Fundado em 15 de Outubro de 1992
Boletim Semanal de Distribuição
Eletrônica
Já abordamos esta questão em nosso último número, a propósito de um artigo especial - da perfeição dos sêres criados (1). Mas ela é de tal importância, tem conseqüências de tal magnitude para o futuro do Espiritismo (2), que julgamos dever trata-la de modo mais completo.
Se a doutrina espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria como garantia senão as luzes de quem a tivesse concebido. Ora, ninguém aqui poderia ter a pretensão fundade de possuir, ele só, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se tivessem manifestado a um só homem, nada garantiria a sua origem, pois seria preciso crer sob palavra naquele que dissesse ter recebido seu ensino. Admitindo de sua parte uma perfeita sinceridade, ao menos poderia convencer as pessoas de seu ambiente; poderia ter sectários, mas não conseguiria atrair todo o mundo.
Quis Deus que a nova revelação, chegasse aos homens por uma via mais rápida e mais autêntica. Eis por que encarregou os Espíritos de a levar de um a outro polo, manifestando-se por tôda a parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir a sua palavra. Um homem pode ser enganado, pode mesmo enganar-se; assim não poderia ser quando milhões de homens vêem e ouvem a mesma coisa: é uma garantia para cada um e para todos. Aliás pode fazer-se um homem desaparecer, mas não desaparecem as massas; podem queimar-se livros, mas não os Espíritos. Ora, se se queimassem todos os livros, a fonte da doutrina não seria emudecida, por isso que não está na terra: surge por toda a parte e cada um pode aproveita-la. Em falta de homens para a espalhar, haverá sempre Espíritos que atingem todo o mundo e ninguém os pode atingir (3).
Na realidade, são os próprios Espíritos que fazem a propaganda, auxiliados por inumeraveis médiuns que suscitam por todos os lados. Se tivessem tido um intérprete único, por mais favorecido que fôsse, o Espiritismo seria apenas conhecido; êsse mesmo intérprete, fôsse de que classe fôsse, teria sido objeto de prevenções por parte de muita gente; nem tôdas as nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam por tôda a parte, a todos os povos, a tôdas as seitas e partidos, sendo aceitos por todos. O Espiritismo não tem nacionalidade; está por fora de todos os cultos particulares; não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de parentes e amigos de além-túmulo. Era preciso que assim fôsse, para que pudesse chamar a todos os homens à fraternidade. Se se não tivesse colocado em terreno neutro, teria mantido dissenções, em vez de as apaziguar(4).
Essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui a força do Espiritismo. Aí, também, está a causa de sua propagação tão rápida. Ao passo que a voz de um só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, teria levado séculos antes de chegar a todos os ouvidos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultâneamente em todos os pontos da terra, para proclamar os mesmos princípios, e os transmitir aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém fique deserdado. É uma vantagem de que não gozou nenhuma das doutrinas até hoje aparecidas. Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, nem teme a má vontade dos homens, nem as revoluções morais, nem os desmoronamentos físicos do globo, porque nenhuma dessas coisas podem atingir os Espíritos.
Mas se não é a única vantagem resultante desta posição excepcional; o Espiritismo aí encontra uma onipotente garantia contra os cismas que poderiam suscitar (5), pela ambição de uns, ou pelas contradições de certos Espíritos. Seguramente essas contradições são como escolho, mas que leva em si o remédio ao lado do mal.
Sabe-se que os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de tôda a verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens; que entre êles, como entre êstes, há presunçosos e pseudo-sábios, que crêem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas idéias como verdades; enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das idéias e preconceitos terrenos. Mas sabe-se, também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulo em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias. Disso resulta que, para tudo quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um caráter individual sem autenticidade; que devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou qual Espírito, e que seria imprudente aceita-las e promulga-las levianamente como verdades absolutas(6).
