Boletim GEAE

Grupo de Estudos Avançados Espíritas

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Fundado em 15 de outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição Eletrônica

"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec

Ano 11 - Número 450 - 2003            25 de fevereiro de 2003

 

Editorial
Condição da Fé Inabalável, Allan Kardec

Artigos
Enquanto Vivem na Escuridão, Rubens Santini
Um Estudo Comparativo Sobre a Psicografia, Jader Sampaio

Painel
Instituto de Cultura Espírita do Ceará, Denis Colares
Acervo Espírita de Áudios e Vídeos da Internet, Luiz Hu Rivas
Respostas de Paulo Neto ao fanatismo religioso


 


Editorial


Condição da Fé Inabalável, Allan Kardec


(Texto "A Fé Religiosa. Condição da Fé Inabalável", transcrito do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIX, trad. Guillon Ribeiro, edição FEB)

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe, ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Tende, pois, como certo que os que dizem: "Nada de melhor desejamos do que crer, mas não o podemos", apenas de lábios o dizem e não do íntimo, porquanto, ao dizerem isso, tapam os ouvidos. As provas, no entanto, chovem-lhes ao derredor; por que fogem de observá-las? Da parte de uns, há descaso; da de outros, o temor de serem forçados a mudar de hábitos; da parte da maioria, há o orgulho, negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de anterior progresso. Em outras pessoas, ao contrário, elas dificilmente penetram, sinal não menos evidente de naturezas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; trazem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm de aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século (1), tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interessada.
_________

(1) Kardec escreveu essa palavras no século XIX. Hoje, o espírito humano tornou-se ainda mais exigente: a fé cega está abandonada; reina descrença nas Igrejas que a impunham. As massas humanas vivem sem ideal, sem esperança em outra vida e tentam transformar o mundo pela violência. As lutas econômicas engedraram as mais exóticas doutrinas de ação e reação. Duas guerras mundiais assolaram o planeta, numa ânsia furiosa de predomínio econômico.

Toda a esperança da Humanidade hoje se apóia no Espiritismo, na restauração do Cristianismo, baseada em fatos que demonstram os princípios básicos da Doutrina cristã: eternidade da vida, responsabilidade ilimitada de pensamentos, palavras e atos.

 Sem a Terceira Revelação o mundo estaria irremediavelmente perdido pelo choque das mais desencontradas ideologias materialistas e violentistas. - A Editora da FEB, em 1948.


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Artigos

Enquanto vivem na Escuridão, Rubens Santini, Brasil

Orientações Práticas para Atividades de Desobsessão


III - Como se comportar e manter o ambiente de trabalho


Os Benfeitores Espirituais preparam o ambiente, onde será realizado a sessão mediúnica, purificando-o, eliminando assim toda energia negativa que possa prejudicar o trabalho a ser desenvolvido.

Após a higenização do ambiente, os Mentores esperam que os componentes da equipe de desobsessão entrem no recinto silenciosamente.

Imaginemos que estamos entrando em um quarto de hospital, onde os doentes estão acamados. Alguns Espíritos em tratamento, realmente ficam ali em repouso por algumas horas, ou ficam por alguns dias enquanto não são removidos para uma instituição apropriada.

Precisamos manter a harmonia, respeitando assim, os doentes que lá se encontram. A sala onde se realiza os trabalhos de desobsessão, não é um local de reunião social, onde as pessoas chegam e ficam conversando alto, os mais variados assuntos como se estivesse num clube.

O ingresso na sala deve ser feito apenas minutos antes do início da sessão.

Vamos aquietar a nossa mente, procurando esquecer as preocupações do dia, relaxando os músculos, procurando entrar em sintonia com os Mentores Espirituais.

O ideal é ficarmos meditando ou lendo um livro da Doutrina, buscando assim manter o pensamento elevado em Jesus.

“O SILÊNCIO É UMA PRECE”.

“O antídoto salutar, imediato, à obsessão é a vivência cristã e espírita através da conjugação dos verbos amar, servir e perdoar em todos os tempos e modos, em cuja execução o Espírito endividado se libera dos compromissos negativos e ascende na direção do Planalto redentor da paz.”

