Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Ano 11 - Número 452 - 2003 25 de março de 2003
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Artigos |
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História & Pesquisa |
Apresentação da "Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas" |
Questões e Comentários |
Divaldo Pereira Franco aborda as questões das Guerras e da Violência |
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Painel |
Editorial |
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão
chamados filhos de Deus
(S. MATEUS, cap. V, v. 9.)
A dor é uma bênção
que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando
sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo,
vos marcou para a glória no céu.
Sede pacientes. A paciência também
é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada
pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada
aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém,
muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a
de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos
do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei.
Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de
alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres
que nos são impostos, nas consolações e compensações
que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são
as bênçãos muito mais numerosas do que as dores.
O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando
se curva para a terra a fronte.
Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso
modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha
de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso
passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede
cristãos. Essa palavra resume tudo.
Um Espírito amigo.
Havre, 1862
A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus
pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes
companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente
as confundam com a negação do sentimento e da vontade.
A obediência é o consentimento da razão; a resignação
é o consentimento do coração, forças ativas
ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta
insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado,
do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser
obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que
a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a
sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção.
Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos
do sacrifico e da renúncia carnal.
Cada época é marcada, assim,
com o cunho da virtude ou do vício que a tem de salvar ou perder.
A virtude da vossa geração é a atividade intelectual;
seu vicio é a indiferença moral. Digo, apenas, atividade,
porque o gênio se eleva de repente e descobre, por si só,
horizontes que a multidão somente mais tarde verá, enquanto
que a atividade é a reunião dos esforços de todos
para atingir um fim menos brilhante, mas que prova a elevação
intelectual de uma época. Submetei-vos à impulsão
que vimos dar aos vossos espíritos; obedecei à grande lei
do progresso, que é a palavra da vossa geração.
Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento!
Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha,
lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde,
por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência
orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida. Bem-aventurados,
no entanto, os que são brandos, pois prestarão dócil
ouvido aos ensinos.
Lázaro
Paris, 1863
Nos velhos tempos se ensinava na escola que
a "Historia magistra vitae est", ditado latino que afirma que
a história é a mestra da vida, pois através dela
aprendemos a conhecer os homens e as sociedades. Nos livros de história
estão registrados as grandezas e misérias pelas quais passaram
nossos antepassados e que são as raizes do mundo atual. Dizia-se
também que quem não conhece história está
condenado a repeti-la, isto porque, ao deixar de estudar os erros e acertos
registrados em seus anais, somos levados a repetir os comportamentos
passados. A natureza humana, apesar de todos os progressos, não
difere muito através dos séculos.
Com a Doutrina Espírita, a história
ganha nova dinâmica, pois ao descerrar as realidades do mundo
espiritual, do progresso do espírito, da reencarnação
e da lei de causa e efeito, o Espiritismo mostra que em seus registros
estão gravados os passos de todos nós. Dos primeiros primatas
as primeiras civilizações da antiguidade, destas aos primeiros
registros escritos e continuando até as transformações
da idade comtemporânea, sempre uma grande comunidade de espíritos,
revezando-se sobre a Terra, e aprendendo a balbuciar o alfabeto da caridade
e da sabedoria. A História registra assim a sequência de
causas e efeitos dos atos praticados coletivamente pelos espíritos
em sua jornada evolutiva. Seja de grandes almas, que por sua extraordinária
evolução mudaram os rumos das sociedades - como Moisés,
Buda, Jesus ou mais recentemente o Mahatama Gandhi - seja da imensa maioria
de seres que formam os povos e as nações.
Uma nova filosofia da história, mais vasta
e mais racional, se revela ao livrar-se o historiador dos limites impostos
pelas doutrinas materialistas. A lei do progresso nos leva sempre para
a frente - é o único determinismo da Criação
- e sucedem-se assim as culturas e as civilizações. Ora
progredindo intelectualmente, ora moralmente. Guiadas pela lei de causa
e efeito, que determina que as coletividades colham os frutos de sua própria
ação, sucedem-se os dramas humanos da guerra e da paz,
da riqueza e da miséria, dos grandes idealismos e das desilusões
profundas. Nesta espiral crescente, em que a cada ciclo evolutivo se
atingem patamares maiores de progresso espiritual, estamos todos nós
e permaneceremos até não necessitarmos mais das encarnações
neste mundo.
Revelando gradativamente - desde os eventos de Hydesville
em 1848 até os esforços da presente geração
de espíritas - estas novas realidades, a própria Doutrina
Espírita tem uma rica sequência de fatos a guardar. Todo
um trabalho de estabelecimento e ampliação de uma nova visão
de mundo, que precisa ser registrado para as gerações futuras
e melhor compreendido pela geração atual. O estudo destes
registros trará ao espírita o exemplo edificante dos companheiros
que o precederam e lhe permitirá entender melhor quais os ideais
que os moveram, quais seus objetivos e quais os resultados de suas ações.
