• Sobre a distribuição do Boletim em dois e-mails com formatos diferentes
• Cobertura Jornalística do 1.o Congresso Espírita Brasileiro na Internet
• Sabado - 02/10/1999
• Domingo - 03/10/1999

    Quando começamos a distribuir o Boletim GEAE com o novo layout, usando HTML, surgiu a dificuldade de mante-lo legível para os colegas que não trabalham com microcomputadores, mas com terminais (VT-100,  Unix ou BBS). Também surgiram dificuldades para aqueles que utilizam programas padronizados por seus provedores ou empresas.  Como o novo formato trouxe grandes melhorias no processo de edição e na integração com a homepage, não era possível simplesmente voltar ao layout antigo. Assim, procurando resolver o problema, sem perda de flexibilidade, optamos por enviar duas cópias de cada Boletim, uma em HTML e outra automaticamente traduzida para texto puro.

    A versão em texto puro perde algumas de suas caracteristicas de edição, mas caso haja interesse, essas podem ser visualizadas no browser acessando-se o Boletim diretamente na página do GEAE (http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geaeinnnn.html). Por outro lado, todos passaram a receber uma cópia a mais.

    Concordamos que não foi a solução ideal - esta seria a criação de duas listas separadas - mas foi a tecnicamente possível de ser realizada por nós neste momento.

     Na certeza de sua compreensão,

    Atenciosamente,
    Carlos Iglesia

    Um fato que marcou este 1.o Congresso Espírita Brasileiro, de tão bons resultados, e que certamente fará parte de sua história, é a cobertura jornalística que recebeu da imprensa espírita. No nosso caso, de usuários da Internet, tivemos a grata surpresa de receber e-mails com resumos das palestras e eventos, quase que imediatamente a sua ocorrência. Os resumos, preparados pelo Instituto de Comunicação Social Espírita, foram enviados a diversos grupos e instituições espíritas com endereços eletrônicos.

    De modo que os leitores do Boletim possam ter acesso a tão valiosa informação, tomamos a liberdade de transcrever os e-mails recebidos. Colocamos apenas um cabeçalho e uma nota final, para evitar repetições desnecessárias.

    O expositor Divaldo Pereira Franco recordou a missão do Espiritismo e fez severas advertências quanto aos riscos de desunião dos espíritas entre si, na conferência proferida durante a solenidade de abertura do I Congresso Espírita Brasileiro, ocorrida na noite de ontem, sexta-feira, em Goiânia.

    Para o orador, o Espiritismo vive hoje uma fase histórica da maior importância - o período que Allan Kardec denominou "intermediário", no qual prevalece a prática religiosa da doutrina -, por ser preparatória do último e definitivo estágio: o da transformação social, para o qual, no entanto, os espíritas devem se preparar pela vivência do amor e da fraternidade.

    Divaldo Franco defendeu também a vinculação do Espiritismo ao Evangelho de Jesus, afirmando que se trata de um vínculo constituído pelos espíritos desde a codificação, e não simplesmente um atavismo judaico-cristão.

    A abertura do evento contou com a participação de representantes das federações espíritas de todos os Estados brasileiros e de instituições espíritas de diversos países do mundo. O anfiteatro Rio Vermelho, do Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, com capacidade para duas mil pessoas, esteve lotado durante todo o tempo da solenidade.

    O médium mineiro Francisco Cândido Xavier foi homenageado pelo I Congresso Espírita Brasileiro com a exibição de um vídeo especialmente preparado para o evento. O vídeo, produzido pelo Instituto de Comunicação Social Espírita, teve duração de nove minutos.

    A apresentação, durante a solenidade de abertura, emocionou a todos os presentes, ao incluir, além de um resumo biográfico do grande médium e de um rápido relato sobre a importância e a repercussão de seus livros, testemunhos verídicos de pessoas que perderam entes queridos em situação trágica e foram consolados por mensagens recebidas por Chico Xavier. Ao final, o vídeo traz uma gravação do próprio médium, recordando-nos do essencial da mensagem de Jesus: "Amai-vos uns aos outros".

    A Rádio Boa Nova, pertencente à Fundação Casas André Luiz, inaugurou na noite de ontem, durante a solenidade de abertura do I Congresso Espírita Brasileiro, o seu sistema de transmissão via satélite, emitindo, para a região metropolitana de São Paulo, especialmente para Guarulhos, a conferência proferida por Divaldo Pereira Franco em Goiânia.

    Uma equipe de onze profissionais, sendo três técnicos e oito radialistas, estão trabalhando na cobertura de todo o evento, direto do Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. A sub-comissão de divulgação do Congresso reservou uma sala exclusiva para o trabalho da Rádio Boa Nova, dentro do sistema montado para assessoria à imprensa espírita e não espírita. O jornalista e professor Luiz Signates, coordenador dessa sub-comissão, declarou que a criação de condições de infraestrutura para a Rádio Boa Nova foi tratada por ele como prioridade máxima, por compreender o potencial de multiplicação dos benefícios espirituais que um evento como esse pode gerar.

    Nesta manhã de sábado o número de inscrições já chega a cerca de 2.600 congressitas. Imbiudos de muito interesse e bom ânimo as salas de estudos estão repletas de pessoas estudando os mais diversos assuntos.