“Sementeira da Fraternidade” – Manoel Philomeno de Miranda


 IV - Equipe de Desobsessão


No trabalho de desobsessão, a equipe é composta de: Dirigente, Doutrinadores, Médiuns e Apoiadores (ou Assistentes). Todos os componentes tem as suas funções, as suas responsabilidades. TODOS SÃO IMPORTANTES! Podemos comparar o grupo de desobsessão ao corpo humano: os olhos tem a sua utilidade, assim como as mãos, os pés,... O corpo humano sem a visão fica prejudicado, e assim por diante! Não devemos invejar a função alheia. Temos o nosso papel dentro do grupo e devemos fazer a nossa parte da melhor maneira possível!

Vamos, então, descrever a finalidade de cada membro do grupo mediúnico:

DIRIGENTE

( )“O Dirigente da reunião é aquele que preside os trabalhos, encaminhando todo o seu desenrolar. É o responsável, no plano terrestre, pela reunião. A figura daquele que dirige é de muita importância para todo o grupo. Deve ser uma pessoa que conheça profundamente a Doutrina Espírita e, mais do que isto, que viva os seus postulados, obtendo assim a autoridade moral imprescindível aos labores dessa ordem. Esta autoridade é fator primacial, pois uma reunião dirigida por quem não a possui será, evidentemente, ambiente propício aos Espíritos perturbadores. Diz-nos Kardec que a verdadeira superioridade é a moral e é esta que os Espíritos realmente respeitam. É ele que irá infundir nos integrantes da equipe a certeza de uma direção segura e equilibrada. O Dirigente precisa ser, pois, alguém em quem o grupo confie, uma pessoa que represente para os encarnados a diretriz espiritual, aquela que na realidade sustenta e orienta tudo o que ocorre. Ele é o representante da direção existente na espiritualidade, o pólo catalisador da confiança e da boa vontade de todos.”

DOUTRINADOR

Fomos buscar as informações necessárias sobre o papel do Doutrinador nas seguinte fontes: “Diálogo com as Sombras” (Hermínio Miranda) e “Obsessão e Desobsessão” (Suely Shubert). Vamos ver, então, o que eles relataram:

( )”Num grupo mediúnico, chama-se Doutrinador a pessoa que se incumbe de dialogar com os companheiros desencarnados necessitados de ajuda e esclarecimento. Qualquer bom dicionário leigo dirá que doutrinar é instruir em uma doutrina, ou simplesmente, ensinar. E aqui já começamos a esbarrar nas dificuldades que a palavra doutrinador nos oferece, no contexto da prática mediúnica. Em primeiro lugar, porque o Espírito que comparece para debater conosco os seus problemas e afeições, não está em condições, logo nos primeiros contatos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru evoluído.”

( )”Esclarecer, em reunião de desobsessão, é clarear o raciocínio; é levar uma Entidade desencarnada, através de uma série de reflexões, a entender determinado problema que ela traz consigo e que não consegue resolver; ou fazê-la compreender que as suas atitudes representam um problema para terceiros, com agravantes para ela mesma. É levá-la a modificar conceitos errôneos, distorcidos e cristalizados, por meio de uma lógica clara, concisa, com base na Doutrina Espírita e, sobretudo, permeada de amor. Essa é uma das mais belas tarefas na reunião de desobsessão e que requer muita prudência, discernimento e diplomacia. Que requer, principalmente, o ascendente moral daquele que fala sobre aquele que ouve, que está sendo atendido. Esse ascendente moral faz com que as explicações dadas levem o cunho da serenidade, da energia equilibrada e da veracidade.
   
(...) O esclarecimento não se faz mostrando erudição, conhecimentos filosóficos ou doutrinários. Também não há necessidade de dar uma aula sobre o que é o Espiritismo, nem mostrar o quanto os Espíritos trabalham. Como não é o instante para criticar, censurar, acusar ou julgar. Esclarecer não é fazer sermão. Não surtirão bons resultados palavras revestidas de grande beleza, mas vazias, ocas, frias. Não atenderão às angústias e aflições daquele que sofre e muito menos abrandarão os revoltados e vingativos.