O estudo da história do Espiritismo é portanto o estudo
de sua aplicação prática e consequentemente um caminho
para a melhor compreensão da sua Doutrina.
Ao espírita se exige que viva a Doutrina
em que acredita e a história do Espiritismo, mostrando-lhe como
outros a viveram, é mais um guia para seu progresso. Não
se trata de guardar nomes e fatos em busca da notoriedade passageira, nem
de satisfazer vaidades, mas sim de registrar o que foi feito antes, para
que possamos continuá-lo e aperfeiçoá-lo.
No intuito de incentivar estes caminhos - de preservar
a história do Espiritismo e de aplicar a filosofia Espírita
aos estudos históricos - é que lançamos nesta edição
uma seção conjunta com a "Liga de Historiadores e
Pesquisadores Espíritas". A seção "História
& Pesquisa" será publicada em cada edição do Boletim,
a partir desta, com artigos selecionados por um comitê editorial da LIHPE.
Acreditamos que esta seção é apenas o início
e que, se Deus quiser, chegaremos no futuro a ter uma edição
especializada, mas, por hora, isto é outra história
!
Assim, tendo apresentado aos amigos a nova seção,
só nos falta elevar o pensamento ao Criador e aos Bons Espíritos,
solicitando-lhes o auxilio nesta nova tarefa que se inicia !
Muita Paz a todos,
Os Editores
Comitê
Editorial da LIHPE
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VI - Deixem a Entidade Espiritual falar
(12)Ӄ
preciso deixá-los falar, pois, do contrário, não
poderemos ajudá-los. É necessário conhecer a sua
história, suas motivações e sua razões.
(...) Não esperemos, jamais, uma expressão inicial sensata
e equilibrada, amorosa e tranqüila, da parte daqueles que se acham
desarmonizados. Se assim fosse, não precisariam de nós:
já teriam encontrado seus próprios caminhos. Esperemos, isto
sim, uma eloqüente manifestação de revolta, rancor,
desespero, aflição, desencanto, ou perplexidade, segundo
a natureza dos problemas que os abrasam. (...) O longo trato com eles,
nos ensina que têm o hábito de “pensar alto”. Isto se deve
a um mecanismo psicológico irresistível, do qual muitas
vezes eles nem tomam conhecimento, e no qual, mesmo os mais hábeis
e ardilosos deixam-se envolver. É que o médium lhes capta
o pensamento, e não a palavra falada. Se o médium se limitasse
a transmitir-lhes a palavra, mesmo assim, eles acabariam por revelar as
suas verdadeiras posições, embora pudessem sonegar a verdade
por maior espaço de tempo, mas é do próprio dispositivo
mediúnico converter em palavras e gestos, aquilo que o Espírito
elabora na sua mente. Eles não conseguirão por muito tempo,
ocultar as verdadeiras causas da sua dor e a razão da sua presença,
pois é isso, precisamente, que os traz a nós. (...) Insistimos,
pois em afirmar que o médium traduz em palavras o que ele sente
no Espírito manifestante: suas emoções, seu temperamento,
seus problemas, suas desarmonias, ao mesmo tempo em que lhe reproduz
os gestos, e a voz alteia-se ou sussurra, reflete ódio ou desprezo,
ironia ou amargor, perplexidade ou aflição. Se assim não
fosse, teríamos que falar com cada Espírito na sua própria
língua, ou seja, na língua que ele falou por último,
na sua mais recente encarnação, e todo médium precisaria
ser xenoglóssico.”
“O diálogo com os nossos irmãos desarvorados é um exercício de tolerância e paciência. E acrescentamos: muito amor.”
“(...) Pouco a pouco, o diálogo vai
se desenvolvendo, a partir de uma espécie de monólogo,
pois, no princípio, como vimos, é necessário deixar
o Espírito falar, para que informe sobre si mesmo, o que acaba acontecendo.
Muitos o fazem logo de início, dizendo prontamente a que vieram
e o que pretendem. Mesmo a estes, porém, é preciso deixar
falar, a fim de nos aproximarmos do âmago de seus problemas. Outros
são bem mais artificiosos. Usam da ironia, fogem às perguntas,
respondendo-nos com outras perguntas ou com sutis evasivas, que nada dizem.
(...)