    Conheça os temas que estão sendo discutidos nesta manhã:

    Paíneis:

    - O Espiritismo como proposta de vida
    - 50 anos do Pacto Áureo
    - Estudo regular do Espiritismo
    - O Centro Espírita e a Nova Era

    Temas Gerais

     - A prece nas atividades mediúnicas
     - A fraternidade como dever social

    Temas livres:

     - Fundamentos da reforma íntima
     - Por uma terapêutica espírita

        "A educação é a essência do Espiritismo. É através dela que se dá a evolução humana". Foi desta maneira que a palestrante Júlia Nezu Oliveira definiu a importância da sistematização do estudo da Doutrina Espírita, em palestra proferida no I Congresso Espírita Brasileiro. Entretanto, ela fez a ressalva de que essa educação deve se dar sem a imposição de convicções.

        De acordo com Júlia Nezu Oliveira, a grande proposta da educação sob a luz da Doutrina Espírita é de que não deve acontecer uma transmissão de conteúdos, mas o despertar de uma consciência espiritual. Para ela, a educação deve se dirigir ao sentimento e à inteligência, fazendo com que a pessoa crie suas próprias convicções, sempre sob a luz da Doutrina Espírita.

        Isso porque, segundo Nezu, ninguém pode se educar em lugar do outro. Trata-se de um trabalho individual, que não pode ser transferido, embora a educação seja definida por ela como a influência exercida por um espírito em outro. Júlia Nezu Oliveira defendeu, também, o trabalho em equipe, citando como exemplo para isso, o vôo dos gansos, sempre feito em formação, o que otimiza o desempenho.

        O orador Abel Glaser disse hoje, em palestra proferida dentro da programação de temas livres do I Congresso Espírita Brasileiro, que a reforma íntima deve ser abraçada de forma voluntária e consciente, no momento que o indivíduo quiser, para que seja um processo permanente e não sofra interrupções. "Deve ser abraçada livremente, de acordo com a vontade individual", afirmou ele.

        Apesar disso, ele alerta que o melhor momento é agora, pois não ninguém pode saber o que acontecerá no momento seguinte. "Não sabemos o que poderá acontecer daqui a pouco, sequer se estaremos encarnados", afirmou ele. Segundo Glaser, a reforma íntima é a substituição dos hábitos negativos por outros positivos.

        Outro alerta feito pelo palestrante, é o de que ninguém faz a reforma íntima se isolando. "É na sociedade que vamos exercitar o processo", disse ele. Para Glaser, a melhor maneira de fazer a reforma íntima é seguir os padrões do Evangelho, ou seja, exercitar a caridade. Deve ser feito, também, algo que segundo ele bem difícil: aceitar criticas.

        O atendimento fraterno em grupo, ou seja, fazer com que as pessoas reflitam em conjunto, podendo, assim, correlacionar as propostas do Evangelho com sua própria vida, modificando-se, é o caminho apontado para o sucesso da terapêutica espírita pelo palestrante João da Silva Neto. Ele falou sobre o tema hoje, dentro da programação de livre temática do Congresso.

        Para João da Silva, normalmente as Casas Espíritas atendem as pessoas com o passe, a água fluidificada e o trabalho de desobsessão, processos que, embora tenham enorme utilidade, não são o bastante. Isso porque, as causas dos males estão na maneira indevida do indivíduo pensar, seja nessa ou em encarnações passadas, sendo necessária a modificação desta maneira de pensar.

        "É preciso remontar as causas, no sentido de que o espírito enfermo possa percebe-las e modificar sua maneira de encarar o mundo, caminhando para a cura", explicou ele. De acordo com Silva Neto, a cura pode até não se dar nesta mesma encarnação, mas de dará fatalmente. Ele disse que as doenças se dividem em três grupos: as físicas, atinentes ao corpo material; as psicológicas, que trata dos desequilíbrios; e espirituais, atinentes ao mundo espiritual.

        O Presidente da Federação Espírita Brasileira, Juvanir Borges, destacou em sua palestra que o Pacto Áureo, momento ímpar que iniciou a unificação do movimento espírita brasileiro, foi um momento de lucidez daqueles que compreenderam a importância de congregar os trabalhadores da última hora, em luta permanente pela difusão da doutrina espírita.

        Juvanir disse ainda que é preciso relembrar as origens deste acontecimento, pois, muitos irmãos se desviam dos ideais evangélicos se distanciando da doutrina que abraçaram. Cristo não foi compreendido pela maioria das pessoas de sua época e, nem por isso, sua palavra foi sufocada.

        O presidente da FEB lembrou as seguintes palavras de Bezerra de Menezes: "a unificação é trabalho de todos os dias". No final, o presidente da União das Sociedades Espíritas de São Paulo, a USE, ressaltou as palavras de Jesus: "os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem".

        O confrade Manoel Tibúrcio lembrou o codificador, quando este perguntou aos espíritos sobre a origem das faculdades morais do ser humano. Em seguida, citou o Cristo quando ele deu nome às nossas faculdades chamando-as de "talentos", e o que fazemos com esses talentos.

        Tibúrcio explicou que o dever social não é só o dever da caridade material, mas o dever para discernir os princípios doutrinários. Segundo ele, só há falta porque existe sobra; só há abundância, porque existe carência. Mas chegará o dia em que o homem apenas vai tirar da natureza, aquilo que for necessário. Somente a fraternidade entre os espíritos pode afastar todas as mazelas.

        "A fraternidade é o patrimônio das experiências que abre o horizonte para o dever social", lembrou Tibúrcio. A experiência é uma troca, e que ninguém está dispensado do dever de aprender e ensinar com a experiência. Tudo isso, está contido na necessidade da vida social, que em poucas palavras quer dizer: auxílio mútuo ao progresso do espírito.