(...) Para sentir aquilo que diz, é essencial ao doutrinador uma vivência que se enquadre nos princípios que procura transmitir. Assim, a sua vida diária deve ser pautada, o mais possível, dentro dos ensinamentos evangélicos e doutrinários. Inclusive, porque os desencarnados que estão sendo atendidos, não raro, acompanham-lhe os passos (não somente o doutrinador, mas também aos demais integrantes da equipe), para verificar o seu comportamento e se há veracidade em tudo o que fala e aconselha. Eis o motivo pelo qual Joanna de Ângelis recomenda: “(...) quem se faz instrutor deve valorizar o ensino, aplicando-o em si mesmo.””

MÉDIUNS

( )”O médium, desde os instantes iniciais de sua trajetória na seara mediúnica espírita, aprende que a prática dessa faculdade exigirá dele – se quiser produzir algo de proveitoso em benefício dos que sofrem e, concomitantemente, conseguir o desenvolvimento de sua aptidão – esforço e dedicação, estudo metódico e constante do Espiritismo, perseverança, disciplina e muita vontade de se renovar, de se transformar, para o que deverá também aliar o trabalho da caridade aos requisitos mencionados.

(...) Serão testados na boa vontade, paciência e perseverança no trato tanto do obsidiado como dos obsessores; serão mesmo vigiados por estes últimos que lhe espreitam os passos, pondo-lhes à prova a resistência e a fé. Estarão, enfim, cooperando para o labor sagrado da cura das almas – finalidade maior da Doutrina Espírita. (...) A atuação propriamente dita dos médiuns, durante uma sessão mediúnica de desobsessão, é de vital importância para o bom andamento dos trabalhos. Eles são os instrumentos de que o Mundo Maior se utilizará para o pronto atendimento aos Espíritos sofredores e obsessores. (...) A incorporação de um obsessor ou de um suicida, por exemplo, é bastante penosa para o medianeiro. As vibrações desses Espíritos, a atmosfera psíquica em que vivem repercutem profundamente no médium. Este passa a se identificar com os sofrimentos ou perturbações que apresentem, como também sentirá os reflexos das angústias e dos sentimentos de que são portadores.”

( )”Há manifestações difíceis, dolorosas, que deixam resíduos vibratórios perturbadores. Em casos assim, o médium não deve ser deixado à sua sorte, com as dores e as canseiras resultantes. Se o Dirigente não puder socorrê-lo com um passe restaurador, designe alguém do grupo para fazê-lo, mas diga-lhe uma breve palavra de carinho ou lhe faça um gesto de solidariedade, para que o médium sinta o apoio e a compreensão para a sua árdua tarefa.”

( )”O doente espiritual que se comunica mediunicamente, começa a receber tratamento de que necessita, quando energias equilibradas contém as suas manifestações destrambelhadas. Dessa forma, se o médium secundar-lhe e endossar-lhe o descontrole emocional e verbal, não raro estará contribuindo para cristalizar ainda mais os seus problemas. O médium ao apassivar-se, cedendo a sua instrumentalidade orgânica ao intercâmbio com Espíritos menos felizes, deve exercer um completo controle sobre o enfermo. Disciplinando gestos agressivos, palavras contundentes, comentários maliciosos, estará exercendo a Caridade preconizada pelo Senhor.”

ASSISTENTES/APOIADORES/PARTICIPANTES

( )”O participante, porém, precisa estar preparado para a eventualidade de conviver com o grupo por longos anos, sem que nenhum fenômeno ostensivo se passe na intimidade de seu ser. Não pense, porém, que é inútil, só porque não incorpora, não vê ou não ouve Espíritos; às vezes, sua participação é preciosa. Conserve-se firme e tranqüilo; contribua para manter um bom ambiente de vibrações amorosas, vigie seus pensamentos, permaneça concentrado e em prece nos momentos mais críticos. Não se aflija se a sua contribuição é menos ostensiva. Num grupo bem harmonizado, todos são úteis e necessários, como já ensinava Paulo, há tantos séculos:

 - Com efeito – dizia ele aos Coríntios (Primeira Epístola, cap. 12, vers. 14 e seguintes) – o corpo não se compõe de um só membro, senão de muitos. Se o pé dissesse: “Como não sou mão, não pertenço ao corpo”, deixará de ser parte do corpo por isso? Se todo corpo fosse olho, onde ficaria o ouvido? E se fosse todo ouvido, onde ficaria o olfato?