Deixemo-lo falar, mas não tudo quanto
queira, senão ficará andando em círculo, à
volta de sua idéia central. Neste caso, continuará a repetir
incessantemente a mesma cantilena trágica: a vingança,
o ódio, a impossibilidade do perdão, o desejo de fazer a
vítima arrastar-se no chão, como um louco varrido, e coisas
semelhantes. O doutrinador precisa ter bastante habilidade para mudar o
rumo de seu pensamento. Terá que fazê-lo, não obstante,
com muita sutileza, arriscando, aqui e ali, uma pergunta mais pessoal, falando-lhe
de uma passagem evangélica que se aplique particularmente ao seu
caso. (...) No entanto, é preciso ajudá-lo a quebrar o terrível
círculo vicioso em que se debate. Veja bem: ajudá-lo a quebrar,
não quebrar, arrancá-lo à força. Ele tem que
sair com seu próprio esforço. Por outro lado, a fixação
é, às vezes, tão pronunciada e tão absorvente,
que o Espírito não tem condições sequer de
ouvir o doutrinador, ou pelo menos, não reage de maneira inteligível
ao que este lhe diz. Isto não significa que o doutrinador deve calar-se;
continue a falar-lhe, que as palavras irão insensivelmente se depositando
nele, e mesmo que ele pareça não ouvir – e isso ocorre mesmo
em certos casos – seu próprio Espírito sente as vibrações
fraternas que sustentam as palavras. Se é que o doutrinador realmente
sente o que fala, ou melhor ainda, fala o que de fato sente.
Aguarde-se, pois, o momento de ajudá-lo
a sair um pouco de si mesmo. Tem que haver na sua memória outras
lembranças, outros sentimentos e até mesmo outras angústias,
além daquela que constitui o núcleo da sua problemática.
Coloque, de vez em quando, uma pergunta diferente, procurando atraí-lo
para outras áreas da sua memória. Como por exemplo: teve
filhos? Que fazia para viver? Crê em Deus? Onde viveu? Quando
aconteceu o drama? Tem notícias de amigos e parentes daquela época?
É claro, porém, que essas perguntas
não devem ser desfechadas numa espécie de bombardeio
ou de interrogatório. Ninguém gosta de submeter-se a devassas
íntimas. Com freqüência, os manifestantes reagem perguntando
se estão sendo forçados a processos inquisitoriais. Ou,
simplesmente, se recusam a responder. Ou dão respostas evasivas.
Ou ... respondem.”
VII - Indução Hipnótica
Nos trabalhos de desobsessão, é
comum a presença de Irmãos Espirituais que trazem os
sintomas de doenças que foram do seu corpo físico, ou
das dores de um acidente que originou o seu desencarne, ou algo parecido.
Não adianta o doutrinador querer colocar postulados do Espiritismo,
falar mil palavras bonitas dos ensinamentos de Jesus, que não é
isto o que esses Irmãos estão necessitando neste momento.
Eles, literalmente, precisam de um “médico”.
Muitas vezes, dependendo do estado em que
se encontram, eles não conseguem visualizar os Mentores Espirituais,
nem escutá-los, por mais que estes reduzam o seu teor vibratório.
Daí, a necessidade dos trabalhos mediúnicos, com os encarnados!
O doutrinador tem que fazer o papel do médico
à Entidade doente. Nada de explanações doutrinárias.
O doente deseja um remédio que alivie as suas dores. Devemos usar
a indução hipnótica, ou seja, o poder da
sugestão. Muitas vezes, quando estamos induzindo a Entidade
a tomar, por exemplo, um analgésico para eliminar a sua dor de cabeça,
com certeza o Plano Maior estará fazendo algo parecido!
Vamos citar alguns exemplos práticos,
para esclarecer o que estamos tentando descrever:
- “Agora, os médicos estão passando uma pomada verde, de ervas medicinais, para aliviar estas dores do tórax. Sinta que os pulmões estão aquecidos, e a corrente sangüíneas flui normalmente nesta região. Estamos vendo os enfermeiros colocarem uma sonda no seu braço esquerdo, onde um líquido amarelo irá percorrer pelo seu corpo, aliviando todas as dores, eliminando as infecções. Você irá sentir o seu corpo relaxado, e uma leve sonolência irá tomando conta de você. Procure relaxar, porque neste exato momento você estará sendo encaminhado para uma ambulância e dentro em breve estará no hospital. Durma um pouco. E que Jesus o proteja e alivie as suas dores. Vá em Paz!”
Como vocês podem ver, o desencarnado precisa sentir que está recebendo o socorro. Temos que dar-lhe a tranqüilidade de que os médicos estão ali ao seu lado dando-lhe o medicamento para as suas dores.
