Fundado em 15 de Outubro de 1992
Boletim Quinzenal de Distribuição
Eletrônica
"Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade", Allan Kardec
Em certos momentos, principalmente quanto estou semi acordado ou meio
que dormindo, não sei bem ao certo, sou surpreendido por algumas
idéias que fogem ao meu controle e muitas vezes rio atoa...
Porém, durante esta madrugada, não sei se afetado pelos
escandalosos noticiários da TV., iniciei uma conversação
com alguém invisível que falava diretamente à minha
mente, mais ou menos nestes termos:
- Não te preocupes com todos estes desmandos, faz parte da situação
embrionária em que vive o homem atual. – Me dizia a voz amiga.
- Como assim... “embrionária” ? – Interroguei.
- Sim, vocês homens da Terra, são ainda pequenos embriões
! - Respondeu.
- Estou mais confuso, achei que fossemos algo em torno do 3º lugar
na evolução...- Argumentei.
- Ah...., para você ter uma idéia do quanto está
errado, lembra-se daquela frase do Paulo de Tarso, que diz: “...vivemos
e nos movemos em Deus” ? – Interrogou-me o companheiro.
- Sim, lembro-me. – Respondi.
- Pois isto é a pura verdade, todos nós seres vivos,
encarnados ou desencarnados, vivemos e nos movemos em Deus, fazemos parte
de seu corpo celeste, ou seja, somos parte Dele. Esclareceu o Amigo.
- Bem, sendo assim, onde nos encontramos então ? – Interroguei
curioso.
- Imagine um GIGANTE, MAS GIGANTE MESMO !!! tão grande mas tão
grande que fosse do tamanho do UNIVERSO. Imaginou ?, pois bem, esse é
Deus. Agora imagine que você está dentro dele . Conduzia o
amável companheiro.
- Sim, imaginei isto tudo. - Respondi.
- Pois bem, agora imagine a Terra como um grãozinho de feijão,
e toda a sua população, prédios, máquinas,
em fim tudo... sobre este grãozinho, o qual o Gigante engoliu e
este está parado em seus intestinos. – Continuou o locutor.
- Não me agradou a idéia de estar parado num intestino.
– Argumentei.
- Sei que não lhe agrada, mas vamos continuar. - Olhando de
longe, os pequenos seres que vivem sobre este pequeno grão, mais
se assemelham aos microscópicos vermes que habitam as fezes. Corroem
e destroem seu próprio habitat. Movimentam-se apressados de um lado
para outro, passam uns por sobre os outros, demonstrando apenas interesses
pelas coisas imediatas. – Explanou o mensageiro.
- Compreendi onde você quer chegar, “somos ainda vermes” ! –
Respondi.
- “Vermes”, sim, mas não no sentido pejorativo da palavra, mas
na condição de seres pequeninos, ainda desprovidos de inteligência
e visão suficiente para compreender a grandeza divina, de todo o
Universo.
- Bem, até onde você quer chegar com isso ? – Interroguei.
- Agora imagine, que lá do cérebro do Gigante, um de
seus habitantes, o mais adiantado de todos, recebeu Deste a missão
de ir até lá no intestino, e tomando a forma de “verme” foi
habitar durante algum tempo o caroço de feijão. - Explanava
o ente invisível, quando interrompi.
- Capitei....este era o Cristo !!! Afirmei.
- Sim, era ele mesmo !!! – Confirmou o locutor. E fizeram com ele e
com sua doutrina de Amor tudo o que fizeram. E o que hoje ai está,
é o resultado. – Concluiu.
- Analisando sob este aspecto, fico imaginando como teria sido difícil
Sua encarnação em meio tão imundo. - Conjeturei.
- Foi realmente um grande gesto de Amor, deixar o cérebro do
Gigante e ir habitar um meio ambiente tão inóspito, manter-se
puro em meio a tanta imundícia, tratar tão pequeninos vermes
como irmãos, e deixar-se assassinar por estes, para provar que a
vida eterna está no espírito, e que Ele continua lá
no cérebro do Gigante comandando com Este, todo o Universo, e esperando
dos habitantes do caroço de feijão, um gesto de evolução.