O primeiro contrôle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. Tôda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possuem, por mais respeitável que seja a assinatura, deve ser rejeitada(7). Mas êsse contrôle é incompleto em muitos casos, por fôrça da insuficiência das luzes de certas pessoas e da tendência de muitos a tomar seu próprio julgamento por único árbitro da verdade. Em tal caso, que fazem os homens que não têm absoluta confiança em si-próprios ? Seguem a opinião do maior número e a opinião da maioria é o seu guia. Assim deve ser a respeito do ensino dos Espíritos, que nos fornecem, êles próprios, os seus meios.
A concordância no ensino dos Espíritos é, pois, o melhor contrôle (8); mas ainda é preciso que ocorra em certas condições. A menos segura de tôdas é quando um médium interroga, êle próprio, a vários Espíritos sôbre um ponto duvidoso. É evidente que se estiver sob o império de uma obsessão e se tratar com um Espírito enganador, êste lhe pode dizer a mesma coisa com nomes diversos. Também não há garantia suficiente na conformidade obtida pelos médiuns de um mesmo centro, pois podem sofrer a mesma influência. A única séria garantia está na concordância que exista entre as revelações espontâneas, feitas por um grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diversas regiões(9) . Compreende-se aqui que não se trata de comunicações relativas a interesses secundários, mas do que se liga aos princípios mesmo da doutrina. Prova a experiência que quando um princípio novo deve ter a sua solução, é ensinado espontâneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de maneira igual, senão na forma, ao menos no fundo(10) . Se, pois, a um Espírito agrada formular um sistema excêntrico, baseado em suas próprias idéias e fora da verdade, podemos estar certos que o sistema ficará circunscrito e cairá ante a unanimidade das instruções dadas por tôda a parte, como já houve vários exemplos. É essa unanimidade que faz cairem todos os sistemas parciais, nascidos na origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenômenos à sua maneira e antes que fôssem conhecidas as leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível.
Tal a base em que nos apoiamos quando formulamos um princípio da doutrina. Não o damos como verdadeiro por ser conforme as nossas idéias; não nos colocamos absolutamente como árbitro supremo da verdade e a ninguém dizemos: "Crêde nisso porque o dizemos". Nossa opinião, aos nossos olhos, não passa de opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa, desde que não somos mais infalível que qualquer outro. Também não é porque um princípio nos é ensinado que para nós é a verdade, mas porque recebeu a sanção da concordância.
Êsse contrôle universal é uma garantia para a futura unidade do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. É aí que, no futuro, será procurado o critério da verdade. O que fêz o sucesso da doutrina formulada no Livro dos Espíritos e no Livro dos Médiuns é que por tôda a parte cada um pôde receber dos Espíritos, diretamente, a confirmação do que eles encerram. Se, de todos os lados, os Espíritos tivessem vindo contradizê-los, de há muito esses livros teriam tido a sorte de todas as concepções fantásticas. O próprio apoio da imprensa não os teria salvo do naufrágio, ao passo que, privados dêsse apoio, nem por isso deixaram de fazer um caminho rápido, porque tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade compensou com sobra a má vontade dos homens. Assim será com todas as idéias emanadas dos Espíritos ou dos homens, que não puderem suportar a prova do contrôle, cujo poder ninguém poderá contestar.
Suponhamos, pois, que apraza a certos Espíritos ditar, sob um título qualquer, um livro em sentido contrário; suponhamos mesmo que, numa intenção hostil, e visando a desacreditar a doutrina, a malevolência suscitasse comunicações apócrifas; que influência poderiam ter êsses escritos, se são desmentidos de todos os lados pelos Espíritos ? É da adesão dêstes últimos que seria necessário assegurar-se, antes de lançar um sistema em seu nome. Do sistema de um só ao de todos há uma distância da unidade ao infinito. Que podem mesmo todos os argumentos dos detratores sôbre a opinião das massas, quando milhões de vozes amigas, partidas do espaço, vêm de todos os pontos do globo e no seio de cada familia, os bater na brecha ? Sob êsse ponto a experiência já não confirmou a teoria ? Em que se tornaram todas as pubicações que se diziam vir aniquilar o Espiritismo ? Qual a que lhe deteve a marcha ? Até hoje a questão não tinha sido encarada sob êste ponto de vista, sem dúvida um dos mais sérios. Cada um contou consigo, mas não com os Espíritos.