    Angola, Moçambique e as comunidades de língua portuguesa da África do Sul precisam de livros, CDs, fitas, vídeos, jornais e revistas espíritas. É a Campanha do Livro Espírita para a África, que pretende coletar material para a montagem de três bibliotecas nesses países.

    "Nossa dificuldade é adquirir esse material, principalmente os livros. A população procura mais informação, mas os salários são muito baixos", explica o coordenador da campanha, Gabriel Aníbal da Cunha.

    Quem quiser colaborar pode enviar o material para os seguintes endereços:
 

No Brasil :Ombretta Sacco
Rua Maria Paula, 140
CEP: 01059-970 - SP

Na África:

Angola - Sociedade Espírita Allan Kardec de Angola (SEAKA)
Rua Amílcar Cabral, 29 - 4o. B
Luanda- Angola

Moçambique - Comunhão Espírita Cristã
CP 4392
Maputo - Moçambique

África do Sul -Alberto Casais
89 Mowbray Ave,
Western Ext - Benoni, 1501
South Africa

Expositor : José Raimundo de Lima

    "Diga não ao aborto, pena de morte, eutanásia e suicídio - Diga não e saiba por quê." Esta frase, que já foi capa de O Reformador, é a síntese do que foi exposto na palestra de José Raimundo de Lima.

    Sobre a eutanásia o expositor, José Raimundo, colocou a necessidade de se discutir mais e melhor o tema nos diversos centros espíritas. A eutanásia tem a finalidade de exterminar a dor física, só que precisamos lembrar que a morte não resolve o problema da vida. A prática desse "homicídio por compaixão" pode tirar a oportunidade de evolução do espírito e complicar a daquele que a praticou. Nesse sentido é preciso refletir sobre as formas de matar e sobre a esperança. Quem mata não é só aquele que aperta um gatilho e a esperança tem que se fazer presente sempre na vida.

    O suicídio quase sempre leva o espírito a uma luta incessante ao descobrir que perdeu a chance de evoluir através da vida. É um erro irreparável, que encontra recurso amenizador na prece.

    No caso da pena de morte e do aborto foi exposto que ninguém tem o direito de tirar a vida de outra pessoa e nenhuma teoria pode justificar tal ato. No caso da pena de morte, um crime não justifica o outro e o aborto é um ato de covardia , pois a vítima não pode se defender.

    O melhor a se fazer em defesa da vida é criar campanhas que a valorizem a vivenciar a doutrina espírita, concluiu o paraibano José Raimundo.

    "A maior caridade que praticamos em relação à Doutrina Espírita é a sua própria divulgação". Essas palavras proferidas por Emmanuel, traduzem aquilo que de mais urgente devemos fazer pela divulgação do espiritismo, afirmou nosso confrade Mehry Seba. Ele destacou a grande campanha deflagrada pela Federação Espírita Brasileira em 08 de dezembro de 1996, no auditório Eduardo Portela no Senado Federal.

    Segundo Mehry, o objetivo das campanhas é tornar o Espiritismo mais conhecido e associá-lo à personalidade de Jesus. As estratégias utilizadas na divulgação da Doutrina, se expandem a cada nova realização: jornais, rádios, televisões e internet. Mehry disse também, que são inúmeras as possibilidades e poucos os recursos financeiros das casas espíritas para esses processos de divulgação.

    Para Mehry a divulgação facilita a compreensão da doutrina na sociedade, contribuindo para sua melhoria. No exterior, os trabalhos de divulgação da doutrina já foram traduzidos para o inglês, esperanto, espanhol, francês, italiano e sueco. Esse trabalho foi abraçado pelo Conselho Espírita Internacional. Finalizando, ele disse que o centro espírita é a sustentação da divulgação, e que cada trabalhador é responsável por isso.

    Belíssimas palavras proferidas pela conferencista, Elaine Ramazzini, que traduziu das páginas da literatura espírita, a essência do método e da terapêutica que as casas espíritas trabalham, e precisam sempre estarem se empenhando na realização dos trabalhos assistenciais e formando seus trabalhadores.

    Segundo Elaine, nós não curamos ninguém, nós cuidamos. E cuidar, é mais do que um ato, é uma atitude que abrange não só a atenção, o zelo. Segundo o padre Leonardo Boff, não basta cuidar, é preciso saber cuidar. Elaine completa, cuidar, é fazer o ser humano ser inteiro. E ele só pode ser inteiro na relação com o outro, despertando, crescendo e, automaticamente, fazendo essa relação com Deus.

    A prática espírita, é a prática transformadora do ser integral pelo conhecimento e vivência da verdade que realmente nos fará livres. Não pode a alma se elevar às altas regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo. Só nos arroubos da caridade que encontramos realmente a consolação.

    O médium e conferencista Divaldo Pereira Franco chamou todos os espíritas a trabalharem na expansão doutrinária do Espiritismo com o máximo empenho e buscando por todos os recursos lícitos divulgar os seus princípios regeneradores. Falando em entrevista coletiva durante o segundo dia do I Congresso Espírita Brasileiro, Divaldo Pereira teceu comentários a respeito de uma possível unificação das cinco maiores doutrinas religiosas do Mundo, mas disse que o mais importante para o Espiritismo, no momento, é tratar de sua própria unificação.

