“Geralmente, os suicidas fantasiam a reação dos vivos perante à sua morte: o sentimento de tristeza, remorso e culpa.
O suicida elimina sua vida, paga com ela, mas não está totalmente consciente disso, o prazer de tornar real sua fantasia de vingança, de causar sofrimento aos outros.
Muitas vezes, ele nem deseja a morte, mas sim uma nova vida, em que a pessoa se sinta querida, seja importante. O final fantasiado, se possível, é que aquelas pessoas de quem se imagina que veio o maltrato, se sintam culpadas e com remorso.
Então, o suicida, como que ressuscitaria, todos se desculpariam e a vida continuaria num final feliz.
Existe uma independência entre o desejo de morrer e o de matar-se. A pessoa que se mata não quer necessariamente morrer, pois nem sabe o que seja isso. Ela se mata porque deseja uma outra forma de vida, fantasiada. Nessa outra vida ela encontra amor ou proteção, se vinga dos inimigos, reencontra pessoas queridas.
Uma anedota nos mostra uma pessoa que jogou-se num rio querendo matar-se. Enquanto se debate na água, recusa cordas e bóias que as pessoas lhe jogam da margem. Finalmente, um policial a ameaça com um revolver: “ou você sai daí ou te dou um tiro”. O suicida em potencial, que quer matar-se, não quer ser morto, e sai da água...
A anedota é verdadeira, e nos leva a um outro aspecto do suicida. O individuo quer morrer, mas também quer viver, ele está em conflito, e comumente uma ajuda ou até uma ameaça (como no caso) podem decidir a direção que vai ser tomada.
O suicida sofre e faz sofrer. Ele não sabe o que é morte. O que o suicida procura é escapar de um sofrimento insuportável, real ou fantasiado, interno ou externo. E o ato suicida é uma mensagem, uma maneira de comunicar suas dores e pedir ajuda”.
Depressão e melancolia induz maioria dos suicidios(3)
“Distúrbios psiquiátricos são a causa mais frequente das tentativas de suicidio, e dos suicidios propriamente ditos.
Entre esses distúrbios, a depressão e a melancolia são os maiores culpados.
A estudante de Direito, Patrícia, 21 anos, não tem o menor problema de falar sobre a sua tentativa de suicidio, aos 15 anos, pois hoje acha que o que fez foi uma bobagem, “coisa de adolescente”.
“Eu estava muito triste, não me dava bem com os amigos e com a familia”, diz.
A garota tomou uma cartela de antidepressivos. “Na hora eu não pensei claramente em morrer, só sentia vontade de fugir de tudo”.
Patrícia foi encontrada em seu quarto por sua mãe.
“Contei tudo a ela. Fomos ao hospital e fiz uma lavagem”.
O uso excessivo do alcool e de drogas também podem levar ao suicidio. Sob seus efeitos, as pessoas perdem parcialmente a noção do que fazem, e podem acabar se matando.
Dúvidas com relação à personalidade ou grandes perdas também podem levar a pessoa ao suicidio. Dúvidas em relação à sexualidade e conflitos com a familia são exemplos comuns”.
“Suicidio é, traduzindo-se a palavra: morte de si mesmo. Esta definição parece suficiente, num primeiro momento. Mas, quando começamos a refletir sobre as maneiras e mecanismos como as pessoas podem matar-se ou contribuir para sua própria morte, percebemos que se trata de uma conceituação muito ampla, em que podemos incluir muitos atos e comportamentos que normalmente o leigo não imagina que se trata de suicidio.
Vejamos alguns exemplos:
“Quando se trata de pessoas de estratos sociais médios e altos, é muito provável que a competição desenfreada, a necessidade de status e poder, a valorização das pessoas pelo que têm, o estímulo ao consumismo, etc, fazem com que elas passem a viver numa rodaviva, em que sempre querem mais e estão sempre se comparando com os outros. E esses valores são estimulados pela nossa sociedade. Surgem então as tão conhe-cidas figuras do tipo “vencedor”, isto é, aquele individuo, com grande capacidade de trabalho e adaptação às circunstâncias, e que usa qualquer meio, ético ou não, para adquirir mais poder, prestígio e dinheiro. Muitas empresas estimulam a competição entre seus funcionários, reproduzindo em menor grau o que acontece na sociedade.
Alguns “vencedores”, quando atingem o auge, entram em depressão, a “depressão do sucesso”, porque não havendo mais nada para conseguir, não há mais objetivos, e só sobram o tédio, a monotonia e a tristeza. E outros, ainda, entram em decadência, ou porque não conseguem mais acompanhar mudanças rápidas, devido à idade, ou pela entrada de novos competidores mais jovens. Acabam também com depressão por fracasso.