Nada, pois, de ambicionar, ou mesmo desejar, faculdades para as quais não estamos preparados, ou pelo menos, ainda não estamos preparados.”


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Um Estudo Comparativo Sobre a Psicografia, Jader Sampaio

II Parte

 
Psicografia e escrita automática: a faculdade de Staiton Moses

Os espíritas de países de língua inglesa geralmente utilizam diferentemente os termos relacionados à escrita mediúnica. A palavra psicografia designa os fenômenos de escrita direta, que Kardec denominava como pneumatografia. Para os médiuns escreventes, os anglo-saxões denominam sua faculdade como escrita automática. (ERNY, 1982. p. 42)

Um dos médiuns ingleses que nos legou uma descrição do desenvolvimento da sua mediunidade foi Staiton Moses. A psicografia (no sentido kardequiano) iniciou-se em março de 1873. Inicialmente sua escrita era miúda, irregular e lenta, de tal forma que tinha que vigiar a mão para que o ditado não acabasse incoerente ou com garatujas. Como possuisse psicografia mecânica, com o passar do tempo pode prescindir destes cuidados.

No livro traduzido para o português (MOSES, 1981) ele apresenta alguns expedientes que ele adotava, como psicografar em um determinado caderno que lhe facilitaria esta atividade (tese da impregnação pela aura psíquica), que consideramos desnecessários e improváveis nos dias de hoje.

Uma de suas preocupações era de preservar o caráter sério e os objetivos de instrução e esclarecimento através de suas faculdades, o que certamente o preservou de expor-se a espíritos levianos (encarnados e desencarnados).

As primeiras comunicações obtidas por ele tinham por comunicante um espírito que se identificava como Doctor, e que tinha o papel de instrutor do médium. Posteriormente vieram outros, mas uma peculiaridade do trabalho de Staiton Moses era a presença continuada de um espírito que se identificava como Rector, que psicografava através dele com muita facilidade, e que muitas vezes trabalhava como uma espécie de secretário de outros espíritos, isto é, escrevia o que lhe diziam. Um dos espíritos que se servia de Rector é o espírito Imperator, que ditou quase todas as mensagens que compõem o livro “Ensinos Espiritualistas”.

Com o desenvolvimento de suas faculdades, Moses chegou a distrair-se intencionalmente durante as comunicações para certificar-se de que estas não provinham de si mesmo.
“De fato, as comunicações tomaram logo um caráter sobre o qual não podia eu ter dúvidas, pois que as opiniões emitidas eram contrárias ao meu modo de pensar. Distraía-me propositadamente durante o tempo em que a escrita se produzia, e cheguei a abstrair-me na leitura de um livro e a seguir um raciocínio cerrado, enquanto a minha mão escrevia com constante regularidade. As comunicações assim dadas enchiam inúmeras páginas, sem haver correção nem faltas de composição, revelando muitas vezes um estilo belo e vigoroso.” (MOSES, 1981. p. 27)
Ainda nos dias de hoje alguns autores propõem que os médiuns psicógrafos em desenvolvimento façam este tipo de exercício, psicografando ao mesmo tempo em que ocupam a mente com conteúdos diversos, como é o caso de Armond (1986).

Mecanismos da psicografia

Encontramos dois momentos nos livros do espírito André Luiz onde este se detém a tecer considerações mais detalhadas sobre a psicografia.

Em “Missionários da Luz”, no capítulo “o psicógrafo”, o autor espiritual descreve a sua percepção de uma sessão de psicografia. Um dos pontos bem destacados pelo autor espiritual é o desenvolvimento da idéia de que o médium não é um ser passivo, um mero aparelho, mas um espírito, tendo por conseqüência, participação ativa no fenômeno da psicografia. Ele se detém na preparação do ambiente e do médium, descrevendo minuciosamente as intervenções que os espíritos fazem no sistema nervoso dos intermediários entre “dois mundos”.

Posteriormente, o autor se detém na glândula pineal, descrevendo o seu papel nas comunicações mediúnicas de uma forma geral. Ela, entre outras funções, participaria no processo de “recepção e emissão das ondas peculiares à esfera espiritual”, que se intensificaria no exercício mediúnico.