    De acordo com ele, a fase atual da própria humanidade é muito conturbada e isso afeta, sem dúvida, o movimento espírita. "O homem perdeu o endereço de Deus. O próprio Rabi da Galiléia nos alertou que mesmo os escolhidos ficariam atordoados. Diante disso, só nos resta seguir o conselho que ele mesmo nos deu para superar o problema: orai e vigiai", afirmou o conferencista, salientando que este é o caminho para que o obstáculo seja vencido.

    Divaldo aproveitou a entrevista, também, para dar um fraternal puxão de orelhas na imprensa e naqueles que publicam livros espíritas visando o lucro. Ele criticou, principalmente, os setores da imprensa que publicam notícias sem checar a origem, privilegiando o sensacionalismo com o intuito de vender seus veículos. Ainda a respeito da divulgação da Doutrina, Divaldo Franco afirmou que é lamentável que algumas pessoas passem a idéia de um Espiritismo sem mediunidade, ou seja, sem a participação dos espíritos.

    O orador baiano foi o encarregado da palestra de abertura do I Congresso Espírita Brasileiro, ocasião em que lembrou a missão do Espiritismo e fez severas advertências quanto aos riscos da desunião dos espíritas. Será ele, também, o responsável pela palestra de encerramento do encontro, amanhã, quando irá falar sobre a Ação Espírita: confraternizar, unificar e divulgar. A palestra de encerramento começará às 16h30.

    Dentre os vários Temas Livres que movimentaram o I Congresso Espírita Brasileiro, com significativas contribuições de estudiosos da Doutrina Consoladora, o apresentado pelo professor José Antonio Luiz Balieiro, de Ribeirão Preto-SP, chamou a atenção pela temática (A Aprendizagem do Adulto na Sociedade Espírita), bem como pela clareza com que o tema foi abordado.

    Segundo o professor, com o advento dos cursos nas casas espíritas, como o Sistematizado da FEB, surgiu a necessidade de uma maior formação dos monitores em termos de conhecimentos doutrinários e uma conseqüente didática adaptada às necessidades do público adulto, que difere substancialmente do infanto-juvenil.

    O público-alvo do ensaio de José Antonio mereceu acuradas reflexões no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem. Enfatizou o autor com muita propriedade que o adulto, ao contrário da criança, quer um conhecimento para aplicação imediata, para a quebra de paradigmas, passo inicial para a reforma-íntima.

    No painel sobre Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, apresentado pelas expositoras Rute Vieira Ribeiro e Darcy Moreira Ferreira, coordenado por Berenice P. Kowalewski, as oradoras apresentaram um balanço dos 20 anos da campanha pela evangelização infanto-juvenil implantada e dinamizada pela Federação Espírita Brasileira.

    Dentre as várias abordagens levadas a efeito, cumpre destacar a que diz respeito à palavra da espiritualidade superior sobre os resultados alcançados e as metas futuras. Francisco Thiesen, presidente da FEB à época da implantação da campanha, hoje já no plano espiritual, comparece pela mediunidade abençoada de Divaldo Pereira Franco para incentivar os trabalhadores da área.

    Como conclusão, constataram as apresentadoras do painel que apesar das inegáveis conquistas há muito ainda a ser realizado. Principalmente no que diz respeito à preparação dos evangelizadores. Ressaltam as expositoras que não basta boa-vontade. Mas que esta boa-vontade deve ser sobretudo a do candidato a evangelizador aprofundar no conhecimento doutrinário.

    "A dúvida sobre a constituição dos espíritos se assenta na ignorância da verdadeira natureza dos espíritos", disse Norberto Gaviolli, lembrando o Livro dos Espíritos. Um dos temas básicos tratados pelo expositor, que gera muitas dúvidas nos Centros Espíritas é a respeito da compreensão da obsessão.

    Segundo Norberto, a obsessão é um conceito genérico pelo qual se designa o fenômeno da ação do pensamento de espíritos encarnados e desencarnados. Essa ação, se dá pela transmissão de ondas semelhantes ao que ocorre numa transmissão de rádio ou televisão. Enquanto um emite, o outro recebe. Entre os espíritos a percepção desses pensamentos não ocorre pelos sentidos materiais, mas pelos sentidos dos espíritos. O pensamento é o fluxo energético do campo espiritual, que pode entrar em sintonia com outros espíritos, podendo ser bons ou maus.

    A faculdade mediúnica é apenas a comunicação entre os espíritos. O inconveniente da obsessão não está na mediunidade, mas no baixo nível de desenvolvimento moral do ser humano. É a afinidade de pensamento é o que estabelece o processo obsessivo. O tratamento é um trabalho de doutrinação, que vai desde uma simples, mas disciplinada, fluidoterapia, até casos mais complexos em que raramente, o obsessor e o obsediado são estranhos entre si.

    Expositora Marlene Severino

    A expositora Marlene Severino veio nos falar sobre a visão científica e espírita do aborto. Começou explicando o significado do aborto na visão médica, que é a expulsão de um concepto inviável de 500 g de peso e 16 cm de altura. O aborto criminoso ou provocado seria aquele em que ocorre uma interrupção intencional da gravidez.

    Revelou dados chocantes como o fato de que na Rússia o número de abortos é de 6 milhões por ano e nos Estados Unidos 1 milhão e 600 mil. Ou seja, a cada 2 anos uma grande São Paulo é exterminada na Rússia e a cada 8 nos Estados Unidos. Esse dado fica mais aterrorizante quando comparado com os números da 2ª Guerra Mundial, que em 6 anos matou 5 milhões de pessoas.