- “Neste momento, está na sua frente, um médico cirurgião que irá reconstituir a sua mão. Ele está aplicando uma injeção nos seus braços, para que a corrente sangüínea possa fluir até as extremidades. Vá sentindo que um calor nos braços. Ele está reconstituindo dedo a dedo. Primeiro o polegar, agora o indicador, o dedo médio, o anular e o minguinho. Preste atenção, a sua mão direita está inteira! Agora, vamos reconstruir a sua mão esquerda. Olhe, todos os dedos vão surgindo, a mão está pronta. Tente mexer bem devagar, feche e abra lentamente as duas mãos. Viu como tudo é possível com a ajuda dos mensageiros de Jesus. E é a Ele que devemos agradecer, ao nosso Mestre Maior! Você ainda se lembra de como se reza? Então vamos fazer uma prece para agradecer a Jesus e ao Nosso Pai Celestial por esta benção recebida...”
VIII - Você já morreu!
Na doutrinação, raramente
devemos conscientizar a Entidade sofredora sobre o seu atual estado
no Plano Espiritual. Muitas vezes, os Mentores levam muito tempo, fazendo
antes um trabalho preparatório, para falar sobre o seu desencarne.
Preparamos, sobre este tema, dois textos:
“Morte”, do livro “Doutrinação” (Roque Jacintho) e selecionamos
uma, de inúmeras perguntas/repostas do livro “Diretrizes de Segurança”
(Divaldo Franco e Raul Teixeira). E após estes textos, para
ilustrar esse tópico, separamos 2 exemplos de doutrinação:
uma esclarecendo com sucesso sobre o desencarne e um outro caso, onde
o doutrinador foi infeliz e inoportuno ao abordar este assunto ao nosso
Irmão desencarnado.
“Morte”(13)
“Organizando o socorro a Espíritos que desconhecem o seu estado no plano a que foram arremessados pelo fenômeno da morte, por vezes o doutrinador considera que acordá-lo de súbito para a realidade seja um benefício inestimável. Costumam informá-los, abruptamente, que já estão mortos. Doutra feita, convidam-nos a regredir ao túmulo e examinar seu corpo em putrefação orgânica. Utilizam-se de vários métodos de regressão de memória, exumando-lhes os cadáveres para expô-los aos seus olhos atônicos. O resultado destas atitudes bem intencionadas é, amiúde, a loucura que se instala nos infelizes que desconheciam a sua própria morte! Falar da morte, a quem a ignora, não é procedimento normal no trato com os infelizes. (...) À vista, pois, de nosso socorro mediúnico ser fraterno, evitemos ferir diretamente a questão da morte com os Espíritos que não sabem que já morreram. Ofereçamo-lhes orientação, conduzindo os entendimentos dentro do âmbito de suas necessidades pessoais e, a pouco e pouco, eles mesmos irão descobrindo o fenômeno pelo qual passaram. (...) Evitemos provocar choques. (...)”
Uma palavra de Divaldo Franco sobre o anúncio da desencarnação ao comunicante
No atendimento a Espíritos
sofredores, o doutrinador deve, antes de mais nada, fazer o comunicante
conhecer a sua condição espiritual?(14)
Divaldo Franco: “Há que perguntar-se, quem de
nós está em condições de receber uma notícia,
a mais importante da vida, como é a da morte, com a serenidade
que seria de se esperar? Não podemos ter a presunção
de fazer o que a Divindade tem paciência em realizar. Essa questão
de esclarecer o Espírito no primeiro encontro é um ato
de invigilância e, às vezes, de leviandade, porque é
muito fácil dizer a alguém em perturbação
Você já morreu! É muito difícil escutar-se
esta frase e recebê-la serenamente. Dizer a alguém que deixou
a família na Terra e foi colhido numa circunstância trágica,
que aquilo é a morte, necessita de habilidade e carinho, preparando
o ouvinte, a fim de evitar-lhe choques, ulcerações da alma.
Considerando-se que a terapêutica moderna, principalmente no capítulo
das psicoterapias, objetiva sempre libertar o homem de quaisquer traumas
e não lhe criar novos, por que, na Vida Espiritual se deverá
usar uma metodologia diferente? A nossa tarefa não é a de
dizer verdades, mas, a de consolar, porque, dizer simplesmente que o comunicante
já desencarnou, os Guias também poderiam fazê-lo. Deve-se
entrar em contato com a Entidade, participar da sua dor, consolá-la,
e, na oportunidade que se faça lógica e própria, esclarecer-lhe
que já ocorreu o fenômeno da morte, mas, somente quando o Espírito
possa receber a notícia com a necessária serenidade, a fim
de que disso retire o proveito indispensável a sua paz. Do contrário,
será perturbá-lo, prejudicá-lo gravemente, criando
embaraços para os Mentores Espirituais”.
Casos Práticos de Doutrinação sobre a temática da morte à Entidade comunicante
Fico imaginando o trabalho que os Mentores tiveram para posteriormente acalmar aqueles jovens!
Dotrinador (D): Será que daria para você colocar as suas mãos na ponta da sua orelha? O que sente?
Entidade (E): Nossa! Brinco? Eu não uso brinco!
(D): Coloque agora as suas mãos na região do tórax...