Outra descrição curiosa diz respeito à atuação dos espíritos no cérebro do médium. André Luiz descreve o espírito comunicante “vasculhando” o centro da memória do psicógrafo, minutos antes da comunicação, em busca de elementos que lhe facilitem a expressão das idéias. Outra descrição curiosa diz respeito à atuação de um terceiro espírito junto às “fibras inibidoras do lobo frontal”, o que reduziria a influência do médium no fenômeno.

Uma explicação importante que este espírito desenvolve no seu trabalho, lança luzes ao mecanismo das comunicações mediúnicas em geral, e da psicografia em especial. O processo de “apossar-se do braço” do médium se dá com intermediação do cérebro do mesmo e não diretamente sobre o braço. No livro citado acima, ele registra uma “mudança de coloração da zona motora do cérebro” durante a comunicação através da psicografia, causada, portanto, em decorrência da atuação do comunicante. As áreas motoras do córtex cerebral são parte das grandes vias eferentes, ou seja, os impulsos nervosos seguem delas em direção aos órgãos efetuadores (e não o contrário), sendo responsável pelos movimentos voluntários (sistema piramidal) ou por movimentos automáticos, regulação de tônus e postura (sistema extrapiramidal). Ao leitor que desejar mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura de MACHADO (1983).

Em um outro livro (ANDRÉ LUIZ, 1977), o autor espiritual retoma a discussão dos mecanismos da psicografia, deixando ainda mais clara esta sua afirmação.
“Com base no magnetismo enobrecido, os instrutores desencarnados influenciam os mecanismos do cérebro para a formação de certos fenômenos, como acontece aos musicistas que tangem as cordas do piano na produção da melodia. E assim como as ondas sonoras se associam na música, as ondas mentais se conjugam na expressão. (...)

    Nessa base, identificamos a psicografia, desde a estritamente mecânica até a intuitiva, a incorporação em graus diversos de inconsciência, as inspirações e premonições.” (ANDRÉ LUIZ, 1977. p. 133-134 - os grifos são nossos)
Outro autor que trata sobre o mesmo assunto é o neurologista (e espírita) Jayme Cerviño. Ele se detém na distinção entre a psicografia mecânica e a intuitiva, como se pode observar no parágrafo abaixo:
“Na psicografia e na psicofonia, os centros e as vias motoras que constituem a base material da linguagem escrita ou falada expressam, de modo automático, a mensagem, parapsíquica. Os médiuns psicógrafos ou escreventes são, desde Allan Kardec, classificados em intuitivos, “mecânicos” ou automáticos e “semimecânicos” ou semiautomáticos. A primeira categoria, válida para fins meramente didáticos, é criticável em termos de ciência.” (CERVIÑO, 1979. p.129)
Cerviño entende que a diferença entre os tipos de psicografia é devido à área cerebral afetada pelo espírito durante a comunicação. A intuição envolveria as regiões préfrontais ou pólo-frontais do córtex, sem a participação dos centros verbo-motores. Já a psicografia motora relacionar-se-ia com os centros gráficos da palavra, região cortical que atuaria dissociadamente das demais, durante o transe.

Este autor entende que os psicógrafos intuitivos são criticáveis em termos de ciência, porque nas comunicações ordinárias ficar-se-ia em dúvida se o conteúdo da
mensagem é dele próprio ou de um espírito desencarnado.

Assim como outros autores, ele considera que a palavra psicografia deveria ser empregada quando é visível a participação automática dos centros e vias motoras, ou seja, no caso das psicografias mecânica e semimecânica de Kardec. Não consideramos tal procedimento necessário, mas concordamos que para efeito de compreensão, dada a diferença entre os fenômenos, a classificação deva ser sempre feita por completo (psicografia intuitiva, psicografia mecânica ou psicografia semimecânica).

As colocações de André Luiz e Cerviño vão de encontro à tese que Pastorino (1973) levanta para a explicação da psicografia mecânica ou escrita automática com um mecanismo diferente.
“Quando a ligação do espírito se faz pelo chakra umeral, atinge em cheio o plexo braquial, provocando o que chamamos de “escrita automática” ou “psicografia automática”. Neste caso, o que o espírito comunicante escreve, não passa através do cérebro do médium, que apenas empresta a mão e o braço para o exercício da grafia” (PASTORINO, 1973. p. 80)
Pastorino não deixa claro em seu ensaio de onde tira idéias como esta. Diante deste impasse, até que sejam feitos estudos esclarecedores, nossa opinião é simpática à tese de André Luiz e Cerviño. Um estudo poderia ser realizado, analisando-se os impulsos elétricos das áreas motoras de um psicógrafo mecânico, dando base empírica para a discussão deste ponto.

