“O primeiro Congresso Espírita realizado pelo Conselho Espírita dos Estados Unidos em terras estadounidenses tem como objetivos:
1. Contribuir para a grande tarefa
de divulgação da Doutrina Espírita, tornando-se marco
divisor da história do Movimento Espírita nos Estados Unidos.
2. Destacar o valor universal da
Doutrina Espírita, reunindo espíritas vindos das mais variadas
latitudes, ao redor do tema: ‘Espiritismo: Ciência, Filosofia e Religião
para o Terceiro Milênio’.
3. Examinar a temática Espírita
ao amanhecer de uma Nova Era, permitindo a todos renovar compromissos no
prosseguimento fiel ao ideal Espírita, seguindo as pegadas do Mestre
Jesus enunciadas em seu Evangelho.
4. Proporcionar uma valiosa oportunidade
a todos os seguidores da Terceira Revelação codificada por
Allan Kardec para o reconhecimento da responsabilidade que lhes cabe como
trabalhadores da última hora, contribuindo com sua pequena parcela
e deixando os resultadso nas mãos da espiritualidade superior.”
Estão de parabéns o Conselho Espírita Internacional, o Conselho Espírita dos Estados Unidos e a Comissão Executiva do Congresso, entidades estas presididas pelos valorosos confrades Nestor Mazotti, Vanderlei D. C. Marques e José Henrique de Sá.
Pudemos verificar
quão abnegado foi o trabalho da Comissão Organizadora que
se desdobrou para viabilizar o suporte técnico necessário
para que as atividades do congresso transcorressem de forma eficiente e
harmoniosa. Constatamos não ser tarefa fácil viabilizar suporte
técnico e de pessoal para um evento que reuniu em torno de mil e
duzentos participantes. Em maior ou menor número, registramos a
presenca de confrades de vários paises do mundo, tais como França,
Portugal, Suécia, Inglaterra, Porto Rico, Uruguai, Panamá,
Espanha, Argentina, Colombia, Guatemala, Brasil, Canadá e obviamente
Estados Unidos.
Todas as palestras
tiveram tradução simultânea para o ingles, espanhol
e portugues, o que possibilitou a todos os presentes uma participação
efetiva e o perfeito entendimento do que estava sendo exposto. As atividades
artísticas do congresso também merecem destaque especial,
pois além de entreterem e mostrarem como a arte pode servir de veículo
para promover o bem e o belo, serviram ainda para amenizar o inevitável
cansaço físico decorrente de longas horas de palestras.
A forma com que se organizou os stands para a venda e divulgação de livros e outros materiais inerentes ao trabalho de divulgação do Movimento Espírita, foi também muito eficiente. Ali os participantes do congresso podiam transitar, comprar e ainda confraternizar-se em pequenas grupos, geralmente formados por pessoas de diferentes regiões, bem como os escritores tinham espaço suficiente para autografarem seus livros. Cabe ressaltar que estas atividades em momento nenhum interferiam no andamento dos trabalhos, uma vez que chegado o tempo para a palestra seguinte, todos se dirigiam para os respectivos auditórios.
Como não poderia ser diferente, é óbvio que os pontos altos do evento se consubstanciaram no conteúdo e mensagens das palestras proferidas durante o congresso, as quais aconteceram em dois auditórios. Cabe aqui ressaltar que todas foram muito instrutivas e os temas abordados em absoluta sintonia com as questões mais urgentes da nossa atualidade. Ressalte-se ainda que todas as palestras foram situadas no contexto dos postulados da Doutrina Espírita, no sentido de sugerir a adoção de uma nova postura moral como antídoto para a solução dos problemas que afligem o ser humano da atualidade, mesmo aquelas proferidas por palestrantes não espiritas.
Tendo em vista o grande número de palestras realizadas durante o congresso, ficaria difícil tecer comentários acerca de cada uma delas aqui neste reduzido espaço. Assim é que faremos referências à algumas apenas, salientando todavia que todas cumpriram com o seu papel de informar, instruir e acima de tudo educar dentro dos preceitos da Doutrina Espírita.
Na maioria das palestras, independentemente do tema abordado, foi muito bem enfatizado o tríplice aspecto da Doutrina Espírita, quer seja filosófico, científico e religioso.
Especificamente, dando maior ênfase ao aspecto científico da Espiritismo, tivemos o Sérgio Felipe de Oliveira em ambas as palestras proferidas: Ciencia com Jesus e Medicina e Espiritismo. Sabemos que no contexo do limitado universo científico ortodoxo-materialista questiona-se o Espiritismo em seu aspecto científico. Nesta área onde o egoísmo fala mais alto, predomina ainda a falta de boa vontade daqueles que insistem em não aceitar o óbvio. Esta afirmativa pode soar um tanto quanto arrogante, mas o volumoso trabalho produzido por grandes expoentes do mundo científico nos últimos duzentos anos, em todos os cantos do planeta, deveria ser o bastante para fazer os materialistas adotar uma nova postura. Entretanto, sabemos que livre arbítrio deve ser respeitado.
O Sérgio Felipe de Oliveira foi extraordinário em suas palestras, sob todos os pontos de vistas. De maneira simples e humilde ele abordou questões áridas e de difícil entendimento, tornando-as acessíveis a todos que a ele ouviam. Ele foi brilhante especialmente em sua segunda palestra, “Medicina e Espiritismo”, em que ele discorreu sobre a glândula pineal, onde fez apresentações de várias transparências e ao mesmo tempo as analizava à luz das afirmações de André Luiz, em uma de suas obras, psicografada por Francisco Xavier.
Ainda, dando-se especial ênfase ao aspecto científico da Doutrina Espírita, tivemos também a excelente palestra da Marlene Nobre: “O Abôrto e o Lívre Arbítrio”. Esta questão de grave responsabilidade para o equilíbrio vibratório do Planeta Terra, ainda é vista como um assunto corriqueiro em que predomina mais as posturas egocêntricas daqueles envolvidos com o problema, em vez de soar mais alto o senso de responsabilidade diante do lívre arbítrio de cada um em sua jornada evolutiva. É ainda sob a paupérrima ótica do egoísmo que perpetua-se o maior dos genocídios de que se tem notícia na face da terra. A palestra da confrade Marlene Nobre foi extraordinariamente esclarecedora e muito bem embasada em recentes pesquisas científicas, informações estas inseridas em seu livro “O CLAMOR DA VIDA – Reflexões contra o Aborto Intencional”.
Para aqueles que ainda insistem em questionar a validade do aspecto científico da Doutrina Espírita, haverá o tempo em que as sábias leis naturais se encarregarão de colocar as coisas no devido lugar, pois a justiça divina a todos abarca. Quanto aqueles que já procuram trilhar o caminho da redenção indicado pelos postulados da Doutrina Consoladora, é imperativo que se posicionem contrariamente a estes nefastos comportamentos, em palavras e atos.