(E): Seios? Mas eu sou homem, não tenho seios. O que está acontecendo?
(D): Então deu para sentir que este corpo não é o seu, certo?
(E): Mas, como eu posso falar através de um outro corpo?
(D): Pense um pouco. Reflita sobre esta situação!
(E): Você está insinuando que eu morri?
(D): Isto é para lhe mostrar que a morte não existe. Você não está falando através de uma outra pessoa?
(E): Mas, como isto é possível? Nossa que loucura? Bem que estava desconfiado...
E o esclarecimento prosseguiu satisfatoriamente, onde logo após a Entidade foi encaminhada aos Mentores e seguiu para continuidade dos trabalhos no Plano Espiritual.
"Embalde os companheiros encarnados procurariam o médico André Luiz nos catálogos da convenção. Por vezes o anonimato é filho legítimo do entendimento e do amor. André precisou, igualmente, cerrar a cortina sobre si mesmo." - Emmanuel (Prefácio do livro "Nosso Lar", FEB)
1. Introdução
A revista "Isto É"
de 18 de setembro de 1991 publicou uma reportagem especial sobre Chico
Xavier onde, na página 34, traz o presente tema da seguinte forma:
"pelo sim, pelo não, quando o espírito Carlos Chagas apareceu
pela primeira vez para ele, pediu para ser chamado de André Luiz,
para evitar novos problemas com os herdeiros."
Temos visto bons expositores
da doutrina abordarem o tema afirmando ser o sanitarista Oswaldo Cruz
o instrutor desencarnado, e outras, Carlos Chagas. Nada temos contra
a comparação biográfica visando identificação
de personalidades, como as faz o nosso prezado Hermínio Miranda
em alguns de seus trabalhos como: "Hannemann, O Apóstolo da Medicina
Espiritual", "Eu sou Camille Desmoulins" e "As Marcas do Cristo". Acreditamos,
entretanto, que a afirmativa gratuita, feita de oitiva e supostamente
atribuída a um médium ou a um espírito, depõe
contra a seriedade que devemos ter para com o conteúdo do Espiritismo.
Fizemos, então,
uma pesquisa rápida, consultando algumas enciclopédias
e artigos biográficos que tratassem de dados pessoais dos dois
cientistas. Pesquisamos também os livros "Nosso Lar" e "No Mundo
Maior", de onde retiramos alguns dados da encarnação pregressa
de André Luiz. Obtivemos, então, as seguintes informações
que passamos a analisar.
2. "Causa Mortis"
A "causa-mortis" de André
Luiz é descrita pelo médico espiritual Henrique de Luna.
Ele teria desencarnado no hospital, após "duas cirurgias graves
devido a oclusão intestinal" que, por sua vez, derivava de "elementos
cancerosos". Luna cita ainda sífilis, o comprometimento de rins
e fígado e do aparelho gástrico. (Nosso Lar, p.32, 33, 41).
A biografia de Cruz fala
em "crises renais complicadas por problemas respiratórios" e
as de Chagas citam "ataque cardíaco" e "morreu de infarto sobre
a mesa de escritório, trabalhando".
3. Genitor
Do pai de André
Luiz, sabemos que ficou "12 anos numa zona de trevas compactas do umbral"
e que era comerciante. André dá-lhe o nome Laerte em seus
escritos. (Nosso Lar, p.91 e 190 a 194). Como a narrativa se dá
no ano de 1939, se o dado se referir a todo o período post-mortem
do genitor de André Luiz, inferimos como ano possível da desencarnação
o ano de 1927.
O pai de Cruz chamava-se
Bento, era médico e desencarnara em 1892, ou seja, 35 anos antes
da data estimada para Laerte.
O pai de Chagas chamava-se
José Justiniano, era fazendeiro e plantador de café e
desencarnou em 1901 ou 1902, ou seja, cerca de 25 anos antes da data
estimada por nós para Laerte.
4. Irmãos
A mãe de André
Luiz fala em três irmãs do autor espiritual. Duas que ela
chamou de Clara e Priscila e que estavam presas à região
do umbral, e uma outra, chamada de Luísa, que havia desencarnado
quando André Luiz era pequenino e auxiliava a mãe em suas
atividades. É possível que ele tivesse mais irmãos,
não citados naquela oportunidade. (Nosso Lar, p. 92)
Oswaldo Cruz era primogênito
e possuía mais cinco irmãs. Chagas possuía cinco
irmãos, Maria Rita (que era meia-irmã, filha do primeiro
casamento do pai), Carlos, José (que desencarnou com menos de
quatro anos de idade), Marieta e Serafim.
