Fundado em 15 de Outubro de 1992
Boletim Semanal de Distribuição
Eletrônica
Perguntas-me qual será o futuro do Espiritismo e que lugar ocupará no mundo. Não só ocupará um lugar: encherá o mundo inteiro. O Espiritismo2 está no ar, no espaço, na natureza. É a chave da abóbada do edifício social. Podes pressagiar é obra de futuro por seu passado e presente. O Espiritismo é obra de Deus. Vós homens lhe haveis dado um nome; Deus vos deu a razão, quando chegou o tempo. Porque o Espiritismo é a lei imutável do Criador. Desde que o homem teve inteligência Deus lhe inspirou o Espiritismo e, de época em época, enviou à terra Espíritos adiantados, que ensaiaram em sua natureza corpórea a influência do Espiritismo. Se tais homens não triunfaram foi porque a inteligência humana ainda não se achava muito aperfeiçoada. Nem por isso deixaram de implantar a idéia e deixaram atraz de si seus nomes e seus atos, como marcos indicadores numa estrada, para que o viajante achasse a rota. Olha para trás e verás quantas vezes Deus já experimentou a influência espírita como melhoramento moral.
Que era o Cristianismo há dezoito séculos senão Espiritismo ?3 Só o nome diferia; o pensamento era o mesmo. Apenas o homem, com o livre arbítrio, desnaturou a obra de Deus. A natureza preponderou e o erro inplantou-se nessa preponderância. Depois o Espiritismo esforçou-se por germinar. Mas o terreno era inculto e a semente partiu-se e feria a fronte dos semeadores por Deus encarregados de a semear. Com o tempo a inteligência cresceu, o campo pôde ser lavrado, já que se aproxima a época em que o terreno deve ser novamente semeado. Todos admitem que o Espiritismo se espalha. Até os mais incrédulos o compreendem; e se não o confessam, e se fecham os olhos, é que a luz ofuscante do Espiritismo os cega. Mas Deus protege a sua obra, a sustenta com seu poderoso olhar, a encoraja e, em breve, todos os povos serão Espíritas, porque aí esta a universalidade de todas as crenças.
O Espiritismo é a grande niveladora, que avança para aplainar todas as heresias. É conduzido pela simpatia, seguido pela concordia, o amor e a fraternidade. Avança sem abalos e sem revolução. Nada vem a destruir, nada derrubar na organização social: vem a tudo renovar.4 Não vejas nisso uma contradição: tornando-se melhores, os homens aspirarão leis melhores; compreendendo que o operário é da mesma essência que a sua, o patrão introduzirá leis suaves e sábias nas suas relações comerciais; as mesmas relações sociais se transformarão muito naturalmente entre a riqueza e a mediocridade. Não podendo o Espírito tornar-se morgado, sentirá o Espírita que algo existe de mais importante para sí que a riqueza; liberta-se-á da idéia de acumular, que gera a cupidez e, por certo, o pobre ainda será beneficiado por essa diminuição do egoismo. Não direi que não haverá rebeldes a esta idéia; que todos crescerão, universalmente fecundados pela onda do Espiritismo. Ainda haverá refratários e anjos decaídos, pois o homem tem o livre arbítrio e, pôsto não lhe faltem conselhos, muitos deles, vendo apenas de seu acanhado ponto de vista, que restringe o horizonte da cupidez, não quererão render-se à evidência. Pior para eles. Lamentai-os. esclarecei-os. Porque não sois juizes e só Deus lhes pode censurar a conduta.
Pelo futuro, que te mostro para o Espiritismo, podes julgar da influência que exercerá sobre as massas. Como estais organizados. moralmente falando ? Fizestes a estatística de vossas qualidades e defeitos ? Os homens levianos e neutros povoam boa parte da terra. Os benevolentes constituem maioria ? É duvidoso. Entre os neutros, isto é, entre os que estão com um pé na balança do bem e outro na do mal, muitos podem meter os dois no prato da benevolência, que é a primeira etapa conducente rapidamente a níveis mais avançados. Ainda há no globo uma parcela de sêres maus, mas que diariamente tende a diminuir. Quando os homens estiverem imbuídos do pensamento que a pena de Talião5é a lei imutável que Deus lhes inflige, muito mais terrivel que vossas leis terrenas, mais apavorante e mais lógica que as chamas eternas do inferno, em que não mais acreditam, temerão essa reciprocidade de penas e pensarão duas vezes antes de cometerem um ato censurável.