– Concluiu o amigo.
- Bem, depois disto, sinto-me um “verme” privilegiado, por que recebi
uma idéiazinha lá do cérebro. – Respondi.
- Você é presunçoso mesmo!, apenas por achar que
foi capaz de receber um pensamento, já pensa que foi do cérebro...és
um “verme” mesmo !, durma!
[]´s fraternos Juninho
juninho@enut.ufop.br
Obrigado Junior pela sua sugestão.
Mantemos a conduta de preservar o endereço das pessoas que fazem
comentários sem termos uma autorização definida. Quando
o comentário pode trazer constrangimentos, aí publicamos
somente o nome (sem sobrenome), pois entendemos que é importante
o fundo da questão e não a forma. O nome completo e o endereço
eletrônico são publicados quando solicitados. Mas estamos
entendendo também que nos comentários ou textos "normais"
a publicação do e.mail seria útil para troca de informações
diretas. Mesmo porque, qualquer endereço pode ser facilmente alterado
pelo provedor de acesso, caso o usuário deseje maior privacidade.
Além disso, nós devemos lutar contra qualquer tipo de preconceito,
inclusive o de ser ESPÍRITA...
Um abraço
Raul Franzolin
Quanto ao tema "Meditemos, Irecê Trein, Brasil"
no Boletim 386,
gostaria de tecer alguns comentários, sem entrar em polêmica
e muito menos contestar as palavras da pessoa que enviou.
De modo geral, as passagens da Bíblia são
muito figurativas, quando não direcionadas para uma população
específica, tais como israelitas, egípcios, hebreus, palestinos,
etc. As palavras "Deus apareceu...", "Deus falou à ....", etc, demonstram
que espíritos comunicantes, impressionando os sentidos físicos
e mediúnicos dos médiuns daquela época, foram percebidos
como divindades, dada a ignorância e desinformação
daqueles, sobre as relações do mundo corpóreo com
o espiritual.
Hoje, em função do alto grau de informação
das pessoas devido à TV, à internet e até pessoalmente,
graças às facilidades dos meios de transporte, ficam
mais raras as surpresas devido a fatos novos. Esses podem não ser
esperados acontecer hoje ou amanhã, mas podem acontecer a qualquer
instante. Exemplo: digamos que os cientistas descubram um novo planeta
na órbita solar. Isso não seria surpresa, pois a todo instante
é desvendado um mistério do cosmo. Se um novo vírus
for descoberto, também não será surpresa, pois tudo
está acontecendo neste final de milênio. E por aí vai.
Mas há dois, três, quatro ou mais milênios
atrás, tudo era envolto em mistério, pois éramos extremamente
ignorantes das coisas, principalmente em se tratando das coisas do Além.
Assim, a aparição de um espírito era coisa fantástica
(apesar de hoje ainda ser, mas não com tanta estupefação),
e por falta de designação melhor, dizia-se "Anjo do Senhor"
ou "Deus" em última análise.
Outros fatores que devemos levar em conta são
os que dizem respeito aos entraves entre a linguagem falada e a escrita,
e aos acidentes da comunicação, que eram extremamente dependentes
da capacidade das pessoas em levar informação, além
do que, em determinadas épocas da nossa história, havia a
necessidade de se codificar os dados para que eles perdurassem e atingissem
às pessoas. Em épocas de perseguição política
e religiosa, boca fechada era sinônimo de vida longa. Parábolas
e textos
codificados eram bem-vindos, haja vista as profecias de Nostradamus,
que para atravessarem incólumes o período da Inquisição,
foram escritas de forma tão inintelígível para a época,
que sobreviveram (inclusive o autor) pelos delegados religiosos.