Falando sobre o “Espiritismo na América” o palestrante John Zerio foi brilhante. Ele conduziu a sua palestra bem ao estilo do homem de marketing, envolvendo a platéia de forma interessante e dinâmica, e o resultado foi esplêndido. Especialmente para nós que vivemos aqui neste extraordinário país, foi interessante saber das lutas e dificuldades enfrentadas pelos pioneiros do Movimento Espírita em terras americanas. Indubitavelmente o I Congresso Espírita Americano tornou-se possível graças ao valoroso trabalho destes pioneiros, que com galhardia souberam superar os grandes obstáculos e iniciar este importante trabalho de disseminação da Doutrina Espírita aqui na América.
Com uma extraordinária capacidade de envolvimento o confrade John Zerio sacudiu o auditório fazendo com que o mesmo participasse ativamente do desenvolvimento da sua palestra. Ele trabalhou muito com números fazendo comparativos com os resultados do trabalho até então realizado e a urgência de se reforçar as iniciativas voltadas para o mister de continuar divulgando a Doutrina Espírita em terras americanas. Também discorreu longamento sobre os projetos até então desenvolvidos pela AKES – Allan Kardec Educational Society, entidade da qual é o fundador e principal dirigente. Ao longo dos seus mais de 20 anos de existência a AKES tem prestado um grande serviço ao Movimento Espírita americano, cujas atividades culminou com a tradução para a lingua inglesa de importantes obras espíritas, dentre as quais destacamos o Livro dos Espíritos e o Evangelho Segundo o Espiritismo.
Finalizando a sua fala o companheiro John Zerio introduziu uma de suas colaboradoras, a qual juntamente com o seu esposo foram os principais responsáveis pelo projeto de tradução de uma das várias obras que estão em pauta para serem vertidas para o idioma inglês. Trata-se da obra “E A Vida Continua” de F. C. Xavier, pelo espírito de André Luiz, traduzida para o inglês com o título “and Life goes on…” A exposição do trabalho, dos fatos e das experiências vividas por Jeanne and Paul Murphy no decorrer das atividades de tradução desta importante obra foi muito comovedora, especialmente levando-se em consideração ser ambos americanos e novos trabalhadores em prol da causa espírita.
A palestra do Antonio Cezar Perri de Carvalho foi também esplêndida e cheia de aspectos interessantes, despertando a curiosidade de todos os presentes. Abordando o tema “Aspectos Espirituais do Descobrimento da América” ele nos mostrou uma pequena faceta daquilo que encaramos como um grande quebra-cabeça, ou seja, a ação da espiritualidade maior dentro do plano da evolução no tocante aos fatos e acontecimentos que se desenrolam no panorama das conquistas das nações. Pudemos verificar, pela exposição clara e dinâmica do amigo Cezar Perri que aquilo que encaramos como extraordinário e muitas vezes impossível, sob o ponto de vista Espitual é na verdade parte do incessante labor do Mundo Maior na execuao das leis universais que submete tudo à força criadora da evolução, rumo ao Criador.
Abordando o tema “O Modo Espírita de Viver a Vida”, tivemos o experiente e dedicado confrade Cesar Soares dos Reis, que dentre outras responsabilidades é Diretor do Lar Fabiano de Cristo. Tive a oportunidade de auxiliar o estimado companheiro Cesar Reis na colocação das transparências usadas ao longa da sua exposição. A sua palestra me comoveu intensamente pela forma clara e objetiva com que ele falou de coisas tão profundas, mas usando uma linguagem absolutamente simples. Assim é em essência o conteúdo da mensagem espírita, grandes verdades reveladas em uma linguagem acessível a todos, sejam quais forem seus diferentes níveis evolutivos. Assim também fez o nosso irmão maior Jesus Cristo, há dois mil anos, revelando-nos as grandes verdades através da linguagem simples e acessível das parábolas.
Dois outros pontos me chamaram a atenção em relação `a palestra do Cesar Reis. O primeiro é que depois de informado acerca do estado de saúde dele, pude perceber após curiosa observação que ele realmente não se sentia bem, mas proferiu a palestra dentro da maior serenidade como se nada sentisse. O outro fato diz respeito `as transparências usadas por ele ao longo da sua exposição. Pela qualidade das mesmas pude observar o nível de organização do palestrante, o que me fez sentir vontade de ter aquelas transparências para mim, desejo este que obviamente não externei por achar absolutamente inviável. Imediatamente após a sua fala uma jovem se aproximou de mim inquerindo sôbre a possibilidade de adquirir cópias das referidas transparências. Eu procurei dar as minhas sugestões e a jovem se afastou. Qual não foi a minha surpresa quando, minutos após, a referida jovem veio ao meu encontro me dizendo que o Cesar Reis havia doado as transparncias para ela. Uma coisa simples talvez, mas que para mim, naquele exato momento, soou como um exemplo de desprendimento por parte do palestrante. O conteúdo essencial do tema desenvolvido pelo Cesar Reis em sua palestra era o exemplo. E para mim o simples exemplo de desprendimento relacionado com a doação das transparências teve um significado todo especial.
Desde o momento em que o I Congresso Espírita Amricano foi concebido e divulgado, eu encarava como indispensável a participação no rol dos palestrantes, de um escritor ou pesquisador não espírita. Isto porque é muito grande neste país o número daqueles que se dedicam de forma séria a um trabalho de pesquisa voltado para a realidade da vida após a morte. Sabemos que esta postura é o bastante para na maioria das vezes colocar em risco a reputação profissional destes corajosos homens. Por esta simples razão apenas, entendo que eles merecem todo o nosso respeito e a nossa consideração.
Eu cheguei a conjecturar nomes comigo mesmo e pensava em vários, tais como Raymond A. Moody Jr., Ian Stevenson, Brian Weiss, James Van Praagh, Sylvia Browne, etc. Muito embora ainda não conhecesse absolutamente nada a respeito da pesquisadora Judy Guggenheim, eu fiquei impressionado com a exposição dela acerca do tema “Communication After Death”. Possuidora de uma esplendorosa capacidade de síntese, ela por certo agradou a todos ao relatar sua experiência pessoal, a qual foi a mola propulsora que a levou, juntamente com o seu ex-esposo Bill Guggenheim, a iniciar este interessante trabalho de pesquisa, o qual já dura 12 anos. Recentemente publicaram o livro “Hello From Heaven!”, o qual estava à venda durante o congresso, onde descrevem 350 casos de comunicações após a morte, dentre os dez mil catalogados até então em suas pesquisas.