Quando, pela manifestação espírita, o criminoso puder prognosticar a sorte que o espera, recuará ante a idéia do crime, pois saberá que Deus tudo vê e que o crime, ainda que ficasse impune na terra, ele o terá que pagar um dia, e muito caramente, essa impunidade. Então todas as falhas odiosas, que vêm, vez por outra, trazer a sua marca indelével à fronte da humanidade, desaparecerão para dar lugar à concórdia e à fraternidade que há séculos vos são pregadas. Vossa legislação abrandar-se-á na proporção do melhoramento moral, a escravidão e a pena de morte não permanecerão em vossas leis senão como uma lembrança das torturas da inquisição. Assim regenerado, poderá o homem ocupar-se mais com seus progressos intelectuais. Não mais existindo o egoismo, as descobertas científicas, que por vezes reclamam o concurso de varias inteligências, desenvolver-se-ão rapidamente, cada um dizendo: "Que importa aquêle que produz o bem, desde que o bem seja produzido ?" Porque, na verdade, quem muitas vezes detém os vossos cientistas em sua marcha ascendente para o progresso, senão o personalismo, a ambição de ligar o seu nome à sua obra ?
Eis o futuro e a influência do Espiritismo nos povos da Terra.
Notas do Editor (GEAE):
1 - O texto foi extraido da Coleção da Edicel com as obras completas de Allan Kardec. A tradução da Revue Spirite para o português foi feita por Julio de Abreu Filho.
2 - O autor espiritual faz aqui um jogo de palavras, a essência do Espiritismo - os fenômenos mediúnicos; as leis que regem a comunicação entre o plano material e o espiritual; as leis que regem a evolução do Espírito; etc... - sempre existiu e, em todas as épocas da humanidade, sempre encontrou quem a conhecesse e ensinasse. Mas a elaboração desse conhecimento em um conjunto organizado e coerente, dentro dos padrões científicos e filosóficos modernos, foi conduzida por Allan Kardec na segunda metade do século XIX, que criou o termo Espiritismo para designa-lo.
3 - O Cristianismo primitivo, antes da conversão de Constantino e de tomar parte ativa na política imperial, era bastante diferente daquele que conhecemos hoje. Através dos séculos, as concepções originais foram sendo transformadas e misturadas com as mitologias, adaptando-se aos povos convertidos. Talvez esse processo fosse inevitavel, e tenha tido seu lado positivo, pois foi através dele que as nações barbaras, que deram fim ao mundo greco-romano, se transformaram nos povos europeus dos nossos dias. O processo de restauração do Cristianismo, iniciado pela Reforma Protestante, continua na Doutrina Espírita - que por isso também é dita ser o "Cristianismo Redivivo".
4 - Os grifos são nossos, para ressaltar os trechos que estão diretamente relacionados ao tema levantado por Gezler West no último boletim (343 - Qual é o nosso Paradigma ?). A Doutrina Espírita é uma doutrina de transformação do indivíduo e de sua ação na sociedade em que vive. A transformação moral da humanidade - com a ampla difusão e aceitação das realidades espirituais - trará como consequência a transformação das estruturas sociais e econômicas. Um mundo com uma sociedade amplamente espiritualista necessariamente terá de ter estruturas que sejam compativeis com seu nível de evolução, superando a fase puramente materialista em que estamos agora.
5 - A Pena de Talião, "Olho por Olho, Dente por Dente", foi a forma usada em épocas mais rudes da humanidade para expressar parte do conceito que Jesus expressou como "a cada um segundo suas obras" e a Doutrina Espírita na "Lei de Causa e Efeito". O autor espiritual usa nesse trecho a citação da Pena de Talião para enfatizar a nova visão de responsabilidade individual trazida pelo conhecimento Espírita. Sobre esse aspecto é interessante consultar-se a obra "A Filosofia Penal dos Espíritas", ensaio de filosofia jurídica do Prof. Fernando Ortiz (Ed. LAKE).
Gostaria de apor um complemento `a resposta do companheiro
Ademir Xavier. Ele ressaltou que a palavra "magnetismo" nao e'
empregada pelo Espiritismo exatamente no mesmo sentido que a Fisica
o faz. Exatamente o mesmo acontece com a palavra "fluido", largamente empregada
na literatura espirita, e diante da qual os iniciantes com algum conhecimento
cientifico torcem o nariz.