Algumas Questões e Conclusões

Apesar de ser uma faculdade bem difundida desde a codificação kardequiana. a psicografia ainda traz algumas questões importantes que devem ser melhor estudadas.

Haverá algum fenômeno de efeitos físicos concorrente à psicografia? Em outras palavras, se o espírito pode atuar diretamente sobre um lápis, fazendo-o mover, será possível atuar sobre a mão de uma pessoa, servindo-se do ectoplasma de algum médium de efeitos físicos? É possível que um espírito faça uma pessoa escrever sem qualquer influência psíquica? Embora a lógica nos responda que sim, não encontramos em nossa revisão bibliográfica qualquer desenvolvimento desta hipótese, seja por autores encarnados ou desencarnados. Sua aceitação implicaria na realização de uma subdivisão em classes dos fenômenos de pneumatografia e uma distinção clara entre este fenômeno e a psicografia mecânica.

Verificou-se que nem sempre há a mudança da letra do médium nos casos de psicografia mecânica. Por que isto se dá? Trata-se de uma peculiaridade deste tipo de psicografia (grau de profundidade do transe, para Cerviño) ou uma alternação entre mensagens obtidas mecanicamente e intuitivamente? Embora possamos nos perder em especulações e hipóteses, não encontramos na literatura subsídios para esta discussão.

Há médiuns dotados apenas da psicografia mecânica?

Quais os padrões elétricos e as alterações químicas do cérebro de um médium mecânico em trabalho de psicografia? Por melhores que sejam as descrições de Cerviño, ele não indica base empírica ou experimental para as suas idéias, o que nos obriga a tratá-las como hipóteses de trabalho.

Os estudos sobre a psicografia já nos ofereceram extenso material que sugere claramente a participação de espíritos tidos como “mortos” no fenômeno. No sentido oposto, em função dos mecanismos da mediunidade, mesmo os médiuns mecânicos são passíveis de influenciarem no conteúdo do material psicografado, o que demanda senso crítico e observação cuidadosa por parte dos grupos mediúnicos.

Os relatos de Moses nos ilustram o processo de desenvolvimento da mediunidade mecânica, relevando a necessidade da prática e dedicação por parte do médium, até obterem-se fenômenos com um grau de automatismo evidente. Seria extremamente enriquecedor um estudo com médiuns psicógrafos reconhecidos, onde se focalizasse o desenvolvimento das suas faculdades.

Ainda estamos no início do estudo das faculdades mediúnicas e a aceitação deste “estado da arte” talvez nos leve, mais e mais, a buscar respostas e renovar perguntas. Quem sabe assim possamos aprimorar com sensatez as numerosas atividades relacionadas à mediunidade nas casas espíritas?

Fontes Bibliográficas

ANDRÉ LUIZ. Missionários da luz. Rio de Janeiro: FEB, 1980. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier]
______ Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977. [Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira]
ARMOND, Edgard. Mediunidade. São Paulo: Aliança, 1982.
BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. Rio de Janeiro: FEB, 1980.
CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. Rio de Janeiro: FEB, 1979.
ERNY, Alfred. O psiquismo experimental. Rio de Janeiro: FEB, 1982.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
_____ O livro dos médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
MACHADO, Ângelo B. M. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1983.
MIRANDA, Hermínio C. Diversidade dos carismas (vol. 2). Niterói-RJ.: Arte e Cultura, 1991.
MOSES, W. Staiton. Ensinos espiritualistas. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
PERANDRÉA, Carlos Augusto. A psicografia à luz da grafoscopia. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1991.
SEVERINO, Paulo Rossi. A vida triunfa. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1992.

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Painel

Instituto de Cultura Espírita do Ceará, Denis Colares

Prezado(s) Editore(s) do GEAE,

Antes de mais nada, gostaria de parabenizá-los pelo esforço, que já vem de tanto tempo, no sentido de divulgar nossa querida Doutrina. Sou assinante da lista ha uns dois anos. Mas o que me move a escrever-lhes esta mensagem é assunto diverso.
   