Faz-se necessário ressaltar que nada do que nos revelou Judy em sua fala é surpresa para nós espíritas. Da mesma forma, aquilo que ela e seu ex-esposo denominam, no livro acima mencionado, de “Um novo campo de pesquisa - as Comunicações Após a Morte – confirmam que a vida e o amor são eternos” (A new field of research – After-Death Communication – confirms that life and love are eternal), já foi revelado por Kardec há quase 150 anos e faz parte dos postulados da Doutrina Espírita. Entretanto sabemos que se faz necessário um trabalho inicial nos moldes exigidos pela faixa vibratória de cada povo, trabalho este que por certo abrirá caminho e possibilitará ao Espiritismo uma penetração gradativa em terreno firme. Assim vejo o trabalho da Judy e muitos outros pesquisadores, os quais fazem no momento este indispensável trabalho inicial que possibilitará aos irmães desta grande nação, avançar em direção às grandes conquistas do auto-conhecimento e do amor. Assim, entendo que a comissão organizadora do Congresso foi felicíssima em sua escolha.
De forma alguma poderíamos deixar de mencionar em nossos comentários as falas de dois grandes trabalhadores em prol do harmonioso andamento das atividades do Movimento Espírita no mundo, e em especial aqui nos Estados Unidos. Me refiro às pessoas dos confrades Nestor Masotti e Vandelei Marques, presidentes do Conselho Espírita Internacional e do Conselho Espírita do Estados Unidos, subsequentemente.
O Nestor Masotti em sua habitual serenidade e equilíbrio, discorreu longamente sobre o Conselho Espírita Internacional. Relatou-nos de forma clara e precisa todas as iniciativas que culminaram com o nascimento desta importante entidade. Informou-se ainda acerca das atividades posteriores até então adotados pelo Conselho, as quais são sempre deliberadas da forma mais harmoniosa e democrática possível e levadas a efeito dentro do maior espírito de união e fraternidade. Pudemos verificar pela fala do companheiro Nestor, o quão extraordinário é o papel desempenhado por esta importante entidade no mister de propiciar um crescimento equilibrado do Movimento Espírita pelo mundo, dentro dos cristalinos conceitos de união vislumbrados por Kardec e todos aqueles que lutam pela disseminação dos postulados da Doutrina Consoladora.
O Vanderlei Marques desde a sua fala inicial, dando as boas vindas aos participantes do Congresso, bem como em todas as outras oportunidades, nos comoveu pelo seu elevado espírito de dedicação e desprendimento. Nos possibilitou pela sua fala conhecer os acontecimentos que culminaram com a criação do Conselho Espírita dos Estados Unidos, o que por certo possibilitou a realização deste I Congresso Espírita Americano. Foi interessante também ouvir dele informaçõs acerca de todas as iniciativas e esforços no sentido de tornar possível a realização deste extraordinário evento.
Por certo ficará em mim um sentimento de culpa por não poder discorrer aqui neste tão reduzido espaço, sobre muitos outros palestrantes e as suas respectivas mensagens através de suas palestras. Na tentativa de me redimir é que faço mensão especial aqui ao Henrique Sá que brilhou na exposição do tema “O Universo: Nosso Verdadeiro Lar”, bem como a Jussara Korngold abordando o tema “Conhecimento do Passado: A Visão Espírita”. Estes valorosos jovens merecem também o nosso reconhecimento pelo excelente trabalho junto a Comissão Executiva do Congresso, em companhia de muitos outros.
Ressalte-se ainda a importante participação de valorosos trabalhadores da causa espírita, vindos de várias partes do mundo, tais como Roger Perez e Charles Kempf, da França; Edwin Bravo, da Guatemala; Janet Duncan, da Inglaterra; Juan Antonio Durante, da Argentina; Vitor Feria, de Portugal.
Ao lado de todos os nomes acima, é oportuno ao menos mencionar aqui outros nomes, que por falta de espaço deixaremos de tecer maiores comentários acerca da importância da participação deles neste evento. Com estes também estamos sempre cruzando e usurfruindo dos benefícios das suas mensagens instrutivas e inspiradoras, bem como o estímulo e o incentivo para que nos devotemos cada vez mais `a causa espírita. Quero me referir aqui a Miguel de Jesus Sardano; Ana Guimarães; Altivo Ferreira; Carlos Campetti; Alamar Regis; Katy Meira, e ainda muitos outros.
Imagino que a esta altura muitos estarão aflitos por não verem mencionados aqui os nomes do Divaldo e do Raul. Certamente ficaria impresso em minha consciência um sentimento de culpa irremediável se eu omitisse aqui este importante registro, e de forma alguma eu cometeria este pecado capital. De forma propositada deixei para o final o registro da importância da participação destes grandes apóstolos do Espiritismo, neste evento marcante na história do Movimento Espírita dos Estados Unidos da América.
Quanto a Divaldo Pereira Franco, conhecido de todos nós já de longa data, quando o ouvimos ele sempre nos deixa a impressão que não temos palavras para defini-lo. A sua mensagem sempre vibrante, clara e comovedora nos estimula a dar tudo de nós para seguirmos adiante no nosso aprimoramento espiritual. Todos ouvimos atentos as informações do John Zerio no tocante ao trabalho dos pioneiros na disseminação da mensagem espírita em terras estadounidenses, os quais na verdade seguiram as pegdas do Divaldo. Em todas as oportunidades em que fez uso da palavra o Divaldo nos encorajou a abraçar com verdadeiro amor e ideal a causa espírita, convidando-nos a promover a nossa própria transformação interior. Ainda está vívida em nossa mente a mensagem entusiasta e vibrante deste grande pregador espírita. É oportuno ressaltar aqui que em um de seus mais recentes livros, “A Atualidade do Pensamento Espírita”, pelo espírito de Vianna de Carvalho, ele nos convida `a ação renovadora nos seguintes termos:
“Sem a preocupação,
nem a presunção de salvar o mundo ou as pessoas, cabe aos
espíritas a atitude de contribuir para que a Humanidade seja melhor
e mais justa, e a divulgação da Doutrina, bem como a sua
conduta moral nela baseada, são os meios hábeis e sábios
para tal cometimento.
Portanto, todo o esforço
que vise `a edificação do ser humano deve ser envidado, particularmente,
mediante a iluminação das consciências através
do Espiritismo.”
A palestra do Raul Teixeira sob o tema “A Reencarnação e o Terceiro Milênio”, foi para mim o ponto alto do Congresso. Sempre é um grande prazer ouvir o Raul e não foi diferente desta vez, em todas as oportunidaes em que ele subiu `a tribuna. Confesso que nunca o vi tão inspirado quanto na oportunidade em que discorreu sobre o tema acima. Com o seu habitual poder de atrair a atenção de todos para as questões relevantes do tema em que aborda, ele nos conclamou ao trabalho edificante dentro da seara espírita, ao mesmo tempo em que nos advertiu acerca de posturas equivocadas.