O suicidio pode ser uma saida, se o fracasso é sentido como humilhante, insuportável. Devemos lembrar, por outro lado, que esses individuos só viveram para sua ambição e tra-balho, e seus laços familiares ou afetivos são muito frágeis.
Quando fracassam, se percebem sozinhos, pois suas “amizades”, “mulheres”, “badalações” e “nome em colunas socias” eram apenas o resultado do aproveitamento do seu status por outras pessoas gananciosas. Procurem prestar atenção em políticos ou pessoas que foram muito poderosas, quando perdem esse poder. Geralmente envelhecem e morrem pouco depois. É como se não tivessem mais por que viver, suicidando-se inconscientemente. E, alguns de forma intencional”.
“Karl Menninger, autor de “Eros e Tanatos: O homem contra si próprio”, nos diz: “Em lugar de combater seus inimigos, tais pessoas combatem (destroem) a si próprios”. Assim, o suicidio é um homicidio, onde o individuo que mata é também a própria vítima”.(2)
“A Psicologia Clínica está precocupada em lidar com a tentativa de suicidio ocorrida e entendê-la para uma atuação pós-crise, desenvolvendo um acompanhamento terapêutico neste periodo dificil.
Alguns hospitais, como o Hospital São Paulo, já possuem um setor de atendimento psicológico para individuos que dão entrada no hospital por tentativa de suicidio mal-sucedido. Esta equipe especializada, objetiva prevenir novas tentativas de suicidios por parte destas pessoas e reintegrá-las ao convivio social, em vez de se preocupar apenas com a alta médica (recuperação física do interno), como ocorria até pouco tempo.
É possível tentar desenvolver um trabalho junto à fami-lia do suicida, uma vez que o suicidio se relaciona direta-mente com a unidade familiar e o meio próximo ao individuo. Além disso, a familia com um membro suicida encontra-se frequentemente desamparada e impotente diante de tal situação”.
“Minha querida filha, há seis meses que você dilapida seus recursos e compromete silenciosamente seus beneficios; dentro em breve seremos presas dos horrores da fome. É preferivel que aquele que não serve para nada se vá; você acaba de sair para se submeter a mais algum sacrificio; quando voltar não me terá mais a sua custa”.(*)
O CVV (Centro de Valorização da Vida) é um serviço telefônico grátis que atende 24 horas do dia. Recebem 4000 ligações por mes só na cidade de São Paulo.
O CVV possui alguns lemas como “somente aquele que sabe ouvir poderá ajudar” ou, o mais conhecido, “é mais fácil viver quando se tem um amigo”.
Todo o corpo de plantonistas é composto por pessoas voluntárias.
Um dos métodos de atuação do CVV é tentar entender a pessoa, sem minimizar o seu problema.
Por exemplo: a dor sentida por uma adolescente que briga com o namorado, pode ser muito grande para ela. A postura do CVV, neste caso, seria de compreensão. Jamais seria dito à jovem que procurasse um outro namorado, pois isso deve ser o que ela está ouvindo de todos.
O CVV aconselha que a atitude adotada por amigos de suicidas em potencial seja a mesma: “jamais diga para essa pessoa que seu sofrimento é uma bobagem”.
Um outro conselho do CVV é que seja permitido
o desabafo, deixar a pessoa chorar, se extravazar.
Quando a idéia de suicidio é exposto claramente, ou seja,
quando é discutida, é mais dificil que ela se concretize.
Qualquer coisa que passa pela linguagem é atenuada. Se alguém
diz que tem medo de um vir a se matar, provavelmente não irá
fazer isso”.
CVV - Centro de Valorização da Vida.
Telefone: (011) - 35.4111 e (011) - 883.4111.
Homepage do CVV (Araraquara) - http://www.sunrise.com.br/cvv/
Sede Sapientae
Oferece terapia a preços de acordo com a
renda do paciente. Situa-se na rua Ministro de Godói, 1484 - Perdizes
- São Paulo - fone: (011) - 263.8074.
Clínica de Psicoterapia da PUC - também oferece terapia de acordo com a renda do paciente. Situa-se na rua Bartira, 221 - Perdizes - São Paulo - fone: (011) - 65.5169.
Caros Amigos do GEAE,
Que a paz de Deus esteja conosco.