    Marlene Nobre relembrou a todos os participantes que a união da alma com o corpo inicia-se na concepção. E segundo o livro dos Espíritos, o aborto seria aceitável somente no caso de risco de vida da mãe, pois é preferível sacrificar o ser que ainda não existe do que aquele que já existe.

    Frisou a importância da preocupação dos cientistas em pensar e repensar sobre o que é a vida. Qual laboratório de ciência seria capaz de reproduzir um DNA? Ressaltou que alguns deles reconhecem a existência de um princípio não-material capaz de modelar as células vivas, uma sublime consciência , o que nós, espíritas, chamamos de DEUS.

    Humberto Ferreira

    Em sua exposição Humberto Ferreira falou da importância da Saúde mental no combate ao tóxico. Esclareceu aos participantes a diferença entre mente - manancial de pensamentos - e cérebro - órgão sagrado de manifestação da mente.

    Complementou ainda que a saúde mental se dá através de sentimentos e pensamentos retos, pois é a partir deles que pode-se contaminar ou não a mente. Uma mente com pensamentos e sentimentos não dignos reflete um cérebro desequilibrado. Mente e perispírito em desarmonia é porta aberta para o processo obsessivo.

    É importante ressaltar que toda vez que se falar em tóxico refere-se a álcool, cigarro e outras drogas, todas elas prejudiciais ao corpo físico e material. Os tóxicos produzem uma viciação na vida mental ( ao desencarnar o fumante, por exemplo, continua sentindo necessidade do fumo) e a toxicomania provoca desequilíbrios nervosos.

    Algumas das causas enumeradas pelo palestrante, para a procura pelos tóxicos foram: curiosidade, modismo, ambiente familiar inadequado, depressão, insegurança, fuga de problemas, falta de educação religiosa e obsessão. O sucesso do tratamento depende basicamente de quem o recebe e deve ser feito com acompanhamento psiquiátrico, assistência pedagógica, educação religiosa e tratamento de desobsessão.

    A melhor prevenção apontada, depois do diálogo, foi a renovação da mente. Segundo ele, os espíritos alertam para a importância da saúde mental, que se dá pela transformação do ser que, por sua vez, só se dá pela renovação da mente, pois esta é a renovação da vida. Para isto, Humberto Ferreira deu algumas dicas :
 

Não alimentar pensamentos negativos. Quando tiver um MUDE-O . Pense : "ainda sou imperfeito! Pensei isto mas não quero mais pensar";

Gerar novas formas de pensar, sentir e agir;

Lembrar que a verdadeira cura é a erradicação do mau na vida interior;

Evangelho no lar e no coração.

    O Conselho Federativo Nacional realizou, nesta tarde de Sábado, uma comemoração do Cinqüentenário do Pacto Áureo. Representantes de vários Estados do país estiveram presentes, entre eles os das Federativas Estaduais.

    Durante a reunião o espírito de Artur Lins de Vasconcelos, um dos que assinaram o Pacto Áureo, se manifestou através da mediunidade de Divaldo Franco. Em sua mensagem Artur relembrou aos participantes a importância e os benefícios do Pacto Áureo para o Movimento Espírita Mundial. E acrescentou a necessidade de se dar continuidade ao trabalho de Unificação iniciado com o a assinatura do Pacto. Acrescentou ainda que para se atingir os objetivos da Unificação no Movimento Espírita há muito por se fazer, para isso a dedicação de todos é de fundamental importância.

    Além dos representantes das diversas federadas e da Feb, o senhor Benjamin Rodrigues Barrera, se manifestou em nome dos demais países nos quais o Movimento Espírita está presente. Membros do Conselho Espírita Internacional dos Estados Unidos da América, Guatemala, Inglaterra e Suécia. Estiveram presentes também congressistas da Alemanha, Portugal e Moçambique.

    Aconteceu na tarde de Sábado, durante a realização do 1º Congresso Espírita Brasileiro, uma entrevista coletiva concedida por Juvanir Borges, atual presidente da Federação Espírita Brasileira.

    Reportando-se ao processo histórico de outros encontros caracterizados como de âmbito nacional anteriormente ocorridos na Pátria do Cruzeiro, concluiu realçando a magnitude da realização do evento em Goiânia, ressaltando a sua importância para a confraternização e união da família espírita brasileira.

    Ainda no decorrer da sua fala, narrou a atitude da Federação Espírita Brasileira no sentido do exercício da tolerância face as incompreensões que às vezes são dirigidas à Casa Máter. Lembrou ainda que o Codificador por meio do exercício da tolerância, conseguiu fazer com que a unidade na Doutrina se fizesse, conforme o estabelecido, pelo Plano Superior da Vida.

    Os trabalhos deste dia de Sábado foram encerrados com a apresentação do Grupo Arte Nascente - GAN.

        Em sua exposição na manhã de hoje, a professora Gladys Pederson de Oliveira afirmou que o atendimento à criança ainda deixa muito a desejar, até mesmo nos centros espíritas. Segundo ela, os dirigentes não estão dando a devida atenção ao trabalho de evangelização infantil, investindo pouco na formação de trabalhadores nesta área e na infra-estrutura que é própria da atividade.

        A professora disse que não adianta os espíritas e a sociedade em geral promover o atendimento aos dependentes de drogas, às adolescentes grávidas e aos delinqüentes juvenis, se o trabalho preventivo não for feito. Isto quer dizer que o trabalho de educação das novas gerações deve ser prioridade, pois é mais caridoso prevenir do que remediar.