A linguagem escrita e popularizada só começou
com os gregos, pois antes ficava restrita aos doutores da lei. Quantas
palavras e quantas idéias não foram distorcidas em nome dessa
falta de cultura. Aliado ao fato das interpretações comprometidas
de historiadores e dirigentes religiosos, podemos imaginar que a Bíblia
é um amontoado de "meias verdades". Não digo isto em tom
preconceituoso ou pejorativo, mas sim fazendo uma análise desapaixonada
da situação.
Obtive da Internet, um artigo que fala sobre a Bíblia,
a origem do texto não me recordo, mas de qualquer maneira, ele cita
a fonte. A seguir alguns trechos, mostrando o quanto pode ser difícil
uma visão clara e descomprometida quando se é radical, dogmático,
ortodoxo, e outras inflexibilidades inerentes ao ser humano, aqui e acolá.
Vejamos alguns trechos:
Leia o que escreveu Herculano Pires, no livro "Visão
Espírita da Biblia", sobre a lenda do dilúvio.
Católicos e Protestantes nos criticam por
não crermos na Biblia como a Palavra de Deus inquestionável.
Realmente, damos importância apenas a Jesus,
pois nada há de útil no Velho Testamento para os dias de
hoje, exceto os Dez Mandamentos. O próprio Jesus afirmou:
"Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. (Matheus 22:37-40)
No Sermão da Montanha, Jesus revogou algumas
coisas do Antigo Testamento, retificando o que era
humano nas leis mosaicas: "Ouvistes que foi dito: olho por olho, dente
por dente. Eu, porém, vos digo..." (Mateus 5:38 a 42) "Ouvistes
o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu
inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos
que vos perseguem" (Mateus 5:43 e 44)
Paulo também disse:
"Com efeito: Não adulterarás; não matarás;
não furtarás; não cobiçarás; e se há
algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo. (Romanos 13:9)"
O que aí não se inclui, são
quinquilharias humanas. Jesus não trabalhou aos sábados;
não permitiu que
apedrejassem a adúltera; foi contra o divórcio, contrariando
Moisés, pois, afinal, eram leis de Moisés,
leis para doutrinar aquele povo, e não leis divinas, que nunca
se alteram. A expressão "a palavra de Deus"
é de origem judaica. Foi naturalmente herdada pelo Cristianismo,
que a empregou para o mesmo fim dos
judeus: dar autoridade à Igreja. A Biblia, considerada a "palavra
de Deus", reveste-se de um poder
mágico: a sua simples leitura, ou simplesmente a audiência
dessa leitura, pode espantar o Demônio de uma
pessoa e convertê-la a Deus. Claro que o Espiritismo não
aceita nem prega essa velha crendice, mas não a
condena. A cada um, segundo suas convicções, desde que
haja boa intenção. As pesquisas históricas
revelam que os livros que compõem a Biblia tem origem na literatura
oral do povo hebreu. Só depois do
exílio na Babilônia foi que Esdras conseguiu reunir e
compilar os livros orais (guardados na memória) e
proclamá-los em praça pública como a lei do judaísmo,
ditada por Deus. É impossível provar que "de capa
a capa" a Biblia é divinamente inspirada. O "credo quia absurdum"
(acredito mesmo que absurdo) é fruto
do dogmatismo, criação humana dos concílios, enquanto
o Espiritísmo é a doutrina do livre-exame e
consiste na fé raciocinada, apta a "encarar a razão face
a face em todas as épocas".
Mais:
Será mesmo que tudo na Biblia tem inspiração
divina? A despeito da expressa proibição: "Em ti não
se achará quem faça passar pelo fogo seu filho ou a sua filha"
(Deut. 18:10), os judeus de vez em quando queimavam seus filhos em sacrifício
(2.o Reis 17:17) e até alguns reis cometeram esse crime hediondo,
como Manasses (2a Reis, 21:16) e Acaz (2.a Cron. 28:3), e até o
grande libertador Jefté, que foi Juiz em Israel por seis anos, foi
"cheio de espírito e ofereceu a sua filha em holocausto a Deus"
(Juizes 11:29 e 39)
Alguns textos levam a supor que os sacrifícios
humanos tinham o beneplácito de Jeová , uma vez que "o homem
consagrado a Deus nao poderá ser resgatado, será morto" (Lev.