Ressalta de tudo isto uma verdade capital: é que quem quer que quisesse atravessar-se contra a corrente das idéias estabelecidas e sancionadas, poderia bem causar uma pequena pertubação local e momentânea, mas nunca dominar o conjunto, mesmo no presente e, ainda menos, no futuro.
Ressalta, ainda, que as instruções dadas pelos Espíritos sôbre pontos da doutrina ainda não elucidados, não poderia constituir lei, enquanto ficassem isoladas. Conseqüentemente, não devem ser aceitas senão com tôdas as reservas e a título de informação (11) .
Daí a necessidade de dar à sua publicação a maior prudência; e, no caso se julgasse dever publicá-las, importa não as apresentar senão como opiniões individuais, mais ou menos prováveis, mas tendo, em todo o caso, necessidade de confirmação.É essa confirmação que se deve esperar, antes de apresentar um princípio como verdade absoluta, se se não quiser se acusado de leviandade ou de irrefletida credulidade.
Em suas revelações, os Espíritos superiores procedem com extrema sabedoria; só gradativamente abordam as grandes questões da doutrina, à medida que a inteligência se torna apta a compreender verdades de uma ordem mais elevada, e que circunstâncias propícias para a emissão de uma nova idéia. Eis porque, desde o começo, não disseram tudo e ainda hoje não o disseram, jamais cedendo à impaciência de criaturas muito apressadas, que querem colher os frutos antes de sua maturidade. Seria, pois, supérfluo querer precipitar o tempo marcado a cada coisa pela Providência, porque então os Espíritos realmente sérios positivamente recusam o seu concurso; mas os Espíritos levianos, pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por isso que, sôbre tôdas as questões prematuras, sempre há respostas contraditórias.
Os princípios acima não são fruto de uma teoria pessoal, mas a conseqüência forçosa das condições em que se manifestam os Espíritos. É evidente que se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões dizem o contrário alhures, a presunção de verdade não pode estar com aquêle que é o único ou mais ou menos de sua opinião. Ora, pretender ser o único a ter razão contra todos seria tão lógico da parte de um Espírito quanto de um homem. Os Espíritos verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sôbre uma questão, jamais a resolvem de maneira absoluta; declaram não a tratar senão do seu ponto de vista, e aconselham mesmo a esperar-se uma confirmação.
Por mais bela, mais justa e grande que seja uma idéia, é impossível que, desde o comêço, alie todas as opiniões. Os conflitos daí resultantes são conseqüência inevitável do movimento que se opera; são mesmo necessários para melhor destacar a verdade, e é útil que ocorram no começo, para que as idéias falsas sejam mais prontamente desgastadas. Os espíritas que concebessem alguns temores devem, pois, ficar perfeitamente seguros. Tôdas as pretenções isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso critérium de contrôle universal. Não é à opinião de um homem que se aliarão, é a voz unânime dos Espíritos; não é um homem, nem nós mais que outro, que fundará a ortodoxia espírita; também não é um Espírito vindo impor-se a quem quer que seja: é a universalidade dos Espíritos, comunicando-se em toda a terra, por ordem de Deus. Aí está o caráter essencial da doutrina espírita; ai está a sua força e a sua autoridade. Deus quis que a sua lei se assentasse numa base inabalável, e, por isso, não a assentou sôbre a cabeça frágil de um só.
É perante êsse poderoso aerópago, que nem conhece grupelhos, nem as rivalidades invejosas, nem seitas ou nações, que virão quebrar-se tôdas as oposições, tôdas as ambições, tôdas as pretensões à supremacia individual; que nós mesmos nos quebraríamos se quiséssemos substituir os seus soberanos desígnios por nossas próprias idéias; êle é o único que resolverá todas as questões litigiosas, que fará calarem-se as dissidências e dará ou não razão a quem de direito. Ante êsse imponente acôrdo de tôdas as vozes do céu , que pode a opinião de um homem ou de um Espírito ? Menos que a gôta d'água que se perde no oceano, menos que a voz da criança, abafada pela tempestade.