        A diretora da FEB, Cecília Rocha, disse que os cursos sistematizados de Espiritismo precisam ter seus objetivos bem definidos e que a disciplina neste tipo de trabalho é fundamental. Ela criticou ainda a postura de muitos estudantes da Doutrina que não encaram com seriedade os cursos que freqüentam e não abandonam suas idéias pré-concebidas, tornando este investimento pouco proveitoso.

        Com relação aos coordenadores de estudos regulares na casa espírita, Cecília Rocha chamou bastante atenção para os critérios de montagem de um curso. Para ela, é necessário observar a natureza do estudo, os objetivos, a clientela, a delimitação de conteúdos, a duração, os recursos didáticos e o sistema de avaliação. Conforme disse, um curso bem montado traz inúmeras vantagens para o aluno e evita a evasão.

        Com a proposta de evangelizar a criança e o jovem a professora Marize Prioli sugere como forma de melhor entendimento didático pedagógico, o uso da música, do desenho, o teatro, jogos recreativos voltados para a prática pedagógica da Doutrina Espírita.

        A professora enfatizou a importância da comunicação social espírita como recurso no processo ensino-aprendizagem através das Artes Cênicas que deverá ser praticado sempre dentro da casa espírita, pois são instrumentos de educação que mexeu com as pessoas.

        Outro ponto enfocado pela professora Prioli foi a importância de Evangelização à distância através da música que a Doutrina Espírita oferece, trazendo para a criança e o jovem o esclarecimento e a consolação, pois a música é a forma de falar repetidamente e o processo de memorização se tornará eficiente, o enfoque didático-doutrinário está contido no texto da canção.

        A expositora chamou a atenção quanto aos tipos de músicas utilizados nas casa espíritas dando exemplos que a música sacra não é adequada pelo seu ritual; o estilo gospel também não é recomendado.

        Este foi o alerta do expositor Edvaldo Roberto de Oliveira às lideranças espíritas presentes no Congresso Brasileiro. Segundo ele, o movimento espírita precisa urgentemente repensar sua ação socio-institucional e se adequar à nova realidade vivida pelo povo brasileiro. E propôs que a Federação Espírita Brasileira promova uma ampla discussão sobre o assunto já no ano 2000.

        Para Edvaldo, o conceito de caridade deve ser levado no campo sócio-político e não somente no plano individual. Neste sentido, as ações devem ser mais qualificadas, solidárias, participativas e comunitárias, onde o espírita deixaria de ser alienado e mais engajado na solução dos problemas sociais.

        As atividades tradicionais de assistência social devem ser superadas pelas instituições espíritas, segundo Edvaldo. A entrega de remédios e cestas básicas devem ser trabalhos acessórios, cedendo lugar ao trabalho direcionado à família. Esta, inclusive, é uma recomendação da própria Unesco, após pesquisa realizada em vários estados brasileiros sobre delinquência juvenil.

        Um bom exemplo de trabalho como este, conforme disse, é o modelo de promoção social desenvolvido pelo Lar Fabiano de Cristo, no Rio de Janeiro. A instituição inovou na área de filantropia e vem conseguindo excelentes resultados junto à comunidade em que atua.

        A oradora Maria Helena Marcon disse que aquele que não sabe perdoar, não sabe amar, pois o amor e o perdão andam juntos. A afirmação foi feita durante palestra sob o tema A Necessidade da Caridade Segundo o Apóstolo Paulo, proferida na manhã do último dia do I Congresso Espírita Brasileiro. De acordo com ela, é preciso perdoar incondicionalmente.

        Marcon salientou esse ponto, alertando que o perdão condicional é limitado e está longe de ser o ideal. "Perdoar o inimigo é esquecer o mal que ele lhe fez. É não desejar o mal ao inimigo. Essa é a técnica do perdão", explicou ela. Maria Helena destacou que esta é a forma do perdão divino para com os homens, embora salientando que Deus não perdoa, pois não se sente ofendido por nada do que os homens fazem. A própria consciência humana é que se encarrega de apontar a culpa.

        Segundo ela, a humanidade pratica um tipo de perdão em que alguém, ungido por um poder qualquer, passa a mão sobre a cabeça das pessoas e as liberta dos erros passados, deixando, porém, a porta aberta para novas faltas futuras. Para ela, esse não é o perdão verdadeiro. "O Espiritismo ensina uma forma nova de perdão que é a de perdoar é amar, num processo segundo o qual não ficam portas abertas para erros futuros", disse a oradora.

        O seminário sobre Pesquisas Históricas no Movimento Espírita, em seu segundo momento, tratou do intercâmbio de experiências, discussões e propostas entre os pesquisadores espíritas.

        Com a finalidade de reflexionar sobre a importância da elaboração de uma história espírita o mais fidedigna possível, os expositores observaram que é necessário o aparelhamento do pesquisador, que deve procurar haurir nas metodologias acadêmicas o instrumental para a realização de um trabalho cada vez mais exato e dinâmico nesta linha de pesquisa, tão importante na cultura de uma maneira geral e no Espiritismo em particular.

        Afirmaram os expositores que por incrível que pareça há muito egoísmo por parte de alguns confrades que sonegam informações a colegas, numa incompreensível atitude. Um dos pontos altos do seminário foi o depoimento emocionado de uma testemunha do Pacto Áureo, dona Nair, à época uma criança que pouco entendeu o que se passava e hoje uma feliz testemunha do quanto já se caminhou em termos de união entre os espíritas, a despeito das divergências em alguns setor.

