Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 458 - 2003            24 de junho de 2003

 

Editorial

O Espiritismo é uma Ciência Positiva, Allan Kardec, Revista Espírita

Artigos

As Leis Humanas Frente à Lei Divina, Luiz Guilherme, Brasil


História & Pesquisa

A Presença da Mulher no Espiritismo, Milton B. Piedade, Brasil
Sugestões para a Preservação da Memória do Espiritismo, Sinézio Griman, Brasil


Questões e Comentários

Teletransporte de Objetos, Ivan Camilo, Brasil

Painel

Palestra Espírita na Câmara Municipal de Matelândia/PR, Enrique Baldovino, Brasil




Editorial


O Espiritismo é uma Ciência Positiva, Allan Kardec, Revista Espírita

Alocução do Sr. Allan Kardec aos Espíritas de Bruxelas e Antuérpia, em 1864

(da Revista Espirita, Novembro de 1864, tradução de Julio de Abreu Filho, volume 11 das obras completas de Allan Kardec publicada pela EDICEL, páginas 319-326)

Publicamos esta alocução a pedido de muitas pessoas, que nos testemunharam o desejo de a conservar, e porque ela tende a fazer encarar o Espiritismo sob um aspecto de certo modo novo. A Revista Espírita de Antuérpia a reproduziu integralmente.

Senhores e caros irmãos espíritas.

Apraz-me vos dar este título porque, posto eu não tenha a vantagem de conhecer todas as pessoas presentes a esta reunião, quero crer que aqui estamos em família e todos em comunhão de pensamentos e de sentimentos. Admitindo, mesmo, que nem todos os assistentes fossem simpáticos à nossas idéias, não os confundira menos no sentimento fraterno que deve animar os verdadeiros Espíritas para com todos os homens, sem distinção de opinião.

Contudo, é aos nossos irmãos em crença que me dirijo mais especialmente, para lhes exprimir a satisfação, que experimento, de me achar entre eles, e de lhes oferecer, em nome da Sociedade de Paris, a saudação de fraternidade espírita.

Eu já havia tido a prova que o Espiritismo conta nesta cidade numerosos adeptos sérios, devotados e esclarecidos, perfeitamente imbuídos do objetivo moral e filosófico da doutrina; sabia que aqui encontraria corações simpáticos, e isto foi motivo determinante para que eu correspondesse ao insistente e grato convite que me foi feito por vários dentre vós, para uma curta visita este ano. A acolhida, tão amável e cordial, que recebi, permitirá que leve de minha estada aqui a mais agradável lembranca.

Certo eu teria o direito de orgulhar-me com o acolhimento, que me é feito, nos diversos centros que visito, se não soubesse que esses testemunhos se dirigem muito menos ao homem do que à doutrina, da qual sou humilde representante, e devem ser considerados como uma profissão de fé, uma adesão aos nossos princípios. É assim que os encaro, no que pessoalmente me concerne.

Aliás, se as viagens que, de tempos em tempos, faço aos centros espíritas só devessem ter como resultado uma satisfação pessoal, eu as consideraria inúteis e as cancelaria. Mas, além de contribuirem para apertar os laços de fraternidade entre os adeptos, também tem a vantagem de me fornecer assuntos de observação e de estudo, jamais perdidos para a doutrina. Idependentemente dos fatos, que podem servir ao progresso da ciência, aí recolho os materiais da história futura do Espiritismo, os documentos autênticos sôbre o movimento da idéia espírita, os elementos mais ou menos favoráveis ou contrários, que ela encontra, conforme as localidades, a força ou a fraqueza e as manobras de seus adversários, os meios de combater estes últimos, o zêlo e o devotamento de seus verdadeiros defensores.

Entre estes últimos devem colocar-se na primeira linha todos os que militam pela causa com coragem, perseverança abnegação e desinteresse, sem segunda intenção pessoal, que buscam o triunfo da doutrina pela doutrina, e não pela satisfação de seu amor-próprio; aquêles que, enfim, por seu exemplo, provam que a moral espírita não é palavra vã, e se esforçam por justificar essa notável afirmação de um incrédulo: “Com uma tal doutrina, não se pode ser Espírita sem ser homem de bem.”

Não há centro espírita onde eu não tenha encontrado um número mais ou menos grande desses pioneiros da obra, de desbravadores terrenos, de lutadores infatigáveis que sustentados por uma fé sincera e esclarecida, pela consciência de cumprir um dever, não desanimem ante nenhuma dificuldade, encarando seu devotamento como uma dívida de reconhecimento pelos benefícios morais recebidos do Espiritismo. É justo que os nomes daqueles de que se honra a doutrina fiquem perdidos para os nossos descendentes e que um dia não possam ser inscritos no panteon espírita?

Infelizmente ao lado destes por vezes se acham os meninos terríveis da causa, os impacientes que, não calculando o alcance de suas palavras e de seus atos, podem comprometê-la; os que, por um zêlo irrefletido, por idéias intempestivas e prematuras, sem o querer fornecem as armas aos nossos adversários. Depois vêm aquêles que, só considerando o Espiritismo pela superfície, sem serem tocados no coração, por seu próprio exemplo dão uma falsa idéia de seus resultados e de suas tendências morais.

Sem contradita, eis o maior escolho que encontram os sinceros propagadores da doutrina, pois muitas vezes vêem a obra, que penosamente esboçaram, desfeita por aqueles próprios que os deveriam secundar. É um fato constante que o Espiritismo é mais entravado pelos que o compreendem mal do que pelos que não o compreendem absolutamente e, mesmo, por seus inimigos declarados. E é de notar que os que o compreendem mal geralmente têm a pretenção de o compreender melhor que os outros; não é raro ver noviços que, ao cabo de alguns meses, querem ultrapassar os que têm por si a experiência adquirida em estudos sérios. Tal pretensão, que delata o orgulho, é uma prova evidente da ignorância dos verdadeiros princípios da doutrina.

Que os Espírias sinceros, entretanto, não desanimem: é um resultado do momento de transição que vivemos. As idéias novas não podem estabelecer-se de repente e sem estorvo; como lhes é preciso varrer as idéias antigas, forçosamente encontram adversaries que as combatem e as repelem; depois, as criaturas que as tomam pelo avesso, que as exageram ou as querem acomodar a seus gostos ou a suas opiniões pessoais. Mas chega o momento em que, conhecidos os verdadeiros princípios e compreendidos pela maioria, as idéias contraditórias caem por si mesmas. Já vêdes o que aconteceu com todos os sistemas isolados, surgidos na origem do Espiritismo: todos caíram ante a observação mais rigorosa dos fatos, ou só encontram ainda uns poucos dêsses partidários tenazes que, em tudo, trepam-se em suas primeiras idéias, sem dar um passo à frente. A unidade se fez na crença espírita com muito mais rapidez do que era dado esperar. É que, em todos os pontos, os Espíritos vieram confirmar os princípios verdadeiros; de sorte que hoje há entre os adeptos do mundo inteiro uma opinião predominante que, se ainda não conta com a unanimidade absoluta, é, incontestavelmente, a imensa maioria. De onde se segue que aquele que quer marchar ao arrepio desta opinião, encontrando pouco ou nenhum eco, se condena ao isolamento. Aí está a experiência para o demonstrar.