27:29).
Jeu, rei de Israel por 28 anos, matou 2 reis israelitas,
Acazias e Jorão (2.a Reis 9:24-33), bem como toda a linhagem do
ex-rei Acab, inclusive seus 70 filhos (2.a Reis 10:7) e mais 42 irmaos
de Acazias (2.a Reis 10:14), além de inúmeros adoradores
de Baal (2.a Reis, 10:25) e apesar de tao zeloso "não se apartou
dos pecados do ex-rei Joroboão e nem destruiu os bezerros de ouro"
(2.a Reis 10:29). Pois foi a esse rei idólatra e sanguinário
que Jeová afirmou: "Bem obraste em fazer o que é reto aos
meus olhos" (2. Reis 10:30) Samuel era vidente de Deus (1. Samu. 9:19),
mas mandou que o rei destruisse totalmente os amalequitas, "matando desde
o homem até a mulher, desde os meninos até os de mama, desde
os bois até as ovelhas e desde os camelos até os jumentos"
(1. Samuel, 15:3). Mas Saul poupou os animais e por isso foi castigado
(1. Sam., 15:26). Moisés, que "era o mais manso de todos os homens
que havia na Terra" (Num 12:13), desce do Sinai com as "Tábuas da
Lei", onde constava o mandamento "Nao Matarás" e logo, para
passar da teoria à prática, manda matar 3 mil dos seus
compatriotas e ainda por cima pede a benção de Deus para
os assassinos (Ex. 32:28/29). Josué conquistou todas as cidades
da prometida "Canaã destruindo totalmente a toda alma que nelas
havia" (Jos. 10:35), "destruindo tudo que tinha fôlego, como ordenara
o Senhor Deus" (Jos 10:42), o que não é de se admirar, uma
vez que Jeová é "homem de guerra" (Ex. 15:3).
"Cada um tome a sua espada e mate cada um a seu irmão, cada
um a seu amigo, cada um a seu vizinho" (Ex. 32:27)
"Nenhuma coisa que tem folego deixarás com vida" (Deut. 20:16)
"Se o povo de uma cidade incitar os moradores a servir outros deuses,
destruirás ao fio de espada tudo quanto nela houver, até
os animais" (Deut. 13:12/15)
Nossa, até os inocentes animais!!
E por aí vai, entretanto, se olharmos as
coisas com outros olhos, poderemos compreendê-las e até aceitá-las,
mas o que é muito provável, é que Deus nunca tenha
aparecido à alguém, pois, entendo, Sua estrutura espiritual
é tão perfeitamente pura que não é possível
a alguém, e mesmo até entidades espírituais mais evoluídas,
concebê-Lo ou percebê-Lo. O que é perfeitamente
viável, é que os ditos profetas (videntes) do passado tenham
recebido comunicações com entidades superiores, ou mesmo
apenas um pouco mais evoluídas, que para época, eram consideradas
divinas (na concepção usual da palavra).
Acredito até que tenham sido anjos, em algumas
ocasiões, mas não sempre.
Outro ponto, é a questão de sempre
imaginarmos Deus como uma pessoa, quando dizemos: Adoremos à
Deus, Pai Todo-Poderoso....
Em primeiro lugar, porque "Pai"? Se tem pai, tem
mãe, e quem é Deus-Mãe? Será que Deus precisa
de uma entidade espiritual com polaridade sexual oposta para gerar um espírito?
Suponho que não, mas então, novamente, porque "Pai"?
Entendo que devemos abandonar esta conceituação
antiga, ortodoxa, machista (como o foram todas as
definições e ideologias da igreja até agora) e
considerar Deus simplesmente Deus, sem ser pai, nem mãe,
quando muito Espirito criador, Entidade criadora, ou outra designação.