5. Filhos
Ao revisitar sua casa,
André Luiz encontra a filha mais velha casada (primogênita)
e uma outra filha mais jovem conversando sobre "seu único filho
varão" que estaria " por aí, fazendo loucuras" (Nosso
Lar, p. 272 e 273). Ao se referir à sua família o instrutor
fala em "uma esposa e três filhos". (Nosso Lar, p.275)
Cruz teve seis filhos.
Um deles, Bento, seguiu-lhe a carreira e chegou a trabalhar com ele.
Chagas teve dois filhos
legítimos, Evandro e Carlos, que lhe seguiram a carreira e diplomaram-se
antes da sua desencarnação. (Evandro em 1926 e Carlos em
1931).
6. Vocação para Medicina
André Luiz atribui
sua carreira ao avô, que lhe deixara uma quantia significativa
para fazer o curso. "Em muitas ocasiões manifestei o desejo que
ele se consagrasse à medicina". (No Mundo Maior, p. 234).
O biógrafo de Cruz
atribui o interesse pela medicina ao pai de Oswaldo, Bento. O biógrafo
de Chagas (que é o próprio filho, Carlos) atribui a vocação
à influência do tio de seu pai, Calito, que formou-se
em medicina na corte e organizou uma casa de saúde em Oliveira
- MG.
7. Época da Desencarnação
André Luiz não
nos dá uma data para a sua desencarnação, mas
é possível inferi-la com precisão de cerca de um
ano, a partir dos seguintes trechos de seus escritos:
André Luiz permanece
"mais de oito anos consecutivos" nas esferas inferiores, após
sua desencarnação. (Nosso Lar, p. 47)
Em recuperação,
na colônia, cita um episódio ocorrido em agosto de 1939
(Nosso Lar, p. 132) e ele não havia ficado ainda por um ano na colônia
espiritual (Nosso Lar, p.253). Temos então como época possível
de sua desencarnação o ano de 1930 (1939 - 8 - 1), com uma
faixa de erro de dois anos, ou seja, entre 1929 e 1931.
Oswaldo Cruz desencarnou
em 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos. Carlos Chagas desencarnou um
8 de novembro de 1934, aos 55 anos.
8. Algumas Conclusões
Apesar de termos feito
inferências que alguns leitores podem não considerar como
exatas (o período da desencarnação do pai de André
Luiz e do próprio André Luiz), os dados biográficos
são muito discrepantes. Será possível que o autor
espiritual tivesse alterado fatos de sua vida como o número,
sexo e destino dos filhos, profissão paterna, seu período
de permanência nas regiões inferiores, sexo dos irmãos
e doenças que levaram à desencarnação, para
preservar oculta sua identidade? Teria o autor espiritual tecido tantos
comentários sobre ficções? Consideramos pouco provável.
Cabe-nos adotar a posição
rigorosa do codificador do Espiritismo, rejeitando nove verdades para
não aceitar uma mentira.
9. Referências Bibliográficas
ANDRÉ LUIZ. Nosso Lar.(23ª ed.) Rio de Janeiro:
FEB, 1981.Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Primeira
edição em 1944.
____________ No Mundo Maior. (9ª ed.) Rio de Janeiro:
FEB, 1981. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Primeira
edição em 1947.
CHAGAS FILHO, Carlos. Cenas da vida de Carlos Chagas. Ciência
e Cultura. São Paulo, SBPC, v. 31, suplemento.
Enciclopédia Internacional do Mirador.
VERÍSSIMO, Suzana. Carlos Chagas: história sem
fim. Superinteressante. São Paulo, Abril Cultural, mai
1991.
ZANCHETTI, Maria Inês. Oswaldo Cruz: tudo pela saúde.
Superinteressante. São Paulo, Abril Cultural, mar 1991.
(Publicado no Boletim AECX Notícias de Outubro de 1996)
História & Pesquisa |
Frederico Figner (1866-1947) foi um homem de biografia bastante incomum. De espírito empreendedor, venceu galhardamente a escorregadiça e perigosa prova da riqueza.Conservava a candura do crente, a fé que transporta montanhas, sem cair no fanatismo religioso. Instruído em letras e línguas jamais se desviou da postura humilde. Cultivava as mais altas relações sociais paralelamente ao convívio amoroso com infelizes e sofredores.
Justas homenagens já foram feitas à este espírito empreendedor responsável por diversas novidades de sua época, como ter trazido ao Brasil o fonógrafo, o gramofone e o disco. Assim como ter criado a primeira gravadora de música nacional, a Odeon. A ação industrial de Fred, como era carinhosamente chamado, no tempo em que não existia rádio, tem o valor de nobre apostolado patriótico. Teve a preocupação idealista de distribuir por todo o país nosso patrimônio artístico, genuinamente brasileiro.