        O expositor Alamar Régis Carvalho abordou basicamente, dentro do tema livre sobre macro-divulgação espírita, o seu projeto de montar uma rede de televisão espírita para uma ampla divulgação dos postulados doutrinários.

        Editor da Revista Visão Espírita, Alamar respondeu a perguntas específicas sobre o seu projeto e mais algumas outras versando sobre a polêmica acerca de suas idéias no campo da divulgação doutrinária.

        Ele falou com entusiasmo sobre a proposta de uma emissora nitidamente espírita, em que seriam exibidos programas de cunho doutrinário, sem exaltação da violência e o vício de uma forma geral, incluindo aí a publicidade.

        Segundo o expositor, há pesquisas sérias que apontam na direção de uma saturação dos atuais formatos televisivos, em que a violência gratuita e a sensualidade dão o tom da programação.

        O ser espírita deve se conscientizar da necessidade de uma conduta, PRÁTICA, baseada na doutrina espírita. É preciso lembrar sempre dos processos da reencarnação no seio familiar. A mulher que sofre com o adultério hoje, pode ter sido a amante de ontem, assim como o jovem que se desfaz da família hoje pode vir a ser órfão em outra vida.

        O centro espírita pode dar um apoio maior para a família disponibilizando os recursos da doutrina espírita para o público. Tudo isso foi colocado na palestra da professora e autora do livro "Os caminhos do amor", Dalva Silva Sousa, que aconteceu na manhã de Domingo, 3 de outubro.

        Ela coordena um trabalho desenvolvido num centro espírita em Vitória - Espírito Santo, denominado de Varredura mediúnica, em que três ou cinco médiuns dotados de diferentes faculdades mediúnicas, "pesquisam" em vidas passadas as raízes dos problemas familiares atuais. Dentre estes, os principais encontrados foram: o adultério, o alcoolismo, casamentos "sociais" (cônjuges que vivem de aparência), conflitos por apegos materiais, falta de diálogo e obsessão.

        Dalva alertou os palestrantes para a necessidade de desenvolver a capacidade de amar para que os erros do passado não sejam novamente cometidos. O esposo distante, o filho doente, o amigo que acusa sem censura, o parente infeliz num sanatório, a dor da obrigação na cruz que se carrega são cercas de Deus, na tentativa de impedir que os erros do passado voltem, concluiu a palestrante.

    O seminário "Mediunidade: Ontem, Hoje e Amanhã", com os conferencistas e médicos espíritas,. Jorge Andréa e Sérgio Felipe de Oliveira, tratou de um aspecto importante no campo do estudo mediúnico: as conexões orgânicas inerentes à mediunidade. Os autores estabeleceram uma ligação pertinente entre as várias faculdades medianímicas e suas correspondentes expressões em regiões específicas do cérebro.

    Conforme Jorge Andréa, a intuição será a grande expressão mediúnica do futuro. Ainda segundo o médico espírita, os lobos frontais seriam uma das bases de sustentação da mediunidade intuitiva. Por sua vez, Sérgio Felipe de Oliveira estabeleceu uma correlação significativa entre mediunidade e formação pessoal, sustentando que esta última é determinante da expressão equilibrada ou desequilibrada da primeira.

Sérgio Felipe lembrou ainda que não há trabalho algum, de cunho científico, que prove o materialismo. Disse também que o estatuto das Universidades brasileiras dizem que estas devem estar abertas para a pesquisa com relação a toda forma de pensamento humano.

    No tema livre intitulado "Astronomia, Religião e a pesquisa de Camille Flammarion", o conferencista espírita Adilson José de Assis traçou um perfil de natureza biográfica sobre o grande colaborador de Allan Kardec, o astrônomo francês Camille Flammarion, que foi um dos responsáveis, segundo o espírito Humberto de Campos, pelo desdobramento da parte científica do Espiritismo.

    Adilson José fez uma interessante reflexão: a predominância do aspecto religioso do Espiritismo no Brasil revelou-se positivo porque foi de encontro à simplicidade do nosso povo. Porém, argumentou, com as novas conquistas tecnológicas é interessante que os espíritas nos preparemos para o futuro mediante a valorização do estudo e do fazer científico no meio espírita.

    Lembrou ainda o expositor que os jovens espíritas de hoje desconhecem quase que por completo a obra de Flammarion, o que é uma pena, já que este grande pensador espiritista do passado foi um exemplo de perseverança na busca do conhecimento aliado a uma ética derivada de uma convicção imortalista.

    "O Espiritismo hoje globalizado está presente em vários países do mundo. Nós temos pressa em divulgar e praticar a Doutrina Espírita, mas com muito cuidado", com essas palavras, Janet Duncan mostrou no seu painel de exposição sobre o Movimento Espírita no mundo globalizado, fragmentos de como se encontra o Espiritismo no mundo.

    A Alemanha conta hoje com sete grupos espíritas, a Suécia se movimenta na criação de alguns; Londres já funcionam cinco e na Itália dois Centros Espíritas.

    Janet chamou a atenção para que o Espiritismo não é apenas abrir uma firma através de um Contrato Social. Como exemplo ela citou o caso da Inglaterra, onde não há a exigência no trabalho social da burocracia. O importante é a Entidade provar na prática, a sua eficiência e eficácia funcional.

    Quanto a geração nova, o expositor Benjamin Rodrigues, informou que hoje os Estados Unidos, conta com o total de 60 Centros Espíritas, apesar do materialismo dominante naqueles países. Segundo o painelista, depois que as obras de Kardec começaram a ser traduzidas, cresceu de forma maravilhosa o conhecimento da Doutrina Espírita no mundo.

