIO BOA NOVA DE GUARULHOS, RÁDIO MUNDIAL, CENTROS ESPÍRITAS, e outros que vierem a ser lembrados nas próximas reuniões.

6. PÚBLICO ALVO: Dirigentes, trabalhadores e estudiosos espíritas e espiritualistas.

7. DIVULGAÇÃO: Vamos enviar mala direta, utilizando o cadastro de pessoas físicas e entidades que participaram dos “SEMINÁRIOS RAMATÍS DO SUDESTE” e das suas Prévias. Vamos preparar “prospectos doutrinários” contendo divulgação do evento e também ensinamentos de Ramatís sobre a temática. Temos ainda a possibilidade de visitarmos pessoalmente as entidades a serem convidadas, inclusive Centros Espíritas levando material de divulgação e falando sobre o evento.

8. CARAVANAS: Conforme esquema que funcionou muito bem no II e IV Seminários, poderemos novamente formar “caravanas” com ônibus fretados partindo de diversos locais.

 “A Religião é um meio e não um fim”   -  (Ramatís)


Retorno ao Índice

4º Congresso Estadual Espírita em Porto Alegre, Brasil

 
CIÊNCIA
À LUZ DA ESPIRITUALIDADE

  
UNIVERSO COMO EXPRESSÃO DE AMOR E SABEDORIA
  

PALESTRANTES CONVIDADOS
  • Alberto Almeida (Belém do Pará)
  • Ana Jayci Guimarães (Rio de Janeiro)
  • César Soares dos Reis (Rio de Janeiro)
  • Edvaldo Roberto Oliveira 
  • Gerson Tavares (Florianópolis)
  • Gladis Pedersen de Oliveira (Porto Alegre)
  • Helio Ribeiro (Rio de Janeiro)
  • Irvênia de Santis Prada ( São Paulo)
  • Jason de Camargo (Porto Alegre)
  • Moacir Costa de Araújo Lima (Porto Alegre)
  • Roberto Lúcio Vieira de Souza (Belo Horizonte)
  • Sandra Della Póla da Silva (Porto Alegre)
  • Silvano Fontes Marques (Santo Antônio da Patrulha)
  • Sérgio Lopes da Silva (Pelotas)
  • Teltz Cardoso Farias (Santa Maria)
DATA
  •  01 E 02 DE NOVEMBRO DE 2003
 LOCAL
  •  CENTRO DE EVENTOS PLAZA SÃO RAFAEL - Rua Alberto Bins, 509 - Centro - Porto Alegre
 INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
  • LIVRARIA E EDITORA ESPÍRITA FRANCISCO SPINELLI
  • Av. Desembargador André da Rocha, 49 - Porto Alegre - RS
  • Fone/Fax: (51) 3224.1493 - www.fergs.com.br


Retorno ao Índice

Aniversariantes Espíritas Importantes, Luiz C. Formiga, Brasil


Parabéns NEU/GEAE. Outubro de 2003.

O "grupo Jésus Gonçalves", no Centro de Ciências da Saúde, em 1992(2), funcionou com reuniões regulares semanais, trabalhando junto a comunidade combatendo o leproestigma e oferecendo esclarecimentos sobre a AIDS. O grupo promoveu uma palestra (arquivo-gravada) que reuniu, no CCS (Quinhentão), 300 pessoas para ouvir e discutir o tema "Regressão de Memória".

O NEU nasceu a partir de outra palestra (vinte pessoas): "Os efeitos da imposição das mãos sobre o crescimento de micróbios na presença de antibióticos", no Hospital Universitário (UFRJ) em 29/10/1992. Em seguida recebemos as exigências constantes da "Metodologia para Avaliação de Curas por Entidades Espirituais", assinada pelo Prof. Abrahão Rotberg e que fora apresentada no sétimo Congresso Espírita Estadual da Associação Médico-Espírita de São Paulo, de 1987, para reflexão.

Reuniões quinzenais logo se tornaram semanais. Muitos componentes eram apenas espiritualistas. A heterogeneidade gerou uma de nossas primeiras decisões. Os estudos teriam orientação doutrinária "espírita", tal como o termo foi criado e difundido por Allan Kardec. Por analogia, nosso grupo denominou-se simplesmente Núcleo Espírita Universitário do Fundão. Decidimos, ainda, que no momento, era inconveniente uma expansão mais rápida do grupo, pois o crescimento desordenado poderia trazer conseqüências indesejáveis. Nesse meio tempo começamos a receber correspondência endereçada ao NEU - "Allan Kardec", sem que houvéssemos dado tal denominação ao Núcleo.

Acontece que desde abril de 1992 já se reunia no Alojamento dos Estudantes da UFRJ, um grupo de espíritas universitários denominado "GAKEE", Grupo Allan Kardec de Estudos Espíritas. Com o nome do codificador notas foram publicadas no "Reformador" e no "SEI", o que originou diversas correspondências. Mais adiante foi feita uma visita ao grupo congênere no Alojamento de Estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Enviamos representantes ao Primeiro Encontro dos Divulgadores do Espiritismo nas Universidades, programado para novembro em Goiânia. Após o evento, em 10 de dezembro, na última reunião de 1993, adotamos, por decisão conjunta, um organograma similar ao do NEU-Go. Neste organograma teríamos diversos grupos na universidade (GEE) que formariam um único NEU (Fundão).

Aproveitando neste mês de outubro as comemorações de aniversário de nascimento de Kardec, Carlos Iglesias(1) escreve ao codificador, em nome dos colegas do Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Ele lembra que "O grupo também está comemorando seu aniversário, pois foi criado em outubro de 1992 e desde então tem se dedicado a reunir amigos no estudo da Doutrina Espírita pela Internet." O membro do GEAE confessa que "Muito nos falta a aprender! Felizmente a comunicação mediúnica é uma garantia segura da Doutrina e os espíritos não tem deixado de nos recordar insistentemente as lições que o senhor transcreveu em suas obras. Principalmente os princípios morais, solidamente ancorados nas palavras de Jesus".

Ao terminar, sua "Carta Aberta ao Prof. Rivail", diz: "Não entrarei em detalhes sobre a Internet, tecnologia que usamos para nossos estudos, pois com certeza não terminaria tão cedo esta carta. Digo-lhe apenas que é uma das melhores ferramentas que temos atualmente para comunicação e nem imagino o que o senhor faria se a tivesse a disposição na época da Codificação Espírita. Quem sabe teria criado uma versão eletrônica da Revue Spirite e talvez a utilizasse para estabelecer trocas de informações rápidas com os grupos que, seguindo o exemplo da Sociedade de Paris, se estabeleceram para estudo da comunicação mediúnica."

Carlos Iglesia foi feliz. Quinze de outubro é o Dia do Professor (Rivail).

Dez anos depois, não esperava estar "tão perto" e "tão distante" do NEU. Mas, pela internet, posso lembrar aquele outubro de 1992.

Parabéns, GEAE! Parabéns, NEU!

1. Iglesia,C. 2003. Carta Aberta ao Prof. Rivail. Boletim GEAE. Ano 11. Número 464. 15 de outubro de 2003.
 2. Levy, L. Histórico.NEU-Fundão,1994.
 
Retorno ao Índice

GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

O Boletim GEAE é distribuido por e-mail aos participantes do Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Inscrição/Cancelamento
- inscricao-pt@geae.inf.br

Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins