Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

http://www.geae.inf.br

Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 456 - 2003            27 de maio de 2003

 

Editorial

A Verdade, Pascal, Revista Espírita, maio 1865


Artigos

Entrevista com a Dra. Marlene Nobre

Enquanto Vivem na Escuridão, Rubens Santini, Brasil 


História & Pesquisa

A Espiritologia e a Teoria Espírita dos Fenômenos Psíquicos, Paulo Toledo Machado, Brasil
Memória Extra-Cerebral: Evidências a favor da Reencarnação, Carlos A.F. Guimarães, Brasil

Radiofusão Espírita no Ceará, Marcus V. Monteiro, Brasil


Questões e Comentários

Curas Espirituais pelo Espírito do Dr. Matheus, Roberta Fernandes, Brasil


Painel

Ouvindo a “Boa Nova” pela Internet, Carlos Iglesia, Brasil

25o Aniversário do CECA – Centro Espírita Caridade por Amor, CECA, Portugal

Divaldo Franco e Raul Teixeira de volta aos Estados Unidos, Bezerra de Menezes Spiritist Society, EUA



Editorial

   

A Verdade, Pascal

(Texto transcrito da Revista Espirita de Maio de 1865. In Dissertações Espíritas, EDICEL, tradução de Julio de Abreu Filho páginas 147 a 149. O texto faz parte de uma série de mensagens recebidas em Lyon em novembro de 1863. O nome do médium não foi publicado - Os Editores)

A verdade, meu amigo, é uma dessas abstrações para as quais tende o espírito humano incessantemente, sem jamais poder atingí-la. É preciso que êle tenda para ela, é uma das condições do progresso, mas sua natureza imperfeita e só por isso que é imperfeita, não poderia alcançá-la. Seguindo a direção que segue a verdade em sua marcha ascendente, o espírito humano está na via providencial, mas não lhe é dado ver o seu têrmo.

Compreender-me-ás melhor quando souberes que a verdade é, como o tempo, dividida em duas partes, pelo momento inapreciável que se chama o presente, a saber: o passado e o futuro. Assim, também há duas verdades: a verdade relativa e a verdade absoluta. A verdade relativa é o que é; a verdade absoluta é o que deveria ser. Ora, como o que deveria ser sôbre por graus até a perfeição absoluta, que é Deus, segue-se que, para os sêres criados e seguindo a rota ascencional do progresso, só há verdades relativas. Mas porque uma verdade relativa não é imutável, não é menos sagrada para o ser criado.

Vossas leis, vossos costumes, vossas instituições são essencialmente perfectíveis e, por isto mesmo imperfeitas; mas suas imperfeições não vos libertam do respeito que lhes deveis. Não é permitido adiantar-se ao seu tempo e fazer leis fora das leis sociais. A humanidade é um ser coletivo, que deve marchar, senão em seu conjunto, ao menos por grupos, para o progresso do futuro. Aquêle que se destaca da sociedade humana para avançar como criança perdida, para verdades novas, sofre sempre em vossa terra a pena devida à sua impaciência. Deixai aos iniciadores, inspirados pelo Espírito de Verdade, o cuidado de proclamar as leis do futuro, submentendo-se à do presente. Deixai a Deus, que mede vossos progressos pelos esforços que houverdes feito para vos tornardes melhores, o cuidado de escolher o momento que julga útil para uma nova transição, mas não vos subtraiais nunca a uma lei senão quando ela fôr derrogada.

Porque o Espiritismo foi revelado entre vós, não creiais num cataclismo das instituições sociais; até êsse dia êle terá realizado uma obra subterranea e inconsciente para aquêles que eram seus instrumentos. Hoje que êle aflora ao solo e chega à luz, a marcha do progresso, nem por isso, deve ser de uma lenta regularidade. Desconfiai dos Espíritos impacientes, que vos impelem para as vias perigosas do desconhecido. A eternidade que vos é prometida deve levar-vos a ter piedade das ambições tão efêmeras da vida. Sêde reservados até suspeitar, por vêzes, da voz dos Espíritos que se manifestam.

Lembrai-vos disto: O Espírito humano se move e se agita sob a influência de três causas, que são: a reflexão, a inspiração e a revelação. A reflexão é a riqueza de vossas lembranças, que agitais voluntàriamente. Nela o homem encontra o que lhe é rigorosamente útil para satisfazer as necessidades de uma posição estacionária. A inspiração é a influência dos Espíritos extra-terrenos, que se mistura mais ou menos às vossas próprias reflexões, para vos impelir ao progresso, é a ingerência do melhor na insuficiência da passagem; é uma fôrça nova, que se junta a uma fôrça adquirida, para vos levar mais longe que o presente, é a prova irrecusável de uma causa oculta que vos impele para a frente, sem a qual ficaríeis estacionários; porque é regra física e moral que o efeito não poderia ser maiaor que sua causa, e quando isto acontece, como no progresso social, é que uma causa ignorada, inapercebida, juntou-se à causa primeira do vosso impulso. A revelação é a mais elevada das fôrças que agitam o espírito humano, porque vem de Deus e só se manifesta por sua vontade expressa; ela é rara, por vêzes mesmo inapreciável, algumas vêzes evidente para o que a experimenta a ponto de sentir-se involuntàriamente tomado de santo respeito. Repito, ela é rara e ordinàriamente dada como uma recompensa à fé sincera, ao coração devotado. Mas não vades tomar como revelação tudo quanto vos pode ser dado como tal. O homem exibe a amizade dos grandes, os Espíritos exibem uma permissão especial de Deus, a qual muitas vêzes lhe falta. Algumas vêzes fazem promessas que Deus nao ratifica, porque só êle sabe o que é e o que não é preciso.

Eis, meu amigo, tudo quanto te posso dizer sôbre a verdade. Humilha-te ante o grande Ser, por quem tudo vive e se move na infinidade de mundos, que seu poder rege; pensa que se nêle se acha tôda a sabedoria, tôda a justiça e todo o poder, nêle também se acha tôda a verdade.

Pascal

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Artigos

Entrevista com a Dra. Marlene Nobre

Editora Responsável da Folha Espírita e Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil


(Conclusão do artigo iniciado no Boletim 455)

GEAE: Muitos dos nossos amigos do GEAE participam de pequenos grupos espíritas nos países em que residem e muitos gostariam de iniciar atividades editoriais para uma divulgação mais efetiva da doutrina. Com base na experiência de seu trabalho na Folha Espírita que orientação lhes daria?


Dra. Marlene: Creio que os responsáveis pela publicação  deveriam começar escolhendo o que tem maior interesse para as pessoas do país onde vive; se forem temas, por exemplo, da área científica, é preciso recolher o material com os que gostam e pesquisam o assunto, e assim por diante. Fazer pauta  é importante para dar ordenamento ao trabalho, procurando  privilegiar assuntos  atuais, tanto as notícias do nosso mundo, com o devido comentário do articulista, quanto as da comunidade espírita.  Sempre que possível dar ênfase a reportagens, mesmo curtas, porque elas são a base de um jornal, tanto quanto de uma revista.

Creio que é  interessante também manter uma sessão de divulgação de eventos e de resenhas curtas de  livros, para manter coeso o movimento e auxiliar quem está iniciando no conhecimento da Doutrina.

Não creio que seja muito acertado transcrever  pura e simplesmente uma mensagem mediúnica, nas páginas do jornal, a não ser que haja um motivo muito forte;  penso que ela ficaria melhor, se colocada solta, dentro dele, para ser distribuída junto, aproveitando-se o espaço que ela ocuparia  para dar maiores informações sobre o movimento. Não é que ela não seja importante, mas, do jornal, espera-se a notícia comentada. 



GEAE: A senhora poderia nos falar algo do histórico da “AME-S.PAULO” e da AME-Brasil?  Há AMEs fora do Brasil?

Dra. Marlene: A AME-S.Paulo foi fundada em 30 de março de 1968, por um grupo de médicos que se  reunia, aos sábados, às 7 h da manhã, durante anos, em casa do médium Spartaco Ghilardi, na capital paulista, para estudo da Doutrina, orações e passe matinal, antes de se dirigirem às tarefas médicas, nos seus respectivos locais de trabalho.

Através de Spartaco, os Espíritos Batuíra e Bezerra de Menezes começaram a alertar aos participantes, quanto às razões de estarem reunidos, ali, afirmando que não era por acaso, e que eles deveriam fundar uma Associação que congregasse os médicos espíritas paulistas. Eles puseram-se a campo e foi dessa forma que recebi, assim como outros colegas também, convite da Comissão Organizadora, encabeçada pelo Dr. Luiz Monteiro de Barros, um dos freqüentadores da casa de Spártaco, para participar das reuniões preliminares.
 
Compareci, com meu marido Freitas Nobre, que se tornou o consultor jurídico da Associação em formação. Depois de muitas reuniões, fizemos um Encontro maior, em janeiro de 1968, no Sanatório Antonio Luiz Sayão, em Araras, para discutirmos e estudarmos os Estatutos, preparando tudo para a fundação que se deu em 30 de março, no anfiteatro do Hospital São Lucas, de propriedade do Dr. Eurico Branco Ribeiro, nosso colega da AME.
 
Desde então, a AME- S.Paulo publicou Boletins, fez Simpósios, Jornadas, participou de campanhas memoráveis e procurou estudar em conjunto diversas obras. Atualmente, o presidente da AME-SP é o colega Sérgio Felipe de Oliveira, que realizará um Simpósio para tratar de Medicina e Espiritualidade, no dia 31 de maio, pela manhã, na sede do Instituto Oscar Freire, na USP, e , no mesmo dia, à tarde, na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM), à rua Domingos de Morais, na Vila Mariana.

A AME Brasil foi fundada em 17 de junho de 1995, durante o 3º Congresso Nacional, promovido pela Associação Médico-Espírita de São Paulo. A Diretoria desta Instituição, sob minha presidência, por inspiração de Bezerra de Menezes, sentiu-se impelida, desde 1990, a expandir o ideal médico-espírita, empenhando-se, na realização de eventos de âmbito nacional, iniciados em maio de 1991, com a finalidade de congregar colegas de vários Estados do país .

Em junho de 1999, durante o 2º Congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil foi fundada a AME-Internacional. Hoje, temos, no exterior, as AMEs: da Argentina, do Panamá e de Portugal.



GEAE: Devido a sua participação na criação e desenvolvimento das Associações Médico-Espíritas , gostaríamos de perguntar-lhe algo sobre os ideais que motivaram esta obra. Qual é o papel de uma Associação Médico-Espírita?

Dra. Marlene: Com o surgimento das AMEs, tornou-se necessária uma entidade que congregasse o movimento médico-espírita nacional, sendo esta, portanto, a missão básica da AME-Brasil. Além de congregar todas as AMEs, ela  tem por objetivo contribuir para o estudo e a pesquisa científica no âmbito da Medicina e do Espiritismo; promover a difusão do paradigma médico-espírita, através do ensino e dos meios de comunicação, de livros e outras publicações; contribuir para a implantação desse paradigma, tanto  nos cursos de formação médica, quanto em outros; incentivar o médico espírita no cumprimento de sua missão humanitária, apoiando as instituições beneficentes que visem a melhoria da saúde da coletividade, sobretudo, a dos mais carentes.

O papel da  AME  é levar a alma para a Medicina, em seu duplo sentido. Ao mesmo tempo que estuda, pesquisa e procura comprovar a existência do Espírito e sua imortalidade, ressalta o valor do calor humano, da solidariedade, no amparo ao paciente. Sua proposta, portanto, é a de mudança de paradigma, tendo em vista que saúde e doença são muito mais atributos da alma do que do corpo físico. Na visão espírita, portanto, a constituição do ser humano muda, inteiramente; ele é visto como um ser muito mais complexo, porque é o resultado da integração do Espírito aos seus envoltórios: os sutis e o físico.

É natural, portanto, que tenhamos alguns objetivos comuns às associações médicas tradicionais, mas que batalhemos por outros bem diferentes, tendo em vista que, para nós, os fenômenos espirituais são prioritários.



GEAE: É possível conciliar a prática médica com a prática espírita? Qual é a relação do Espiritismo com a ciência médica de nossos dias? Qual é a relação das AMEs com os Conselhos Regionais de Medicina?

Dra. Marlene: O médico espírita utiliza a prática médica que aprendeu na universidade, procurando, sempre que possível, atualizar-se na especialidade que exerce. A sua relação com a Medicina é de imenso amor, mas não se esquece de que o seu diploma pertence a Jesus, por isso, luta para ser médico não apenas na Terra , mas também no mundo espiritual,  desenvolvendo, em sua vida profissional e particular, maior calor humano, humanismo e solidariedade.

Procura, portanto, enfatizar a Espiritualidade do paciente, seja valorizando a religião que ele professa, seja ressaltando a fé que possui,  independentemente de rótulos e rituais.

As pessoas que desejam ser vistas como seres integrais: não apenas corpo, mas, sobretudo, Espírito, em geral, procuram profissionais que tenham essa visão.  E sabem que os médicos espíritas, além de terem esta convicção,  respeitam a individualidade do paciente e, naturalmente, sua convicção religiosa.

Se ele é simpatizante do Espiritismo e aceita a Terapêutica Complementar Espírita, o colega da AME poderá encaminhá-lo às Casas Espíritas, onde obterá esse tratamento, gratuitamente.

O que muda, portanto, na relação médico-paciente, é esta visão integral que estabelece maior empatia entre ambos,  por estar lastreada , no respeito mútuo e na solidariedade. O Espiritismo tem muito a oferecer à Medicina, tanto no campo das revelações científicas quanto no do auxílio à melhoria do ser humano.

Não sabemos qual a opinião dos colegas dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) a nosso respeito. Cremos, no entanto, que eles sabem que somos íntegros, éticos, e sobre nós nada pesa ou consta em nossas atividades profissionais.



GEAE: Para participar da AME é necessário ter diploma de médico? O que se espera de um associado?

Dra. Marlene: Nos cargos de  Diretoria das AMEs só temos médicos, mas muitas delas têm Departamentos, como os de Psicologia, Física e outros, que funcionam com seus Regimentos Internos, e integram-se, perfeitamente, ao trabalho, dentro do conceito holístico que abraçamos, fazendo parte  das equipes multidisciplinares, tão necessárias  aos nossos estudos, pesquisas e atividades em andamento.
 
As AMEs em geral têm sócios colaboradores que não são médicos e podem assistir às reuniões programadas para eles, como cursos, por exemplo, montados para lhes dar maiores informações sobre saúde e espiritualidade.

Espera-se que todos os associados cumpram o seu dever de colaborar para o êxito das tarefas e o engrandecimento espiritual da Associação.



GEAE: Nas cidades em que não existem AMEs é possível criar uma? O que é necessário para fazê-lo?

Dra. Marlene: É perfeitamente possível criar uma AME, quer seja municipal, regional ou estadual. Se os médicos interessados necessitarem de modelo de Estatuto, podemos enviar. Basta solicitar.



GEAE: Como os médicos espíritas vêem a medicina atual? Parece-nos que ela está cada vez mais se transformando em uma atividade  empresarial e perdendo seu cunho humanitário (em contraste com os antigos médicos de família ou as “Casas de Misericórdia”  de atendimento filantrópico? Nesta medicina há espaço para tratar-se do espírito eterno em complemento à matéria transitória?

Dra. Marlene: De fato, o paradigma antigo que tem por base o materialismo reducionista continua a fazer estragos na prática médica atual. Pertencemos, no entanto, a uma das “minorias criativas” que tenta levar um novo paradigma para a medicina, uma nova visão do ser humano, que privilegia a alma e sua melhor forma de expressão, a bondade.
 
Sabemos que não é tarefa fácil, porque vivemos em  um mundo em convulsão, mas temos certeza de que a renovação se fará, para tanto, temos mil anos pela frente, com muitos Espíritos elevados dispostos a retornar à Terra  para contribuir com suas ações renovadoras, em prol dessa Era Nova de Paz.

Hoje, estamos apenas aplanando os caminhos iniciais. Reconheço-me, assim, muito pequenina diante deles e do trabalho que vão realizar e só tenho a agradecer a Jesus pela imensa bondade de me dar serviço, mesmo sabendo das minhas imperfeições.
 
Tenho certeza absoluta de que o Bem triunfará sempre. O tempo não passa em vão...



GEAE: Encerrando a entrevista, gostaria de agradecer-lhe em nome de todos os amigos do GEAE e pedir-lhe algumas palavras endereçadas aos amigos que nos lêem através da Internet.

Dra. Marlene: Agradeço-lhes a paciência com que me acompanharam. Desejo-lhes muito êxito em suas abençoadas tarefas, através da Internet.  Continuem firmes a divulgar o Espiritismo por esta via tão importante, cujos recursos só tendem a ampliar-se, cada vez mais.
 
Parabéns pelo emprego útil do tempo! Muita Paz!

   
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Enquanto vivem na escuridão, Rubens Santini, Brasil

Orientações Práticas para Atividades de Desobsessão
 Conclusão da série de artigos iniciada no Boletim 449


VENCERÁS
Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra do próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não impressione a dificuldade.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realização sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menospreze o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Estuda buscando aprender.
Não te voltes contra ninguém.
Não dramatizes provocações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para que se te faça luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus, persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando. Serve sem apego.
E assim vencerás.

(Emmanuel – através de Chico Xavier)

BIBLIOGRAFIA
Fico muito feliz em poder estar contribuindo no excelente espaço de divulgação do Espiritismo, que é o GEAE.

Mais uma vez gostaria de esclarecer que, meu único mérito neste trabalho, foi a leitura e a digitação dos textos que me chamaram a atenção, e que muito contribuiu no meu trabalho de Desobsessão que desenvolvo no Grupo Espirita Casa do Caminho (São Paulo).

Devemos a nossa eterna gratidão aos autores e seus respectivos livros, utilizados nesta compilação, aos quais relaciono abaixo:
 
(1) "Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec
(2) "A Gênese" - Allan Kardec
(3) "Diálogo com as sombras" -  Hermínio C. Miranda
(4) "Sementeira da Fraternidade" - Manoel Philomeno de Miranda
(5) "Obsessão/Desobsessão" - Suely C. Shubert
(6) "Doutrinação" - Roque Jacintho
(7) "Desobsessão" - Roque Jacintho
(8) "Diretrizes de Segurança" - Divaldo P. Franco / Raul Teixeira
(9) "Desobsessão" - André Luiz através de Chico Xavier
(10) "A obsessão e seu tratamento espírita" - Celso Martins
(11) "Qualidade na prática mediúnica" - Projeto Manoel Philomeno Miranda (segunda parte - entrevista com Divaldo Franco)
 
 Desejo sucesso ao GEAE!
 Fique com a Paz do Cristo!
 
 Rubens Santini

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História & Pesquisa

(Seção em parceria com a "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" -  Comitê Editorial da LIHPE)

A Espiritologia e a Teoria Espírita dos Fenômenos Psíquicos, Paulo Toledo Machado, Brasil

Parte I

A Ciência do Espírito tem por objetivo a Investigação e o estudo do Fenômeno Espírita

O Espiritismo, revelando a existência do mundo dos Espíritos, e, conseqüentemente, a pré-existência e a sobrevivência do Ser; que a morte não existe ou que esta é, simplesmente, a destruição do corpo material; a possibilidade da intercomunicabilidade entre o mundo material e o mundo espiritual, isto é, a comunicabilidade entre os chamados vivos e os chamados mortos, dimensionou o campo do Conhecimento.

A Epistemologia Espírita traz novas luzes. À noção imprecisa, vaga, pouco clara, que herdamos acerca da vida futura, e que nos deixava não poucas dúvidas, com o Espiritismo desapareceu. A vida futura, para nós, espíritas, hoje é uma realidade.

Identificando o Espírito como as individualidades dos seres extra-corpóreos, o Espiritismo no mostra "a vida da alma, o ser essencial, porque é o ser pensante, remontando no passado a uma época desconhecida, estendendo-se indefinidamente pelo futuro, de tal sorte que a vida terrena, mesmo de um século, não passa de um ponto nesse longo percurso" (RE, ano 1862, EDICEL, p. 192) e demonstrou a existência do perispírito, envoltório semi-material e inseparável do Espírito, que dele se serve para transmissão do seu pensamento.

A Teoria Espírita dos Fenômenos Psíquicos se funda, pois, nos seguintes princípios: a existência do Espírito, sua preexistência e sobrevivência ao corpo físico, suas manifestações e a existência do perispírito.

E, sendo assim, é válido lembrarmos, porque, esta verdade, é conhecida de todos os espíritas - que não há, para o Espiritismo, fenômeno psíquico sem ALMA ou ESPÍRITO, melhor dizendo. E é, por essa razão, que fenômeno psíquico, no Espiritismo, é chamado FENÔMENO ESPÍRITA.

O FENÔMENO ESPÍRITA é abrangente, global, porque ele é resultante das manifestações do Espírito, encarnado ou desencarnado. O estudo cuidadoso da obra espírita, que codifica os ensinos dos Espíritos, compendiada por Allan Kardec, não nos deixa dúvidas.

O Fenômeno Espírita
 
O FENÔMENO ESPÍRITA, dissemos atrás, é abrangente, global e entendemos ser genérico. Ele abrange os fenômenos que se produzem com a intervenção dos Espíritos, encarnados ou desencarnados. No primeiro caso, temos os fenômenos espíritas anímicos ou da emancipação da alma e, no segundo caso, os fenômenos espíritas da mediunidade ou mediúnicos. Em ambos os casos o Espírito é sempre o agente ou a causa.

É uma posição espírita e não psiquista. De fato, o nosso querido e sempre lembrado João Teixeira de Paula, muito escolástico, considerando o Fenômeno Psíquico genérico, considera o Fenômeno Espírita espécie (Enciclopédia de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo, ed.Cultural Brasil Editora, Ltda., 1973, 3a. ed. V. 1, p. 117). Para ele o Fenômeno Psíquico abrange o Espírita ou Espirítico, assim como o Psicológico e o Anímico (ou Personismo).

Allan Kardec adicionou ao título da "La Revue Spirite”  o subtítulo “Journal d’Études Psychologiques et de Spiritualisme Experimental", porque o quadro que ela abrangeria compreenderia "tudo quanto se ligasse ao conhecimento da parte metafísica do homem, "pois estudar a natureza dos Espíritos é estudar o homem" (RE, ano 1858, EDICEL, p. 5).

A classificação que propomos poderá não ser pacífica nem entre os espíritas, em razão do cientificismo ou dogmatismo científico. Mas, se "a classificação dos fenômenos metapsíquicos depende, naturalmente, do ponto de vista em que nos colocamos, como nota "Flournoy" (Dr. Lobo VILELA, Revista de Metapsicologia, no. 4, ano 1951, p. 362) o nosso posicionamento, além de doutrinário, é espiriticamente didático.

Allan Kardec emprega sempre a denominação Fenômeno Espírita, defendendo e explicando a hipótese espírita.

Em "O Livro dos Médiuns", o insigne Mestre nos dá a explicação teórica dos Fenômenos Espíritas. Ele não se refere a Fenômeno Psíquico. Isto é, Kardec não emprega esta denominação. Para classificar o Fenômeno Espírita, Kardec o divide quanto aos seus efeitos. Assim, o Fenômeno Espírita, segundo Kardec, pode ser de efeitos físicos e de efeitos intelectuais. A denominação Fenômeno Espírita é genérica. Efeitos físicos e efeitos inteligentes são espécies (O Livro dos Médiuns, FEB, 1904, 5a. ed. p. 36).

O Fenômeno Espírita de Efeitos Físicos são todos aqueles decorrentes de efeitos sensíveis, como os ruídos, o movimento e o deslocamento de corpos sólidos (o movimento circular das mesas conhecidas sob o nome de "mesas girantes") e as pancadas.

O Fenômeno Espírita de Efeitos Inteligentes são todos aqueles que provam "qualquer ato livre e voluntário, exprimindo intenção, ou respondendo a um pensamento (ob. cit. p. 69). Mas, é importante observarmos, que Kardec estudou e aprofundou o seu trabalho com destaque para o Fenômeno Espírita da Mediunidade ou, se quiserem, o Fenômeno Espírita Mediúnico, que pode ser de efeitos físicos ou de, efeitos inteligentes, espontâneos ou provocados. O próprio título da obra O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns ou dos Evocadores, e o conteúdo dela relativamente ao "ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicar com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se encontram na prática do Espiritismo" (aqui cabe observar que Espiritismo é expressão usada em lugar de Mediunismo), situa o seu interesse, pelo menos o mais imediato.

Mas, não temos dúvidas, que o trabalho de Kardec e o interesse dos Espíritos Codificadores, necessariamente, tinha que ser voltado para o Fenômeno Espírita da Mediunidade. E, também, não foi outra a preocupação de tantos cientistas que pesquisaram o Fenômeno Espírita. O Dr. Schrenck-Notzing escreveu uma obra com o título "Les Phénomènes Pshysiques de Ia Médiumnité" , Edição Payot, Paris, 1925, com prefácio do Professor Charles Richet, que se soma a tantos outros trabalhos, tornando numerosa e rica a bibliografia espírita acerca dos Fenômenos Espíritas da Mediunidade.

Não obstante, não podemos deixar de considerar, segundo o próprio Codificador, que o Espiritismo compreendendo, além da parte Filosófica, relativa às manifestações inteligentes, compreende uma parte Experimental, e que ela é relativa às manifestações em geral. E esta parte Experimental, no que diz respeito aos Fenômenos Espíritas Anímicos ou da Emancipação da Alma, reclama dos espíritas estudiosos dos nossos dias um interesse maior objetivando uma metodologia de pesquisa e uma sistematização de estudo, com base na alma encarnada, para explicação dos fenômenos psicológicos. E, sobretudo, para que o Espiritismo reconquiste as áreas invadidas pela Metapsíquica, Metagnomia, Metapsicologia, Parapsicologia, Psicotrônica, Metapsicofísica, Biopsíquica, Parafísica, e outras, e, como ciência espiritologia, dê claridades à Psicologia, fazendo dela uma verdadeira Espiritologia.

 O Espírito
 
"L’ AME, l’être immaterial et individuel qui reside em nous et qui survit au corpg" (Le Livre des Esprits, par Allan Kardec, Paris, E. Dentu, Librairie, 1857, p. 2), traduzindo, "a alma é o ser imaterial e individual que reside em nós e que sobrevive ao corpo" e que nós, espíritas, denominamos Espírito.

Aliás, para ficar mais claro, devemos dizer que foram os próprios Espíritos que assim se declaram: "L’être mysterieux qui repondait ainsi, interrogué sur sa nature, declara qu’il était esprit ou génie, se donna um nom, et fournit divers renseignements surson compte"(ob. cit. p. 6) (O ser misterioso que respondia, interrogado sobre sua natureza, declarou que era Espírito ou Genio, deu seu nome e forneceu ainda diversas informações a seu respeito).

O ser misterioso foi interrogado acerca de sua natureza, porque era desconhecida a natureza da causa dos fenômenos, das manifestações, que, então, se produziam.

Assim, se identificou, para nós, espíritas, a causa e por que não dizermos o agente dos fenômenos psíquicos, e "comme ayant appartenu, pour quelques-uns du moins, aux hommes qui ont vécu sur Ia terre” (ob. cit. p. 9) (e se apresentam como havendo pertencido, alguns deles pelo menos, a homens que viveram anteriormente na Terra).

No entanto, como o propósito maior deste nosso trabalho é despertar o interesse dos estudiosos e pesquisadores espíritas com relação aos fenômenos espíritas anímicos ou de emancipação da alma, a questão da existência dos Espíritos se torna secundária, pois ela não constitui o ponto de partida.

"Sendo os Espíritos as almas dos homens, o verdadeiro ponto de partida, está na existência da alma". (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, FEB, 1904, 5a. ed. p. 22).

 A Alma
 
 "A Alma", para nós espíritas, e segundo os Espíritos Codificadores, "é um Espírito encarnado" (Resposta à questão 81, de "Le Livre des Esprits", parAllan Kardec, Paris, E. Dentu, Librairie, p. 53).

 Parece-nos que, hoje, não se discute a existência da Alma e que o estudo dos caracteres antagônicos de Alma e do corpo, resolve a questão da distinção entre um e outro.

 Mas, não é pacífica a idéia que filósofos e cientistas, desde tempos atrás até hoje, conceberam e concebem.

"Alma, para os espiritualistas, é uma substância imaterial, distinta do corpo e capaz de existir por si só; para os materialistas, é uma simples função do organismo, do qual faz parte integrante e sem o qual não pode subsistir" (Noções de Psicologia, de lago Pimentel, Melhoramentos, S. Paulo, 1953, p. 7).

Para os materialistas, a Alma é efeito; para os espiritualistas, a Alma é causa.

Wilhelm Wundt, filósofo, psicólogo e fisiologista alemão (1832-1920), não concorda com o conceito substancialista da Alma. Ele propõe um conceito atualista: "a Alma é a diversidade de acontecimentos enlaçados entre si" ("La Psicologia Contemporânea" , de J. Vicente Viqueira, Barcelona, Editorial Labor, S/A, 1937, 2a. ed., p. 34).

Para o fenomenismo a Alma é uma série de fenômenos, como sejam emoções, idéias, etc.

"O que se chama Alma", diz Littré (Maximiliano Paulo Emílio Littré, filólogo e filósofo francês, discípulo de Augusto Conte, 1801-1881) é, na realidade, o conjunto das funções do cérebro e da medula espinal. É o materialismo negando o substancialismo.

Como se vê, não é fácil, para os não espíritas, definirem ou conceituarem a Alma. É vasta a imaginação. A existência da Alma para eles é, necessariamente, uma admissão, sem a qual os fatos da vida psíquica se tornam inexplicáveis. Está aqui, é óbvio, uma outra razão para que o Espiritismo, desenvolvendo o seu estudo e a sua pesquisa, posicione o seu ponto de vista acerca dos fenômenos psicológicos, sejam os chamados orgânicos -extensos e quantitativos, ou psíquicos - inextensos e qualitativos. E esse posicionamento demonstrará que esses fenômenos, embora de naturezas aparentemente diversas e irredutíveis, provêm de uma mesma "substância": a Alma ou Espírito encarnado, considerado o corpo etéreo ou perispiritual de que se reveste.


O Fenômeno Psíquico
 
O emaranhado vocabularismo da fenomenologia psíquica e a complexidade da classificação de sua nomenclatura constituem um sério problema.

No campo das pesquisas psicológicas são enormes as divergências em torno das hipóteses formuladas. Nunca se formulou uma hipótese satisfatória.

Os estudantes do Hipnotismo estão, como sempre estiveram, desde os dias de Mesmer, divididos. A teoria das emanações fluídicas de Mesmer, por ele chamada de "magnetismo animal" é contraditada por uns e aceita por outros.

A teoria elétrica de Bove e Dods - pulmões positivos e sangue negativo - teve seus adeptos (A Lei dos Fenômenos Psíquicos, por Thonson Jay Hudson, traduzida por D. Santos, São Paulo, Livraria Liberdade, 1926, p. 5).

A explicação fisiológica de Braid, de certas classes de fenômenos, "satisfaz aqueles que acreditam que no homem não existe coisa alguma que não possa ser pesada na balança ou dissecada com o escalpelo".

A Escola de Salpetrière sustentou que o hipnotismo era uma moléstia do sistema nervoso, e que seus fenômenos era explicáveis pelos princípios fisiológicos.

A Escola de Nancy sustentou que a sugestão era o fator ultra potente na produção de todos os fenômenos hipnóticos.

Braid, a Escola de Salpetrière e a Escola de Nancy, contrariando antigos hipnotistas, negam a possibilidade de se produzirem "os altos fenômenos de hipnotismo, conhecidos como clarividência, transmissão de pensamento ou leitura mental' (ob. cit. p. 5).

No entanto, o Fenômeno Psíquico (do gr. phainómenon, aparição; e psykhikós, alma), considerando-o genérico, é qualquer manifestação de ordem psíquica, ou fenômenos da Psique ou da Alma.

Assim, simplificando diremos que a fenomenologia psíquica é dividida em FENÔMENOS NORMAIS e FENÔMENOS ANORMAIS. A primeira classe, que são habituais, entra nos quadros da Psicologia e muitas vezes nos da Psiquiatria. A segunda classe, de fenômenos inabituais, toma diversos nomes, como "o de Investigação Psíquica, Metapsíquica, Metapsicologia, Parapsíquica, Sexto Sentido, Percepção Extrasensorial, Metagnomia, Paranormal, ou Extra-normal e outros aplicáveis unicamente a determinados ramos, como Telepatia, Psicometria, Clarividência, Psicografia, etc." (Dicionário Esotérico, por Zaniah, Buenos Aires, Editorial Kier, 1962, p. 103).

(Continua no próximo Boletim)
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Memória Extra-Cerebral: Evidências a favor da Reencarnação, Carlos A.F. Guimarães, Brasil

Memória Extra-Cerebral.... É este o termo técnico usado por cientistas e parapsicólogos para as lembranças espontâneas de crianças que, geralmente a partir do começo da fala ao redor dos dois anos, parecem demonstrar recordações referentes a pessoas e fatos existentes ou ocorridas antes de seu nascimento (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRONDER, 2001). As crianças não dizem lembrar-se que vêem tais pessoas ou fatos, mas que são estas pessoas e que vivenciaram pessoalmente estes fatos.

A memória extra-cerebral traz o incômodo paradoxo de que as lembranças narradas (e, em vários casos, posteriormente confirmadas através de documentos, etc.) não foram registradas através da aparelhagem neuropsicomotora do sujeito que as detêm, mas, a principio, pelo "cérebro" e demais órgãos sensoriais de uma outra pessoa, impreterivelmente morta à época em que a criança espontaneamente narra suas lembranças, muitas vezes referentes a outras famílias e em outros locais que não estão em relação com a família da criança hoje (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRODER, 2001). Este fenômeno faz questionar se o modelo mecanicista da mente dominante na ciência não será limitado demais... Pois o fenômeno parece ter um substrato psíquico não necessariamente associado ao sistema nervoso da criança que recorda.

Hoje, a pesquisa da Memória Extra-Cerebral adentra os corredores das universidades. Entre estas, temos de destacar as pesquisas iniciadas pelo Dr. Ian Stevenson na Universidade de Virgínia, Estados Unidos, onde foi professor de Psiquiatria e Psicologia e, mas recentemente, chefe da Divisão de Estudos da Personalidade. A Psychical Research Foundation, da mesma universidade, possui uma revista própria, científica, dedicada a todos os aspectos metodológicos da pesquisa que sugiram a sobrevivência após a morte do corpo físico, incluindo todos os fenômenos parapsicológicos, além dos estudos de casos de Memória Extra-Cerebral. A revista chama-se THETA, não sem razão o nome dado aos prováveis agentes não-físicos causadores de vários dos fenômenos paranormais ligados à teoria da sobrevivência (Poltergeists, Memória Extra-Cerebral, Aparições, etc.). As pesquisas neste sentido realizadas por pesquisadores da Universidade de Virgínia ganhou o nome de "Projeto THETA".

Diversos fatores diferenciais são utilizados como métodos e técnicas de indícios de Reencarnação. Citemos:

1) Experiências de Regressão de Memória Artificialmente Provocadas quer seja através de hipnose ou de relaxamento profundo. Tem o incoveniente de que a sugestão da regressão possa provocar lembranças fictícias para atender a expectativa do hipnólogo, mas, ao mesmo tempo, pode atingir realmente instâncias profundas do inconsciente (PINCHERLE, 1990);

2) Regressão de Memória Espontânea. Caso raro em que certas pessoas entram em transe espontâneo e recordam de eventos prováveis de vidas passadas;


3) Memórias Espontâneas. Geralmente ocorrem em crianças e adolescentes que, em dado momento, começam a recordar nitidamente reminiscências ligadas a uma personalidade que elas dizem ser em outro tempo e lugar. Em algumas destas lembranças existem marcas de nascença que, de alguma forma, estão ligados a traumas físicos que elas dizem ter causado a morte na sua vida anterior.

Entre os primeiros investigadores europeus a realizar estudos sobre memórias espontâneas ligadas a marcas de nascença, está o Dr. Resart Bayer, psiquiatra e presidente da Sociedade Turca de Parapsicologia. Fala o Dr. Bayer que "Certos sinais ou marcas congênitas, muito evidentes, como cicatrizes, etc., que não têm explicações dentro das leis biológicas mas que obrigatoriamente têm de ter uma causa" geralmente associadas às lembranças espontâneas em sua quase totalidade ligadas a ferimentos e traumas que causaram a morte em outra vida, e obrigam a ciência a ocupar-se com seriedade destes fenômenos. O Dr. Stevenson publicou um livro, em dois volumes, com mais de mil páginas, com casos documentados de memórias espontâneas ligadas a marcas de nascença (STEVENSON, 1997). Estes casos são muito raros, mas o conjunto de casos levantados por Stevenson e colaboradores não podem ser negligenciados como as melhores evidências a favor da hipótese da Reencarnação.

Bibliografia

- Andrade, Hernani Guimarães. Reencarnação no Brasil. Matão, 1993, Casa Editora O Clarim.
- Shroder, Tom. Almas Antigas - A busca de evidências científicas da reencarnação. Rio de Janeiro, Sextante, 2001.
- Pincherle, Livio et al. Terapia de Vida Passada. São Paulo, Summus Editorial, 1990.
- Stevenson, Ian. Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. Charlotteville, University Press of Virginia, 1995.
______________ Reincarnation and Biology, vol. 1: Birthmarks; Vol. 2: Birth Defects and Other Anomalies.  Esport, Connecticut. Prager, 1997

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Radiofusão Espírita no Ceará, Marcus V. Monteiro, Brasil

Eduardo Carvalho Monteiro em seu artigo "Subsídios para a História da Radiodifusão Espírita", publicado no Anuário Espírita 2002 - IDE, afirma que a primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil deu-se a 7 de setembro de 1922. No entanto, considera-se que o Rádio brasileiro nasceu em 20 de abril de 1923 com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (PRA-A) por Edgard Roquete Pinto e Henrique Moritze, apesar dos pernambucanos reivindicarem essa primazia, vez que no Recife, desde 6 de abril de 1919, funcionava a Rádio Clube de Pernambuco, que atuava no ramo da radiotelegrafia.

E, cita os pioneiros da Radiodifusão Espírita no Rio de Janeiro e em São Paulo, com a ajuda de Abstal Lourei-ro, lembrando os nomes de Henrique Andrade, Leopoldo Machado, João Pinto de Souza, Mariano Rango D'Aragona, Carlos Imbassahy, Lins de Vasconcelos, General Araripe de Faria sem esquecer o excepcional pioneirismo do cearense João Torres (1873-1958) resgatando notícia publicada na Revista Internacional de Espiritismo de 15 de junho de 1934, muito tempo antes do dia 9 de março de 1938, quando João Pinto de Souza levou ao ar a sua primeira Hora Espiritualista pela Rádio Transmissora do Rio, a PRE-3, contando com colaboração de outros pioneiros: Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Deolindo Amorim e Jaime Rolemberg de Lima.  Foi a semente que deu origem em 1º de junho de 1939, ao programa espírita de maior repercussão de sua geração, a Hora Espiritualista Radiofônica, que depois recebeu o nome de seu apresentador João Pinto de Sousa.

Dez anos depois do nascimento do rádio no Brasil, no Ceará, em 1933, João Demétrio Dummar (1903-1954) realizou o sonho de instalar a primeira emissora do Estado, a Ceará Rádio Clube. A data oficial é 30 de maio de 1934, quando foi reconhecida pelo governo Getúlio Vargas. Mas a primeira rádio de Fortaleza começou a funcionar alguns meses antes. No dia 20 de setembro de 1933, João Dummar realizou o sonho que acalentava desde já alguns anos e instalou a Ceará Rádio Clube, mais conhecida como PRE-9. Em 1941 começou a operar em ondas curtas. Foi a terceira a ter seu sinal chegando no restante do País e até no exterior - as outras eram a Rádio Clube de Pernambuco e a Rádio Nacional.

Manoel Monteiro (1911-1982) foi em Fortaleza o pioneiro do Espiritismo pelo Rádio, quando em 1956, manteve no ar, por quase três anos, na então emissora dos Diários e Rádios Associados de prefixo PRE-9 - Ceará Rádio Clube - a mesma fundada por João Dummar - o programa espírita ROTEIRO, com 30 minutos de apresentação semanal em horário nobre (das 19h30min às 20h). Serviu de base às comemorações do centenário de "O Livro dos Espíritos", em Fortaleza, no ano de 1957.

O programa era escrito por Manoel Monteiro e seu filho autor destas linhas - adaptando textos da bibliografia espírita para a linguagem do rádio e notícias do movimento espírita em geral - apresentado ao vivo, nos estúdios da rádio pelos locutores da própria emissora, dentre os quais lembramos as vozes de João Ramos, Aderson Braz e Augusto Borges.

ROTEIRO utilizava como característica, o fundo musical da abertura do Concerto Nº 1 do compositor russo Piotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893) e o locutor dizendo o texto que anunciava o programa: "Roteiro. O Evangelho pelo Rádio. Programa dos Espíritos para os espíritas cristãos, que leva ao seu lar a mensagem sublime do Meigo Nazareno". O Centro de Documentação Espírita do Ceará - CDEC tem em seu acervo uma gravação original desta abertura, feita em disco de acetato de alumínio com 78rpm, tal como era utilizado na época, pela emissora. É uma das peças históricas do futuro Museu Espírita do Ceará.

O programa era mantido por contribuições de um grupo de espíritas, dentre os quais recordamos: Gen. Celso Freitas, Maj. Leite de Araújo, Mário Ciarlini, Manoel Anselmo da Silva, Manoel Monteiro, Aníbal Justa, Olívio Silva, Humberto Cruz, Isaías Ponte, Mário Rocha, Juracy de Carvalho Lima, José Peixoto, José Feliciano da Silva e muitos outros.

Aqui fica o registro dos pioneiros na Radiodifusão Espírita no Ceará.

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Questões e Comentários 


Curas Espirituais pelo Espírito do Dr. Matheus, Roberta Fernandes, Brasil

Olá,

Passando pela Internet vi nessa página: http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae159.txt uma pergunta sobre o Dr. Matheus, um espírito que trabalha na área de Duque de Caxias, RJ. As curas realizadas pelo intermédio deste espírito são verídicas, lembrando sempre que não basta querer ajudar quem não deixa e não quer ser ajudado. Se por um lado os espíritos vêm nos ajudar devemos ter a fé. Digo que 90% tem que ser a nossa fé.

O Dr. Matheus é completamente diferente do Dr. Fritz uma vez que não realiza aquelas cirurgias com nenhum objeto cortante ou nenhum material que seja visto pelos nossos olhos. E acima de tudo não faz o mesmo espetáculo ás vistas dos sofredores que o buscam. É completamente mediúnico o processo.

Em falando do tratamento dado por ele, é lógico que sendo um espírito evoluído jamais permitiria que um paciente abnegasse a medicina terrena e ficasse somente com a espiritual, visto que devemos cuidar do corpo material e espiritual.

Desde já agradeço. Abraços fraternos,
Roberta Fernandes

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Painel

Ouvindo a “Boa Nova” pela Internet, Carlos Iglesia, Brasil

A Radio Boa Nova, emissora da Fundação André Luiz,  é uma das mais conceituadas divulgadoras da mensagem espírita pela radiodifusão. Sua excelente programação, enriquecida pela presença de conferencistas e destacados representantes do movimento espírita, vem sendo transmitida em AM desde 1963 para a região de Guarulhos (cidade do Estado de São Paulo no Brasil), São Paulo e municípios próximos. De alguns anos para cá, passou também a ser recebida no restante do país pelo "Sistema de Parabólicas Abertas", e, mais recentemente, tem marcado sua presença na Internet.

Através do site http://www.radioboanova.com.br/ é possivel acompanhar a programação ao vivo (on-line) da rádio e ouvir os programas gravados (off-line).  Por exemplo,  estão disponíveis as gravações do programa "Clube do Ouvinte" - programa matinal onde são estudadas questões do Livro dos Espíritos com a participação dos ouvintes e tocadas as musicas solicitadas por eles - desde fevereiro de 2002. E o mesmo ocorre com os outros programas da rádio.