Gostaria de saber se existe a possibilidade de vocês divulgarem o endereço do sítio eletrônico que construi para o Instituto de Cultura Espírita do Ceará. Através do endereço: www.ice-ceara.kit.net, esperamos que os Espiritistas Cearenses possam encontrar consolo sob a luz da Terceira Revelação. Nosso sítio divulga as atividades do Instituto, que se prontifica a prestar vários serviços à comunidade Espírita do Ceará, tais como:

Além disso nosso Instituto organiza eventos riquíssimos, aqui na Terra da Luz: O ENESE-Encontro de Estudos Espíritas, em cuja edição passada (sua 10º edição), contou com a presença de Carlos A. Bacelli, companheiro de "Correio do Além" de Chico Xavier e que ainda trabalha, em Minas, de maneira semelhante a do Chico. Teve ainda a presença de Heloísa Pires, filha do Professor J. Herculano Pires, o qual eu tenho certeza que vocês conhecem... No nosso encontro, que teve como tema "Entender a Morte para viver melhor", Heloísa nos presenteou com histórias tocantes de como seu querido pai se preparou para o desenlace... Foi inesquecível. Organizamos, ainda, anualmente, uma Mostra de Arte Espírita, onde os talentos de nossa terra, discorrendo sobre assuntos pertinentes à Doutrina, apresentam sempre peças de teatro e musicais de grande qualidade.

Nosso sítio, diferentemente de todos os outros daqui do Ceará, vai se dedicar a publicar artigos de vários articulistas da terrinha... Nenhum outro sítio daqui jamais se esforçou nesse sentido... Por falar nisso, coloquei no nosso sítio textos sobre a codificação e links para fazer download das obras. No link do Livro dos Espíritos, coloquei o site de vocês, por possuírem a tradução de J. Herculano Pires, que eu pessoalmente prefiro. Se houver algum problema, basta me dizer que eu retiro o link. Mas acho que não há problema, já que o link abre o site de vocês e não uma cópia do material. 

Bem, amigos, me perdoem se tiver ocupado demais o seu tempo e mais uma vez, muito obrigado pelo esforço de vocês. Qualquer dúvida, basta me enviar um e-mail, que responderei prontamente. Desde já, muito obrigado.

Paz e luz,
Denis Colares Siqueira de Oliveira. 

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Acervo Espírita de Áudios e Vídeos da Internet, Luiz Hu Rivas

Salvador, Fevereiro de 2003

OBJETIVO:  DIVULGAÇÃO DO PROJETO INÉDITO AO MOVIMENTO ESPÍRITA!

Divaldo Franco em certa oportunidade lembrou uma passagem de Jesus na qual o mestre afirmava que sua mensagem entraria pelos telhados; referia-se pois, segundo Divaldo, a propagação da boa nova ingressando nas casas via radio, posteriormente televisão e hoje com a internet. O Coronel César Reis, comentou que depois do desencarne do nosso F.C.Xavier, a espiritualidade informou a necessidade dos espíritas dedicados na área de divulgação, somem esforços para cobrir este vazio,  em atendimento a este chamado, nos colocamos a disposição algumas propostas de valor ao movimento espírita fazendo uso do crescimento tecnológico.

O PORTAL ESPÍRITA PLENUS.NET (http://www.plenus.net/), constituído O 18 abril de 2000 em Salvador-Bahia, é hoje um dos maiores órgãos de divulgação espírita via internet, especializado na transmissão on-line de Eventos Espíritas, com muita satisfação da labor alcançada e na procura constante de melhoria, iniciamos uma nova etapa, apresentamos ao Movimento Espírita do Brasil e do mundo o ACERVO ESPÌRITA.

Acervo Espírita na Internet

Pela primeira vez, num espaço único virtual, espíritas dos diversos paises poderão assistir em Vídeo aquilo que tinha ficado nos estantes isolados. Estamos colocando material inédito ou pouco divulgado das Instituições a disposição para o mundo.

Estamos nos referindo a disponibilizar Programas de TV e Rádio Espíritas, Cursos em Vídeo de Esperanto, Estudo Sistematizado, Mediunidade, Workshops, Palestras, Semanas Espíritas, Congressos, Seminários, Reportagens, etc, realizados, inclusive em diversos idiomas, assim como acervo de renomeados palestrantes entre eles o Acervo das melhores palestras de Divaldo Pereira Franco. Todo num único local virtual, aberto o dia todo, livre de restrições e pronto para ser apreciado.