    Ele também fez comparações com outras religiões dizendo que essas usam várias bíblias e por essa razão o processo de globalização não conseguia unificá-lo. Não é o caso da Doutrina Espírita, disse ele, pois trabalhamos para sua unificação. O Espiritismo prova que somos herdeiros de Deus.

    O espírito Bezerra de Menezes manifestou-se pela mediunidade de Divaldo Pereira Franco, durante a sessão de encerramento do I Congresso Espírita Brasileiro, no início da noite de hoje, no Teatro Rio Vermelho, do Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. Em sua mensagem, o luminoso espírito incitou o movimento espírita brasileiro a envidar esforços para que a divulgação do Espiritismo seja feita sobretudo pelos atos de cada um. "O mundo já está farto de oradores verborrágicos e carente de lidadores que vivenciam aquilo que pregam", exortou, entre lágrimas vertidas pelo médium, a amorosa entidade espiritual. Ao final, o público, emocionado, cantou espontaneamente o hino espírita "Quanta Luz", após o que o presidente da Federação Espírita Brasileira, Juvanir Borges de Souza, deu por encerrado o I Congresso, sem fazer comentários de acréscimo.

    A solenidade foi emocionante, do início ao fim. No começo, houve uma apresentação muito aplaudida do Coral Espírita Vozes da Esperança, de Goiânia, cuja maestrina, Suzi Daltro, trabalhou durante todo este ano no sentido de recuperar e transcrever em partituras os hinos e canções espíritas e os apresentou na noite de encerramento. Foram também muito aplaudidas as palavras dos diversos dirigentes e representantes presentes, especialmente a do presidente da Federação Espírita do Estado de Goiás, Umberto Ferreira, e do coordenador da Comissão Executiva, Weimar Muniz de Oliveira. Este último, além de fazer os agradecimentos a todos os que concorreram para que o evento se sucedesse, revelou alguns dos números do Congresso, inclusive o de participantes por Estado, o que originou uma divertida seqüência de aplausos relacionada às quantidades, às vezes expressivas, de algumas regiões mais distantes.

    O I Congresso Espírita Brasileiro contou com a participação de 2522 pessoas, das quais mais da metade são maiores de 50 anos, número que impressionou a todos. Esse total de participantes inclui também os cerca de 200 trabalhadores, pertencentes às Federações Espíritas Brasileira e do Estado de Goiás e de diversos centros espíritas da região da Grande Goiânia e alguns do interior goiano. A maior quantidade de congressistas foi, naturalmente, do Estado de Goiás, que se fez presente com 906 inscritos.

    Alguns Estados se destacaram pelo tamanho de suas caravanas; entre eles, o Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal, com 212, 202 e 200 pessoas, respectivamente. Do Mato Grosso do Sul vieram 157 participantes; Minas Gerais trouxe 144 e o Pará, apesar da distância, compareceu com 110 confrades.

    O Mato Grosso do Sul e a Bahia, cujas distâncias são também razoáveis, se fizeram presentes com 71 e 68 pessoas, respectivamente, enquanto que o Maranhão foi representado por 40 companheiros; o Rio Grande do Sul, por 44 e o Sergipe, por 48. Do Paraná, vieram 25 congressistas, enquanto que Tocantins e Rondônia trouxeram 20 pessoas, cada. Santa Catarina trouxe 21 participantes, o Amazonas, 19, e o Piauí, 16. Os demais estados brasileiros enviaram, cada um, menos de dez pessoas ao Congresso, e, do Exterior, Goiânia recebeu 15 companheiros, vindos de Portugal, Suécia, Estados Unidos da América, Moçambique, Alemanha, Guatemala e Inglaterra.

    Um "corredor de aplausos" foi feito pelos trabalhadores voluntários do Congresso, na saída do Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, demonstrando o carinho e a alegria dos espíritas de Goiás, por terem recebido companheiros de todo o país, num evento tão significativo, que, certamente, marca a história do Espiritismo no Brasil.

    Ao final, o sentimento geral era de que o evento teve muito sucesso, não apenas pelo grande comparecimento das principais personalidades dos movimentos espíritas brasileiro e mundial, inclusive de personalidades históricas do mundo espiritual, como também pela alta qualidade dos debates ocorridos.

    As atividades relacionadas à assessoria em comunicação foram também muito elogiadas pela imprensa espírita presente, que, na despedida, compareceu à Sala de Imprensa, a fim de agradecer o apoio recebido. Os colaboradores e profissionais da imprensa espírita e não espírita tiveram acesso, durante os dias do Congresso, a toda uma infraestrutura dotada de salas e computadores, além do trabalho voluntário de mais de dez profissionais de jornalismo e relações públicas, vinculados à Vice-Presidência de Comunicação Social Espírita da Federação Espírita do Estado de Goiás e ao Instituto de Comunicação Social Espírita - ÍCONE, entidade espírita especializada com sede em Goiânia e filiada à Feego e à Abrade.

    O Ícone, de Goiás, e a Rádio Boa Nova, de São Paulo, deram contribuições significativas à multiplicação dos benefícios do evento. O primeiro, ao lançar neste Congresso a versão on-line de seu Boletim Informativo Iconews, permitindo o acompanhamento dos debates pela Internet; e a emissora paulista, por transmitir o evento, via satélite, para a Grande São Paulo, Sorocaba e região leste daquele Estado.

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    Produção: Instituto de Comunicação Social Espírita

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