Assim como uma idéia pode ser
criada, e esta ser adotada por homens e mulheres, podemos associá-la
a um espírito, que será incorporado
por uma mentalidade masculina ou feminina, e a idéia não
necessariamente tem que ter sexo, ela simplesmente é. Em analogia,
Deus É. Ele é absorvido pelos espíritos criados, fazendo
com que sua
estrutura (essência) seja internalizada neste, e é por
isso que somos criados à Sua semelhança. Então, Deus
é como se fosse uma idéia que pode ser assumida, e não
faz sentido atribuirmos sexo a uma idéia.
Em segundo lugar, o que é adorar Deus? Sempre
que leio esta palavra, me vem a mente a idéia de
ajoelhar-nos à frente de alguém, ou uma entidade, e dizer
um rosário de palavras respeitosas e colocar-nos à disposição
da entidade para o que der e vier. Acho que muita gente mentaliza esta
idéia, quando se fala em adorar Deus.
Penso que deveriamos mudar esta designação.
Deus não precisa ser adorado, pois é perfeito e não
necessita ficar "ouvindo" que é perfeito e nem precisa ter o
ego alimentado por adoradores. Porque não
esclarecer melhor isto ou simplesmente dizer: cumprir Suas leis.
Até no primeiro mandamento: Amar a Deus acima
de qualquer coisa, deveria ser dito "Cumprir Suas leis acima de qualquer
coisa".
Em resumo, todo o que foi dito no passado, deve
ser visto com olhos críticos. Pode ser tudo verdadeiro, mas o sentido
é que não está claramente entendido.
Então ficarmos questionando as passagens
da Bíblia também não se ganha muita coisa. Quem a
leva ao
pé-da-letra está mais perdido, mas quem medita sobre
o sentido das palavras, pode ganhar algum
conhecimento ou orientação.
Um abraço fraterno a todos os leitores deste
boletim.
Antonio Lima
Prezados confrades, venho já há algum
tempo observado em feiras e catálogos de livrarias espíritas
além de diversos clubes do livro, que há uma proliferação
muito grande de romances espíritas em circulação.
Esses romances representam hoje em dia a mais variada gama de literatura
espírita vendida e divulgada. Não tenho nada contra os romances
(em que pese existam alguns que equivocam-se em informações
doutrinárias), mesmo porque eles estimulam os leigos ou aqueles
que querem conhecer
a Doutrina Espírita. Porém um fato vem me preocupando
e talvez tenha passado despercebido por muitos. É que
a divulgação das obras básicas (Pentateuco Kardequiano),
e livros de Leon Dennis, Gabriel Dellane, Ernesto Bozzano, a Revista Espírita
editada por Kardec, livros importantes de Emmanuel como Roteiro, O Consolador,
Emmanuel, A Caminho da Luz, Religião dos Espíritos e outros,
além da obra de Humberto de Campos (Irmão X) e outros tantos
livros fundamentais para se conhecer verdadeiramente a Doutrina Espírita
e estudá-la com base, têm ficado relegados a segundo plano
em todas promoções ou divulgação feita pelas
livrarias e editoras. O hábito da leitura fácil, chamativa
e por vezes comercial de muitos romances, faz com que os verdadeiros ensinamentos
caiam no desinteresse. E quando chegamos a um Centro Espírita, verificamos
que muito pouco se conhece de EspiritIsmo, porém ao falarmos de
um romance qualquer todos sabem sua história e tocam a falar sobre
os personagens e vivências lidos.
Os grandes livros da Doutrina Espírita, são
os que dão a base segura do entendimento e renovação,
os outros são coadjuvantes ou leitura secundária, que tem
por finalidade apenas o entretenimento. Continuem os romances, mas divulguem-se
com mais seriedade os nossos clássicos, não precisamos de
romanceiros e sim de Espíritas esclarecidos e com conhecimento doutrinário,
desta forma a mensagem repassada será verdadeira e segura.
Meus queridos amigos, tenho algumas dúvidas
sobre a técnica usada no tratamento desobsessivo e gostaria de alguns
esclarecimentos.