Espíritas dos Azores, assistirão o Congresso Nacional e poderão indicar a amigos a assistir, irmãos da Angola aprenderão com Seminários, assim como espíritas do Brasil inteiro conheceram os Programas de TV existentes, etc.

Nosso objetivo é colocar todo aquele material que estava, ainda guardado, possibilitando a todo aquele que tiver um microcomputador, ver e ouvir o que nossa doutrina abraçada oferece.

Das vantagens da tecnologia de Vídeo e Áudio (para Programas de TV e Eventos)

24 horas no ar
365 do ano
Pode ser assistido de qualquer lugar do mundo
Pode ser assistido tantas vezes seja requerido
Não precisa fazer download para ver, ele funciona com tecnologia stream (tempo real)
Pode ser visto em qualquer computador (Sistema Windows MP)
Elaborados para ser vistos pelas 2 bandas (curta e larga)
O mais importante, imortaliza o trabalho, pois fica a disposição o tempo inteiro.


Da importância da União dos Espíritas

Tem sido elaboradas algumas tentativas separadas em colocar alguns áudios ou vídeos, a nossa idéia é colocar em um único espaço todo este material. Assim quem assiste um programa de TV em RJ, saberá que existe outro em BA e quem esta vendo uma fita do congresso mundial poderá ver um curso de esperanto, todos os materiais juntos serão de apoio mutuo e não ficaram perdidos no espaço virtual.

 Fazemos um convite as Organizações Espíritas, assim como aos diretores dos diversos programas de TV e Rádio e divulgadores em geral, participar neste trabalho, oferecendo-lhes a possibilidade de IMORTALIZAR sua labor.

Dos Apoios na Divulgação

Inicalmente em jornal Folha Espirita, revista RIE, Alem da vida, Em Tv. Despertar de um mundo melhor-RJ, Programa Espírita –BA, Visão Social – BA, Visão Espírita – SP, Portal de Luz-SP, Viver Feliz-MG. Em rádio (diversas cidades) Em instituições ABRADE, União Espírita de Vit. Conquista, Mansão do Caminho, FEEB, FEB, CEI.

Conclusão

Colocar a luz no ponto mais alto, (conforme o evangelho), desde já está a disposição o ACERVO para espíritas, adeptos, simpatizantes e até adversários, que não teriam coragem de freqüentar alguma casa espírita, mas poderão ser banhados com a beleza do consolador.

Colocamos a nossa experiência de divulgação espírita na internet e esperamos que o trabalho em conjunto sirva para o crescimento do nosso ideal, espiritualizar, espiritizar, evangelizar.

Entre em contato conosco pelos email: acervo@plenus.net

Fiéis a Jesus e firmes a Kardec,

Fraternalmente,

Luis Hu Rivas
Joseval Carneiro Jr.
Equipe Plenus.net

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Respostas de Paulo Neto ao fanatismo religioso

Não tenhamos dúvidas que a intolerância religiosa ainda existe em nossos dias.  Apesar das lições deixadas pelo Mestre Jesus que não criou nenhuma religião e muito menos descriminou esta ou aquela, vemos ainda em nosso meio a intolerância religiosa travestida com uma nova roupagem, tentar impor a sua “verdade”.

Não nos deixemos impressionar por isto e recordemos as palavras do Mestre Allan Kardec que sabiamente nos advertiu sobre o assunto com esta sensata admoestação, em o Livro dos Médiuns.

 “Apenas por não deixar de mencioná-la, falaremos de uma quarta categoria, a que chamaremos incrédulos por interesse ou de má-fé. Os que a compõem sabem muito bem o que devem pensar do Espiritismo, mas ostensivamente o condenam por motivos de interesse pessoal. Não há o que dizer deles, como não há com eles o que fazer.”

Dentro deste tema, das críticas sem maiores fundamentos, motivadas apenas pelo espírito de intolerância religiosa, convidamos os amigos a lerem as excelentes respostas de  Paulo Neto publicadas no site Portal do Espírito  - http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/index.html

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GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS

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