Nós espíritas de uma maneira geral somos entusiasmados com a beleza e a clareza dos postulados da Doutrina Espírita. Por ser ela uma doutrina consubstanciada na razão e que nos leva a entender o significada da vida com mais clareza, nós a abraçamos inicialmente com aquela empolgação e muitas vezes não atentamos para a responsabilidade que assumimos por nos tornarmos espíritas. Envolvidos por esta empolgação inicial, muitas vezes cometemos o equívoco de achar que somente os espíritas é que estão trilhando o caminho da redenção. Partindo deste pressuposto começamos a imaginar que tudo aquilo que não faz parte da visão espírita é desprezável ou no mínimo questionável.
A fala do Raul foi muito oportuna e especialmente carregada de advertências que desaconselha posturas equivocadas como a de que acabmos de mencionar. Ele falou-nos da importância de entendermos com clareza os postulados da Doutrina Espírita e cumprir com a nossa parcela de responsabilidade, iniciando por nossa transformação interior. Nesta importante fase de transformação por que passa o Planeta Terra, todos aqueles que se movimentam na seara do bem são trabalhadores de última hora, pouco importando a denominação religiosa ou filosófica a que estejam vinculados. A firme união de propósitos e a ação edificante de todos será sem dúvida mola a propulsora a nos direcionar para uma Nova Era onde por certo viveremos sob o império do Bem.
Finalizando eu
diria que o I Congresso Espírita Americano foi mesmo um marco divisor
da história do Movimento Espírita nos Estados Unidos e a
palestra do Raul Teixeira nos comoveu profundamente, dando-nos oportunidade
para “renovar compromissos no prosseguimento fiel ao ideal Espírita,
seguindo as pegadas do Mestre Jesus enunciadas em seu Evangelho.”, conforme
consta dos objetivos do Congresso.
Religião: 1 - Crença
na existência de força ou forças sobrenaturais; 2 -
Manifestação de tal crença pela doutrina e ritual
próprio; 3 - devoção(mini dicionário Aurélio
- editora Nova Fronteira - 2.a edição)
Sobrenatural: 1 - Não
atribuido a natureza; 2 - Relacionado com fenômenos extra terrenos;
3 - Sobre humano; (mini dicionário Aurélio - editora Nova
Fronteira - 2.a edição)
Cristianismo: O conjunto
das religiões cristãs, i.e., baseadas nos ensinamentos, pessoa
e vida de Jesus Cristo.(mini dicionário Aurélio - editora
Nova Fronteira - 2.a edição)
A lingua é um veículo
de comunicação, e a fala é o uso desse veículo
por um dado indivíduo numa ocasião dada. Semântica,
Stephen Ullman, FundaçãoCalouste Gulbenkian.
O significado completo e o tom de
certas palavras só podem ser captados se os colocarmos de novo no
contexto cultural do período: O rex latino não é
um equivalente exacto do king inglês ou do roi francês;
a partir da queda da monarquia, nos primeiros tempos da história
romana, adquiriu um matiz odioso e tornou-se o símbolo da tirania.
Semântica, Stephen Ullman, Fundação Calouste Gulbenkian.
Sem entrarmos
detalhadamente na teoria da comunicação, todo transmitir
de informação envolve três elementos:A fonte da informação,
o meio de transmissão e o receptor. Para que a transmissão
seja efetiva, há necessidade de que fonte e receptor possam interpretar
a informação recebida, que concordem no modo em que a informação
é codificada.
Na troca de informações
entre seres humanos, a linguagem é essencialmente uma forma de codificação
da informação, e os significados das palavras são
o código compartilhado. Um código não muito preciso
e que normalmente é compartilhado de forma inconsciente. Concordamos
com o significado das palavras, porque crescemos em um contexto histórico-cultural
em que elas tem um determinado significado compartilhado por todos. Também
concordamos, porque passamos por um processo educativo em que aprendemos
a usar as palavras dentro de determinados limites.
Assim quando
"comunicamos" alguma informação,"vestindo" nosso pensamento
com um conjunto de palavras, selecionamos dentre as que - frente a nossa
experiência e formação cultural- correspondem ao que
queremos transmitir. Inconscientemente selecionamos as mais adequadas,
não só ao assunto, como ao nosso "interlocutor".Quanto maior
a "concordância" no significado do código, maior é
a compreensão - a transmissão fiel das informações.
Nossa capacidade
de codificar um pensamento em palavras, não só é proporcional
ao nosso domínio da lingua,como também da nossa capacidade
de pensar com clareza. Não é possivel codificar corretamente
um pensamento vago, do qual nem o próprio autor sabe discernir claramente
do que está falando. Neste processo de codificação,
em que muitas das informações para decodificação
ficam subendidas, é de suma importância o contexto em que
a informação é transmitida. Até hoje, as pesquisas
na área de informática para interpretaçãoautomática
de textos e fala esbarram nessa dificuldade.
Algumas idéias
são codificadas precisamente em palavras, não há muita
ambiguidade quando se fala de substantivos concretos como "água",
"pedra" ou "fogo" - experiências sensoriais diretas - por outro lado
é quase que certeza que conceitos abstratos como "amor", "amizade",
"beleza" ou "perfeição" dariam páginas e mais páginas
de discussões acirradas.
Curiosamente,
nós normalmente não nos apercebemos deste aspecto da comunicação
e julgamos que nossa fala é precisamente o reflexo de nossas idéias
e que será decodificada pelo nosso interlocutor com a maior eficiência.
Não nos apercebemos que muitas vezes pensamos uma coisa, dizemos
outra e nosso interlocutor entende ainda outra diferente. Na prática,
no dia-a-dia, as diferenças são tão pequenas que não
chegam a constituir maiores empecilhos, porém a questão assume
outras proporções quando do jogo de palavras dependem eventos
maiores que somente nossas ocupações corriqueiras. Nos grandes
debates filosóficos e religiosos a perfeita compreensão mútuase
torna a premissa básica para resultados frutiferos.
Um exemplo bastante
acessível disso é a própria palavra "RELIGIÃO".
Quando estamos discutindo sobre religião com outra pessoa será
que estamos discutindo a mesma idéia de "RELIGIÃO"? Significará
RELIGIÃO a mesma coisa para um brasileiro e para um espanhol? Um
hindu e um ocidental estariam falando da mesma coisa ao usar a mesma palavra?
Mesmo dois brasileiros de formação diferente - um de familia
protestante e outro de familia espírita por exemplo - estariam traduzindo
pela palavra a mesma idéia?