Recebo semanalmente um outro boletim, o NET VOZ. Nele encontrei uma matéria na qual foram citadas algumas afirmações dos Srs Jacy Régis (grupo de Santos) e Jon Aizpúrua (presidente da Confederação Espírita Panamericana). Estes dois senhores serão alguns dos palestrantes da SEMANA DA CONFEDERAÇÃO ESPÍRITA PANAMERICANA EM SÃO PAULO, evento divulgado pelo GEAE no Boletim 332.
Talvez os companheiros do GEAE, que tiverem a oportunidade
de comparecer ao evento, possam questionar os nossos irmãos sobre
as afirmações em questão, obtendo maiores esclarecimentos
a respeito. Pois parece bastante estranho que se possa considerar como
opinião pessoal de Kardec fatos sancionados pela Espiritualidade
nos livros da Codificação, principalmente no "O
Evangelho Segundo o Espiritismo". E mesmo deixando-se de lado este
argumento, parece bastante estranho afirmar-se que Allan Kardec se iludiu
a respeito de ponto tão significativo de sua missão, afinal
seu próprio guia espiritual se identificou como "O
Espírito de Verdade" em clara referência as promessas
evangélicas !
As afirmações a que me refiro, que
estão no Boletim NET VOZ
onde podem ser lidas na íntegra (http://www.novavoz.org.br/josue2.html),
são:
Pergunta feita a Jacy Régis: "O Sr. aceita o Espiritismo como sendo o advento do Consolador prometido por Jesus, conforme está no Evangelho, capítulo VI e na Gênese, capítulo I e XVII, obras estas divulgadas por Allan Kardec?"
Resposta: "Não, não aceito. Que Consolador coisa nenhuma e nem Terceira Revelação! Até Allan Kardec entrou nessa! Não passam de simples comentários de Kardec, muito precários!"
Pergunta feita a Jon Aizpúrua: "O Sr. pessoalmente, e como presidente da CEPA, bem como todas as instituições filiadas, notadamente o CCEPA (Porto Alegre, RS) e a LICESPE (Santos, SP), enfim, o movimento espiritualista que os senhores lideram, aceitam ou não o fato do Espiritismo ou Doutrina Espírita ser o Consolador prometido por Jesus, conforme os ensinamentos do Evangelho e da Gênese?"
Resposta: "Não aceitamos que o Espiritismo ou a Doutrina Espírita seja o Consolador prometido por Jesus, conforme entendeu Allan Kardec nas obras aqui citadas. Trata-se apenas de simples opinião pessoal de Allan Kardec. Ele pensou que o Espiritismo fosse o Consolador prometido. Não estou convencido que Jesus há dois mil anos estivesse pensando em Allan Kardec e no Espiritismo como sendo o Consolador (João 14, 16). Foi simples opinião do Codificador. Temos de separar os fatos doutrinários das opiniões de Allan Kardec."
Que Deus ilumine nossos caminhos,
Um abraço a todos.
Reinaldo
A respeito da questão da quantidade de espíritas no Brasil (Boletim 332), o número que tenho visto mais largamente aceito, e que inclusive é divulgada oficialmente pela USEERJ, é de 7 milhões de pessoas. Esse número vem do censo do IBGE, que aponta 7% da população brasileira, e de um levantamento da FEB junto às federativas estaduais, que aponta 7 milhões. Como 7% dão aproximadamente 10 milhões, eles adotaram a cifra mais conservadora.
Quanto aos simpatizantes, esses são estimados em 30 milhões. Esse dado é obtido pelas estatísticas de venda de livros espíritas.
Para quem não sabe, existem atualmente no Brasil mais de 50 editoras espíritas, e os livros espíritas, que há algumas décadas eram vendidos na surdina, por alguns poucos livreiros corajosos em enfrentar a ira dos padres, hoje estão em qualquer livraria. As distribuidoras descobriram o grande filão que é o mercado do livro espírita. Nem tanto pela vendagem imediata, mas porque o livro espírita permanece vendável décadas após o lançamento, vide "Nosso Lar", que atingiu 1 milhão de exemplares cinqüenta anos depois de ser lançado. Isso sem falar n"O Evangelho Segundo o Espiritismo", que somente na edição da FEB já chega aos 3 milhões de exemplares vendidos. Isso tem seus benefícios óbvios, mas também convida à vigilância, porque a vendagem fácil pode atrair editores não muito escrupulosos, publicando material com erros doutrinários ou simplesmente de baixa qualidade, ou abusando da publicidade para atingir o público espírita, normalmente incauto contra esse tipo de coisa.