Quando Mesmer introduziu o termo magnetismo, ele
se referia a um fenomeno que havia sido observado, mas ainda estava
longe de ter uma explicacao satisfatoria. De fato, no que se refere
`a hipnose e a outros fenomenos correlatos, como o passe, ainda carecemos
de um estudo cientifico aprofundado. Infelizmente as nossas universidades
e centros de pesquisa ainda nao estao abertas a esse tipo de estudo, apesar
de sua enorme relevancia e gritante atualidade.
Mas lembramos que Mesmer referia-se com frequencia
ao "fluido magnetico". `A sua epoca, bem como `a epoca de Kardec,
um pouco posterior, a palavra "fluido" era empregada com mais largueza
que hoje.
A mais famosa controversia envolvendo o termo foi
a do "fluido calorico", uma teoria bem estabelecida e bem aceita que
so' foi derrubada com muitos esforcos pela teoria molecular do calor,
que associa a temperatura a um maior ou menor movimento
vibratorio das moleculas. Acreditava-se que o "fluido calorico" fosse
alguma especie de fluido que estivesse presente num corpo quente e ausente
num corpo frio, e que passasse de um a outro por contato. Isso explicava
muitos fenomenos, mas nao todos. A teoria molecular explicou tudo muito
melhor.
Vemos, assim, que o termo "fluido", assim como o
termo "magnetismo", eram de uso mais geral na epoca de Kardec, e por isso
eles aparecem com frequencia nas obras basicas. E' possivel que, num
futuro mais ou menos proximo, quando os fenomenos espiritas estiverem mais
bem estudados e compreendidos, possamos ter nomes especificos para cada
coisa, evitando a confusao e os conflitos com a nomenclatura cientifica.
Por hora, e' mesmo como disse o Ademir, e' preciso estar atento ao sentido
que se empresta `as palavras.
Abracos,
Marcos Passini
Caros irmãos,
Gostaria de comentar um pouco a respeito da pergunta sobre Magnetismo formulada por Cristiano Alves.
As explicações do Ademir estão
corretas sobre o fenômeno físico do magnetismo. De fato existe
muitas vezes no meio espírita
uma confusão dos termos. A água pode ser magnetizada,
mas não permanentemente, como se fosse um imã. Ela exibe
sim uma propriedade magnética, que é inerente a todas as
substâncias que se chama DIAMAGNETISMO. É com esse fenômeno
que foi
possível levitar água, sapos e outras coisas dentro de
um campo magnético muito intenso (na ordem de 200.000 vezes o campo
da
Terra), como recentemente um grupo de pesquisadores holandeses (e um
brasileiro) o fizeram.
No meio Espírita, por falta de conhecimento,
as pessoas confundem esse termo. Por exemplo, há grupos que recomendam
a retirda
de objetos metálicos das pessoas (como relógios, brincos
etc) no momento do passe, pois esses influenciaram as "propriedades magnéticas"
do mesmo.
Como o passe é, como nos diz Kardec, uma transferência de fluidos vitais e espirituais, nada pode influenciar. Na obra kardequiana vamos encontrar inúmeras vezes o termo magnetizador (no lugar do que hoje chamamos de passista). Os espíritos sempre se referem ao fluido magnético, mas a referência é em relação a transmissão de fluidos vitais e espirituais.
Espero ter contribuido um pouco nessa discussão, que também sempre me chamou a atenção.
Um abraço fraterno a todos
Adilson
Prezado Adilson,
Obrigado por suas considerações sobre
a questão do magnetismo. De fato, havia me esquecido da questão
do diamagnetismo, mas acho que, se fossemos ser completamente corretos,
teriamos que extender essa questão ainda mais, considerando que
mesmos substâncias em estado extremamente rarefeitos (tais como os
plasmas p. ex.) podem ter propriedades magnéticas. As questão
ficaria por demais complicada no contexto do problema colocado pelo Cristiano
que se insere dentro da problemática da semântica infeliz
da
palavra magentismo no Espiritismo. Foi por isso que procurei dar uma
resposta bem simples. Mesmo assim, acho que ficou complicada porque tive
que falar de spins, elétrons etc, coisas que não são
nem um pouco palpáveis para as pessoas. Seria bom que
se pudesse caracterizar o fenômeno do magnetismo dentro de um contexto
estritamente fenomenológico.