Mais curioso
ainda com esse exemplo é o potencial de divisão nos grupos
sociais que essa "codificação" imprecisa traz. Há
grupos espíritas que se dividem porque uns veem o Espiritismo como
filosofia e ciência de consequencias religiosas e outros o
veem como de consequencias morais. Uns associam a palavra "Religião"
a todo o histórico negativode manipulação do ser humano
pelos poderes religiosos e se insurgem quanto a simples possibilidade de
lhes ligar a uma "Religião", enquanto outros veem na "Religião"
a ligação do homem com Deus e com a criação
(que nada tem de sobrenatural, outra palavra com muito a discutir).
Para uns, não
ter "Religião" significa ser ateu, para outros ser "livre pensador"
- não ser ligado a um culto organizado especifico.
Outro exemplo
rápido: O que é "Cristianismo"? Talvez alguns digam que é
a adoração ao Cristo! Mas foi esse o sentido original, quando
o nome foi atribuido aos discipulos de Jesus Cristo (do grego, traduzindo
um pouco mal o sentido do Messias hebraico), ainda na antiguidade?
Esse sentido para a palavra não é derivado de um fator histórico
posterior, quando a igreja de Roma assumiu a hegemonia dentre as diversas
correntes cristãs dos primeiros séculos (haviam até
os cristãos de Jerusalem que seguiam todos os preceitos mosaicos)?
Não seria cristão, noverdadeiro sentido da palavra,
aquele que segue os ensinamentos de Jesus, independentemente se crê
ou não que ele é Deus (ou parte de uma trindade)?
Pois há
quem diga que os espíritas não são cristãos
por não termos "culto" a Jesus e espíritas que querem dissociar
Espiritismo e Cristianismo, pois acham que este prejudica a universalidade
- Como se "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a
sí mesmo" não fosse universal!
Enfim, é
importante que tenhamos em mente que a "letra mata, mas o espírito
vivifica" - que saibamos, quando estamos nas discussões de estudo,
das naturais limitaçõesdo meio de comunicação
e não caiamos na armadilha de nos desentendermos porque estamos
falando de coisas diferentes. Muita tinta e muito sangue já correu
na história por causa dos significados diferentes de uma palavra
(é claro que sempre atiçados por outros interesses além
do esclarecimento fraterno). De codificações erradas - e
ambições mal-conduzidas - já surgiram até cismas
religiosos ...
"As palavras nos importam pouco.
A linguagem deve ser formulada de maneira a se tornar compreensível.
As dissensões humanas surgem porque sempre há desentendimentos
sobre as palavras, poisa linguagem humana é incompleta para as coisas
que não lhes ferem os sentidos". Resposta dos Espíritos a
questão 28 doLivro dos Espíritos, Cáp. II - Elementos
Gerais do Universo.
Atenciosamente,
Carlos Iglesia
Sempre acompanhamos a coluna de Carlos de Brito Imbassahy,
Qual é a Dúvida? no Jornal Espírita, editado
pela FEESP, onde podemos esclarecer dúvidas que sempre temos. Na
edição de nº 302, mês outubro de 2000, lemos sua
resposta a um leitor que lhe questiona a propósito das provas que
possam existir no Evangelho sobre a condenação de princípios
da Doutrina Espírita.
O colunista apresenta uma relação
que lhe foi oferecida por um pastor seu amigo. Nela constam as seguintes
passagens:
Condenação do Espiritismo
Atos 16, 16 a 18 = Gál. 5: 19 a 21 = Rev. 21: 8 e 22:15.
Ressurreição e condenando a reencarnação
João 5: 28, 29 e 11:25 = I Co 15:40 e 20 a 25 = Fil 3:20, 21
= Atos 17:31 = Mat 12: 31, 32 = Rom 5:19 + Rev 20:4 e 5:13 e 21:34.
Salvação pela fé em Jesus
Atos 4:12 + Luc 13:24 = I Tim 4:10 = I João 4:9 e 14 = Tiag
20:14 e 26 = Rom 6, 23.
Completa: “Segundo este meu amigo, o Espiritismo
não tem amparo nenhum no Novo Testamento e mais, a palavra de Jesus,
segundo ele, contida nos textos acima citados, provam que o Espiritismo
é condenado pelo Mestre”.
É interessante como tentam de todas
as maneiras colocar o Espiritismo como sendo proibido ou condenado pela
Bíblia. Nesse, em particular, chamou-nos a atenção
por ser, até então, o único que encontramos que não
busca a nossa condenação no Antigo Testamento. É louvável,
pois parece, realmente, que o autor dessas citações compreendeu
bem o que Jesus queria dizer, quando, na narrativa de Mateus 9, 16-17,
disse: “Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho;
porque o remendo tira parte do vestido, e fica maior a rotura. Nem se põe
vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se
o vinho, e os odres se perdem. Mas, põe-se vinho nove em odres novos,
e ambos se conservam”.
Entretanto, não consegue ainda separar
nos textos o que é verdadeiramente de Jesus e o que é apenas
opinião dos diversos autores que constam do Novo Testamento. Dizemos
isso, pois não podemos admitir como verdade nada que venha a ser
contrário ao que Ele tenha dito, pouco nos importando qual seja
a fonte. Até porque, devemos seguir o que disse: “O discípulo
não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor”,
conforme citado em Mateus 10, 24.
Não podemos deixar de falar também
como, em alguns casos, mudam completamente o sentido do texto sagrado,
procurando, sempre, adaptá-los às suas convicções
ou dogmas, apesar da advertência clara que encontramos em 2 Pedro
3, 16: “Ao falar acerca destes assuntos, como de fato costuma fazer em
todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis
de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também
deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição
deles”.
Assim, no decorrer deste estudo, vamos mostrar
como certas citações são contraditórias ao
que Jesus nos passou e como algumas interpretações que querem
dar aos textos não condizem com o seu real sentido. Infelizmente
notamos que são apegados demais à letra, outras vezes não
buscam o contexto, agindo com o espírito preconcebido, arraigados
aos dogmas que lhes são impostos.
Vamos fazer nossos contra-argumentos por partes, utilizando os
textos citados.
Condenação do Espiritismo
Atos 16, 16-18: Aconteceu que, indo nós para o lugar de
oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de espírito
de adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são
servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação.
Isto se repetia por muitos dias. Então Paulo, já indignado,
voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando:
Retire dela. E ele na mesma hora saiu.