A opinião universal, eis, então, o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância; ela se forma de tôdas as opiniões individduais; se uma delas fôr verdadeira, terá apenas o seu pêso relativo na balança; se fôr falsa, não pode triunfar sôbre tôdas as outras. Neste imenso concurso os indivíduos se apagam, e aí está um nôvo cheque para o orgulho humano (12).
Êsse conjunto harmonioso já se desenha.
Ora, êste século não passará sem que resplandeça
em todo seu brilho, de maneira a fixar tôdas as incertezas. Porque,
daqui para a frente vozes poderosas terão recebido a missão
de se fazer ouvir para aliar os homens sob a mesma bandeira, desde que
o campo seja suficientemente trabalhado. Enquanto espera, aquêle
que flutuasse entre dois sistemas opostos, pode observar em que sentido
se forma a opinião geral; é o índice certo do sentido
no qual se pronuncia a maioria dos Espíritos sôbre os diversos
pontos em que se comunicam. É um sinal não menos certo de
qual dos dois sistemas triunfará.
(1) Allan Kardec se refere ao artigo publicado na Revue Spirite de março de 1864, intitulado "Da Perfeição dos Seres Criados", onde foram abordados alguns temas polêmicos como a questão dos animais e de sua evolução espiritual. (retorna)
(2) O grifo é nosso, somos de opinião que as considerações de Kardec sobre a questão continuam perfeitamente válidas e merecem ser estudadas e levadas em conta no nosso dia-a-dia. As considerações expostas neste artigo são de validade imensa para médiuns, trabalhadores, frequentadores e pesquisadores. Aplicam-se inclusive com muita propriedade as pesquisasde TCI, onde uma quantidade grande de comunicações vem sendo reunida. (retorna)
(3) Nos nossos dias temos uma confirmação prática das palavras de Kardec. Os movimentos espíritas de Portugal e da España que sofreram perseguição durante os regimes de Salazar e Franco, ressurgiram assim que a repressão terminou. Não só os Espíritos continuaram a se manifestar nos grupos que sobreviveram na clandestinidade, como retomaram um ritmo que já faz desses países importantes centros de divulgação espírita na Europa. Não adiantou prender ou matar os adeptos da Dourina Espírita, pois os Espíritos estavam fora do alcance dos poderes arbitrários desses regimes. (retorna)
(4) Nesse ponto alguns podem alegar que os vinculos do Espiritismo com o Cristianismo dificultam sua divulgação entre povos que não compartilham as tradições religiosas do Ocidente. Este porém não é um argumento válido pois o Espiritismo apoia-se na parte moral dos ensinamentos de Jesus Cristo, que sempre foram considerados em grande estima pelos filósofos de todos os povos e que, ao contrário das construções teológicas posteriores, podem ser aplicados em todos os quadrantes do globo. Por exemplo, Maomé, o profeta do Islam, deixou registrada na 5.a Surata (Surata Almáida - Da Mesa Servida) a comunicação: "E depois deles (profetas), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho que encerra Orientação e Luz, o qual confirma a Tora, e é Orientação e exortação para os tementes." - Os Significados dos Versículos do Alcorão Sagrado, Prof. Samir El Hayek, Centro de Divulgação do Islam para a América Latina. (retorna)
(5) O grifo é nosso. (retorna)
(6) O grifo é nosso. É importante reparar que essa regra independe do meio de comunicação utilizado pelo espírito. Tanto se aplica a comunicação mediúnica tradicional como a Transcomunicação Instrumental através dos aparelhos mais sofisticados. (retorna)
(7) A Internet curiosamente é um meio de comunicação com caracteristicas que lembram as das comunicações mediúnicas, pois entramos em contato e trocamos idéias com outros "Espíritos" encarnados, conhecendo-os apenas através do que o computador consegue transmitir. Nela é possivel de observar-se as mesmas variações no valor intrinseco das "mensagens" e valem as mesmas regras para "aceitar-se" o seu conteúdo (há até as mistificações, como por exemplo as mensagens falsas sobre previsões ... - vide Boletim 348, respostas para questões frequentes). (retorna)
(8) O grifo é nosso. Assim Kardec responde a uma pergunta frequente que nos chega: Porque os Espíritas não adotam o que fulano ensina ou escreve ? Porque as informações não passaram pelo crivo da concordância com o ensino de outros espíritos, e portanto continuam na categoria de opiniões pessoais do seu autor, por mais respeitavel que seja. É claro que tal afirmativa é sempre referente ao momento presente, pois novas comunicações podem levar a uma nova situação.