Esse parece ser o caso com o magnetismo no Espiritismo. Ainda que não se tenha a mínima idéia de como ele opere, há um consenso em torno da idéia dos fluidos espirituais que forma a base para uma teoria que explique diversos fenômenos físicos e fisiológicos.
Acresce ainda que em obras mais antigas (datadas
da época de Mesmer), o magnetismo era usado com o sentido que se
dá hoje ao hipnotismo. Tanto quanto posso entender, o fenômeno
da sugestão hipnótica não tem uma relação
explícita com o magnetismo (espírita) - pode ser aqui que
eu esteja completamente errado. O que aconteceu foi que o termo passou
para o Espiritismo pela estreita relação que se viu (no sec.
passado) entre o mesmerismo e o magnetismo. Parece também
que houve um grande debate
(posteriormente abandonado, hoje esquecido) no século passado
entre os "fluidistas" e os adeptos da "sugestão" cuja balança
tendeu a esses últimos, culminando com a criação
do hipnotismo. De qualquer forma, esse é um tema fascinante
que nos figura de imensa importância para o futuro.
Muita paz,
Ademir
Há uma estranha contradição permeando nossos pensamentos e idéias, e portanto criando condicionamentos mentais e estabelecendo atitudes e modos de viver. Essa contradição (aliás, ajudem-me a estabelecer a sua origem com maior certeza), é a seguinte:
Aceitamos que a lei de Evolução comanda
tudo no Universo, incluindo, é claro, as nossas vidas. Entendemos
pelo Espiritismo que é o Espírito que evolue, um pouco em
cada encarnação, rumo a uma ainda incompreensível
perfeição. Quando vemos uma criança com facilidade
para aprender, dizemos logo: vejam, ela já havia aprendido na encarnação
passada e agora só está recordado, tanto que tem essa facilidade
que outras crianças não têm. Quando vemos alguém
pintar quadros genialmente, dizemos: só a reencarnação
explica. Porque, se imaginarmos que alguém é privilegiado
por Deus, com dotações que outro não tem, então
Deus é injusto, o que
não combina com sua superioridade absoluta.
Ao nos referirmos à encarnação
passada, estamos dizendo que nessa pessoa, o processo evolutivo já
caminhou um pouco
mais do que em nós, por exemplo, pois ainda temos dificuldades
para fazer aquilo que o outro faz com facilidade.
Até aqui, sinto que estou traduzindo, da minha
forma, o pensamento da maioria dos espíritas. Ou seja, estamos em
acordo que facilidade é superioridade.
O questionamento que faço e que representa para mim uma contradição, está aqui: quando alguém tem facilidade para viver, para ganhar seus proventos, para adquirir estabilidade material, quando fazendo pouco tem muitos resultados, é logo entendido como desonesto, malandro e mau caráter. Considerado com desconfiança, é posto no grupo dos inferiores aos que têm que lutar e se esfalfar para conseguir o pouco, que quase sempre vai embora logo.
Eis a questão: saber lidar melhor com
a vida material, saber o que são e como obter valores materiais,
representa evolução?
Ou seja, aprendizado e ganho de experiências que leva o Espírito
a ter mais facilidade naquilo que outros tem dificuldade, seja em que aspecto
for, representa evolução?
Se essas condições não representam evolução, representam o que ?
Ou estaremos pensando que evolução diz respeito apenas as questões transcedentais?
Viver num mundo material não faz parte dos processos naturais de evoluir? Ou tudo não passa de um grande fingimento, em que estamos aqui para não aprender a lidar com a matéria que é algo odioso e que só serve para os inferiores e nós, os eleitos, só nos preocuparmos com a vida espiritual? Mas, posso saber lidar com as coisas da vida espiritual se não sei lidar com as do mundo material? Porque então encarnamos, como Lei Universal e ficamos, por séculos, em estreito contato com a matéria densa, da qual não podemos nos afastar por não dominá-la, se ela só serve para ser desprezada?
Não há algo a ser bem examinado, aqui?
Sim, visamos dominar a matéria, mas como dominar algo com que não sei lidar? Como dominar algo que desconheço? Como dominar algo que temo e do qual fujo, porque pode me contaminar e me levar à inferioridade?