Nessa passagem não existe nenhuma condenação
feita por Jesus ao Espiritismo. O que vemos, e não há como
negar, é que Paulo após ser importunado diversas vezes por
uma jovem que estava possessa de espírito adivinhador fica indignado,
por isso resolve, num determinado momento, livrar a jovem de tal possessão,
para que também pudesse realizar sua tarefa sem ser amolado. Sabemos
que nos casos de possessão o espírito exerce uma tal subjugação
que, a grosso modo, impõe a sua vontade à daquele sobre o
qual domina. Nesse caso, a pobre jovem não tinha nenhuma culpa nos
atos que fazia, sua única culpa, conforme sabemos, é por
ter ficado na mesma faixa vibracional que o espírito, assim lhe
deu as condições necessárias para que a ligação
entre dos dois se consumasse. Por outro lado, é uma situação
que existe desde que o homem entrou no mundo, não sendo, portanto,
a possessão algo que somente acontece na Doutrina Espírita,
a vemos acontecer em todos os seguimentos religiosos, muito embora, revestida
com outro nome, é a tal da possessão demoníaca. E
não há, aqui na terra, quem possa proibir que isso aconteça,
pois se encontra dentro das leis naturais. Temos é que fazer como
Paulo fez, ou seja, promover a libertação daqueles que se
encontram sob a influência desses espíritos inferiores, é
o que também fazer, até mesmo por caridade ao nosso próximo.
Não podemos deixar de falar que a jovem,
mesmo possessa, estava sendo usada por alguém que lhe explorava,
fazendo que o espírito adivinhador fosse consultado proporcionando-lhe
lucros. Mas, em qualquer caso isso não tem nada a ver com a Doutrina
Espírita, são praticas que absolutamente não fazemos,
embora vejamos muitas pessoas quererem, a todo custo, atribuir-nos tais
coisas, é pura distorção dos fatos.
Por outro lado, se a comunicação
com os mortos fosse mesmo condenada por Jesus, não teria sentido
algum ele próprio fazer o que estava condenando. Como pode ser isto?
Vejamos, então:
Mateus 17, 1-3: Seis dias depois, toma Jesus consigo a Pedro e aos
irmãos Tiago e João, e os leva, em particular, a um alto
monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como
o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
Nessa passagem, é bem claro, que Jesus
estava conversando com os espíritos Moisés e Elias, tendo
como testemunhas Pedro, Tiago e João. Como vemos que Ele nunca se
contradisse em nenhum dos seus ensinamentos, por que somente nesta questão
estaria se contradizendo? Concluímos, então, que agora estava
era justamente sancionando o intercambio com os ditos mortos, vivos em
espírito, mostrando qual a maneira correta de se fazer.
Gálatas 5, 19-21: Ora, as obras da carne são conhecidas,
e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias,
e cousas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como
já outrora vos preveni, que não herdarão o reino de
Deus os que tais cousas praticam.
Apocalipse 21, 8: Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos,
aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos
idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será
no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
Apocalipse 22, 15: Fora ficam os cães, os feiticeiros,
os impuros, os assassinos, os idólatras, e todo aquele que ama e
pratica mentira.
Não falamos de que alguns textos são
interpretados segundo a conveniência dogmática de determinadas
pessoas, não tendo, portanto, nenhum fundamento. Os textos acima,
por exemplo, não possuem nada com Jesus condenando o Espiritismo.
Vemos é Paulo e João dizer que entre outras coisas condenáveis
está a feitiçaria, que parece ser a única entre estas
condenações que pode ser confundida com Espiritismo. Mas
esta confusão é dos que nada conhecem de Espiritismo, muitas
vezes, apenas, repetem o que outros lhe passaram por puro fanatismo religioso.
Por outro lado, se querem mesmo herdar o reino
de Deus deveriam seguir a orientação de Paulo aos Gálatas
deixando de fazer inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções contra qualquer outra corrente
religiosa, principalmente contra a Doutrina Espírita, que tem um
enorme respeito por todas elas.
Ressurreição e condenação à reencarnação
João 5, 28-29: Não vos maravilheis disto; porque
vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão
a sua voz e sairão: e os que tiverem feito o bem, para a ressurreição
da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição
do juízo.
João 11, 25: Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição
e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;
Esses textos sim, são realmente palavras
de Jesus entretanto, se aqui entendermos que Ele estava falando contra
a reencarnação, temos que convir que estaria contradizendo
a si mesmo e até contrário ao que pensava o povo, vejamos,
então as passagens:
Mateus 11, 11-15: Em verdade vos digo: Entre os nascidos de mulher,
ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no
reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João
Batista até agora o reino dos céus é tomado por esforço,
e os que se esforçam se apoderam dele. Porque todos os profetas
e a lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer,
ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos (para ouvir)
ouça.
Mateus 17, 9-12: E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus: A ninguém
conteis a visão, até que o Filho do homem ressuscite dentre
os mortos. Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois,
os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Então
Jesus respondeu: De fato Elias virá e restaurará todas as
cousas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não
o reconheceram, antes fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também
o Filho do homem há de padecer nas mãos deles.
Mateus 16, 13-14: Indo Jesus para as bandas de Cesaréia de Filipe,
perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do homem?
E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros:
Jeremias, ou algum dos profetas.
Não vemos claramente Jesus dizer que
João Batista era o Elias que estava para vir, ou seja, João
era o Elias reencarnado. Observamos que inclusive esse era o pensamento
do povo, que acreditava que um morto pudesse voltar a vida em outro corpo,
se assim não fosse Jesus, não poderia ser, como pensavam,
ou João Batista, ou Elias, ou Jeremias ou algum dos profetas.
Assim devemos buscar outro sentido para os
dois textos anteriores. É certo que todos nós seremos julgados
pelos atos que tenhamos praticado, quando na carne, quer bons ou maus.
Então figuradamente sairemos do túmulo para este julgamento.
E “o ainda que morra, viverá” é porque não morreremos,
pois somos, na verdade, espíritos eternos, somente existindo a morte
para o nosso corpo físico.
1 Coríntios 15, 40: Também há corpos celestiais
e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória
dos celestiais e outra a dos terrestres.
1 Coríntios 15, 20-25: Mas de fato Cristo ressuscitou
dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que
a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição
dos mortos. Porque, assim como em Adão todos morreram, assim também
todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua
própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são
de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando ele entregar
o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado,
bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até
que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.
Passagens onde Paulo dá orientações
aos Coríntios, não sendo, portanto, um ensinamento de Jesus.
Sabemos que nosso corpo espiritual é muito diferente do nosso corpo
físico, é um fato, foi o que percebeu Paulo. Não devemos
ter dúvida alguma que para cada situação que Deus
nos coloca, receberemos um corpo apropriado àquele meio em que iremos
viver. Observem aqui na Terra, como nossos corpos possuem diferenças
conforme o meio em que vivemos, ou seja, na água, na terra e no
ar. Quanto à questão de a morte ter vindo por um homem, não
podemos concordar com este absurdo, pois estaríamos dizendo que
também a morte dos animais entrou no mundo por causa do pecado de
Adão. Não condiz com “a cada um segundo suas obras” conforme
afirmativa de Jesus.