Eu frequento uma Casa Espírita que usa o
seguinte procedimento;
Como exemplo, uma criatura chega nesta casa necessitando
de ajuda espiritual, ela é encaminhada para uma entrevista em um
ambiente reservado diante de uma pessoa habilitada para este procedimento
que faz uma triagem e quando identifica uma possível influência
espiritual que de alguma forma esteja causando mal a esta criatura , a
mesma é encaminhada para uma consulta mediúnica.
Quando diante de um médium em transe mediúnico
a entidade espiritual aconselha o tratamento desobsessivo, o paciente é
encaminhado para assistir palestras evangélicas-doutrinárias,
tomar regularmente a água fluidificada e tomar passe.
No tratamento desobssessivo, nos dias previamente
marcados, o paciente é convidado para entrar na sala onde se encontra
um dirigente dos trabalhos mediúnicos, os médiuns e os doutrinadores.
Quando o paciente entra na sala durante os trabalhos ele é convidado
para tocar nas mãos do médium que está em transe e
após o toque do paciente no médium, a entidade
"encorpora" no médium e o doutrinador inicia seu trabalho de doutrinação,
neste instante o paciente se retira da sala.
Meus amigos, gostaria de encontrar respaldo
doutrinário e científico que justifique a necessidade do
paciente tocar na mão do médium, pois esta técnica
se aplica em alguns Centros Espíritas em minha cidade e qual o número
de entidades que em uma noite de trabalho, aproximadamente uma hora de
trabalho por semana, um médium seria possível receber sem
haver animismo significativo que podesse alterar as informações
dos espíritos sofredores em detrimento do médium, evitando
assim o chamado "Stress Mediúnico".
Ficaremos no aguardo de uma breve resposta
dos amigos e aproveito a oportunidade para desejar muita paz e harmonia
para todos.
Jaime
A observação do Jaime é de extrema importância
no conhecimento da Verdade em relação as comunicações
entre os planos terreno e espiritual, ou seja, as manifestações
mediúnicas.
A doutrina espírita nos ensina a tudo passar pelo crivo
da razão e nada aceitar sem que nossa razão julgue um fato
como "coerente" ou "isso faz sentido" e não como um "absurdo".
O mais importante é a seriedade dos trabalhos e o constante
estudo no conhecimento teórico buscando eliminar qualquer forma
de comportamento desnecessário envolvido por um ambiente místico.
Eis aqui um belo exemplo do porque o GEAE foi criado. Buscamos
o conhecimento sempre progressivo, ou seja, estudos avançados espíritas.
Incentivamos os(as) companheiros(as) com afinidade com o tema
para nos enviarem comentários ou artigos que possam ser úteis
aos nossos estudos.
A páscoa é uma festa Judia, incorporada
ao Cristianismo, optou-se pelo significado da ressurreição
de
Cristo como justificativa para a comemoração, mas, na
verdade o que ocorreu foi que quando houve a
"criação da igreja Católica" - que muito respeitamos
pelo seu conteúdo histórico, pela condução
do povo e
da fé Cristã, apesar de todos seus erros e abusos - por
culpa dos homens é claro, muito contribuiu para
que nos tornemos o que somos hoje e abriu caminhos para a verdadeira
evangelização do orbe terrestre,
tarefa esta em andamento e que sofre dia após dia uma aceleração
visível. A páscoa foi uma das
comemorações absorvidas pelo Cristianismo nascente, visto
o povo ainda necessitar de cultos e
comemorações - como vemos o Natal, originado de uma festa
pagã em homenagem a um deus qualquer ou à
comemoração do solstício de inverno no hemisfério
norte, existem muitas explicações para todas as festas
ditas Cristãs, na verdade Jesus em momento algum apregoou comemoração,
culto ou cerimonia, respeitou
sem dúvida nenhuma as festas de seu tempo, a única comemoração
que Ele quis foi a da nossa felicidade e
crescimento espirito/moral.