Não há algo de equivocado em idéias desse tipo? Não estarão elas fazendo parte de um conjunto de pensamentos que adquirimos de outras ideologias e que ainda estão incutidos em nós? Representam ou não uma grande hipocrisia? Ou é medo?
Muitos conseguem seus recursos desonestamente. Estes
estão mostrando seu grau evolutivo e sua condição
temporária. Na realidade não sabem obtê-los legitimamente
e portanto terão tambem que aprender. Esses não provam que
se deva condenar tudo que é ganho material. Por que se for assim,
temos que alijar o amor de nossas vidas, já que alguém mata
outro por considerar
que o ama.
A minha lógica espírita diz que se a vida material significa experimentar o que aprendemos e se é um exercício de dominar a matéria, pois esta é somente um instrumento dos Espíritos, como fazer isso com sucesso se não aprendo, ao menos um pouco, a dar à matéria o seu verdadeiro valor?
Como saberei, verdadeiramente e não na teoria, o que são e como lidar com valores espirituais, se não sei o que são, nem sei lidar com os valores materiais?
Isso não quer dizer que estejamos deixando de cultivar a espiritualidade, que aliás somos nós mesmos. Mas significa que estamos atentos para entender e aprender a viver com mais harmonia a vida material que temos.E com isso, aprendermos a harmonizar-nos espiritualmente.
Também sou das pessoas com dificuldades para
ganhar a vida e obter o que necessito. Mas tenho pensado como tudo isso
vem mais de uma atitude negativadora da matéria, embutida em mim
e condicionante, do que dos meus supostos "erros das encarnações
passadas, quando usando mal a matéria teria me condenado ao carma
de ter que nessa vida passar dificuldades"... Viram que
folclore?
Kardec nunca disse algo semelhante a isso e nem sugeriu que a pena de Talião seja sinônimo de causa e efeitos. E por sinal, esse sentir-se culpado, que não é espírita, esse condenador íntimo, que aceitamos segundo um modelo social e religioso, não espíritas, é que tem, servido de parâmetro para que mantenhamos essas idéias e atitudes comodistas e acomodantes. "Já que fui errado, agora tenho que ser assim"...
Dá para se pensar, não?
Aprender a lidar com o que não sabemos, material ou emocionalmente, é que nos coloca em determinadas situações, em cada encarnação. Mas isso é para ser superado, o quanto possamos, ao menos nas formas de pensar, e não para ficarmos como condenados, até que a "bondade divina veja o tempo que estamos assim e nos premie por nosso valor"... Muitas pessoas se orgulham de nunca terem conseguido melhorar sua vida, como se isso fosse sinal de elevação espiritual. Quanto mais dificuldade, mais superioridade? Será isto que aprendemos no Espiritismo?
Vivemos com amarras mentais e psicológicas,
conservadas por causa das condenações e dos preconceitos
sociais, as quais tornam-se filtros para um entendimento deturpativo das
lições espíritas. Ao fazermos exercícios de
libertação dessas amarras,
podemos notar como alguma coisa muda e passamos a precisar dispender
menores esforços para chegar aos mesmos resultados que antes. Tudo
por hora, em pequena escala, mas algo de palpável, de concreto.
Mostrando, claramente, como os pensamentos condicionam a vida e os resultados
de tudo que fazemos.
Nós criamos os pensamentos ou os aceitamos.
A partir daí eles costumam ser usados sem análise e sem observação
de
resultados. Como se tivessem nascido de Deus e fossemos obrigados a
mantê-los para sempre. Alterar conscientemente pensamentos, idéias,
condicionamentos mentais, também faz parte dos processos evolutivos,
representando respeito por nossas condições atuais, acompanhado
por um natural e espontâneo esforço pessoal de auto-superação.
Faz isso quem quer.
Não! Jesus não condenou a matéria e os bens materiais necessários a cada etapa da vida. Criticou a avareza, que é algo completamente diferente de tudo o que foi examinado acima, e que pode ser encontrada em quem tenha e em quem nada tenha de bens materiais. Essa é a mesma posição de Kardec e dos Espíritos da Codificação.
Afinal, facilidade, seja no que for, é ou não é superioridade em relação aos que têm, por hora, dificuldades nesse aspecto ?