Esse é o caso das obras de Ramátis, de excelente conteúdo moral e bastante instrutivas, mas que apresentam opiniões não confirmadas por outros Espíritos. Também é o caso das comunicações obtidas por Roustaing e que, portanto, continuam na categoria de opiniões pessoais (sem que isso represente qualquer tipo de reprovação de nossa parte para quem as adote - vide nota 12). (retorna)
(9) O grifo é do texto impresso. Assim os conhecimentos que formam o núcleo da Doutrina Espírita - as obras de Kardec e as complementares amplamente aceitas (Léon Denis, Fernando de Lacerda, Francisco Cândido Xavier, Yvone A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, Herculano Pires, Bezerra de Menezes, etc ...) - formam um conjunto consolidado pela concordância no ensino. São fontes diferentes, de locais e épocas diferentes concordando nas mesmas informações.
Também há fontes que não fazem parte da comunidade Espírita que trazem descrições concordantes do mundo espiritual. Por exemplo os livros do médium americano James Van Praagh, "Conversando com os Espíritos" e "Em busca da Espiritualidade". Ainda outro exemplo são as comunicações obtidas pela TCI, confirmando a existência de um plano espiritual onde a atividade do Espírito humano continua (vide "Espiritismo e Transcomunicação", Djalma M. Argollo). (retorna)
(10) O grifo é nosso. Os principíos espíritas são muitas vezes estudados sob outros nomes: na Transcomunicação Instrumental temos formas modernas de efeitos físicos; na Terapia de Vidas Passadas vemos o estudo da reencarnação; nos fenômenos de Quase-morte o despreendimento do corpo físico na desencarnação e nos Sonhos Lúcidos a maior liberdade do espírito durante o sono físico. (retorna)
(11) Já ouvimos de alguns espíritas mais antigos, que as obras de André Luiz não foram facilmente aceitas. As descrições de cidades no plano espiritual, com sociedades estruturadas e até mesmo redes de transporte e abastecimento, causaram duvidas. Porém a crescente concordância de outros espíritos, por diversos médiuns (vide nota 9), com essas informações finalmente as tornou parte integrante da Doutrina Espírita. Seria portanto um caso onde o processo de consenso funcionou naturalmente, levando ao esclarecimento de um ponto obscuro da doutrina. (Antes de André Luiz, não havia uma idéia clara do que efetivamente era a "erraticidade" - estado em que os Espiritos estão entre uma encarnação e outra). (retorna)
(12) Kardec não chegou a abordar neste artigo qual seria o comportamento esperado dos espíritas durante o período em que a questão está em discussão. Naturalmente o debate deverá seguir uma postura cristã, com o respeito pelas idéias dos participantes e pelo livre arbitrio na escolha das opções. Como Luiz Signates diz, "define-se a busca espírita do conhecimento pela sua ética, esta sim, consensualizada e consensualista por natureza: a ética da fraternidade, a partir da qual os conhecimentos humanos relativos a respeito das coisas espirituais encontrariam sempre um caldo de cultura onde pudessem mostrar suas diferenças sem se estranharem e, sobretudo, sem o soerguimento de muros de preconceito e autoritarismo, dispensando, portanto, os movimentos de exclusão que vêm se tornando tão comuns entre nós". Boletim 335 - Espiritismo, Ética e Conhecimento. (retorna)
Caro confrade
"O Espiritismo caminhará com os homens, sem os homens ou apesar dos homens"
Com referência a frase acima, atribuida por uns a Allan Kardec e por outros a Léon Denis, temos a informar que a referida afirmativa é de Wantuil de Freitas (ex-Presidente da Federação Espírita Brasileira, já desencarnado) e encontra-se no último parágrafo do capítulo "E o Porvir", na Terceira Parte do livro "Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita", da autoria de Wantuil de Freitas.