Cabe a nós Espíritas, pesarmos à
luz da razão, todas as festas ditas Cristãs, encontrarmos
seu
significado verdadeiro, comemorarmos como seres humanos - afinal, vivemos
no mundo material e fica
difícil para nós que somos pais de crianças pequenas,
explicarmos porque das outras receberem
chocolates/presentes e elas não, apenas retirando o caráter
"sagrado" que é dado a muitas delas,
explicarmos as crianças o significado histórico e se
soubermos, o verdadeiro, e cuidarmos para não
incutir na mente delas este teor sagrado, tão arraigados de
dogmas e idéias que nos remetem ao
paganismo...
Quanto a "esquivar-se" do assunto, é escolha
nossa, más cabe à responsabilidade de cada um a opção
por todos seus atos e as conseqüências boas ou más
de cada um deles - "A quem muito foi dado muito
será pedido", e " A cada um segundo suas obras".
Dante Luiz Zech - Curitiba
Agora passou! Mas todo ano, a cena se repete. Chega a época dos feriados católicos da chamada "Semana Santa" e surgem as questões:
1)Como o Espiritismo encara a Páscoa;Sexta-feira Santa"?;
2)Qual o procedimento do espírita no chamado "Sábado de aleluia" e "Domingo de Páscoa"?;
3)Como fica a questão do "Senhor Morto"?
Sabe que chego a surpreender-me com as perguntas. Não quando surgem de novatos na Doutrina, mas quando surgem de velhos espíritas, condicionados ao hábito católico, que aliás, respeitamos muito. É importante destacar isso: o respeito que devemos às práticas católicas nesta época, desde à chamada época, por nossos irmãos denominada de quaresma, até às lembranças históricas, na maioria das cidades revividas, do sacrifício e ressurgimento de Jesus. Só que embora o respeito devido, nada temos com isso no sentido das práticas relacionadas com a data.
São práticas religiosas merecedoras de apreço e respeito, mas distantes da prática espírita. É claro que há todo o contexto histórico da questão, os hábitos milenares enraizados na mente popular, o condicionamento com datas e lembranças e a obrigação católica de adesão a tais práticas.
Para a Doutrina Espírita, não há a chamada "Semana
Santa", nem tão pouco o "Sábado de aleluia" ou o "Domingo
de Páscoa" (embora nossas crianças não consigam ficar
sem o chocolate, pela forte influência da mídia no consumismo
aproveitador da data) ou o "Senhor Morto". Trata-se de feriado e prática
católica e portanto, não existem razões para adesão
de qualquer tipo ou argumento a tais práticas. É absolutamente
incoerente com a prática espírita o desejar de "Feliz Páscoa!",
a comemoração de Páscoa em Centros Espíritas
ou mesmo alteração da programação espírita
nos Centros, em virtude de tais feriados católicos. E vejo a preocupação
de expositores ou articulistas em abordar a questão, por força
da data... Não há
porque fazer-se programas de rádio específicos sobre
o assunto, palestras sobre o tema ou publicar artigos em jornais só
porque estamos na referida data. É óbvio que ao longo do
ano, vez por outra, abordaremos a questão para esclarecimento ou
estudo, mas sem prender-se à pressão e força da data.
Há uma influência católica muito intensa sobre a
mente popular, com hábitos enraizados, a ponto de termos somente
feriados católicos no Brasil, advindos de uma época de dominação
católica sobre o país, realidade bem diferente da que se
vive hoje. E os espíritas, afinados com outra proposta, a do Cristo
Vivo, não têm porque apegar-se ou preocupar-se com tais questões.
Respeitemos nossos irmãos católicos, mas deixemo-los
agir como queiram, sem o stress de esgotar explicações. Nossa
Doutrina é livre e deve ser praticada livremente, sem qualquer tipo
de vinculação com outras práticas. Com isso, ninguém
está a desrespeitar o sacrifício do Mestre em prol da Humanidade.
Preferimos sim ficar com seus exemplos, inclusive o da imortalidade, do
que ficar a reviver a tragédia a que foi levado pela precipitação
humana.