Peço, encarecidamente, a indicação
de qualquer Orfanato ou Instituição Civil de Amparo ao Menor,
na Cidade do Rio de Janeiro
para um menino, orfão, de 11 anos que se encontra interno no
Orfanato Minha Casa em Campo Grande e que deverá sair já
em Dezembro pois a Casa determina idade limite de até 12 anos, exclusivamente,
para a permanência nela.
Agradeço desde já.
Muita Paz.
Maria Cristina Braga
Caro Ademir L Xavier Jr.
Algumas informações que poderão adiantar suas materias a respeito do movimento internacional:
Realizamos dia 12 de Junho o Primeiro Encontro Espirita
do Reino Unido, Divaldo Pereira Franco foi o convidado de Honra.
Estivemos com Divaldo pela primeira vez na Irlanda e a conferencia
foi um sucesso como sempre. Ainda estamos por realizar materia sobre
o Encontro. Passo-lhe uma mensagem em ingles. HELP WILL CAME - O
AUXILIO VIRA.
Temos a Home Page do BUSS, BRITISH UNION OF SPIRITIST SOCIETIES (http://www.buss.org.uk) que está sendo atualizada, agora apos o Encontro.
Sugiro dar uma olhada no Anuario Espirita 1998, materia sobre a Gra Bretanha Espirita.
Sera um prazer poder colaborar quando nos for possivel.
Obrigada,
Elsa Rossi-Londres
Prezados amigos
Saudações de Paz
Enviamos esta mensagem de São Paulo, Brasil,
para enviar um artigo que saiu publicado em vários periódicos
espíritas
brasileiros, pois tivemos notícia de que gostariam mais informações
sobre este assunto.
Nossa idéia é fazer oportunamente os contatos internacionais.
Fraternal abraço
Washington L. N. Fernandes
OS BIBLIOTECÁRIOS E A RECLASSIFICAÇÃO DO LIVRO ESPÍRITA
No dia 6 de fevereiro de 1999, cerca de 20 pessoas
se reuniram no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP,
em
Campinas, para formar a Comissão de Trabalho a fim de montar
uma proposta a ser apresentada à CDD (Comissão Decimal Dewey),
para melhor classificação do livro espírita, sob a
organização e promoção da ADELER (Associação
de Editores, Distribuidores e Divulgadores do Livro Espírita).
Atualmente, a literatura espírita está
equivocadamente classificada entre as Ciências Ocultas, perante os
sistemas internacionais de classificação bibliográfica.
Tratando-se de um assunto técnico, se fazia necessário, pois,
que técnicos cuidassem do assunto e,
por isso, foi reunida uma equipe de bibliotecários da USP, da
UNICAMP, da USP de São Carlos, bibliotecária de Londrina,
Paraná, e alguns professores e estudiosos do Espiritismo.
A Diretoria da Federação Espírita
Brasileira, ao tomar conhecimento desta movimentação, desde
o ano passado, manifestou
oficialmente seu total apoio, no que foi seguida pela USE-SP, FEESP
e ADE-SP, constituindo assim a Comissão Central deste importante
empreendimento doutrinário. Oportunamente, a previsão é
de serem feitos os necessários contatos com as instituições
espíritas com representatividade internacional, para dar respaldo
institucional à proposta.
Os presentes demonstraram bastante entusiasmo em
participar deste esforço, e o estudo foi iniciado com O Livro dos
Espíritos, o primeiro e mais completo livro da Doutrina Espírita.
Os interessados terão um prazo de dois meses para apresentar um
primeiro levantamento terminológico desta obra, que foi dividida
entre os presentes. Após as necessárias revisões,
serão vistas as outras obras da codificação, em seqüência
cronológica. A sra. Vânia Lima, espírita, bibliotecária
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, que há cinco anos
é a coordenadora de uma Comissão de cerca de 50 bibliotecários,
encarregados de atualizar o
Catálogo Geral desta universidade, esteve presente e ficou encarregada
de dar suporte técnico a este primeiro levantamento.
Este estudo não será de curto prazo, mas todos são unânimes em reconhecer sua necessidade.
Esperamos que esta ilustrada equipe tenha perseverança
e bom êxito na tarefa iniciada, dando bons frutos em favor
do ideal
espírita........
Washington L. N. Fernandes
Presidente da ADELER - SP
GRUPO
DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS
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