Uma coisa é certa: o que terá
fim aqui na terra é a maldade do homem, depois disso o reino de
Deus estará estabelecido. Não existem inimigos de Deus, somente
aqueles que ainda não o compreenderam, o que não quer dizer
necessariamente inimigos, apenas seriam aos olhos dos ignorantes.
Filipenses 3, 20-21: Pois a nossa pátria está
nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação,
para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia
do poder que ele tem de até subordinar a si todas as cousas.
Onde aqui está a condenação
à reencarnação? “A nossa pátria está
nos céus”, é interessante isso que Paulo diz, pois é
exatamente o que a Doutrina Espírita vem confirmar, que na realidade
todos nós viemos do mundo espiritual e para lá voltaremos
depois da morte, que a nossa verdadeira pátria é o plano
espiritual, simbolicamente “os céus”. Nela retomaremos o nosso corpo
espiritual, esse corpo sem humilhação de que fala Paulo.
Atos 17, 31: Porquanto estabeleceu um dia em que há de
julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou
e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
Pelo que já expomos, não sentimos
necessidade de falar sobre este item, pois estaríamos apenas repetindo
argumentos já colocados.
Mateus 12, 31-32: Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia
serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito
não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra
contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém
falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado,
nem neste mundo nem no porvir.
Não sei de onde tiram que nessa passagem
existe condenação à reencarnação, por
mais que tenhamos nos esforçados, não vimos nada neste sentido.
Romanos 5, 19: Porque, como pela desobediência de um só
homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência
de um só muitos serão feitos justos.
Apocalipse 20, 4: Vi também tronos, e nestes sentaram-se
aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos
decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra
de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a imagem,
e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram
com Cristo por mil anos.
Apocalipse 5, 13: Então ouvi que toda a criatura que
há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar,
tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está
sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória,
e o domínio pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 21,34: (???) Este capítulo só vai até
versículo 27.
Na carta de Paulo aos romanos, de certa forma
repete o que diz aos coríntios quanto ao pecado de Adão.
Especificamente quanto ao Apocalipse, não temos nada a dizer, pois
tais textos, são para nós tão confusos que qualquer
coisa que fossemos dizer poderia parecer ridículo. Entretanto, achamos
que somente o próprio autor poderia nos passar o que quis dizer
com aquela linguagem mística e simbólica que nos trás
em sua revelação.
Salvação pela fé em Jesus
Atos 4, 12: E não há salvação em
nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens, pelo qual importa ser sejamos salvos.
Lucas 13, 24: Respondeu-lhes: “Esforçai-vos por entrar
pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar
e não poderão”.
Se aceitarmos que somente pela fé estamos
salvos estaremos sendo contrários ao que Jesus ensinou, conforme
as seguintes passagens, que também servem como argumento aos outros
itens:
Mateus 16, 27: Porque o Filho do homem há de vir na glória
de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada
um conforme as suas obras.
Conforme já citamos várias vezes,
a retribuição de cada um será conforme as obras que
tenha praticado.
Mateus 25, 31-46: Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos
os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
e todas as nações serão reunidas em sua presença,
e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos
as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos
à esquerda; então dirá o Rei aos que estiverem à
sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive
fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro
e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso
e fostes ver-me. Então perguntarão os justos: Senhor, quando
foi que te vimos com fome e te damos de comer? ou com sede e te demos de
beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? ou nu e te vestimos?
E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo,
lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então o
Rei dirá também ao que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos
de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não
me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando
nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes
ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor quando foi que te vimos com
fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso, e não te assistimos?
Então lhes responderá: Em verdade vos digo que sempre que
o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de
fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos
para a vida eterna.
Os que foram para a direita foram os que tiveram
fé, ou somente aqueles que ajudaram ao próximo? Não
podemos distorcer os textos à nossa conveniência, temos dito.
Os justos, ou seja, os que conquistaram sua evolução espiritual
vivem na vida eterna, não mais necessitando de reencarnar.
Lucas 10, 25-37: E eis que certo homem, intérprete da lei, se
levantou com o intuito de pôr Jesus em provas, e disse-lhe: Mestre,
que farei para herdar a vida eterna? Então Jesus lhe perguntou;
Que está escrito na lei? Como interpretas? A isto ele respondeu:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento;
e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então Jesus
lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto, e viverás. Ele,
porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é
o meu próximo? Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de
Jerusalém para Jericó, e veio a cair em mãos de salteadores,
os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos,
retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente descia um sacerdote por
aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente um levita
descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo
samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se
dele. E, chagando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo
e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para
uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte tirou dois denários
e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem e, se alguma cousa
gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três
te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos
salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da lei: O que usou de misericórdia
para com ele. Então lhe disse; Vai, e procede tu de igual modo.
O sacerdote e o levita representam todos os
que se encontram à frente dos segmentos religiosos que mesmo conhecendo
o que consta do Evangelho de Jesus não o coloca em prática,
ou seja, não exercem o amor ao próximo através da
caridade. Já o samaritano é o símbolo de todos aqueles
que mesmo sem pertencerem a nenhuma das religiões organizadas pratica
a caridade, seguindo, mesmo sem saber, os ensinos de Jesus. Qual deles
Jesus nos oferece como exemplo a ser seguido? Foram os de fé ou
o de ação? A conclusão é por demais óbvia,
não foram os de fé.
Mateus 7, 21-29: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará
no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está
nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!
porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu
nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. Todo aquele, pois,
que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um
homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra
aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será
comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto
contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. Quando
Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas
da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não
como os escribas.
Novamente estamos diante da prática
da caridade como aquilo que devemos fazer para merecer o reino dos céus.
Fica até incisivo a lição
de Jesus acerca do que realmente nos salva. Em nenhuma das passagens acima
fala que é a fé, muito antes, pelo contrário deixa
taxativo ser as obras de caridade que tenhamos feito ao nosso semelhante.
Qualquer ensinamento, venha de onde vier, fora disso é contrário
ao que Jesus ensina.
1 Timóteo 4, 10: Ora, é para esse fim que labutamos
e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança
no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis.
Não vemos nesta passagem que é
a fé que salva. Deus não pode ser o nosso Salvador, pois
tiraria o nosso mérito. O que em realidade acontece é que
ele fornece a todos nós os meios de nos salvarmos. Como é
justo este meio, deverá ser um que todos nós indistintamente
podemos fazer. Vejam que somente a caridade é algo que todos podem
fazer, mesmo aqueles que são ateus – não é o caso
do bom samaritano? A fé ao contrário, os que não conhecem
o Deus verdadeiro, poderão estar adorando um deus qualquer, estariam
assim desprovido de fé nEle.