Para melhor esclarecer, transcrevemos o trecho completo, do livro:
"Sejam quais forem as barreiras que os homens lhe oponham, o Espiritismo cumprirá sua missão de transformação do mundo: COM OS HOMENS, SEM OS HOMENS OU APESAR DOS HOMENS". (grifo nosso) Página 159, 1ª edição, 1946.
Para conhecimento de muitos confrades que pesquisam a origem da mencionada afirmativa, sugerimos, se achar conveniente, a publicação do esclarecimento acima.
Fraternalmente,
Etelvino Pimentel Cyríaco
Amigos do Geae,
Ainda tratando sobre o questionamento do amigo José Rossi, vou procurar, dentro do possível, tratar sinteticamente sobre a incorporação ou psicofonia, dentro do vasto campo da mediunidade.
Para um melhor entendimento da expressão incorporação, se faz necessário entendermos, de uma forma genérica, a finalidade e o mecanismo dessa modalidade mediunica. Em sua maioria, as reuniões de desenvolvimento mediunico tem por principais finalidades:
1) um pronto-socorro no atendimento de entidades espirituais sofredoras, trazidas pelos Espíritos superiores aos Centros Espiritas, muitas das quais ligadas particularmente aos próprios membros do grupo mediunico ou aos freqüentadores da instituição;
2) esclarecimento quanto aos efeito e conseqüências de nossas ações quando encarnados e os reflexos na vida espiritual (infelizmente esta finalidade foi esquecida por muitos médiuns e demais participantes, ignorando que certas comunicações são exemplos para nos mesmos);
3) como um educandario, pois inúmeros Espíritos recém desencarnados se integram neste trabalho como uma forma de exercitarem a caridade, se elevando intelectual e moralmente, conquistando novas oportunidades no sentido de se prepararem para o regresso na carne;
Importante ressaltarmos que na época de Kardec o tipo de mediunidade mais em voga era a de psicografia, porque era a mais ágil para a recepção dos ensinos necessários para a divulgação e propagação do Espiritismo. Usamos a expressão desenvolvimento mediunico, porque como o próprio mestre liones nos ensinou, a mediunidade e uma faculdade que se desenvolve com o exercício, assim como qualquer outra faculdade, como a inteligência, por exemplo. Qual a finalidade da psicofonia nos trabalhos mediunicos? Por que ela e a mais pratica e adequada para o atendimento dos sofredores?
1) pela agilidade do dialogo que ela permite com o doutrinador;
2) pelo contato direto entre o aparelho mediunico e o desencarnado que, ao identificar-se com um meio mais denso, comungando do fluido vital animalizado do organismo do encarnado, tem ampliadas as suas percepções e sensibilidade que estavam limitadas. Isto porque seu perispirito esta mais materializado com um maior peso especifico, em virtude de seu baixo teor vibratório pela natureza ainda grosseira de seus pensamento;
3) o favorecimento do trabalhos dos Espíritos superiores, porque as entidades sofredoras não possuem uma capacidade de identifica-los e compreende-los (conforme o item anterior), pelo fato de vivenciarem um monoideismo interior (algumas vivenciam os últimos instantes de sua vida carnal ou um erro cometido, uma perseguição sofrida, etc.) .