O nível da programação é sempre muito bom,  sendo dificil recomendar um programa em especial, assim nossa sugestão é que se visite o site e se procure conhecer toda a programação da Boa Nova.

Muita Paz,
Carlos Iglesia

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25o Aniversário do CECA – Centro Espírita Caridade por Amor, CECA, Portugal

O CECA - Centro Espírita Caridade por Amor, convida os companheiros de ideal espírita, seus familiares, amigos, imprensa e público em geral a participarem no seu 25º ANIVERSÁRIO.

O Centro Espírita Caridade por Amor, fundado a 12 de Junho de 1978, situada na baixa portuense, à Rua da Picaria, nº 59, 1º Frente, 4050-478, Porto, Portugal, com página na Internet http://www.ceca.web.pt, comemora o seu vigésimo quinto aniversário durante o mês de Junho.

Quatro anos após a queda da ditadura de Salazar e com a Liberdade restaurada (já que Salazar e a Pide perseguiram os espíritas), a 1 de Abril de 1978 são eleitos seus primeiros Corpos Sociais. A 12 de Junho do mesmo ano, no 5º Cartório Notarial do Porto é feita a escritura de sua constituição, oficializando-se como associação sócio-cultural de divulgação espírita, sem fins lucrativos, perante o Estado Português.

Hoje, com uma equipa jovem e dinâmica, livre-pensadora, progressista e racional, tendo por bússola Allan Kardec e a ciência oficial, continua mais do que nunca, empenhado na difusão da Cultura Espírita, levando-a para dentro e fora de suas portas.

No próximo mês de Junho, todas as sextas-feiras, à partir das 21H00, a título comemorativo da efeméride, o CECA levará acabo vários eventos tendo como Tema Principal "A Importância do Espiritismo na Sociedade Portuguesa". A entrada, como de habitual, é livre e totalmente gratuita:

P R O G R A M A

- 6 de Junho (sexta-feira) às 21h00 - Conferência com o Tema; "História do Movimento Espírita em Portugal e o CECA: Do séc. XIX à actualidade"

Expositores: Mário Duarte, Luís de Almeida, Abel Duarte

A abertura oficial do evento estará a cargo de Luís de Almeida, presidente do Conselho Directivo do CECA, engº e físico de profissão, que nos levará a uma viagem ao passado, desde os finais do sec. XIX, passando pela Monarquia, inicio da República, o período fascista de Salazar e a queda do Estado Novo.

Seguir-se-á, Mário Duarte, funcionário público aposentado, um dos fundadores ainda vivos, que nos relatará "o quê, quem, quando, onde como e porquê" da fundação do CECA após a Liberdade restaurada a 25 de Abril de 1974.

Abel Duarte, empresário e vice-presidente do Conselho Directivo do CECA, concluirá com as actuais actividades, apoios, intercâmbios e acessoria que a associação proporciona à comunidade portuguesa e mundial tais como a instituições estatais e privadas, Faculdades, Universidades, Bibliotecas e Imprensa. 

- 13 de Junho (sexta-feira) às 21h00 - Workshop com o Tema: "O que é ser Espírita?"

Expositores: Jáni Martins, Miguel Silva, Noémia Margarido e Ulisses Lopes

Os jovens dirigentes e membros do Conselho Directivo do CECA, a educadora de infância Jáni Martins, e Miguel Silva estudante universitário, em conjunto com Noémia Margarido empresária e dirigente da Associação Sócio-Cultural Espírita de Braga, e Ulisses Lopes director comercial e presidente do Conselho Directivo da ADEP - Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal - levarão ao público a temática de forma interactiva.

-  20 de Junho (sexta-feira) às 21h00 - Workshop com o Tema: "O Papel do Centro Espírita na Comunidade"

Expositores: Cátia Martins, Lígia Almeida, António Moreira e Jorge Gomes 

As jovens dirigentes e membros do Conselho Directivo do CECA, a psicóloga Cátia Martins, e Lígia Almeida médica cardiologista e investigadora cardiogeriatra, em conjunto com António Moreira director comercial e presidente do Conselho Directivo da Comunhão Espírita Cristã de Rio Tinto, Gondomar, e o jornalista Jorge Gomes vice-presidente da ADEP, levarão ao auditório também a temática de forma a interagir com o público.

-  27 de Junho (sexta-feira) às 21h00 - Workshop com o Tema: "Porque sou Espírita"

Expositores: Depoimento de todos os colaboradores do CECA   

Caberá a honra do encerramento do evento, a todos os colaboradores do CECA. Cada um com as mais variadas idades, mentalidades e profissões, irá explicar ao público, em formato de "Painel", "Porque sou espírita", transmitindo suas experiências, ansiedades, vivências e opções de vida.     

Mais informações em; Web: www.ceca.web.pt
Email: ceca@sapo.pt - Telefone: (+351)  91 972 06 60       

Pel'O Conselho Directivo do CECA 
Rua da Picaria, 59, 1º Frente - 4050-478  Porto, Portugal

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Divaldo Franco e Raul Teixeira de Volta aos Estados Unidos, Bezerra de Menezes Spiritist Society, EUA

(A informação sobre o evento nos foi enviada pelo GRUPO ESPÍRITA BEZERRA DE MENEZES - Rockville, MD, EUA - http://www.geocities.com/grupoespirita2002)

Venha celebrar conosco! 

Por ocasião da comemoração dos 50 anos do Templo Espírita São José, Divaldo Franco e Raul Teixeira proferirão conferência e seminário imperdíveis!
Datas:  
- 11 de julho (sexta-feira), das 19 às 22 horas (conferência)
- 13 de julho (domingo), das 11 às 20 horas (seminário)

Local:  
- Palácio Europa - 278 New York Avenue, Newark, New Jersey

Maiores informações:
- Templo Espírita São José - tel. 908-686-5985;
- Grupo Espírita Amor e Luz - tel. 973-465-0123;
- Centro Espírita Allan Kardec - tel. 973-522-0122.

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

Inscrição ou cancelamento de inscrição - inscricao-pt@geae.inf.br
Informações Gerais - http://www.geae.inf.br/pt/faq
Conselho Editorial - editor@geae.inf.br
Coleção dos Boletins em Português - http://www.geae.inf.br/pt/boletins
Coleção do "The Spiritist Messenger" - http://www.geae.inf.br/en/boletins
Coleção do "Mensajero Espírita" - http://www.geae.inf.br/el/boletins