Inclusive temos o dever de transmitir às novas gerações a violência da malhação do Judas, prática distoante do perdão recomendado pelo Mestre, verdadeiro absurdo mantido por mera tradição, também incoerente com a prática espírita.
A mesma situação ocorre quando na chamada quaresma de nossos irmãos católicos, espíritas ficam preocupados em comer ou não comer carne, ou preocupados se isto pode ou não. Ora, ou somos espíritas ou não somos! Compara-se isso a indagar se no Carnaval os Centros devem ou não abrir as portas, em virtude do pesado clima que se forma???!!!... A Doutrina Espírita nada tem a ver com isso. São práticas de outras religiões, que repetimos respeitamos muito, mas não adotamos, sendo absolutamente incoerente com o espírita e prática dos Centros Espíritas, qualquer influência que modifique sua programação ou proposta de vida.
Esta abordagem está direcionada aos espíritas. Se algum
irmão católico nos ler, esperamos nos compreenda o objetivo
de argumentação da questão, internamente, para os
próprios espíritas. Nada a opor ou qualquer atitude de crítica
a práticas que julgamos extremamente importantes no entendimento
católico e para as quais direcionamos nosso maior respeito e apreço.
Vemos com ternura a dedicação e a profunda fé
católica que se mostram com toda sua força durante os feriados
da chamada Semana Santa e é claro, nas demais atividades brasileiras
que o Catolicismo desenvolve.
O objetivo da abordagem é direcionado aos espíritas que ainda guardam dúvidas sobre as tres questões apresentadas no início do artigo. O Espiritismo encara a chamada Sexta-feira Santa como uma Sexta-feira normal, como todas as outras, embora reconhecendo a importância dela para os católicos. Também indica que não há procedimento algum para os dias desses feriados. E não há porque preocupar-se com o Senhor Morto, pois que Jesus vive e trabalha em prol da Humanidade.
E aqui, transcrevemos trecho do capítulo VIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no subtítulo VERDADEIRA PUREZA, MÃOS NÃO LAVADAS (página 117 – 107ª edição IDE): "O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo; (...) A crença na eficácia dos sinais exteriores é nula se não impede que se cometam homicídios, adultérios, espoliações, calúnias e de fazer mal ao próximo em que quer que seja. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo ter a pureza de coração".
Não pensem os leitores que extraímos o trecho pensando
nas práticas católicas em questão. Não! Pensamos
em nós mesmos, os espíritas, que tantas vezes nos perdemos
em ilusões, acreditando cegamente na assistência dos espíritos
benfeitores, mas agindo com hipocrisia, fanatismo e pasmem, superstição
... quando não conhecemos devidamente os objetivos da Doutrina Espírita,
que são, em última análise, a melhora moral do homem
É com muita alegria que informamos o início de funcionamento
da Lista IPEPE-JURÍDICA. Relembramos para todos, a nossa atual realidade
em termos de Listas do IPEPE:
1.Lista IPEPE-DEBATES (Geral): Em funcionamento desde 16/8/1999;
2.Lista IPEPE-EDUCAÇÃO(Específica):
Em funcionamento desde 16/5/2000;
3.Lista IPEPE-SOCIOPOLÍTICA(Específica):
Em funcionamento desde 16/5/2000;
4.Lista IPEPE-SAÚDE(Específica): Em funcionamento
desde 24/5/2000;
5.Lista IPEPE-JURÍDICA(Específica): Em funcionamento
desde 28/5/2000.
Informamos que qualquer pessoa pode participar de
quantas Listas quiser. As inscrições são gratuitas
e poderão ser feitas a qualquer momento através do e-mail
ipepe@ipepe.com.br,
enviando-nos o nome completo, endereço residencial, e-mail e nome
da Lista.
Para maiores informações, favor entrar na seção
"debates" da Home Page do IPEPE ( www.ipepe.com.br).
Muita paz,
Gezsler Carlos West
Coordenador Geral do IPEPE