Assim nos descreve André Luiz, em sua obra Nos Domínios da Mediunidade, o fenômeno da psicofonia consciente, a mais comum nos trabalhos mediunicos:
"Neste ínterim, os condutores, obedecendo as determinações de Clementino, localizaram o sofredor ao lado de dona Eugenia. O mentor da casa aproximou-se dela e aplicou-lhe forcas magnéticas sobre o córtex cerebral, depois de arrojar vários feixes de raios luminosos sobre extensa região da glote.
Notamos que Eugenia-alma afastou-se do corpo, mantendo-se junto dele, a distancia de alguns centímetros, enquanto que, amparado pelos amigos que o assistiam, o visitante sentava-se rente, inclinando-se sobre o equipamento mediunico ao qual se justapunha, a maneira de alguém a debruçar-se numa janela. (...)
Observei que leves frios brilhantes ligavam a fronte de Eugenia, desligada do veiculo físico, ao cérebro da entidade comunicante."
Cabem alguns comentários finais.
A palavra incorporação refere-se justamente a esse assenhoramento relativo que a entidade comunicante realiza no corpo físico do médium, sendo que o desligamento deste em relação ao corpo e apenas parcial, pois o desligamento definitivo se da apenas no desencarne.
Os fios luminosos emitidos pela alma da médium (uma expansão do perispirito) representam o controle exercido pela mesma sobre o comunicante, o impossibilitando de expressar-se inadequadamente na reunião.
A expressão cérebro da entidade comunicante deve ser encarada como uma analogia, mesmo porque vivemos na Terra, sendo o perispirito o molde do corpo físico, ainda grosseiro no nosso estagio de evolução. Quanto as características do perispirito em mundo superiores, certamente divergem das que aqui se apresentam, ainda que sempre tenham a forma humana. O perispirito não tem órgãos, segundo da Codificação.
Mais informações sobre a incorporação, ainda na obra de André Luiz, encontramos em Missionários da Luz e Mecanismos da Mediunidade.
Felicidades,
Fernando Porto
Prezados irmãos,
Estou fazendo uma pesquisa sobre a biografia de Auta de Souza. Por gentileza, gostaria que me enviasse, o quanto possível, sobre a vida de Auta de Souza.
Obrigado antecipadamente,
Alessandro Rocha.
Caros amigos,
Gostaria da vossa ajuda para esclarecer uma dúvida sobre o suicídio inconsciente ou indireto de que nos fala o espírito André Luiz. Considerando, que em O Evangelho Segundo o Espiritismo , capítulo 5, item 30, consta o seguinte:
"30. Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um semelhante, sabendo que ele sucumbirá; isso pode ser considerado como suicídio?
¨(...) Não havendo a intenção de procurar a morte, não há suicídio, mas devotamento e abnegação, mesmo com a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem diz que a Providência não reservará um meio inesperado de salvação, no momento mais crítico? Não pode ela salvar até mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Pode ela, muitas vezes, querer levar a prova da resignação até o último limite, e então uma circunstância inesperada desvia o golpe fatal."
SÃO LUÍS
Paris, 1860
Pergunto:
1 - Podemos considerar a primeira parte da afirmação - Não havendo a intenção de procurar a morte, não há suicídio - de forma isolada para analisar todas as possíveis formas de desencarne e, a partir daí concluir se houve ou não suicídio?
2 - A pessoa que extrai o seu sustento de uma profissão que coloca em risco a própria vida é considerada um suicida se ela desencarnar no exercício dessa profissão? Consideremos um piloto de F1, um astronauta, um mergulhador?
3 - Entendo que devem haver diferentes níveis de responsabilidade quanto ao próprio desencarne. Quais são as condições a serem satisfeitas para considerarmos um desencarne como suicídio?
4 - Uma pessoa que se envolve numa discussão e é assassinada pode ser considerada um suicida, uma vez que se ela houvesse evitado a discussão não haveria morrido?
Desde já agradeço toda atenção e vaproveito para solicitar também uma referência bibliográfica sobre o assunto.