1 João 4, 9: Nisto se manifesta o amor de Deus em nós,
em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos
por meio dele.
1 João 4, 14: E nós temos visto e testemunhamos
que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.
A questão da salvação
de maneira fácil, somente por crer, aceitar ou ter fé, é
contrária, conforme já cansamos de dizer, ao: “a cada um
segundo suas obras”, então porque ainda insistem nesse absurdo?
Entretanto, este não parece ser o pensamento de Tiago, ele conforme
veremos, dizia que a fé sem obras é morta. Vamos, então
à sua narrativa:
Tiago 2, 14-18 e 26: Meus irmãos, qual é o proveito,
se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?
Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou
uma irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento
cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos,
e fartai-vos, sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo,
qual é o proveito disso? Assim também a fé, se não
tiver obras, por si só esta morta. Mas alguém dirá:
Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as
obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Porque
assim como o corpo sem espírito é morto, assim também
a fé sem obras é morta.
Mas, ao lemos Paulo, notamos que ele ora fala
que é a fé, ora que é o amor, esse se manifestando
na ajuda que damos aos necessitados, vejamos:
Romanos 5, 1: Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com
Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Romanos 10, 9: Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e
em teu coração credes que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo.
1 Coríntios 13, 1-13: Ainda que eu fale as línguas dos
homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa,
ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar
e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda
que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não
tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre
os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado,
se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é
paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não
se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente,
não procura os seus interesses, não se exaspera, não
se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se
com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O
amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos. Quando, porém,
vier o que é perfeito, então o que é em partes será
aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino,
pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas próprias
de menino. Porque agora vemos como em espelho obscuramente, então
veremos face a face; agora conheço em parte, então conhecerei
como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé,
a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes
é o amor.
Tiago 20, 14 e 26: (???)
Não existe este capítulo, pois
esta carta vai somente até capítulo 5.
Romanos 6, 23: Porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor.
Não podemos censurar os que ainda acreditam que a morte
veio ao mundo porque Adão pecou. Para nós é ilógico,
pois vemos tudo, na natureza em nossa volta, passar pelo ciclo nascer-viver-morrer,
nada mesmo escapa de tal lei. Assim a morte do homem nada mais é
que aplicação desta lei, não sendo, portanto castigo
de Deus. Tenhamos que convir que aos homens era necessário dar uma
explicação para a morte, daí inventaram esta lenda
do pecado de Adão e Eva para que ele aceitasse a morte mais naturalmente.
Temos, por lógica, aceitar que é uma lenda, pois não
poderemos acreditar que um simples ato de comer uma fruta tenha provocado
tamanho disparate, até porque é de se estranhar que tenha
existido alguma árvore que ao comermos de seu fruto passamos a ter
conhecimento do bem e do mal.
Conclusão
Provamos que Jesus nunca condenou o Espiritismo, buscando para nossa
sustentação os textos do Evangelho. Mas se a Doutrina Espírita
ainda incomodar a alguém, usaremos em nossa defesa as palavras de
Gamaliel, mestre da lei, quando no Sinédrio advogou a favor de Pedro
e os demais apóstolos, dizendo: “Daí de mão a estes
homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de homens,
perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los,
para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus”, conforme
Atos 5, 38-39.
Paulo da Silva Neto Sobrinho
Out/2000.
Bibliografia:
A Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/Texto bíblico:
Versão Almeida, revista e atualizada, com introdução,
esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell
Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, - São
Paulo: Mundo Cristão, 1994.
Acredito que as dúvidas do Glauco são totalmente pertinentes e têm merecido pouca atenção dos espíritas em geral. Sem entrar no mérito das questões levantadas, gostaria de expressar um ponto de vista talvez ainda não considerado pelo colega.
Em primeiro lugar devemos seguir
à risca os ensinamentos dado com a resposta à questão
número 1 de o Livro dos Espíritos, ou seja, devemos entender
Deus como causa primária, inteligência suprema e não,
como entidade ou ser. Deus se manifesta em toda a natureza
e devemos entender a evolução como uma conseqüência
natural da vida e do existir e não ao
contrário. Em uma frase:
Evoluímos por que existimos. E não, como pretendem algumas
pessoas: Vivemos para Evoluir.
Acredito que este modo de pensar as coisas é mais adequado pois tiramos qualquer intencionalidade de um eventual criador. Afinal, Deus não se coaduna com desejos e vontades humanos. A vida e o existir (em todos os reinos e mundos) passa a ser a conseqüência natural de uma fonte primeira e a evolução passa a ser o resultado natural do próprio viver.
Há uma coisa que me anda a fazer muita confusão. Os estudos espiritas versam sobre a obra divulgada e escrita por Alan Kardec. Ao ler "O Livro dos Espiritos", verifica-se fácilmente que Alan Kardec era um homem muito avançado para a época, enquanto cá estava. Ou seja, a obra dele é muito actual. Contudo, a intuição diz-me que os Espiritos não estão parados. De há cem anos para cá, houve, decerto, muitas comunicações com interesse. Eu, pessoalmente, não conheço comunicações presentes ou no passado mais próximo da mesma natureza das obtidas por Kardec. Não há ou sou eu que não as conheço? Muito agradeço resposta para f.s4@clix.pt V.Santos
Caro Santos,
Que me diz da obra mediunica de Francisco Cândido
Xavier, por exemplo, a sequência de livros sobre a vida no plano
espiritual assinados por André Luiz? E as obras de Yvonne A. Pereira
("Memórias de um Suicida" por exemplo)? E há uma infinidade
de outras obras mediunicas por médiuns diversos que mereceriam também
ser lembradas ...
Atenciosamente,
Carlos Iglesia
Prezado Carlos,
É realmente muito grande hoje o número de obras mediúnicas que vem confirmando tudo aquilo que Kardec nos trouxe através das obras da codificação. Entretanto, o trabalho desenvolvido por Kardec foi realmente algo muito especial e incomparável. Não podemos nos esquecer que ele foi um grande missionário. A Revista Espírita editada pelo próprio Kardec seria outra excelente referência para leitura, se voce não a possui seria uma ótima aquisição. Além do que já foi sugerido acima pelo Carlos Iglesia eu indicaria uma obra bem recente e extraordinária neste particular. Trata-se do livro do Divaldo Pereira Franco "Atualidade do Pensamento Espírita" pelo espírito de Vianna de Carvalho, editado pela Livraria Espirita Alvorada Editora.