De origem judaica nascido na Republica hoje chamada Eslováquia, num lar humilde, deixou sua casa aos 13 anos de idade em busca de seus ideais. Esteve em diversos países até que em 1.892 estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde entre outras coisas, fundou a famosa Casa Edison e ajudou a divulgar a máquina de escrever em todo o Brasil. Por seus atos recebeu inúmeras homenagens após seu desencarne, entre elas foi considerado pelo jornal "A Noite Ilustrada" como "o mais brasileiro de todos os estrangeiros, o cidadão dos mil amigos, o protetor dos necessitados, filantropo dos mais legítimos e dedicados".
Foi apresentado ao Espiritismo por volta de 1.903 por Pedro Sayão, pai da cantora lírica Bidú Sayão. Descrente inicialmente, apesar de Pedro freqüentar a filial do estabelecimento comercial que Frederico Figner tinha em São Paulo e ali, durante 2 anos palestrar com o amigo acerca do Espiritismo. Somente acompanhando a cura através de receita mediúnica da esposa de um funcionário, que Figner se inclinou ao Espiritismo. Dai a fazer parte da FEB como vice-presidente, tesoureiro e membro do Conselho Fiscal foi um pulo. Além de seus afazeres profissionais, onde fez fortuna, mantinha coluna no jornal "Correio da Manhã" em que divulgava o Espiritismo. Alma generosa, chegou a acolher em sua própria casa 14 enfermos vítimas do surto da gripe espanhola que assolou nosso país em 1.918 e que não raramente conduzia a morte.
Seu trabalho em tomar ditado de receitas espíritas e dar passes a enfermos celebrizou-se em sua época. Chegava a tomar 150 a 200 receita por dia e atender inúmeros necessitados que conheciam sua dedicação através dos jornais da época. Com uma disciplina digna de louvores dividia seu tempo entre a atividade profissional e os afazeres espíritas, chegando a presidir diversos grupos na sede da FEB e em seu lar. Promoveu a publicação de muitos livros, sempre custeando as edições. Viajando ao exterior buscou contato com o médium Willy Hope e encontrou-se na Inglaterra com Sir Arthur Conan Doyle.
Por solicitação de um grupo de atores Figner doou terreno de sua propriedade em Jacarepaguá para a construção do Retiro dos Artistas. Auto-didata e de extrema coerência ao viver a Doutrina em sua plenitude; não deixou um grande livro com suas idéias, Fez mais, deixou suas obras e exemplo de servir com dignidade.
Como sabemos, Frederico Figner foi o autor espiritual com o pseudônimo de irmão Jacob, pela psicografia de Chico Xavier do livro "Voltei", editado pela FEB.
Trouxe-nos ensinamentos importantes através da auto crítica e reencontro com sua consciência desprendida da matéria. Admitiu os apegos à autoridade e seu orgulho, pois "quase me considerei ofendido, quando os benfeitores espirituais me cortaram a probabilidade do retorno apressado". Com a humildade que o caracterizara em vida, reagiu: "comecei a guerrear meu individualismo gritante e, examinando a respeitabilidade dos interesses alheios, não me senti suficientemente encorajado a interferências que redundassem no prejuízo do bem geral".
Mais uma justa homenagem é prestada agora ao nosso dedicado companheiro espírita. Aspectos importantes de sua vida estão resgatados em uma exposição num recém-criado espaço cultural. É "A Mansão Figner - O Rio na Belle Époque". Funcionando onde foi sua residência à Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo, Rio de Janeiro, a mansão foi adquirida pelo Sesc-Rio de Janeiro, que a restaurou pelo minucioso trabalho de pesquisa do arquiteto Marcos Moraes de Sá. Um grande painel conta de forma cronológica, fatos marcantes da vida de Figner juntamente com acontecimentos importantes da época. Também estará a venda no local o livro "A Mansão Figner - O ecletismo e a casa burguesa no início do século XX".
Além de seus feitos que estão já imortalizados, fiquemos com a lembrança do homem, conforme nos relata Viriato Correia (1.884 - 1.967), jornalista, teatrólogo, romancista e membro da Academia Brasileira de Letras: "Aos 80 anos tinha as vibrações, os entusiasmos, as vivacidades das juventudes estouvadas. Quem o via pelas ruas, suado, chapéu atirado para a nuca, falando aqui, falando ali, numa pressa de moço de recados, pensava estar vendo um ganhador que, em cima da hora, corria para não perder a hora do negócio. No entanto, não era para ganhar que ele vivia a correr. Rico, muito rico, não precisava entregar-se a vassalagem do ganho. Corria para servir os outros, corria para ir ao encontro dos necessitados".
Fonte:
- Boletim SEI - Serviço Espírita de Informação nº 1.822 de 1/3/2003.