Muita Paz.
Marcone Vieira
SENHOR, QUE QUERES QUE EU FAÇA?
04/02/2000 - 06/02/2000
Local: TEATRO BEBERIBE
Endereco: CENTRO DE CONVENÇÕES DE PERNAMBUCO
Cidade: OLINDA - Brasil
E-mail: JOVEM@ESPIRITA.NET
(http://JOVEM.ESPIRITA.NET)
04/02/00 - Sexta-Feira - 19:30h Abertura: Senhor, Que Queres Que Eu
Faça? - Expositor: Silvio Romero/PE
05/02/00 - Sábado - 08:00h - Amor, Namoro e Casamento
- Expositores: Luciola Filizola/Frank Moneta(PE);
05/02/00 - Sábado - 14:00h - A Separação
dos Pais - Expositor: Robson Pinheiro/MG;
06/02/00 - Domingo - 08:00h - A Consciência Política-Cidadania
e o Desenvolvimento Social - Expositor: Gezler West/PE;
OFICINAS
05/02/00 - Manhã - 08:00h
SALA 1 - O JOVEM PERANTE A SEXUALIDADE (Silvio Romero/PE);
SALA 2 - PLANEJAMENTO FAMILIAR (Antonio Pereira/PE);
SALA 3 - AFINIDADES OU DIFERENÇAS - AFINAL O QUE DÁ CERTO?
(Aurino Lima/PE);
05/02/00 - Tarde
SALA 1 - A FAMÍLIA DIANTE DA GLOBALIZAÇÃO
(Iracema Lins/PE);
SALA 2 - PAIS ÓRFÃOS DE FILHOS E FILHOS ÓRFÃOS
DE PAIS(VIVOS) (Aurino Lima/PE);
SALA 3 - NAMORAR OU FICAR? (Alberto Almeida/PA);
06/02/00 - Manhã
SALA 1 - O AMANHÃ DOS VÍCIOS (Karla Marcelino/PE);
SALA 2 - O JOVEM PERANTE A VIOLÊNCIA (Alberto Almeida/PA);
SALA 3 - CIDADANIA ESPÍRITA - O JOVEM COMO CIDADÃO
(Lizst Rangel).
06/02/00 - Tarde - 14:00h
Painel: O QUE ESTÁ SENDO FEITO DE POSITIVO NA SOCIEDADE ATUAL PARA A JUVENTUDE - Apresentação de Organizações Governamentais e Não Governamentais - Debates.
Palestra de Encerramento: VIVER NO MUNDO SEM SER DO MUNDO - O FUTURO É AGORA (Alberto Almeida/PA)
INFORMAÇÕES
CELEC - Centro Espirita Luz, Esperança e Caridade
Rua Amaro Gomes Poroca, 400 - Varzea - Recife/PE
50741-530 - (0xx 81) 4538287 - 2ª, 4ª,
6ª - 20h e Dom. 17h
http://members.tripod.com/~celecpe
Banca Espirita - Praça do Diário -
Recife/PE;
Livraria Espírita Luz e Vida - Av. José
Augusto Moreira, 975 c/4 Casa Caiada-Olinda/PE
Gostaria sugerir um site sobre Chico Xavier para que vcs a visitem. Possui partes muito interessantes sobre a biografia de Meimei.
Que Deus os abençoe!
http://sites.uol.com.br/laura/chico.html
Caros amigos,
Gostaríamos de notificá-los de que o nosso Site http://www.geocities.com/Paris/Tower/1120/ também poderá ser acessado agora no seguinte endereço http://www.geocities.com/andre_elisa/ sendo para nós imensa alegria receber a sua honrosa visita.
Um grande abraço,
Lori Marli dos Santos
andre_elisa@yahoo.com
Instituto de Divulgação Espírita
André Luiz
Curitiba, Brasil
O novo endereço do Movimento Espírita Espanhol é: http://www.citecweb.com/movimiento/
Abraço do:
Sabio
GRUPO
DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS
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