Marcos de Mendonça Passini
No número 332
o companheiro Jorge Campos pergunta
sobre o endereço da USEERJ. E aqui vai:
http://www.useerj.org.br
diretoria@useerj.com.br
A propósito, a nossa página também está na web em:
http://www.espirito.com.br/amizade/0002
nucec@zipmail.com.br
Um abraço aos companheiros de divulgação da Doutrina Espírita
Eduardo Alves
Núcleo Cristão Espírita Consolador
Prezados Amigos,
Eu nao encontrei o da USEERJ, mas achei o do 37o. Conselho regional Espirita da USEERJ. Certamente eles poderao ajudar o Jorge. Os enderecos:
Home Page:
==========
http://www.urbi.com.br/users/mcfinfo/index.htm
E-Mail
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mcfinfo@urbi.com.br
Abracos,
Andre Santos
Fiquei um pouco admirado por, a respeito de Mirabelli, não haver sido citada a obra de Jorge Rizzini "Kardec, Irmãs Fox e Outros" (EME Editora), na qual todo um capítulo (o de número 8) é dedicado àquele médium. O capítulo baseia-se em anteriores publicações e estudos de Rizzini (particularmente o seu artigo na Revista Planeta de Março de 1975), constituindo certamente o melhor trabalho sobre Mirabelli no meio espírita.
Em particular ficamos ali sabendo que Mirabelli foi batizado como Carmílio e não Carmine (e muito menos Carlos !), e nasceu em 5.12.1888 e não em 2.1.1889, como geralmente considerado.
Justifica-se ainda um comentário a propósito do "site" sobre o Mirabelli indicado por um de vossos leitores, de responsabilidade de Phillippe Piet van Putten. Trata-se manifestamente de um pesquisador e de um "site" não espírita, sendo o posicionamento respectivo facilmente apreendido pela afiliação, pelos "links" ali listados (o Clovis Tavares que ali aparece é um mágico e não o homônimo, aquele que foi o grande obreiro do Evangelho de Campos, RJ !), pela linguagem (e.g. "médium mais poderoso do mundo"), e terminologia (e.g. "xenografia"). Sintomaticamente ali é também ignorada a obra de Rizzini (embora não o artigo de 1975 ?!), donde as incorreções quanto à data de nascimento e ao nome.
O "site" deve ser assim observado com a devida cautela. Em particular a argumentação do autor quanto à falsidade da levitação não é nada convincente, e a própria clássica foto, como apresentada, não revela de forma concludente os indícios apontados. No capítulo de Rizzini, a descrição do fato leva-nos mesmo a outras e opostas conclusões, a favor da autenticidade. Estranhamente van Putten não contesta as fotos das materializações que, pelos mesmos argumentos, poderiam também ser consideradas fraudulentas (diga-se, porém, que o autor diz sempre que são materializações *alegadas* e até "espíritos" aparece assim, entre aspas).
Aconselho enfim, vivamente, a leitura da obra de Rizzini. É tudo o que sucintamente gostaria de repartir com os prezados leitores.
Atenciosamente,
Paulo Santos
Prezados editores do Boletim do GEAE,
Lemos com muita alegria a mensagem de Victor Rivera no Boletim GEAE 331, e sua resposta no Boletim 332. Como sabem, por outros e-mails que já enviamos, somos brasileiros espíritas vivendo na Cidade do México, onde mantemos pequeno grupo (15 pessoas) de mexicanos e brasileiros, para oracao, estudo e prática mediúnica (passes e doutrinacao).
Depois de muito procurarmos, encontramos a Central Espírita Mexicana, dirigida por um grupo de médiums abnegados, e descobrimos também o excelente trabalho mediúnico levado a cabo, há mais de 50 anos, pela Sra. Carmen Jaramillo. Os locais de prática do Espiritismo no México, contudo, sao poucos e ainda sofrem certa discriminacao. Por isso ficamos muito felizes ao saber que em Poza Rica, pequena cidade a pouco mais de 300 Km da Cidade do México, existe mais um centro de difusao da doutrina (...)
Cordialmente,
Rebecca e Fernando Igreja
A Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille, com sede na rua Tomaz Coelho, 51, Vila Isabel, Rio de Janeiro, CEP 20540-110, imprime em Braille e distribui, gratuitamente, livros da Codificação Espírita e diversas obras doutrinárias, mediúnicas, didáticas e outras de interesse dos deficientes visuais. Os interessados podem contatar a SPLEB por escrito ou pelo telefone – (021) 288-9844 e Fax (021) 572-0049.
GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITAS
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