- XAVIER, Francisco C. Voltei. Rio de Janeiro: FEB, 1.949
- WANTUIL, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil. Rio de Janeiro: FEB, 1.990
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Muita Paz,
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Questões e Comentários |
(Trecho da entrevista publicada no Jornal "A Tarde" - Salvador/BA - do dia 09/09/2001)
P - A humanidade cada vez se materializa mais. Mas existem alguns paradoxos. Enquanto é cada vez maior o número de adeptos de seitas e religiões que usam o demônio para se chegar a Deus e o islamismo se torna cada vez mais radical, no catolicismo e no espiritismo parece haver um refluxo. Porque?
R - Na realidade, vivemos um momento de transformações históricas muito graves porque o homem moderno, que logrou da ciência e da tecnologia alargar os horizontes do mundo e penetrar nas micropartículas, não conseguiu encontrar a paz. Mas em realidade nunca houve tanta fé e tanto amor como nos dias atuais. Sucede que os veículos da mídia, por um processo natural de informação, trazem a nosso conhecimento notícias impactantes e elas quase sempre são as da tragédia e da aberração, dando-nos uma paisagem que nãocorresponde à realidade. Vemos, também, que, se as doutrinas novas estão arrebanhando multidões, os centros espíritas e as igrejas católicas estão superlotadas de fiéis buscando respostas. Acreditamos que -- passado esse entusiasmo inicial dos que desejam o reino do céu comprando Deus na Terra ou fogem para Deus fugindo do seu antípoda, o Satanás -- as pessoas despertarão, como já vem ocorrendo, para a grande realidade de si mesmas que é o seu auto conhecimento, a transformação para melhor e a adoção dos postulados que Jesus nos ensinou: o amor, o auto-amor e a caridade.
P - Como o Sr. enxerga o mundo atual?
R - A violência irrompe de uma forma catastrófica e penso que do ponto de vista psicológico e sociológico este é um estado intermediário da grande transformação que se opera na Terra. Nós, espíritas, consideramos esta a grande transição. Alan Kardec fazendo uma análise do planeta terrestre, a seu tempo - 1855-1869 - dizia, por informações dos espíritos, que a Terra era então um mundo de provas e de expiações em trânsito para um mundo de regeneração do qual a dor será banida.
P - Os conflitos sociais, as guerras religiosas ou não, o capitalismo selvagem é falta de amor a Deus e a si próprio?
R - Sem dúvida. Em um encontro de religiosos que tivemos na ONU em agosto de2000, debatemos por quatro dias as razões que levam à guerra e também as propostas para que a guerra fosse extirpada do planeta. E, por unanimidade, todos chegamos à conclusão que somente quando o indivíduo se desarme emocionalmente é que será possível o desarmamento geral. Mesmo que se acabe os depósitos de mísseis, de armas químicas e biológicas, e o indivíduo odeie, ele recomeçará tudo outra vez, qual aconteceu no passado em que as lutas eram a golpes de murros, de pedras, de paus, depois das armas empíricas e hoje das sofisticadas.
P - Então Deus é a resposta para todos os males que afligem a humanidade?
R - Sem dúvida. Pouco importa o nome que se lhe dê: Alá, Jeová, Deus, causa única. Pouco importa o nome com que o rotulemos. Na hora que descobrirmos que somos o efeito de uma causalidade e a respeitarmos, detectaremos que nunca fugiremos da própria nem da consciência cósmica.
Painel |
Caros amigos
de ideal,
Gostariamos de informar a todos que o nosso
Spiritist Group for Irradiation passou a denominar-se SPIRITIST GROUP OF BRIGHTON.
Solicitamos
a gentiliza que possam multiplicar essa informacao, sempre que lhes
for possivel.
Agradecidos, enviamos nosso fraternal abraco,
Publio Lentulus
Nos dias 17 a 20 de abril
de 2003 será realizado na cidade de Campinas, São Paulo, o
12º Congresso Estadual de Espiritismo. O congresso é promovido
pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São
Paulo (USE-SP). O programa de palestras inicia no dia 17, às
20 horas, como uma palestra de abertura de Divaldo Pereira Franco e vai até
o dia 20. O encerramento será no almoço de domingo das 12
às 14 horas.
Os temas que serão
tratados no Congresso serão:
- O Movimento de Unificação;
- Comunicação Social Espírita;
- Ação Social Espírita;
- Educação Espírita;
No Congresso também
haverá uma exposição sobre os 100 anos da comunicação
espírita no Estado de São Paulo e palestras da "Liga de Historiadores e Pesquisadores
Espíritas", que estará realizando seu segundo encontro
durante o congresso.
Para informações
sobre o Congresso entrar em contato com a União das Sociedades Espíritas
- Intermunicipal Campinas:
Rua Filipe dos Santos, 105
13073-270 - Campinas (SP)
Tel. (19) 3385-9646 e 3243-4588
E-mail: congrespirita2003@aleph.com.br
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