Para remediar o inconveniente que acabo de assinalar, isto é, para prevenir as consequências da ignorância e das falsas interpretações, é preciso cuidar da divulgação das idéias justas, em formar adeptos esclarecidos, cujo número crescente neutralizará a influência das idéias erradas.

Minhas visitas aos centros espíritas, naturalmente, têm por objetivo principal ajudar os irmãos em crença em suas tarefas. Assim, as aproveito para lhes dar instruções que possam necessitar, como desenvolvimento teórico ou aplicação prática da doutrina, tanto quanto me é possível fazê-lo. O fim dessas visitas é sério e exclusivamente no interêsse da doutrina; assim, não busco ovações, que nem são do meu gusto, nem do meu caráter. Minha maior satisfação é encontrar-me com amigos sinceros, devotados, com os quais a gente se pode entreter sem constrangimento e se esclarecer mùtuamente, por uma discussão amistosa, em que cada um leva o contributo de suas próprias observações.

Nessas excursões não vou pregar aos incrédulos; jamais convoco o público para o catequizar. Numa palavara, não vou fazer propaganda; só apareço em reuniões de adeptos, nas quais meus conselhos são desejados e podem ser úteis; eu os dou de boa vontade aos que julgam deles necessitar; abstenho-me com os que se julgam bastante esclarecidos para os dispensar. Só me derijo aos homens de boa vontade.

Se nessas reuniões, excepcionalmente, se insinuam pessoas apenas atraídas pela curiosidade, ficarão desapontadas, pois aí nada encontrarão que as pudesse satisfazer; e se estivessem animadas de um sentimento hostil ou de denegrimento, o caráter eminentemente sério, sincero e moral da assembléia e dos assuntos aí tratados tiraria qualquer pretexto plausível para a sua malevolência. Tais são os pensamentos que exprimo nas diversas reuniões a que devo assistir, a fim de que se não equivoquem quanto às minhas intenções.

Disse de comêço que eu não era senão o representante da doutrina. Algumas explicações sobre o seu verdadeiro caráter  naturalmente chamarão a vossa atenção para um ponto essencial que, até agora, não foi considerado suficientemente. Certo que, vendo o rápido progresso desta doutrina, haveria mais glória em dizer-me seu criador; meu amor-próprio aí encontraria seu crédito; mas não devo fazer minha parte maior do que ela é; longe de o lamentar, eu me felicito, porque, então, a doutrina não passaria de uma concepção individual, que poderia ser mais ou menos justa, mais ou menos engenhosa, mas que, por isso mesmo, perderia sua autoridade. Poderia ter partidários, talvez fazer escola, como muitas outras, mas certamente não teria, em poucos anos, adquirido o caráter de universalidade que a distingue.

Eis um fato capital, senhores, que deve ser proclamado bem alto. Não: o Espiritismo não é uma concepção individual, um produto da imaginação; não é uma teoria, um sistema inventado para a necessidade de uma causa. Tem sua fonte nos fatos da natureza mesma, em fatos positivos, que se produzem aos nossos olhos e a cada instante, mas cuja origem não se suspeitava. É, pois, resultado da observação, numa palavra, uma ciência: a ciência das relações entre os mundos visível e invisível; ciência ainda imperfeita, mas que diariamente se completa por novos estudos e que, tende certeza, tomará posição ao lado das ciências positivas. Digo positivas, porque toda ciência que repousa sobre fatos é uma ciência positiva, e não puramente especulativa.

O Espiritismo nada inventou, porque não se inventa o que está na natureza. Newton não inventou a lei da gravitação: esta lei universal existia antes dele; cada um a aplicava e lhe sentia os efeitos, posto não a conhecessem.

Por sua vez, o Espiritismo vem mostrar uma nova lei, uma nova força da natureza: a que reside na ação do Espírito sobre a material, lei tão universal quanto a da gravitação e da eletricidade, contudo ainda desconhecida e negada por certas pessoas, como o foram todas as outras leis no momento de sua descoberta. É que os homens geralmente sentem dificuldade em renunciar às suas idéias preconcebidas e, por amor-próprio, custa-lhes concordar que estavam enganados, ou que outros tenham podido encontrar o que eles próprios não encontraram.

Mas como, em definitivo, esta lei repousa sobre fatos e contra os fatos não há negação que possa prevalecer, terão que render-se à evidência, como os mais recalcitrantes tiveram que o fazer quanto ao movimento da terra, à formação do globo e aos efeitos do vapor. Por mais que taxem os fenômenos de redículos, não podem impedir a existência daquilo que é.

Assim, o Espiritismo procurou a explicação dos fenômenos de uma certa ordem e que, em todas as épocas, se produziram de maneira espontânea. Mas o que, sobretudo, o favoreceu nessas pesquisas, é que lhe foi dado o poder de os produzir e os provocar, até um certo ponto. Encontrou nos médiuns instrumentos adequados a tal efeito, como o físico encontrou na pilha e na máquina elétrica os meios de reproduzir os efeitos do raio. Compreende-se que isto é uma comparação e não uma analogia.

Há aqui uma consideração de alta importância: é que, em suas pesquisas, ele não procedeu por via de hipóteses, como o acusam; não supôs a existência do mundo espiritual, para explicar os fenômenos que tinha sob as vistas; procedeu pela via da análise e da observação; dos fatos remontou à causa e o elemento espiritual se apresentou como força ativa; só o proclamou depois de o haver constatado.

Como força e como lei da natureza, a ação do elemento espiritual abre, assim, novos horizontes à ciência, dando-lhe a chave de uma porção de problemas incompreendidos. Mas se a descoberta de leis puramente materiais produziu no mundo revoluções materiais, a do elemento espiritual nele prepara uma revolução moral, porque muda totalmente o curso das idéias e das crenças mais arraigadas; mostra a vida sob um outro aspecto; mata a superstição e o fanatismo; desenvolve o pensamento e ohomem, em vez de se arrastar na matéria, de circunscrever sua vida entre o nascimento e a morte, eleva-se ao infinito; sabe de onde vem e para onde vai; vê um objetivo para o seu trabalho, para os seus esforços, uma razão de ser para o bem; sabe que nada do que aqui adquire em saber e moralidade lhe é perdido, e que o seu progresso continua indefinidamente no além-túmulo; sabe que há sempre um futuro para si, sejam quais forem a insuficiência e a brevidade da presente existência, ao passo que a idéia materialista, circunscrevendo a vida à existência atual, dá-lhe como perspectiva o nada, que nem mesmo tem por compensação a duração, que ninguém pode aumentar à sua vontade, desde que podemos cair amanhã, em uma hora, e então o fruto de nossos labores, de nossas vigílias, dos conhecimentos adquiridos estarão para nós perdidos para sempre, muitas vezes sem termos tido tempo de os desfrutar.

Repito, demonstrando o Espiritismo, não por hipótese, mas por fatos, a existência do mundo invisível e o futuro que nos aguarda, muda completamente o curso das idéias; dá ao homem a força moral, a coragem e a resignação, porque não mais trabalha apenas pelo presente, mas pelo futuro; sabe que se não gozar hoje, gozará amanhã. Demonstrando a ação do elemento espiritual sobre o mundo material, alarga o domínio da ciência e, por isto mesmo, abre uma nova via ao progresso material. Então terá o homem uma base sólida para o estabelecimento da ordem moral na terra; compreenderá melhor a solidariedade que existe entre os seres deste mundo, desde que esta se perpetua indefinidamente; a fraternidade deixa de ser palavra vã; ele mata o egoísmo, em vez de ser morto por ele e, muito naturalmente, imbuído destas idéias, o homem a elas conformará as suas leis e suas instituições sociais.

O Espiritismo conduz inevitavelmente a essa reforma. Assim, pela força das coisas, realizar-se-á a revolução moral que deve transformar a humanidade e mudar a face do mundo; e isto muito simplesmente pelo conhecimento de uma nova lei da natureza, que dá um outro curso às idéias, uma significação a esta vida, um objetivo às aspirações do futuro, e faz encarar as coisas de outro ponto de vista.

Se os detratores do Espiritismo – falo dos que militam pelo progresso social, dos escritores que pregam a emancipação dos povos, a liberdade, a fraternidade e a reforma dos abusos – conhecessem as verdadeiras tendências do Espiritismo, seu alcance e seus inevitáveis resultados, em vez de o atacar, como o fazem, de lançar incessantemente obstáculos no seu caminho, nele vissem a mais poderosa alavanca para chegar à destruição dos abusos que combatem; em vez de lhe serem hostis, o aclamariam como um socorro providencial. Infelizmente, na sua maioria, crêem mais em si do que na Providência. Mas a alavanca age sem eles e apesar deles, e a força irresistível do Espiritismo sera tanto melhor constatada quanto mais tiver que combater. Um dia deles dirão – o que não sera para sua glória – o que eles próprios dizem dos que combateram o movimento da terra e dos que negaram a força do vapor. Todas as negações, todas as perseguições não impediram que estas leis naturais seguissem o seu curso, como todos os sarcasmos da incredulidade não impedirão a ação do elemento espiritual, que é, também, uma lei da natureza.

Considerado desta maneira, o Espiritismo perde o caráter de misticismo, que lhe censuram os detratores ou, pelo menos, os que não o conhecem. Não é mais a ciência do maravilhoso e do sobrenatural ressuscitada, é o domínio da natureza, enriquecido por uma lei nova e fecunda, uma prova a mais do poder e da sabedoria do Criador; são, enfim, os limites recuados do conhecimento humano.

Tal é, em resumo, senhores, o ponto de vista sob o qual se deve encarar o Espiritismo. Nesta circunstância, qual foi o meu papel? Não é nem o de inventor, nem o de criador. Vi, observei, estudei os fatos com cuidado e perseverança; coordenei-os e lhes deduzi as consequências: eis toda a parte que me cabe. Aquilo que fiz outro poderia ter feito em meu lugar. Em tudo isto fui apenas um instrumento dos pontos de vista da Providência, e dou graças a Deus e aos bons Espíritos por terem querido servir-se de mim. É uma tarefa que aceitei com alegria, e da qual me esforcei por me tornar digno, pedindo a Deus me desse as forças necessaries para a realizar segundo a sua santa vontade. A tarefa, entretando, é pesada, mais pesada do que podem supô-la; e se tem para mim algum mérito, é que tenho a consciência de não haver recuado ante nenhum obstáculo e nenhum sacrifício; será a obra da minha vida até meu último dia, pois ante um objetivo tão importante, todos os interesses materiais e pessoais se apagam, como pontos diante do infinito.

Termino esta curta exposição, senhores, dirigindo sinceras felicitações aos nossos irmãos da Bélgica, presentes ou ausentes, cujo zêlo, devotamento e preserverança contribuíram para a implantação do Espiritismo neste país. As sementes que foram plantadas nos grandes centros de população, como Bruxelas, Antuérpia, etc., tenho certeza, não terão sido lançadas em solo árido.

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Artigos

As Leis Humanas Frente à Lei Divina, Luiz Guilherme, Brasil

Dedico este modesto estudo a Yvonne do Amaral Pereira, pelas lições que deixou através dos seus 18 incomparáveis livros e exemplos de Fraternidade.

André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, FEB, 1999, p. 80, faz um esclarecimento interessante sobre o nascimento do Direito dos encarnados:

Em razão do apego aos rebentos da própria carne, institui a propriedade da faixa de solo em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afetividade, traça a si próprio determinadas regras de conduta, para que não imponha aos semelhantes ofensas e prejuízos que não deseja receber. Acontece, assim, o inesperado. O homem selvático que não pretende abandonar os apetites e prazeres da experiência animal, fabrica para si mesmo os freios que lhe controlarão a liberdade, a fim de que se lhe enobreça o caráter iniciante. Estabelecendo a posse tirânica em tudo o que julga seu, desiste de aproveitar o que pertence ao vizinho, sob pena de expor-se a penalidades cruéis. Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas.

Dessa época recuada até hoje quanto evoluiu o Direito, horizontalmente!...

Entretanto, muito mais evoluirá a partir do momento em que noções científicas (sinônimo: espirituais, pois a Ciência trará a certeza das realidades espirituais) mais avançadas chegarem ao conhecimento da maioria das pessoas.

O Direito, que começou singelo, foi-se aperfeiçoando, a ponto de entender-se conveniente setorizá-lo para melhor estudá-lo e aplicá-lo. A partir de certo estágio foi dividido em Direito Público e Direito Privado e esses dois ramos subdivididos em Direito Civil, Comercial, Penal, Administrativo etc.

Todavia, quando já se alcançou talvez o máximo da análise, com as especializações, pode-se agora partir para a síntese, as generalizações. Deve ser a fase que iremos viver, segundo imaginamos.

A horizontalidade jurídica não conseguiu trazer as soluções definitivas para as sociedades humanas, que se debatem com o egoísmo, o orgulho e a vaidade das criaturas, lutando para sobrepujarem umas às outras, revivendo a pessimista luta de classes de Karl Marx e as lutas individuais de vários tipos, apregoadas por outros filósofos horizontalistas.

Como ramo mais primitivo do Direito, pela sua própria característica, reconhecida sua insuficiência, o Direito Penal (que pretendia punir e ressocializar os indivíduos cuja conduta seja tida como assaz nociva para o meio social), lançados os questionamentos de Cesare Lombroso (do criminoso nato), de Marc Ancel (da Nova Defesa Social), de Anossow (da abolição do princípio da reserva legal) e outros, verifica-se que, cedo ou tarde, tende a restringir sua área de aplicação e, no que ficar ainda existindo, adequar-se-á mais à finalidade da socialização do indivíduo (não ressocialização, pois esse indivíduo ainda está sendo socializado) do que à da sua punição.

Para trazer luz sobre o cipoal dos estudos do Direito Penal, vale a pena citar a respeito o que André Luiz menciona em Missionários da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, 2000, p. 164: A justiça se cumpre sempre, mas, logo que se disponha o Espírito à precisa transformação no Senhor, atenua-se o rigorismo no processo redentor.

Falta ainda ao Direito Penal adentrar o espírito humano, a intimidade do infrator, para poder melhor socializá-lo, ao invés de simplesmente puni-lo.

Quanto aos Direitos Civil, Comercial e Trabalhista procuram regular as relações interpessoais, aplicando penalizações, regra geral pecuniárias, aos infratores das suas normas, mas não cogitam essencialmente da socialização dos indivíduos, apesar de reconhecer-se que os infratores dessas regras muitas vezes são mais danosos ao meio social, pela sua sutileza e refinamento.

As regras desses três ramos do Direito, abundantes e minuciosas, geram a falsa impressão de que tudo está sob controle na sociedade...

Como contribuição para o Direito Civil, especialmente no que diz respeito ao casamento e ao divórcio, citemos André Luiz (Evolução em Dois Mundos, pp. 180-181):
Quanto ao divórcio, segundo os nossos conhecimentos no Plano Espiritual, somos de parecer que não deva ser facilitado ou estimulado entre os homens, porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não, sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum. Mal saídos do regime poligâmico, os homens e as mulheres sofrem-lhe ainda as sugestões animalizantes e, por isso mesmo, nas primeiras dificuldades da tarefa a que foram chamados, costumam desertar dos postos de serviço em que a vida os situa, alegando imaginárias incompatibilidades e supostos embaraços, quase sempre simplesmente atribuíveis ao desregrado narcisismo de que são portadores. E com isso exercem viciosa tirania sobre o sistema psíquico do companheiro ou da companheira mutilados ou doentes, necessitados ou ignorantes, após explorar-lhes o mundo emotivo, quando não se internam pelas aventuras do homicídio ou do suicídio, espetaculares, com a fuga voluntária de obrigações preciosas. É imperioso, assim, que a sociedade humana estabeleça regulamentos severos a benefício dos nossos irmãos contumazes na infidelidade aos compromissos assumidos consigo próprio, a benefício deles, para que se não agreguem a maior desgoverno, e a benefício de si mesma, a fim de que não regresse à promiscuidade aviltante das tabas obscuras, em que o princípio e a dignidade da família ainda são plenamente desconhecidos. Entretanto, é imprescindível que o sentimento de humanidade interfira nos casos especiais, em que o divórcio é o mal menor que possa surgir entre os grandes males pendentes sobre a fronte do casal, sabendo-se, porém, que os devedores de hoje voltarão amanhã ao acerto das próprias contas.
Emmanuel, em O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, 1999, p. 46, comenta sobre a pretendida igualdade absoluta das pessoas:
A concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço.
Sob o manto da legalidade, estagna o ser humano no estágio de mero defensor dos seus direitos fixado na mentalidade dos seres humanos da época do nascimento do Direito de que fala André Luiz, apenas que utilizando-se da força da Justiça organizada e não da vingança privada, pois, na verdade, o Direito não transformou a essência do ser humano.

Exemplos do primarismo do Direito (por desconhecimento das realidades espirituais) são as legislações que admitem a pena de morte e a legalização do aborto. (A respeito do aborto leia-se "O Clamor da Vida, Reflexões contra o Aborto Intencional", de Marlene Nobre, FE, 2000)

Quanto ao Direito Administrativo, cuida das atividades do Estado e da responsabilidade dos administradores em gerir a coisa pública, necessitando ainda de muito aperfeiçoamento para bem atender à sua finalidade.

Nas nossas leituras espíritas não encontramos nenhuma informação explícita sobre a seleção de servidores, tema abordado pelo Direito Administrativo terreno. Não nos parece existir no mundo espiritual nenhum concurso público de ingresso e, muito menos, eleição. O que se presume é que os servidores menos graduados sejam admitidos pelos mais graduados até chegar-se ao topo da hierarquia, representada por Jesus-Cristo, o Sublime Governador da Terra. O critério de escolha parece ser o do merecimento para o exercício de cada função, representado pelos valores intelectuais e de espírito fraternal, mas sobretudo o segundo ítem.

A esse respeito Emmanuel (O Consolador, p. 52) diz:
A responsabilidade de um cargo público, pelas suas características morais, é sempre mais importante que a concedida por Deus sobre um patrimônio material. Daí a verdade que, na vida espiritual, o depositário do bem público responderá sempre pelas ordens expedidas pela sua autoridade, nas tarefas da Terra.
Nosso Direito Eleitoral, calcado todo ele na seleção de servidores através do voto, não encontra similar no mundo espiritual, pelo que deduzimos das obras que pudemos consultar.

Dessa maneira, pode-se ter no Direito humano as caraterísticas de minucioso, imperfeito, inseguro, com a multiplicação de leis e Códigos, muito distante da simplicidade, perfeição e segurança da Lei Divina.

Quanto à Lei Divina, vejamos o porquê da sua simplicidade, perfeição e segurança.

Quanto à sua simplicidade pode-se dizer o seguinte: apresentados por Moisés os Dez Mandamentos (Decálogo), que, na expressão feliz de André Luiz (Evolução em Dois Mundos, p. 155), brilham ainda hoje por alicerce de luz na edificação do direito, resumem-se em duas regras simples e objetivas: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Sobre a perfeição tem-se a dizer que, sendo obra de Deus, é perfeita.

Quanto à sua segurança, sabe-se que se aplica a todas as criaturas indistintamente e está inscrita exatamente na consciência de cada uma, conforme afirma a resposta nº 621 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Todos temos consciência de como devemos agir, para tanto sendo suficiente a consulta da própria consciência. A Lei de Deus não gera dúvida com seus dois artigos, que se aplicam às múltiplas situações da vida de cada um de nós.

Analisando esses dois artigos pergunta-se:

Por que amar a Deus? - Por reconhecermos sermos obra Sua e para agradecer-lhe tanto quanto somos gratos aos nossos pais carnais.

Por que amar o próximo como a nós mesmos? - Para fazermos evoluir a realidade humana já temporalmente muito distante daquele começo em que passamos a respeitar os outros sob pena de expor-se a penalidades cruéis (como diz André Luiz, acima).

Quanto a quem seja o próximo vale a pena uma observação.

 André Luiz, no mencionado Evolução em Dois Mundos, traz um dado importante para nos aproximar das demais criaturas de Deus:
Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde o vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos. (p. 53)
Sabemos que todos passamos pela carreira evolutiva, subindo-a degrau por degrau, desde os primeiros estágios nos reinos inferiores (até que ponto serão válidas essas classificações?) até chegarmos ao nível hominal. Como diz André Luiz, em um bilhão e meio de anos, mais ou menos, uma simples bactéria ou vírus evoluiu gradativamente até chegar às primeiras manifestações humanas.

Assim, vê-se que, além do bom relacionamento com os demais seres humanos, devemos nos empenhar pela Ecologia, essa grande Ciência da humanidade do futuro, pois entre os animais, vegetais e outros seres inferiores estão também os nossos próximos, que carecem da nossa proteção indefesos que são frente à nossa inteligência, se quisermos lhes fazer mal ou se os deixarmos entregues à sua própria sorte.

Não podemos deixar de dizer que a Themis (deusa pagã que tanto prezamos) é o menor dos três valores (Justiça, Amor e Verdade) segundo se depreende das palavras de Emmanuel (O Consolador, p. 162):
 Até agora, a humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos essenciais: Moisés trouxe a missão da Justiça; o Evangelho, a revelação insuperável do Amor, e o espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o fundamento de toda a sabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são do que os instrumentos divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade, conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos.
As Leis humanas devem ser confrontadas com o que pudermos conhecer da Lei Divina para serem mais justas e contribuam para o aperfeiçoamento e a felicidade dos seres humanos encarnados.

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História & Pesquisa


(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

A Presença da Mulher no Espiritismo, Milton B. Piedade, Brasil


 Esta acontecendo no Museu Espírita de São Paulo, sempre às quintas feiras as 20:30hs o Ciclo 2003 de Conferências Públicas que homenageia a mulher. O tema central é A PRESENÇA DA MULHER NO ESPIRITISMO. A última conferência que tivemos esteve a cargo da Prof. Therezinha de Oliveira, reconhecida escritora e palestrante espírita onde falou de biografias de mulheres médiuns e temas que veremos reproduzidos em trechos, abaixo. Como preparação para a palestra se apresentou a cantora espírita Priscila Beira. Estiveram representadas no encontro as seguintes entidades: USE - União das Sociedades Espíritas de São Paulo; FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo; ADELER - Assoc. de Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita; IPP - Instituto de Pesquisa Psicobiofísica; EEAK - Editora Espírita Allan Kardec; LIHPE - Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas; LFU - Lar da Família Universal.

A conferência teve início às 20:00horas onde a prof. Therezinha situou: "Então se nós buscarmos lá pelo passado, vamos encontrar sempre o homem exercendo sobre a mulher o domínio do fisicamente mais forte, restringindo a atividade da mulher ao interior do lar, impedindo-lhe o acesso à cultura e ao poder, ainda hoje não obstante dos progressos verificados, que vão inserindo a mulher melhor na atividade da vida social de hoje, nos continuamos a ainda a encarar o ser humano de modo diferente, quando ele se apresenta como homem e quando se apresenta como mulher, até há uma espécie de rivalidade entre os dois sexos e esta rivalidade em nada beneficia as relações e o desenvolvimento entre ambos."

Conhecendo a conferencista, sabemos que ela não defende aqui o feminismo equivocado. Depois de situar num contexto social, busca na Bíblia algumas referências: "A mulher tem alma? Indagavam os antigos, achando que não, porque na Bíblia, no velho testamento, livro dos gêneses, capítulo 2, versículo 7, está escrito que Deus ao criar o homem do pó da terra, lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente, mas depois ele fez a mulher de uma costela de adão e não soprou absolutamente o fôlego da vida nas narinas de Eva, então ela não teria alma ou quando muito seria de natureza inferior a do homem. Este tema foi até discutido num concilio no ano 585, não apenas discutiam se a mulher teria alma, mas também dizia que a natureza da mulher era má, era culpada de males, porque na bíblia também lemos que ela é que aceitou a sugestão da serpente e desviou adão da obediência a Deus."

O Espiritismo é rico em informações, como vemos a seguir: "O Espiritismo há 146 anos com a publicação do Livro dos Espíritos, já havia retomado o posicionamento de Jesus a respeito de homem e mulher, ambos filhos de Deus. Neste mesmo livro nós aprendemos que os espíritos não tem sexo na forma como entendemos na organização física, são os mesmos espíritos que animam o corpo dos homens ou das mulheres. Os espíritos encarnam como homem ou como mulher conforme seja necessária a experiência dessa encarnação para seu progresso, seu desenvolvimento. Diz ainda Allan kardec no livro A Gênese, que a reencarnação faz desaparecer os preconceitos entre os dois sexos." Gabriel Delane: "No livro o Fenômeno Espírita, ele nos fala, que lá na Grécia nos tempos antigos, a crença nas invocações era geral, todos os templos possuíam mulheres, encarregadas de invocando os deuses, proferir oráculos." Leon Denis: "Ergue de novo a mulher a inspirada fronte, vem associar-se intimamente a obra da harmonia social, ao movimento geral das idéias, o corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo, a essência da vida é o espírito, e neste ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos por igual, assim o moderno espiritualismo restabelece o mesmo critério dos celtas, nossos pais, firma a igualdade dos sexos sobre a identidade da natureza psíquica e o caráter imperecível do ser humano e a ambos assegura posição idêntica nas agremiações de estudos"

Vemos na história que a tarefa da mulher médium não é tão fácil como pode parecer a primeira vista. "Ela realmente vai se sacrificar. Tem que deixar muitas vezes o conforto do lar, e enfrentar hostilidades. Precisam e sentem que devem colaborar para comprovar a imortalidade de  todos nós, então a mulher vai a beneficio da ciência entrar nos laboratórios, se submeter aos maiores sacrifícios e humilhações a fim de serem experimentadas por pesquisadores idôneos e competentes. A mulher foi para os laboratórios, prestou-se a ser examinadas na sua mediunidade, por estes homens eminentes, cientistas experientes, era preciso que alguém se prestasse a este exame com coragem, com decisão.

Mas nem todas o fizeram, como a autora constata em Leon Denis: "Quantas jovens de organismos delicados, quantas senhoras que conhecemos, retraídas pelo temor a critica e as más línguas, afogam e perdem bonitas faculdades medianias por não emprega-las bem com uma boa direção, ao longo do tempo, muita mediunidade não pôde oferecer a humanidade os frutos admiráveis do intercambio."

E nos primórdios do Espiritismo, nossa palestrante encontrou biografias dignas de destaque. "Hydesville era um lugarejo no estado de Nova York e para ali havia se mudado no final de 1847 a família Fox, de religião metodista. Viviam o sr. Fox, esposa e duas filhas menores, adolescentes. Margaret e Katherine. Havia outra filha, Leah, mas estava casada, e morava na cidade de Rochester (...) a 28 de março, iniciou-se estranhos ruídos, batidas, pancadas bastante incomodativas que duraram. Em 31 de março de 1848, a família decidiu se recolher mais cedo, para ver se os ruído desapareciam, mas eles voltaram com mais intensidade. Então a menina perdeu o medo, e disse, "Sr. pé rachado (abro parênteses para esclarecer que esta era a expressão como designam a figura hipotética do demônio)  faça o mesmo que eu faço". Ela batia nos móveis e as pancadas do espírito se manifestavam, quer dizer que havia ali uma inteligência, correspondendo ao pedido da menina. Em breve a outra irmã, Margaret, entrou na brincadeira e estabeleceu-se uma forma de comunicação.

O acontecimento não poderia deixar de atrair a vizinhança toda. Continua nossa expositora: "Organizaram uma comissão para estudar o fenômeno e criaram um alfabeto. Descobriram que o fantasma que se comunicava era de um caixeiro viajante chamado Charles B. Rosma que foi morto para ser roubado(...) Os Espíritos que se comunicavam com as irmãs Fox, a partir dali, incentivavam-nas a fazer demonstrações públicas das manifestações, mas as jovens e a sua família não queriam, elas estavam vivendo aquele acontecimento, mas não queriam subir ao palco, mas parece que os espíritos queriam que elas fizessem demonstrações, porque em protesto eles não se manifestaram por várias semanas. Ai família e as jovens cederam a esta insistência dos invisíveis."

O acontecimento foi além das fronteiras da cidade, conforme relata a prof. Therezinha. "No ano 1850, em Rochester, que era uma cidade vizinha e maior, foi formada uma comissão especial para estudar os fenômenos, agora era composta por homens dignos, respeitados, autoridades locais, usaram de todo rigor, mas tiveram que concluir que não encontraram nenhum processo pelo qual aquelas jovens pudessem ter produzido as tais batidas. A partir daí ouve a expansão dos fenômenos, cada vez mais (...) Ainda não era o Espiritismo. Vamos ver como as comunicações evoluíram. Passaram de ruídos, batidas para letra do alfabeto, mesa tripé circulo com alfabeto sim e não, prancheta ou cesta com lápis acoplado. Neste caso já não seriam mais pancadas mas já escritas. Com esta prancheta o espírito conseguia movimentar o lápis e escrever.

Se os Espíritos escreviam, porque não começaram logo pela psicografia? Nossa conferencista responde. "Ninguém acreditaria que o médium estava escrevendo sob influência espiritual se o lápis logo no começo estivesse na mão o do médium. Foi preciso o fenômeno mais grosseiro (...) Também tivemos a psicofonia que nem precisava do lápis. Os espíritos podiam falar através dos médiuns. Atualmente temos TCI e TCM.  Precisamos lembrar que nesta época as irmãs não eram Espíritas. As pessoas não tinham nenhuma idéia do que aquele fenômeno significava, qual objetivo espiritual. Muito pelo contrário, diante das manifestações através das jovens, sabe o que pensaram? Em fazer render como espetáculo, em conseguir lucro, vantagem material. A ignorância ainda era universal, eles não haviam entendido o objetivo espiritual das manifestações. Também não havia como hoje, os instrutores que entendem do intercâmbio, que conhecem a mediunidade, e que podem orientar o médium. Então imagine, aquelas jovens irmãs Fox e outros médiuns que foram surgindo, todos eles sem nenhuma orientação, com a mediunidade se manifestando e elas não tendo quem as pudesse orientar."

Uma época onde precursores pagavam, em alguns casos, um preço alto demais. Nossa palestrante entra em detalhes reveladores. "Não havia ninguém para indicar um caminho mais elevado e mais seguro para as irmãs fox, e qual foi então o problema, sem orientação as irmãs Fox, ficaram expostas a sessões promíscuas. Muita gente, todo mundo falando, palpitando, exigindo, provocando, hoje em dia não realizaríamos as manifestações desta maneira, nós faríamos nosso recolhimento, buscaríamos amparo espiritual, pedíamos propósitos elevados e só depois entraríamos nas manifestações (...) Margaret e Katie eram as médiuns, mas também a irmã delas, Leah era médium de efeitos físicos. Katie e Margaret eram muito jovens, e por causa disso; pela sua inexperiência e pelo ambiente que se formou ao redor, elas começaram a sofrer situações vexatórias, a título de controle das condições de experimentação. Era difícil para a mulher, ser controlada, verificada. Examinavam sua roupa para ver se tinha algum apetrecho que pudesse produzir os ruídos."

A platéia atenta tentava compreender como seria a situação de crianças, sem esclarecimento, num ambiente deste. A prof. Therezinha deu prosseguimento. "Consta que que Katie e Margaret foram estimuladas ao consumo de álcool, porque elas trabalhavam no meio daquelas demonstrações e ficavam um tanto esgotadas. Para refazer-lhes as forças ofereciam-lhe bebida alcoólica como estimulante. Isso talvez teria estimulado o alcoolismo entre elas. Katie casou na Inglaterra, Margaret foi morar com ela, fugia assim um pouco as pressões e comentários que sofria. Na sua estada lá na Inglaterra, Margaret, recebeu depoimentos favoráveis até mesmo de William Crookes.

E como seria o relacionamento das irmãs nesta situação conturbada de época? Vamos à palestrante. "Leah a irmã mais velha tinha uma melhor percepção do que era aquele fenômeno. Ela considerava o aspecto religioso, e as irmãs estavam correndo ao alcoolismo. Leah recriminou violentamente as irmãs, e tomou a si a educação dos 2 filhos de Katie. Margaret ficou ao lado de Katie, e mais tarde quando voltou a nova York, quis se vingar de Leah e acusou a irmã injustamente. Fez pior. No palco da academia de música de Nova York, publicamente ela negou a realidade das manifestações, teria sido tudo uma grande farsa. Como Margareth pode fazer isso? Quando comissões de respeito tinham examinado, verificadas todas as possibilidades, tinham concluído que absolutamente as jovens não estavam fraudando, produzindo aqueles ruídos, mas ela fez, porque queria magoar a Leah. Em 20 de novembro de 1889, Margaret foi advertia por seu espírito guia, seu mentor e instrutor espiritual, então ela verificou o seu erro e chamou a imprensa e fez uma declaração retratando as falsas acusações reafirmando sua crença no
espiritismo."

Percebemos que os problemas vividos pela família Fox em nada maculam o processo de esclarecimento humano e de implantação da Doutrina dos Espíritos. Tivemos muitas mulheres médiuns já na época de Kardec onde destacamos Ermance Dufaux, a Senhora Schmiths e a Senhora Corbes. Nossa conferencista destaca outra médium importante para o Espiritismo. "Katie King dizia ser ou ter sido encarnação longínqua da filha do vulcaneiro John King, e ela trazia uma tarefa para executar num período de três anos. A 1ª materialização deste espírito ocorreu em 1872. Apesar de inicialmente precárias, com o tempo e os exercícios o espírito Katie conseguiu se mostrar melhor e permitir fotos. Willian Crookes se interessou pelos fenômenos e iniciou sua observação. Um dos maiores cientistas de sua época, Crookes era químico e físico inglês e tivera algum contato com os fenômenos mediúnicos psíquicos, desde de julho de 1869, e se propusera a examiná-los com rigor cientifico."

Veremos agora como foram algumas das experiências deste importante cientista. "Crookes realizou suas experiências de 1870 a 1874. Com rigor científico ele examinou o trabalho de vários médiuns e também de Florence Cook, só que ele surpreendeu a todos com o resultado das pesquisas. Seus relatórios eram detalhados e o resultado demonstrava que os fenômenos espíritas eram absolutamente reais. Mas os resultados desagradaram a seus colegas de época. E, quando não se pode combater a Verdade, se combate a pessoa. Começaram a desmerecer o trabalho de Crookes dizendo que ele estava senil. Outros foram mais longe e diziam que ele estava apaixonado pela médium. Vemos aqui uma apreciação de Gabriel Dellane no livro Fatos Espíritas, ele vai falar das precauções que foram tomadas, para nós percebermos que não era fascínio de William Crookes. Procedeu-se em relação a ela como se haveria feito com mais hábil dos prestidigitadores. Eles imobilizaram suas mãos por meios de cordas, cujo nós e laçadas são costurados e selados, com uma correia cingiram sua cintura e ela ainda ficou sujeita a precauções maiores, as extremidades daquela correia se fixaram no solo mediante uma argola de ferro. Outras vezes passavam uma corrente elétrica pelo corpo todo da jovem, de modo que um galvanômetro indicasse seus menores movimentos. Apesar de todos os cuidados, Katie King se mostrava completamente liberta, vestida com véus que não existiam antes.

O rigor científico nas pesquisas não satisfazia aos céticos de carteirinha. "Houve também uma dúvida se Florence e Katie seriam a mesma pessoa, pelo fato dela se parecerem muito. Pelas observações de Crookes quando a força mediúnica era insuficiente, quando o ectoplasma não permitia uma modelação perfeita, então eles se aproveitavam do perispírito da médium e revestiam tanto com ectoplasma que dispusessem. Mas na maioria das vezes o espírito conseguia materializar-se plenamente, passando a se movimentar, falar e agir com toda autonomia e independência, e era ai que Crookes fazia as suas melhores verificações. E ele o fez durante bastante tempo (...) Mas chegou o dia que era preciso se despedir e Katie deu instruções aos que ficavam como deveriam cuidar de Florence Cook, pois ela se preocupava com a sua médium. Ela confiava em Crookes e nos outros companheiros e depois que ela deu suas instruções ela entrou na cabine e despertou a médium, que dormia, porque geralmente é assim, o médium de efeitos físico quando fornece bastante ectoplasma ele adormece. Então Katie disse "acorda Florence, acorda, é preciso que eu te deixe agora". Elas tinham estado juntas mais ou menos 02 anos, e Florence tinha desenvolvido um sentimento de amizade por este
espírito.

Deve ter sido uma despedida triste, como descreve nossa conferencista. "Então em lágrimas ela pedia a Katie, que ficasse algum um tempo ainda. Minha cara, dizia o Espírito, não posso, a minha missão está cumprida, Deus te abençoe. Era a despedida mesmo. Katie King ainda falou um pouquinho com Florence Cook, procurando acalmá-la, mas Florence soluçava muito, achava a despedida triste. Foi preciso que ela fosse socorrida por Crookes e outras pessoas. Florence ainda iria continuar trabalhando como médium, viria a casar-se, tornando-se a sra. Elgie Corner.

Chegamos ao termo de nossos trabalhos. "Neste ciclo de conferências, outras companheiras irão falar das mulheres médiuns que enriqueceram e enriquecem o movimento espírita no Brasil e no exterior. Mas gostaria de comentar, como finalização, que encontramos a mulher espírita, não apenas trabalhando como médium no campo da mediunidade, mas também encontramos a mulher que dialoga com os espíritos, que dirigi reuniões mediúnicas, que instruem e prepara novos trabalhadores no campo da mediunidade, que escreve para esclarecer  e orientar a prática mediúnica. É o espiritismo, esta abençoada doutrina que nos permite isso, ela não apenas nos ilumina individualmente, nos consola e nos alenta, ela também enseja, que estejamos encarnados como homens ou como mulheres, nos somemos os nossos esforços e juntos continuemos a realizar o sublime intercâmbio espiritual. Gostaria de convidar a todos os companheiros, homens e mulheres para que trabalhemos juntos, trabalhemos com amor, apoiemo-nos, completemo-nos, ajudemo-nos incessantemente para que esta mediunidade, este canal de intercâmbio possa nos favorecer a todos, trazendo-nos o progresso intelecto-moral para toda a humanidade."

O ciclo de conferências públicas do ICESP terá prosseguimento todas as últimas quintas feiras do mês, sempre às 20:30hs, no bairro da Lapa. Tradicional encontro que acontece desde 1976 para discutir questões relativas ao nosso movimento, terá ainda as conferencistas Miltes Aparecida Soares, Nancy Puhlman, Neide Schneider e Heloisa Píres, entre outras.

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Sugestões para a Preservação da Memória do Espiritismo, Sinézio Griman, Brasil

PROJETO
Memorial dos Espíritos


TRABALHOS DESENVOLVIDOS


-  Gabinete Espírita de Leitura (gerenciado por software)
-  Oficina de Restauração ( para livros espíritas)
-  Projeto Biográfico (sumários biográficos)
-  Projeto Reler (digitalização de artigos diversos)
-  Banco de Imagens Espíritas
-  Banco de Imagens Gerais (relacionadas com o Espiritismo)
-  Livros de Ontem, Livros de Hoje (digitalização de livros que não serão mais publicados)
-  Memória das capas dos livros espíritas (se possível todas)
-  Exposições Fotográficas Espíritas

CONCLUSÃO

A memória do Espiritismo hoje, esta nas mãos de poucos e não num trabalho público, aberto para todas as pessoas.  A única vantagem é que assim este material fica em tese preservado, mas são poucos os que tem acesso a estas informações, por outro lado quando os companheiros desencarnam, a deterioração do acervo torna-se eminente, pois os familiares nem sempre tem os mesmos interesses. Os Centros Espíritas em geral não possuem mão de obra dedicada ou mesmo interessada na preservação destas documentações. Como mudar este quadro, como ter credibilidade perante as instituições espíritas? Com conseguir recursos?

Allan Kardec não tinha recursos, para a publicação da Revista Espírita, mas publicou.  Deolindo Amorim não sabia como publicar seus Cadernos Doutrinários, mas publicou.  Para nós a falta de recurso não deve ser um obstáculo intransponível, devemos  realizar nossas tarefas com os recursos que temos a nossa disposição e perseverarmos até o fim. Por isso, o  "Memorial dos Espíritos", (Gabinete de Leitura) foi montado em minha casa (alguns acham engraçado, eu apenas lamento), mas a idéia continua sendo montá-lo na cidade, para que todas as pessoas (todas) possam ter acesso ao acervo, que hoje ainda é pequeno, pouco mais de mil livros. A maioria adquiridos nos sebos do Rio de Janeiro, já que a participação das casas espíritas, (pelo menos aqui) lamentavelmente é nenhuma.

A oficina de restauração, tem moldes  e idéias próprias ou seja, restaurar os livros com as capas originais criadas com computação gráfica, já que dominamos a técnica. (photoshop, coreldraw e outros). A restauração nos moldes tradicionais ficaria muito mais caro. No Projeto RELER, temos digitalizados artigos  de excepcional valor doutrinário que entretanto hoje são desconhecidos do público  e artigos de caráter cientifico, atualizados para pesquisa. No Banco de Imagens temos hoje mais de 1.400 imagens de boa qualidade relacionadas diretamente com a Doutrina Espírita. As imagens que não são relacionadas diretamente com a Doutrina Espírita também são alvo de nossa atenção, pois muitos artigos dentro do Movimento Espíritas necessitam delas. Temos conseguido respostas rápidas as nossas solicitações nos EEUU e na Europa. No Brasil a coisa normalmente é difícil e demorada. Sabendo que muitos livros não mais serão reeditados, temos digitalizados alguma coisa, pois tememos que muita coisa irá se perder totalmente, algumas já se perderam. Não sou eu, não são vocês, somos todos nós que juntos podemos preservar a memória do espiritismo, desde o início até os dias de hoje.

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Questões e Comentários 


Teletransporte de Objetos, Ivan Camilo, Brasil


Caro colega.
 
Não sei se é prática comum enviar-te este tipo de email. Se não for, peço-lhe desculpas antecipadamente.
 
Iniciante no Espiritismo, participo de um grupo de estudos, e gostaria, se possível for, de sua conceituada opnião sobre uma questão que nos foi colocada por um membro do grupo:
 
 Relatou ele uma experiência pessoal ocorrida a alguns anos atrás, para que debatessemos o fato e buscassemos explicações na doutrina espírita.
 
 A EXPERIÊNCIA:

Certo dia, no início do inverno, ao procurar por uma camisa de flanela que já não usava desde o inverno anterior, deu-se conta de que a mesma havia sumido, e, apesar de estranhar o fato, deu o assunto como encerrado.

Alguns meses depois, precisou trocar o colchão de sua cama, que já estava com um certo desgaste natural, porém em prefeito estado de conservação (sem rasgos, remendos etc.).

O fato começa a ficar estranho já neste ponto, onde apesar de ele participar na época de uma instituição de auxílio à pessoas carentes, onde portanto poderia doar o referido colchão com facilidade, decidiu, sem um "porquê" definido, queimá-lo em seu quintal. Decidiu ainda, para evitar uma labareda muito intensa, dividi-lo em partes menores e queimá-las separadamente. E eis que surge, dentro do colchão, sob todas as várias camadas e entre as molas (portanto, não estava, com o colchão inteiro, sensível ao tato), a camisa que lhe havia desaparecido, com 7 nós (dois em cada manga, dois na parte inferior dianteira e um na traseira).

Frisa ele que apesar de ter procurado, não encontrou nenhum sinal de violação nas partes que compunham o colchão, e que não vislumbra nenhuma possibilidade de alguém ter tido acesso ao mesmo para executar tal trabalho.
 
A QUESTÃO:

Como a camisa foi parar dentro do colchão?
 
Isso gerou divergência de opniões mesmo entre os membros mais experientes do grupo, uns admitindo um "bloqueio de visão" para um suposto remendo no colchão, outros ventilando a possibilidade de Teletransporte de objetos etc.
 
Eu, como já havia dito anteriormente, iniciante, procurei na internet elucidar-me sobre o fato, e encontrei a explicação abaixo, tirada do livro dos médiuns:

 20ª (A Erasto) Pode um objeto ser trazido a um lugar inteiramente fechado? Numa palavra: pode o Espírito espiritualizar um objeto material, de maneira que se torne capaz de penetrar a matéria?

"É complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não penetráveis, os objetos que ele transporte; não pode quebrar a agregação da matéria, porque seria a destruição do objeto. Tornando este invisível, o Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar senão no momento oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se passam as coisas, com relação aos que compomos. Como nestes só introduzimos os elementos da matéria, como esses elementos são essencialmente penetráveis e, ainda, como nós mesmos penetramos e atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma facilidade com que os raios sol ares atravessam uma placa de vidro, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja hermeticamente fechado, mas isso somente neste caso. "

Haveria outra explicação? Qual sua opnião sobre o fato?
 
Antecipadamente agradeço a atenção dispensada.
 
Obrigado.
Ivan Camilo - Rio Claro - SP

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Painel

Palestra Espírita na Câmara Municipal de Matelândia/PR, Enrique Baldovino, Brasil

Prezados internautas:

 
No sábado 05 de julho, às 20h, será realizada nas dependências da Câmara Municipal (Av. Cristóvão Colombo, nº 777 - atrás da Prefeitura Municipal) da cidade de Matelândia/PR, uma palestra espírita com o tema:  Imortalidade da Alma, a ser proferida pela Sra. Terezinha Colle, diretora de divulgação doutrinária da FEP: Federação Espírita do Paraná.
 
Tetê Colle é uma das principais idealizadoras do Programa Momento Espírita, levado ao ar há anos - em todo o Brasil - por aproximadamente 170 rádios, fazendo ela parte da Equipe responsável pela elaboração dos textos que tanto comovem os ouvintes.
 
O evento é aberto a todos os interessados, e espera-se a presença do grande público dos municípios de Céu Azul, Matelândia, Sta. Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu. A entrada é franca e terá a disposição de todos um stand de Livros Espíritas e CD´s do Programa Momento Espírita.
 
Qualquer dúvida ou esclarecimento, tenha a gentileza de entrar em contato com o Dr. Júlio César de Andrade (juliocesar@certto.com.br), vice-presidente da Sociedade Espírita Amor e Perseverança de Medianeira - 13ª URE: União Regional Espírita, através do telefone (0**45) 264-7857. Também, o fone da Câmara Municipal de Matelândia é (0**45) 262-1421.
 
Agradecendo a atenção renovada dos companheiros, despedimo-nos fraternalmente,
   
Enrique Baldovino.
Deptº. de difusão doutrinária da 13ª URE

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

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